Quinta da Amoreira da Torre

IPA.00002769
Portugal, Évora, Montemor-o-Novo, União das freguesias de Nossa Senhora da Vila, Nossa Senhora do Bispo e Silveiras
 
Espaço verde de produção agrícola / Espaço verde de recreio. Quinta de Recreio quinhentista que mantem o carácter lúdico produtivos desta tipologia, numa linguagem Mudéjar. Monumento típico da arquitectura senhorial do Alto Alentejo, com magníficas expressões no núcleo fundador da Torre do Esporão (v. IPA.00001191), Torre dos Coelheiros (v. IPA.00003821) e Solar da Sempre Noiva (v. IPA.00002762 e IPA.00002757), enquadra-se no conjunto das torres solarengas quinhentistas em torno de Évora, nomeadamente a Quinta das Vidigueiras (v. IPA.00002744), a Torre das Águias (v. IPA.00002763), a Torre do Carvalhal (v. IPA.00004453) e o Solar da Camoeira (v.IPA.00001158), geralmente associados a importantes itinerários de tráfego viário, cuja leitura estilística e atribuição cronológica não se pode considerar resolvida, pois poderão ser muito mais remotos do que se tem pensado. Muro de delimitação da quinta com contrafortes cílindricos de estilo manuelino. Simplicidade da composição; dimensão do tanque e ambiências proporcionadas pelo contraste entre a aridez da paisagem envolvente e a frescura da quinta.
Número IPA Antigo: PT040706040030
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Muro com contrafortes cilíndricos delimita a propriedade (alguns trechos dessa cerca apresentam um elevado estado de degradação). Acesso à quinta através de portão localizado na fachada E. do edifício, que dá sobre o pátio. A partir dos diversos SISTEMAS DE ÁGUA, elemento estruturante e unificador do espaço, a quinta divide-se em zonas que mantêm entre si relações dinâmicas, com a envolvente e com outros locais da quinta. As diferentes formas como a água surge, formando uma estrutura ao longo de toda a quinta, valorizam o espaço, criam ambiências e interligam o aspecto funcional com o estético. A quinta é alimentada por uma nascente que se localiza a 2 Km. da Est. de Arraiolos, uma outra nascente, localizada a 150 m da quinta, é utilizada para consumo interno, sendo a água elevada para um depósito que se encontra na torre. Dentro da quinta existe uma única nascente que abastece a fonte de mergulho (FONTE DA RAINHA) valorizada por uma galilé de construção quatrocentista. O grande tanque que corre ao longo da actual fachada sobre os jardins, é anterior à torre e desempenha funções de armazenamento de água (para a rega) e de recreio. Pelos espaços que cria à sua volta, alimenta o TANQUE DAS LAVANDEIRAS, que comunica com a vala de drenagem pelo descarregador de fundo, e uma TAÇA DE ÁGUA, em que as torneiras do sistema são utilizadas para a rega do jardim. Tem anexas três tanquetas com funções específicas: uma alimenta directamente o sistema de rega por caleiras, para a zona de produção; outra distribui directamente para a caleira do jardim (antiga horta), e por último uma terceira que desempenha múltiplas funções, desde regular o descarregador de superfície e de fundo a caixa de derivação, distribuindo a água para o tanque de Lavadeiras, para a caleira do jardim e para a vala de drenagem principal. O sistema vegetal compõe-se de JARDIM DE BUXO, ALAMEDA DE LOUREIROS (um dos elementos mais antigos da quinta), POMAR DE CAROÇO, OLIVAL e CULTURAS ARVENSES e plantação densa de ciprestes que limitam a área do Jardim de Buxo e relvados. Os percursos estão intimamente ligados ao circuito de distribuição de água e associam-se aos pequenos desníveis de terreno criados por razões técnicas de resolução de problemas de rega. Pátio de lavoura pavimentado com área relvada.

Acessos

EN 4, a 4Km de Montemor-o-Novo

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 264/2014, DR, 2.ª série, n.º 71 de 10 abril 2014

Enquadramento

Rural, zona baixa, declive suave (quase plano). Margem direita do rio Almançor. Surge como um pequeno oásis na aridez da paisagem envolvente

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Agrícola e florestal: quinta

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 15 / 16 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Raul Lino e Jorge Reis

Cronologia

1321 - maior parte da herdade era pertença do Cabido da Sé, segundo é descrito no documento mais antigo que é conhecido; 1437 - D. Tareja, ama da Infanta D. Isabel era dona destas terras; 1477 - ao que parece, D. Fernão Martins de Mascarenhas, terá sido o primeiro donatário da grei; séc. 16 - a propriedade limita-se à torre, é construída a cerca, um pombal (?), a fonte da raínha e uma alameda de loureiros; séc. 18 - é acrescentado um pátio e edifício que o define, um tanque, e a cerca é reforçada pela plantação de oliveiras em toda a sua extensão; 1895 - o imóvel foi adquirido pelo importante proprietário e influente político Cipriano da Costa Palhinha, que D. Carlos I agraciou com o viscondado da Amoreira da Torre ; séc. 20 - no princípio deste século é construída a capela, o jardim de buxo, a latada e são introduzidas amoreiras e figueiras, um freixo e uma magnólia; 1920 - foi acrescentado o pátio pequeno, o laranjal e uma nova alameda de loureiros; a família Cunhal adquiriu o imóvel e Alfredo Maria Praça Cunhal procedeu ao seu restauro criterioso, com a assistência técnica dos arquitectos Raul Lino e Jorge Reis, directores dos Monumentos Nacionais que criaram o jardim de buxo, os relvados e a pérgola de roseiras (actualmente desaparecida); 1994 - o Arquiteto Paisagista Carlos Correia Dias realiza um projecto de reabilitação; 1994, 19 fevereiro - incluído no PDM de Montemor-o-Novo ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 8/94; 1997, 11 abril - Proposta de abertura do processo de classificação pelo IPPAR/DRÉvora; 1997, 16 abril - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 1998, 29 julho - Parecer do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP - Imóvel de interesse Público; 10 agosto - despacho de homologação da quinta como Imóvel de Interesse Público pelo Ministro da Cultura; 2006, 16 de novembro - Alteração do PDM ratificada pela Resolução do Conselho de Ministros n º2/2007, publicada no DR, 1.ª série, n.º 4, de 05 Janeiro; 2012, 09 janeiro - Proposta da DRCAlentejo para a classificação como MIP - Monumento de Interesse Público e de ZEP; 2012, 23 janeiro - Parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a alteração da classificação para MIP e favorável à ZEP; 2012, 12 outubro - Anúncio n.º 13553/2012 publicado no DR, 2.ª série, n.º 198, de projeto de fixação de ZEP.

Dados Técnicos

A Fonte da Rainha, está ligada a uma caleira que se enquadra no restante sistema e tem o descarregador de superfície ligado à vala de drenagem principal. O Tanque das Lavandeiras que comunica à vala de drenagem pelo descarregador de fundo.

Materiais

INERTES: Alvenaria; Bancos do jardim forrados a azulejo; Capeamentos de tijoleira.

Bibliografia

CARITA, Helder, CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal ou da originalidade e desaires desta arte, 1978; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Tomo 8, vol. 1, Lisboa, 1975; PROENÇA, Raúl, Guia de Portugal - vol. 2 , Lisboa, 1983, 2ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian; Trabalho realizado no âmbito da disciplina de História da Arte dos Jardins, 1993.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; UE

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; UE

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1994 - projecto de reabilitação.

Observações

Autor e Data

Paula Simões 1997

Actualização

 
 
 
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