Convento de Nossa Senhora da Consolação do Bosque / Quinta do Bosque
| IPA.00002774 |
Portugal, Évora, Borba, Borba (Matriz) |
|
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca, oitocentista. Monumento tipico da arquitectura chã regional aplicada à vida conventual. Da construção original pouco escapou às refomas de 1548 e 1670. Monumento típico da arquitectura chã regional aplicada à vida conventual, com protótipo em São Paulo da Serra d'Ossa. Na capela altares laterais seiscentistas e azulejos joaninos e na sacristia retábulo rococó; na sala de jantar papel de parede do Séc. 19. O edifício actual é construção do Séc. 18, com modificações oitocentistas, constituindo-se como um exemplar de quinta de recreio do Séc. 19. A existência de Passeira, zona de meditação dos monges e onde eram secos os frutos provenientes do pomar. Encontra protótipo em São Paulo da Serra d'Ossa. | |
Número IPA Antigo: PT040703010008 |
|
Registo visualizado 778 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Província da Piedade)
|
Descrição
|
Planta quadrangular composta, volumes articulados estruturados pelo claustro central quadrado. Cobertura diferenciada em telhado de quatro águas, realizando as juntas nas voltas, excepto para a Igreja, de duas águas realizando cimalha triangular. Fachada principal a O. composta por 3 corpos: no extremo NO. torreão saliente rasgado superiormente por pequenas janelas; os restantes corpos, reentrantes, abrem para pequeno adro com acesso por escadaria central; no extremo SO. corpo constituido pela fachada da capela, de pano único, delimitado por cunhais de alvenaria; é rasgado por exonartex de arco redondo armoriado sendo o tramo interno em abóbada de aresta; no segundo registo janelão rodeado de três nichos com imagens de terracota; empena arquitravada coroada de campanários sem sinos; o corpo central da ala O. é aberto de 5 janelas quadradas iluminando as antigas celas. Ala S. formada pelo corpo da capela de planta longitudinal; no extremo SE., sobre a capela-mor, terraço-esplanada coberto e passeira que fecha a N. o Jardim de Jericó. Na ala N. corpo central entre dois contrafortes em rampa de desiguais dimensões; o extremo NE. forma torreão rectangular ocupado pelo antigo refeitório; corpo central recuado, rasgado no segundo piso pelas janelas das celas e inferiormente afrontado por varanda alpendrada de arcaria redonda, com acesso por escadaria estreita, e com cobertura em terraço. CLAUSTRO de dois pisos de três arcadas de volta perfeita por banda, apoiadas em pilares com galerias cobertas por abóbadas de meio canhão; piso superior idêntico com parapeito entre os vãos formando bancada para a quadra; rés-do-chão ocupado pelo antigo refeitório de planta rectangular, chão de tijoleira e abóbada de meia volta. CAPELA de nave única, iluminada pelo janelão da fachada O. e pela janela da parede S., com cobertura em abóbada de berço; falso cruzeiro separado da nave por divisória; a O. coro-alto com balaustrada; na parede N. púlpito; nas paredes laterais e junto ao arco triunfal de volta perfeita dois altares; capela-mor quadrada com abóbada de berço e retábulo-mor; a S. janela rectangular e a N. porta de comunicação para átrio de acesso à sacristia de planta rectangular, a NE.; é iluminada por pequena janela rectangular a E. e possui pavimento de tijoleira e cobertura de meio canhão; na parede S. lavabo, na parede N. retábulo. Diversas hortas e pomares em socalcos e caleiras que da fonte de Santo António a N., distribuem água pelas Fontes de São Francisco e São Pascoal colocadas respectivamente nos extremos S. e N. da ala O. do edifício. Quatro oratórios, um lago, uma capela e o antigo jogo da péla completam recinto conventual. |
Acessos
|
EM 508-3, a c. de 1 Km de Borba, à mão esquerda da estrada que se dirige para Santiago de Rio de Moinhos, acessível por caminho de terra e a c. de 200 m da estrada, após passar o portão da cerca conventual. |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 |
Enquadramento
|
Rural, isolado, destacado. Na vertente N. da serra de Borba, em encosta de acentuado pendente, com vista panorâmica sobre o vale. Harmonizado com a envolvência formada por denso arvoredo secular, hortas e pomares delimitados pela antiga cerca e constituindo-se como zona de características microclimáticas em forte contraste com a paisagem circundante de oliveiras e vinhedos. |
Descrição Complementar
|
Várias divisões abrem directamente para as galerias do claustro que apresentam vestígios de pinturas murais: a antiga cozinha com forno de pão, a portaria, a hospedaria, a sala capítular e a capela dos mortos; no 1º andar do claustro, para além das antigas celas adaptadas a quartos, destacam-se a antiga livraria, actual sala de estar com vestígios de pinturas murais, a casa de jantar revestida a papel de parede e a actual cozinha em uso. CAPELA: na nave e na capela-mor lambril de azulejos com albarradas; restos do cadeiral no coro-alto; altares laterais de talha dourada e polícroma dedicados à Sagrada Família e à Virgem; retábulo-mor de madeira polícroma com empena clássica decorado de lambrequins, colchetes e armas capuchas; parede fundeira da capela-mor inteiramente revestida de pinturas murais. Na sacristia rodapé pintado imitando lambril de azulejos florais; cobertura com estuques policromados; retábulo de madeira polícroma com pilastras, nicho central e mísulas envieiradas; arcaz de pau-santo lavrado com ferragem animalista. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
|
Agrícola e florestal: quinta |
Propriedade
|
Privada: pessoa singular |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido |
Cronologia
|
1505 - Fundação e edificação do convento por D. Jaime IV, Duque de Bragança, destinado a franciscanos da recém criada regra Capucha da Piedade; 1548 - reedificação do primitivo edifício, em taipa e de acanhadas dimensões, a expensas de D. Teodósio de Bragança; 1670 - obras de beneficiação incluindo alterações e acrescentos na igreja (altares colaterais e retábulo-mor) e no edifício conventual; 1702 - púlpito; 1740 - obras na igreja assinaladas por data inscrita no janelão da fachada; 1834 - extinto o convento, é entregue à guarda de Frei Manuel de Beja e de Frei Joaquim António Ferreira, da Fazenda Real; Séc. 19, finais - adquirido pelo General Figueiredo Mascarenhas, par do Reino, que o tranforma em quinta de recreio; ampliação da zona do pomar e do bosque, construção do lago e restauro da igreja e dos oratórios;1996, 23 Dezembro - Despacho de classificação como Imóvel de Interesse Público. |
Dados Técnicos
|
Estrutura mista e paredes autoportantes |
Materiais
|
Alvenaria rebocada, cantaria e silharia de granito, mármore, tijoleira. |
Bibliografia
|
MONFORTE, Frei Manuel de, Crónica da Província da Piedade, 1751; LUCENA, Frei João Matos de, Memórias Paroquiais, 1758; COSTA, P. António Carvalho da, Corografia Portuguesa, T. 2, Braga, 1868; PROENÇA, Raul, Guia de Portugal, Vol. 2, Lisboa, 1927; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, Vol.9, Lisboa, 1978; ANSELMO, P. António Joaquim, O Concelho de Borba, Borba, 1984. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
Conservatória do Registo Predial: Matriz Predial, artigo rústico 23, secção F e urbana 538 |
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
*1 - DOF...e área delimitada dentro dos muros. |
Autor e Data
|
Rosário Gordalina 1993 / Isabel Real e Castro Nunes 1994 |
Actualização
|
|
|
|
| |
| |