Convento dos Agostinhos / Convento de Santo Agostinho / Panteão dos Duques de Bragança / Seminário de São José e Igreja de Nossa Senhora da Graça da Ordem de Santo Agostinho

IPA.00002775
Portugal, Évora, Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição e São Bartolomeu
 
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Convento de frades gracianos ou de Nossa Senhora da Graça, da Ordem de Santo Agostinho, com igreja de planta londitudinal, em cruz latina, composta por endonártex, ladeado pelas torres sineiras quadrangulares, nave única, com capelas laterais, algumas intercomunicantes, aparentando naves laterais no exterior, transepto pouco pronunciado e cabeceira com capela-mor rectangular profunda. Cobertura por abóbada de lunetas. O claustro possui arcaria plena apoiada directamente no pavimento por pilastras toscanas. Cerca conventual murada e constituída por um conjunto de espaços (pátio, jardim. mata, horta e pomar) associados à antiga habitação de uma comunidade religiosa. O retábulo-mor de linhas clássicas, italianizantes, faz parte de um conjunto alargado atribuível a José Francisco de Abreu, nomeadamente, em Vila Viçosa, da Igreja da Lapa (v. PT040714030010), em Borba da Igreja de Santo António (v. PT040703010017), em Campo Maior, os retábulos do Convento de São Francisco (v. PT041204010013), da Igreja de São João Baptista (v. PT041204030012) e da Igreja de Nossa Senhora da Expectação (V. PT041204010005), dos retábulos laterais das igrejas da Madalena e de Santa Maria do Castelo de Olivença e do retábulo da capela-mor da Sé de Elvas (v. PT041207030001). O Convento dos frades gracianos de Santo Agostinho foi a primeira casa de religiosos instituída em Vila Viçosa. Possui alguns vestígios de elementos manuelinos como arcos polilobados na entrada da cerca e na Sacristia e o Refeitório de duas naves cobertas de abóbada de nervuras com fechos esculpidos em forma de nós. A abóbada da Sacristia é polinervada estrelada mas aplicando a técnica da abobadilha e revestida de pintura a fresco. O muro do convento e cerca constitui um exemplar notável da construção murária em alvenaria de pedra utilizando argamassa de terra. No âmbito do azulejo, representação rara de episódios da vida de São Nicolau Tolentino, um deles copiando minuciosamente uma gravura italiana. O pavimento da igreja formando por fiadas de tampas de sepultura de mármore branco enquadradas por tiras de mármore negro azulado foi concebido de forma a esquematizar o espaço funerário, originalidade que permite visualizar e compreender a organização dos enterramentos na igreja, e é idêntico ao das seguintes igrejas: Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa(V. PT040714030007), igreja de São Domingos (PT041207010003) e igreja da Ordem Terceira de São Francisco(PT041207050023), em Elvas.
Número IPA Antigo: PT040714030005
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho - Gracianos

Descrição

Planta longitudinal, em cruz latina, composta por endonártex flanqueado por torres sineiras quadrangulares, corpo da igreja de nave única, com capelas laterais, algumas comunicantes, transepto pouco saliente e capela-mor rectangular profunda. A N. adossa-se claustro quadrangular rodeado pelas antigas dependências conventuais, como o Refeitório (rectangular), a Sacristia (quadrangular) e Casa do Capítulo (rectangular) e outros anexos do seminário que se prolongam num corpo para E.. Massa de volumes articulados e escalonados, com corpos das capelas laterais corridos e mais baixos, aparentando exteriormente serem naves laterais, de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo das torres sineiras e pelo zimbório octogonal sobre o cruzeiro. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água sobre as capelas laterais, de duas águas na nave, transepto, capela-mor e dependências do Seminário, coruchéu de oito águas revestidas de lajes, rodeadas por pináculos, no zimbório e domos coroadas por pináculos sobre as torres sineiras. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, excepto no primeiro registo da fachada principal da igreja, em cantaria. Os panos das fachadas são delimitados por pilastras e cunhais apilastrados. Os remates são todos em cornija sob beiral. IGREJA: fachada principal orientada, com três panos em composição simétrica e três registos. No primeiro, ao centro, amplo arco em asa de cesto com portão de ferro abre para o endonártex, ladeado pelos pisos inferiores das torres, rasgados na frente por duas janelas quadrangulares; no segundo registo, separado do primeiro por cornija, abrem-se cinco janelas rematadas por frontões triangulares e encimadas por uma faixa moldurada por duas cornijas salientes; remate em platibanda rendilhada. Lateralmente o último registo corresponde às sineiras, abertas nas quatro faces das torres por arcos de volta perfeita, rematadas por frontões triangulares. Fachada S. de dois registos escalonados, o primeiro com embasamento pouco pronunciado é ritmado por janelas rectangulares abertas em cada pano correspondente às capelas laterais, e o segundo, recuado, é vazado por clerestório de janelas rectangulares transversais; no braço do transepto abre-se um portal de verga recta ladeado por colunas toscanas estriadas assentes em plintos decorados por losângos, rematado por entablamento decorado que suporta frontão curvo interrompido tendo ao centro uma cartela com inscrição e uma representação de Nossa Senhora. Fachada N.: adossada às dependências conventuais. Fachada posterior: pano da capela-mor aberto por pequena janela rectangular. INTERIOR: nave coberta por abóbada de lunetas e pavimento em taburnos de mármore branco e negro azulado, formando axadrezado, totalmente composto por tampas de sepultura maioritariamente epigrafadas. As paredes laterais são ambas abertas por três arcos de volta perfeita, de acesso às capelas laterais. A Capela de São Nicolau Tolentino tem duas paredes totalmente revestidas de azulejos setecentistas, de composição figurativa, ilustrando episódios da vida de São Nicolau. Cruzeiro coberto por cúpula assente em trompas, com pintura mural de grutescos. Capela-mor em mármore, coberta por abóbada de berço com pintura de grutescos; nas paredes laterais inscrevem-se as capelas funerárias da Casa de Bragança, providas de arcos de volta perfeita de mármore negro: o túmulo do 1º Duque de Bragança, está colocado na terceira capela do lado do Evangelho, integralmente em mármore regional policromo, possuindo um nicho pouco profundo com jambas apilastradas e tabela de volutas suportando o brasão da Casa de Bragança, onde se encaixa a arca tumular em forma de urna, de paramentos moldurados e apainelados, sobrepujada por vieira aberta. Na parede testeira retábulo-mor em mármore policromo, de planta convexa de três eixos, com tribuna recortada, enquadrada por colunas coríntias. CLAUSTRO: de dois registos, no primeiro arcaria de volta perfeita em cantaria, assente em pilastras toscanas directamente no pavimento, e no segundo panos rebocados e pintados de branco, abertos por janelas de sacada de verga recta, com guardas de ferro e remates em cornija recta; as gárgulas que rodeiam o Claustro são máscaras de grutesco; o pavimento do pátio é calcetado centrado por monograma de Cristo (XP) entre as letras gregas alfa e omega, desenhadas em pedras negras. REFEITÓRIO: a E., rectangular de duas naves e sete tramos divididos por 6 colunas de mármore sobre bases quadrangulares decoradas com quatro folhas e com capitéis com motivos vegetais estilizados, aparentando as três primeiras feitura recente; a cobertura é em abóbada de cruzaria de perfil em asa de cesto, com nervuras fechadas por cordões que formam nós diferentes de par a par. SACRISTIA: a S., com entrada por porta rectangular na galeria do Claustro; as paredes são parcialmente cobertas com silhar de azulejos azúis e brancos compondo painéis com albarradas; na parede do fundo grande lavabo de mármore com mascarões (grutescos) de cuja boca sai a água, apoiado em peanha de volutas; cobertura em abobadilha imitando abóbada polinervada estrelada de 8 pontas pintada com grutescos, frutos e vasos floridos, cravada nas paredes sem mísulas mas, nos três pontos centrais, uma decoração envolvente de estuque semelhante a coroa de pétalas; justaposta a S. outra sala ampla, rectangular, talvez a antiga Casa do Capítulo, que abre para o Claustro por porta rectangular tendo ao lado uma janela geminada de arco quebrado, entaipada; no interior existem 2 grandes arcos torais assentes no pavimento, assemelhando-se a contrafortes interiores; na parede E. há vestígios de um portal em arco cairelado com bases decoradas com estrias helicoidais com meias esferas, colunelos e arquivolta com restos de pintura de grutescos e toda a parte superior em cimento; do lado S. porta de comunicação com a igreja, de moldura rectangular com arquitrave, tendo à dir. pia de água benta; na espessura da caixa murária abre-se vão em arco pleno com escada para o púlpito; do lado O. outro resto de moldura em arco rebaixado; cobertura em abóbada de aresta seccionada; CERCA: limitada por muro de alvenaria, rebocado e pintado apenas junto à Rua Duque D. Jaime. O principal acesso é feito por portão ladeado por duas janelas na mesma rua, para um pátio murado que antecede a entrada do corpo principal do seminário que, por sua vez, dá acesso ao claustro e às restentes dependências conventuais. Junto à porta do edifício existe um canteiro de buxo de cada lado, preenchido com roseiras e onde se encontra uma inscrição comemorativa do centenário da escola prática de cavalaria. Do lado oposto do pátio, existem duas pequenas casas de apoio, adjacentes ao muro que separa este espaço do pomar. Um segundo portão frontreiro ao primeiro abre-se sobre um caminho ladeado por canteiros de buxo preenchidos com flores e arbustos. Contornando o edifício localiza-se a horta e do lado oposto está o jardim, limitado por sebe de buxo e contendo arbustos topiados e laranjeiras. A partir do jardim, duas escadarias ligam ao campo de jogos vedado por rede e contornável na zona superior por caminho em cubos de granito sob uma pequena área de mata. O campo de jogos é sustentado por muro de suporte que limita um caminho sob latada de vinha. Deste caminho até ao muro que limita a R. Duque D. Jaime, situa-se o pomar, estruturado em socalcos sustentados por muro de suporte. A zona mais elevada da cerca é ocupada por olival, entre o campo de jogos, a mata, e a horta, estendendo-se até ao muro que nesta zona se encontra em ruína.

Acessos

Terreiro do Paço, Rua Duque D. Jaime

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 33 587, DG, n.º 63 de 27 março 1944 (igreja) / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 20, de 24 janeiro 1961 (igreja) / Portaria n.º 214/91, DR, n.º 157 de 11 julho 1991 *1 / ZEP Conjunta, Portaria n.º 527/2011, DR, 2.ª Série, n.º 88, de 06 maio 2011

Enquadramento

Urbano, isolado e destacado, no centro histórico de Vila Viçosa, fronteiro ao Paço dos Duques de Bragança (v. PT040714030009) e nas imediações do Paço do Bispo (v. PT040714030016) e do Convento das Chagas (v. PT040714030004). Defronte estende-se amplo largo plano empedrado e a S. outro largo menor com algumas árvores de grande porte e arruamentos. Em planície adjacente à colina de Vila Viçosa, a uma cota de c. 393m, assente em formações geológicas datadas do Câmbrico constituídas por mármores que afloram à superfície ao longo de uma vasta área e se desenvolvem até grandes profundidades o que leva à forte exploração de pedreiras na zona.

Descrição Complementar

AZULEJO: Capela de São Nicolau Tolentino: duas paredes totalmente revestidas com azulejo de composição figurativa ilustrando episódios da vida do Santo. Os revestimentos são organizados em dois registos, o inferior simula silhar de cantaria, sustentado lateralmente por mísulas, e profusamente ornamentado com motivos vegetalistas e figuras da gramática ornamental de grotescos. Ao centro deste registo inferior abre-se medalhão com representação de paisagem. Na parede da janela, dois episódios da vida de São Nicolau Tolentino: À esquerda da janela, São Nicolau, deitado numa cama, assiste à aparição da Virgem, envolta em nuvens, com o Menino ao colo, acompanhada por anjos. Uma mesa com livros, representada por baixo da janela, separa esta imagem do segundo episódio, à direita da janela: deitado numa cama São Nicolau assiste a um concerto de anjos músicos. Na parede frente ao altar, representação da morte do Santo e evocação do milagre do sangue através da figuração dos braços relicários (58 x 29 azulejos). Esta representação é cópia minuciosa de uma gravura italina do primeiro quartel do século 18. Na parte superior do painel, encimando a janela, o brazão da casa de Bragança, envolto em elementos vegetalistas e sustentado por anjos. O revestimento de azulejos, bem como o contorno da janela, são delimitados por barra de enrolamentos vegetalistas. Azulejos do primeiro quartel do século 18. O pavimento da nave é organizado em onze fiadas de tampas de sepultura de mármore branco ou acinzentado e enquadradas por cercaduras de mármore negro azulado compostas nas primeiras quatro fiadas, maioritariamente, por três lajes e nas restantes por duas, tendo a inferior um pequeno orifício rectangular, hoje tapado com argamassa, por onde se levantava a pedra. Algumas destas tampas sepulcrais são epigrafadas. INSCRIÇÕES: IGREJA: Exterior: 1. Inscrição em latim gravada na moldura do medalhão que centra o frontão interrompido que encima a porta principal da igreja, envolta por cartela; ao centro, em relevo, Santo Agostinho, segura na mão direita um livro*2, e na esquerda um coração flamejante trespassado por uma seta(atributo do santo). Leitura: LEGIS NOVAE ABRAHAMVS. Tradução: Lei Nova de Abraão. Interior:1.Inscrição latina comemorativa da sagração e consagração da igreja, gravada numa lápide, em campo epigráfico rebaixado, superiormente recortada com volutas, remata por pequeno conopial, tendo sob este um livro e um coração flamejante trespassado por uma seta (atributo de Santo Agostinho). Mármore. Dimensões: 156,5x71,5x0,5; moldura: 4; elementos decorativos: 18,5. Sulcos das letras e da decoração preenchidos com argamassa preta e encarnada, muito bem aplicada. Na palavra "MANIBUS" debaixo do "A" é visível um "E" betumado com pó de pedra, da cor da lápide, indicando a correcção de um erro. Na segunda linha uma palavra foi gravada e "apagada" na totalidade, por se encontrar errada, através do rebaixamento da superfície epigráfica, explicando a falha existente nesta linha.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura: ANNO DOMINI 1635. DEI ECCLESIAM MODERANTE VRBANO 8. DIE 14. IVLII PRINCEPS INCLITVS IOANNES 2. BRIGANTIAE DVX 8. IN DEI HONOREM. AC DEIPARAE DE GRATIA [[...]] PRIMVM SACRVM LAPIDEM IN HVIVS TEMPLI REAEDIFICATIONE, SVIS SVPPONENDO MANIBVS, AVGVSTINO PARENTI MAXIMO CONSECRAT, IN SVAE REGALIS DOMVS MONVMENTVM SEMPITERNVM. Tradução: Ano do Senhor de 1635. No dia 14 de Julho governando a igreja Urbano VIII. 2. Inscrição funerária gravada na laje superior de uma tampa de sepultura com fractura restaurada. Sulcos de algumas letras com cimento. Mármore. Dimensões: totais: 174,5x 66,5/68; laje epigrafada:57x68. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DOS HERDEIROS DE JOSÉ LOPES E DE SEUS DESCENDENTES. ANO DE 1774. 3. Inscrição funerária gravada na laje superior de uma tampa de sepultura. Superfície epigráfica erodida por se situar em local de passagem. Mármore. Dimensões: totais: 178,5x68/68,5; laje epigrafada: 94,5x66,5Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE MANUEL DIAS E DE SUA MULHER ISABEL MARTINS E DE TODOS OS SEUS DESCENDENTES(sic) DE 1774. 4. Inscrição funerária(?) gravada numa tampa de sepultura, cortada ao meio e reaproveitada para o degrau de acesso à capela de, cujo texto está praticamente ilegível. Leitura modernizada e reconstituída: MOI [...] D[...]. 5. Inscrição funerária gravada na laje superior de uma tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: totais: 177x67; laje: 58x67. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE CRISTÓVÃO AVELINO DIAS TENENTE-CORONEL E CAVALARIA Nº 2. FALECEU EM 2 DE AGOSTO DE 1825. 6 a 16. Inscrição de posse de sepultura pertencente à Irmandade da Cruz de Cristo gravada na laje superior de uma tampa de sepultura. A nº 15 está fracturada. Mármore. Dimensões: totais:185(apenas duas tampas)/ 188x68(apenas duas tampas) / 70.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: PASSOS(?). 17. Inscrição funerária(?) gravada numa tampa de sepultura, cortada ao meio e reaproveitada para o degrau que acede à capela de . Texto bastante erodido. Mármore. Dimensões:169x40,5. Tipo de letra:capital quadrada. Leitrura modernizada e reconstituída:[...] MARTINS E DE SEUS HERDEIROS. 18 a 33. Inscrição de posse de sepultura pertencente à Irmandade da Cruz de Cristo gravada na laje superior de uma tampa de sepultura. A nº 19 está fracturada. Mármore. Dimensões: totais:185(apenas duas tampas)/ 188x68(apenas duas tampas) / 70. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: PASSOS(?). 34. Inscrição comemorativa da construção de trinta e três sepulturas mandada executar pela Irmandade da Cruz de Cristo. Os sulcos de algumas letras são pouco profundos. Mármore. Dimensões: totais:185x69,5; laje epigrafada:103x69,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: ESTAS 33 SEPULTURAS MANDOU FAZER A IRMANDADE DA CRUZ DE CRISTO PARA JAZIGO DOS IRMÃOS DA DITA IRMANDADE NO ANO DE 1728. 35 a 39: Inscrição de posse de sepultura pertencente à Irmandade da Cruz de Cristo gravada na laje superior de uma tampa de sepultura. Mármore. Dimensões: totais:185(apenas duas tampas)/ 188x68(apenas duas tampas) / 70. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: PASSOS(?). 40. Inscrição de posse de capela gravada numa lápide, em campo epigráfico relevado, enquadrada por dupla moldura. Mármore. Sulcos das letras com betume negro. Dimensões: (que não são as originais por a moldura da lápide ter sido tapada pelo retábulo de talha) 69x60,5; moldura: 10,5; campo epigráfico: 53,5x37,5. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: CAPELA DE MANUEL LOPES ALMOXARIFE DOS PAÇOS DE VILA VIÇOSA E CRIADO DA CASA DE BRAGANÇA E DE SUA MULHER DONA MARIA FERREIRA E DE SEUS HERDEIROS (sinal de fim de texto) 1673. 41.Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Mármore.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE DONA CATARINA DE SÁ E VASCONCELOS FALECEU A 20 DE AGOSTO DE 1672 E DE SEUS HERDEIROS. 42. Inscrição funerária gravada na frente das duas volutas que ornamentam superiormente um túmulo. Sulcos das letras pintadas de dourado. Tipo de letra: gótica minúscula com "a" inicial de módulo superior às restantes letras e "J" maiúsculo. Leitura modernizada: aqui jaz dom Afonso filho d'el rei dom João o primeiro de gloriosa memória o primeiro duque de Bragança. 43. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura com moldura simples filetada. O texto epigráfico é decorado inferiormente por uma cruz da Ordem de Malta esculpida num círculo e flanqueada por duas volutas convergentes. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE FERNÃO MARTINS MASCARENHAS E DE DONA ISABEL PEREIRA E DE SEUS DESCENDENTES. 44. Inscrição funerária gravada na parte inferior de uma tampa de sepultura, num campo epigráfico em ressalto delimitado por filete simples. No terço superior o brasão dos Almeida esculpido em relevo. Descrição heráldica: escudo redondo posto à valona suspenso por tiras de couro atadas com uma laçada e pontas caídas com enrolamentos laterais. Dobre cruz, que não é simétrica (chefe diminuto), acompanhada de seis besantes: Almeida. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE ANTÓNIO DE FIGUEIREDO DE ALMEIDA CAVALEIRO DO HÁBITO DE CRISTO E DE ISABEL MENDES MADUREIRA SUA MULHER QUE FALECEU A 14 DE AGOSTO DE 608 E DE SEUS HERDEIROS. 45. Inscrição em latim identificativa de santo pintada sobre azulejo. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura: CORPVS QVOD EST OCCVLTVM ETERACCHIA MANIFESTA SANCTO NICOLAI TOLENTINATIS. 46. Inscrição de um soneto pintada, dentro de uma cartela, sobre azulejo. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: PRODIGIOSAMENTE SE DESANGRAZ(?) OS BRAÇOS DE NICOLAU SANCTO QUANDO DEUS INTENTA CASTIGAR AO CRISTIANISMO. SONETO NESTE QUE(sic) MAUZULEO REAL SE ALISTARA/ SEMPRE DO AMOR NO BEM QUE OSTENTA / NICOLAU SANGUE DÁ(?) QUE AMOR SE ALENTA / NO MESMO QUE É DESMAIO A TODA A VISTA, / POR VENCER DA(?) PIEDADE(?) IRA PREVISTA, / DE FERIDO VENCER NUNCA SE ALENTA, / ANDA A BRAÇOS COM DEUS SEM(?) ATORMENTA, / QUE QUANDO SENTE AMOR GRAÇAS CONQUISTA, / PORQUE AOS CÉUS EM SEU CÉU MODERE AUGUSTO, / DANDO EM MAR DE RUBINS FAVOR E ESPANTO, / AVISA COM SEU SANGUE A TODO O CUSTO / SENDO NUM TEMPO OS DOIS BRAÇOS DESTE SANTO / SE SANGUINEOS COMETAS PARA O SUSTO / AMBOS SRIS DE PAS(sic) NO PRÓPRIO PRANTO / POR/ SEU MAIS HUMILDE DEVOTO / FREI ANTÓNIO DE SÃO GUILHERME(?). 47. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura emoldurada por filete simples cujo campo epigráfico é delimitado por filete em forma de escudo redondo. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SEPULTURA DE VENANT DE LAMASURE CONSUL DE FLANDRES E DE SUA MULHER DONA MARIA DE LAMASURE QUE FALECEU AOS 8 DE MARÇO DE 1676 E DE SEUS DESCENDENTES. 48. Inscrição funerária gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: O SENHOR DOM FILIPE FILHO DE DOM JOÃO VI DUQUE DE BRAGANÇA E DA SENHORA DONA CATARINA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 49. Inscrição funerária póstuma que explica as condições da morte do infante D. Duarte e a razão pela qual não se encontra aqui sepultado, gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: NESTE TUMULO DEVERIAM RECOLHER-SE OS DESPOJOS MORTAIS DO INFANTE DOM DUARTE DE BRAGANÇA QUE PELA FÉ DE CRISTO SETE ANOS BATALHOU NOS EXERCITOS DO IMPERADOR DA ALEMANHA. RECOMPENSADOS SEUS GLORIOSOS FEITOS COM VIL TRAIÇÃO, FOI O PRINCIPE PORTUGUES LEVADO AGRILHOADO PARA O CASTELO DE MILÃO DEPOIS DE INUMERAVEIS AFRONTAS E ULTRAJES, VEIO A MORRER ENCARCERADO EM 1469 AOS 44 ANOS DA SUA IDADE. NÃO PODENDO CUMPRIR-SE O SEU DESEJO DE REPOUSAR PARA SEMPRE NESTA IGREJA POR SE TEREM DISPERSADO AS CINZAS DO SEU CORPO AQUI SEU NOME SE GUARDARÁ PARA ETERNA MEMÓRIA DE TÃO ALTO SACRIFICIO. (sinal de enquadramento de texto) PELA LIBERDADE DA PÁTRIA (sinal de enquadramento de texto). 50. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura num campo epigráfico delimitado por filete imitando a forma de um pendão com borlas nas pontas. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: AQUI JAZ DOM RODRIGO DE ALENCASTRE (=LENCASTRE) NETO (estrela de oito pontas) DO SENHOR DOM DINIS MARQUÊS DE SARRIA E CONDE DE LEMOS (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 51. Inscrição funerária gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOM FERNANDO III DUQUE DE BRAGANÇA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 52. Inscrição funerária gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOM TEODÓSIO V DUQUE DE BRAGANÇA. 53. Inscrição funerária gravada numa lápide emoldurada por mármore negro a ladear a escada da capela-mor. Sulcos das letras preenchidos com betume negro, estando algum já a cair. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: O SENHOR DOM MANUEL (sina de separação de palavra em forma de estrela de oito pontas) FILHO DE DOM JOÃO VIII DUQUE DE BRAGANÇA E DESTE NOME O IV REI DE PORTUGAL DE SAUDOSA MEMORIA E DA RAINHA DONA LUISA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 54. Inscrição funerária gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOM TEODÓSIO VII DUQUE DE BRAGANÇA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 55. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, reaproveitada para pavimento, fragmentada e cortada com emenda rectangular com pequeno orifício idêntico aos das tampas de sepultura. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada e reconstituída: SEPULTURA DE GASPAR SEGISMUNDO(?) DE SANDE(?) E DE SUA MULHER VIOLANTE DA GUERRA E DE SEUS HERDEIROS. 56. Inscrição funerária gravada no frontal de um tumulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOM JOÃO VI DUQUE DE BRAGANÇA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 57. Inscrição funerária gravada numa lápide emoldurada com mármore negro a ladear a escada da capela-mor. Sulcos das letras preenchidas com betume negro, estando algum já a cair. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: SENHORA DONA (sinal de separação de palavra em forma de estrela de oito pontas). MARIA SEGUNDA DESTE NOME FILHA DE DOM JOÃO VI DUQUE DE BRAGANÇA E DA SENHORA DONA CATARINA. 58. Inscrição funerária gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOM JAIMES(= JAIME) IIII DUQUE DE BRAGANÇA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 59. Inscrição funerária gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOM FERNANDO II DUQUE DE BRAGANÇA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 60. Inscrição funerária gravada no frontal de um tumulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: O SENHOR DOM ALEXANDRE ARCEBISPO DE ÉVORA FILHO DE DOM JOÃO VI DUQUE DE BRAGANÇA E DA SENHORA DONA CATARINA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). 61. Inscrição gravada no frontal de um túmulo. Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: O SENHOR DOM ALEXANDRE FILHO DE DOM TEODÓSIO VII DUQUE DE BRAGANÇA E DA EXCELENTISSIMA DUQUESA DONA ANA (sinal de fim de texto em forma de estrela de oito pontas). SEMINÁRIO: Antiga sacristia: 1. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura. Leitura modernizada: SEPULTURA DE PEDRO DE SOUSA DE BRITO COMENDADOR DA ORDEM DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO NETO DE FERNANDO RODRIGUES PEREIRA CAMAREIRO-MOR DO DUQUE DOM JAIME INSTITUIDOR DESTA CAPELA FALECEU A 18 DE AGOSTO DE 1621 E DE DONA LUÍSA DA COSTA SUA MULHER FALECEU A 5 DE ABRIL DE 1622 E DE SEUS HERDEIROS. ANTONIVS BRITTO A SOVSA FILIVS SACELLI THEODOSII 2 DVCIS DECANVS PATRI SVO AMANTISSIMO POSVIT ANNO DOMINI 1622. Antiga sala do capítulo: 2. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura, em campo epigráfico rebaixado, e enquadrada por moldura dupla relevada de cantos côncavos. A encimar a inscrição uma pedra de armas. Sob a data um sinal de fim de texto. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: AQUI JAZ O EXCELENTÍSSIMO E REVERENDÍSSIMO SENHOR DOM JOÃO DA SILVA FERREIRA DO CONSELHO DE SUA MAJESTADE BISPO DE TÂNGER DEÃO E PRELADO DA REAL CAPELA DE VILA VIÇOSA FALECEU A 19 DE JANEIRO DE 1775. SEMINÁRIO

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Funerária: panteão / Educativa: seminário

Propriedade

Privada: Fundação / Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Mestres de obras: Diogo Fernandes Mocho (séc. 17); Manuel Martins (séc. 18); António Gonçalves (séc. 19); ESCULTOR: José Francisco de Abreu (atr.)

Cronologia

1267 - Fundação e inicio da edificação do primitivo convento; 1635 - Lançamento da primeira pedra do novo edifício, sendo mestre de obras Diogo Fernandes; 1677 - Trasladação das ossadas dos Duques de Bragança para túmulos de mármore na capela-mor, transformando a igreja em panteão ducal, procedendo, a partir de então, a Casa de Bragança, que detinha o Padroado, a obras de manutenção e reparação; Séc. 18 - Campanha de obras, a mando de D. João V, feitas pelo mestre de obras Manuel Martins; 1728 - A Irmanadade da Cruz de Cristo manda fazer 33 sepulturas para jazigo dos irmãos; 1834 - O convento é encerrado em consequência da extinção das ordens religiosas, ficando à guarda do prior da Igreja de Nossa Senhora da Conceição que se viu na impossibilidade de manter aqui o culto e proceder a obras necessárias, iniciando-se a ruina do templo; 1836 - Feitura do grande tanque e fontenário pela C. M. V. V. no Lg. de Santo Agostinho, defronte da igreja; 1843 - Repararam-se os telhados e deu-se de empreitada o refechamento das juntas das lages de revestimento do zimbório com betume, mas em vez disso foram-no com cal; 1848, início - A igreja estava em estado de abandono, com a porta lateral aberta por onde entravam animais; a porta que fazia comunicação entre o coro e o convento, onde, na época, se aquartelavam militares, permitiu intrusões e danos, nomedamente no órgão, de que apenas restaram escassos vestígios, poucos anos volvidos; por tal facto o Ministério da Fazenda decidiu passar para a posse da Sereníssima Casa de Bragança todo o edifício com suas pertenças, comprometendo-se esta a proceder à separação da igreja do complexo conventual, e a cerca foi vendida; 1848, 8 Jun. - Entrega da igreja à Casa de Bragança, com intervenção do almoxarife do Paço João da Costa Oliveira, seguindo-se o auto de posse do templo e dos objectos que continha; a partir de então limpou-se o templo e foram realizadas algumas reparações e vedou-se o terraço para evitar infiltrações, mas permaneceram por fazer as obras de consolidação estrutural no zimbório, abóbadas e telhados; 1858, 12 Maio - O administrador da Casa de Bragança, João dos Santos, é de opinião que as fendas existentes nas paredes da igreja têm origem nos alicerces; 1859, 11 Nov. - Um abalo sísmico agravou o estado de ruína da igreja; 1861, 8 Maio - Foi feita uma avaliação das obras mais urgentes a fazer na igreja pelo mestre de obras da Casa de Bragança, António Gonçalves, e por um funcionário da mesma Casa, Augusto da Fonseca, que produziram os respectivos relatórios, testemunhando a existência de uma grande fenda de alto a baixo no zimbório, rachas nas torres, nas abóbadas e nas paredes mestras sobre o coro ramificadas para as laterais, sendo que as fendas, afinal, não provêm dos alicerces e sim da nascente de água junto ao alicerce, da ruptura dos canos que passam na proximidade e do tanque monumental do lg. a S., sendo necessário cintar e travar as paredes com linhotes de ferro e tomar todas as fendas; os telhados estavam muito degradados originando grandes manchas de humidade na abóbada; o travejamento de madeira estava parcialmente apodrecido, e as lages do zimbório teriam ser tomadas com betume; 1861, 17 Jun. a 13 Out. - Campanha de obras dirigida pelo mesmo mestre com o concurso de alguns operários (pedreiros, carpinteiros, canteiros, serralheiros e trabalhadores) vindos de Lisboa, tal como a maior parte dos materiais, incluindo uma forja para caldear os linhotes de ferro: restaurou-se o zimbório no interior, com colocação de 2 linhas de ferro cruzadas, foi picado, selaram-se as fendas e foi rebocado e as engras pintadas com faixas longitudinais a imitar mármore azul; no exterior reconstruiu-se o revestimento de lages, foram limpas com vitríolo, assentes com cal e preenchidas com betume amarelo; os pináculos, cruzes e cimalha foram limpos e a última pintada a fresco; os telhados e os travejamentos foram substituidos, utilizando-se madeira de castanho; fizeram-se passadeiras e trapeiras com venezianas para ventilação; no interior cintaram-se as paredes mestras com linhotes de ferro sobre o coro e sob as torres; as cantarias e mármores da capela-mor, altares, túmulos, arco triunfal e arcos das capelas laterais foram lavados, realizando nestes uma pintura a imitar mármore repartido em pedras; betumaram-se as fendas, estucaram-se e caiaram-se as paredes e abóbadas do corpo da igreja; repararam-se, picaram-se, rebocaram-se e caiaram-se com cor todas as paredes exteriores e limpou-se o mármore enegrecido do frontespício com vitríolo, assim como as cantarias, cimalhas e grilhagem do terraço; as cantarias das torres foram limpas e a alvenaria picada, rebocada e pintada "repartida em pedras"; pintaram-se os elementos de ferro, janelas, portas e gradeamento; demoliu-se e refez-se parte da abóbada sobre o coro por estar em perigo de ruir; os quadros da capela do Sacramento foram restaurados no suporte e pintura; os azulejos foram igualmente restaurados e completadas algumas lacunas; fez-se um novo estrado de solho corrido defronte da capela do Sacramento por aí não possuir lajedo "e os ossos dos finados à vista"; endireitaram-se e recolocaram-se algumas lajes das sepulturas que estavam enterradas; pintou-se de branco a maquineta do altar da Senhora da Lapa e as teias de 2 capelas; repararam-se altares, o órgão e as portas da Sacristia; o antecoro, casa da entrada e escada foram remendados e caiados; apeou-se e demoliu-se o oratório que estava no coro, guardando-se a imagem na Sacristia; tirou-se o dossel que cobria o órgão "ficando assim a igreja mais embelezada"; taparam-se 2 janelas de alvenaria e desentulharam-se as abóbadas do coro por terem demasiado peso; o pavimento axadrezado da capela-mor foi lavado; pintaram-se a fresco dois vãos sobre os arcos dos altares, imitando mármore repartido em pedras; diante da frontaria foi feita uma calçada "à moda da província, não é tão bem feita nem tão sólida como se usa em Lisboa"; 1890 - Instala-se no mosteiro a Escola Prática de Cavalaria; 1951 - Instala-se nas antigas dependências conventuais o Seminário Menor da Diocese; 1963 - O Estado cede gratuitamente a propriedade à Metrópole Eborense, representada pelo Arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro; 1994 - A igreja ainda estava aberta ao culto.

Dados Técnicos

Estruturas autoportantes (igreja) e mistas (refeitório). A cerca é estruturada em socalcos vencendo o declive do terreno.

Materiais

Cantarias e silharias de mármore da região; alvenarias mistas rebocadas e caiadas; abobadilha de tijolo na Sacristia; portas, caixilhos em madeira; retábulos de talha dourada; azulejo tradicional; gradeamentos em ferro; coberturas em telha de canudo. Material vegetal: oliveira (Olea europaea var. europaea), laranjeira (Citrus sinesis), buxo (Buxo semperviriens), roseira (Rosa sp.), boganvilea (Bouganvilea sp.).

Bibliografia

História Genealógica, tomo 5, p. 561; ESPANCA, Túlio, Mosteiros de Vila Viçosa, A Cidade de Évora, nº 53 e 54; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, 1978; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. I, Braga, 1990; LNEC, Análise preliminar das anomalias verificadas na Igreja dos Agostinhos em Vila Viçosa, Lisboa, 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; Arquivo da Casa de Bragança: Obras na Igreja de Santo Agostinho, Relatório nº 3 de 1861, Cx. 25, Ms. 2511, NNG. 1796; Relatório das Obras Mandadas Fazer em 1861 na Igreja de Santo Agostinho de Vila Viçosa, Relatório nº 5, Cx. 25, Ms. 2519, NNG. 1796.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1940 - Reparação geral; 1952 -1964 - obras de adaptação a Seminário; 1968 - consolidação do altar de talha da Capela dos Mascarenhas; DREMS: 2000 - obras de conservação incluindo substituição de telhas da cobertura, fechamento de juntas no zimbório, caiação exterior e pintura de gradeamentos; 2006 - 2007: obras em curso.

Observações

* 1 - conjunto formado pelo Paço Ducal, Igreja dos Agostinhos e Igreja e Claustro do Convento das Chagas; *2 - Segundo Túlio Espanca (IAP, p. 542) a inscrição do livro é a seguinte: ANTE OMNIA, FRATES CARISSIMI, DILIGATUR DEUS DEINDE PROXIMUS; cuja tradução é: primeiro, que tudo, irmãos caríssimos, ama-se a Deus e depois o próximo.

Autor e Data

Castro Nunes 1994 / Paula Correia, Lina Oliveira, Filipa Avellar e Pereira de Lima 2006

Actualização

2006
 
 
 
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