Estação Ferroviária do Tâmega

IPA.00027102
Portugal, Vila Real, Chaves, Curalha
 
Arquitectura de transportes, de início do século 20, delineada dentro da Escola Culturalista. Apeadeiro ferroviário, composto por edifício de passageiros e algumas construções de apoio técnico, como as instalações sanitárias e o cais coberto. O edifício de passageiros apresenta planta rectangular, composto por três corpos, regularmente dispostos, o central de dois pisos e os laterais de um, com fachadas rebocadas e pintadas, embasamento de cantaria e silhar de azulejos, e terminadas em faixa de azulejos iguais, entre frisos de cantaria, e beirada dupla; são rasgadas regularmente por janelas de peitoril ou sacada de verga recta e porta de perfil curvo. Fachada principal com pano central avançado, terminado em cornija encimada por tabela revestida a painel de azulejos com paisagem da região, rematada em cornija contravurvada, e platibanda plena de cantaria lateral; é rasgada, no piso térreo, por porta bífora, de moldura terminada em cornija contracurva e, no segundo, por janela bífora rectilínea, ladeada por vaseiras curvas; nos panos laterais abrem-se janela de peitoril com moldura terminada em cornija. Fachadas laterais de dois panos, o maior tendo adossado chaminé ou sendo rasgado por porta de verga recta, e o menor rasgado por janela. Fachada posterior com corpo central apresentando o mesmo remate da frontaria, e sendo rasgado por janela com cornija contracurvada e, no segundo piso, por janela de sacada bífora, com guarda em ferro, entre vaseiras; nos panos laterais abrem-se janelas corridas com caixilharia formando trífora. Antigo corpo das instalações sanitárias de planta rectangular, com as fachadas rebocadas e pintadas, cunhais em cantaria, terminadas em beirada simples e rasgadas por vãos rectilíneos com moldura terminada em cornija. O cais coberto apresenta planta rectangular simples e fachadas em cantaria aparente, com vãos rectilíneos.
Número IPA Antigo: PT011703100155
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

A estação inclui o edifício de passageiros e algumas construções de apoio técnico, como as instalações sanitárias, o cais coberto e a cocheira de carruagens. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS de planta rectangular composta por três corpos, dispostos paralela e regularmente à linha, o central sensivelmente mais avançado e de dois pisos e os laterais, escalonados, de apenas um. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no corpo central, de três nos laterais, os quais integram lateralmente as chaminés, elevadas, e de duas águas na sua zona posterior. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria e silhar de azulejos, de padrão fitomórfico policromo, delimitado nos cunhais por cantaria, e terminadas em friso e beirada dupla, nos corpos laterais sobre barra de azulejos iguais aos do silhar, envolvidos por friso de cantaria. Fachada principal virada sensivelmente a N., de três panos, o central avançado, terminado em cornija sobre falsas mísulas, encimada, ao centro, por tabela rematada em cornija contravurvada, revestida por painel de azulejos com representação da ponte ferroviária sobre o rio Tâmega, e, lateralmente, por platibanda plena de cantaria, de perfil recto; no piso térreo abrem-se duas estreitas portas bíforas, de verga contracurvada rematada por cornija e com nembo de cantaria, flanqueada por dois candeeiros de ferro; ao nível do segundo piso, abre-se uma janela bífora, de verga recta, sobre peitoril de cantaria e moldura terminada em cornija, ladeada por duas vaseiras, de perfil curvo. Em cada um dos panos laterais, semelhantes, rasga-se janela de verga recta, de moldura terminada em cornija e com caixilharia de duas folhas e bandeira. Fachadas laterais de dois panos, o primeiro mais largo, integrando na lateral esquerda o corpo saliente da chaminé, revestido a placas de cantaria, percorrido por faixa de azulejos e friso de cantaria, no alinhamento do da restante fachada, e abrindo-se no oposto porta de verga recta; o pano mais estreito e baixo, tem cunhal de cantaria e é rasgado por janela de peitoril; ao nível do segundo piso surge, de cada lado, a inscrição relevada TÂMEGA. Fachada posterior de três panos, o central com remate igual ao da frontaria, mas com a tabela sem decoração, rasgando-se, no piso térreo, janela de peitoril com moldura terminada em cornija contracurvada e com caixilharia integrando bandeira, e, no segundo piso, uma janela de sacada bífora, de verga recta, com nembo de cantaria e moldura terminada em cornija, com a sacada sobre duas mísulas e guarda em gradeamento de ferro; a janela é ladeada por duas vaseiras, de perfil curvo, e sob a sacada surge a inscrição TÂMEGA. Em cada um dos panos laterais, rasga-se, a toda a largura, vão rectangular, entre o silhar e a faixa de azulejos, com caixilharia de duas folhas, criando uma janela trífora, tendo pilar no ângulo interno. A E. do edifício de passageiros existe o corpo das antigas INSTALAÇÕES SANITÁRIAS, de planta rectangular, simples e cobertura homogénea em telhado de quatro águas, coroado por pináculo cerâmico, e parcialmente coberto de vegetação. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais de cantaria e terminadas em beirada simples, rasgadas por vãos rectilíneos, com molduras terminadas em cornija. A O. do edifício de passageiros dispõe-se o CAIS COBERTO, adaptado ao declive do terreno e assente em soco, de planta rectangular, massa simples e cobertura homogénea em telhado de duas águas. Tem fachadas em cantaria aparente, terminadas em cornija e beirada simples, a virada a N. rasgada regularmente por três janelas rectangulares, a central jacente, e as viradas a E. e O., terminadas em empena, abrindo-se na primeira fresta de topo curvo, e na segunda ampla porta de verga recta. Junto ao cais coberto existe um troço de linha-férrea, sobre a qual assenta um vagão. Entre o edifício de passageiros e o cais coberto, existe plataforma sobrelevada, pavimentada em calçada à portuguesa, formando motivos ondeados, tendo nos degraus de acesso a inscrição ESTAÇÃO DO TÂMEGA CURALHA; no topo tem vagão.

Acessos

EN 103. WGS84: 41º42'45.51''N., 7º30'51.74''O.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado, paralelo à estrada nacional e numa cota sensivelmente inferior à mesma. Integra-se actualmente numa propriedade privada, vedada por muro, possuindo ainda a avenida de paralelos de granito que lhe dava acesso, entre placas arelvadas e com árvores de fruto, tendo à esquerda marco de betão com a inscrição ATENÇÃO AOS COMBOIOS PARE, ESCUTE, OLHE. PROIBIDO O TRANSITO PELA LINHA; o edifício de passageiros é delimitado frontal e lateralmente por canteiros com flores e arbustos e, em frente, tem rotunda, pavimentada a paralelos, com fonte moderna central, envolvida por canteiro. A S. corre o rio Tâmega, sobre o qual se ergue o poldrado e, na sua margem, um moinho, e a NO. a antiga ponte ferroviária, integrada na linha do Corgo, actualmente adaptada à circulação rodoviária.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

EMPREITEIROS: Alberto da Cunha Leão (1897), António Júlio Pereira Cabral (1897), António Pereira de Faria (1919), Rufino Ferreira de Azevedo (1917).

Cronologia

1873, 8 Julho - inauguração dos trabalhos da Linha do Douro; 1875, 30 Julho - cerimónia de inauguração da Linha do Douro, até então compreendida entre as estações do Pinheiro e de Novelas (Penafiel); 1878 - a Câmara Municipal de Vila Real solicitou a construção da via-férrea que ligaria a Régua a Chaves, passando por Vila Real; 1879 - o caminho-de-ferro chega a Pêso da Régua; 1897, 4 Abril - publicação em Diário do Governo da concessão da ligação ferroviária, de via estreita, entre a Régua, Vila Real e Chaves, a Alberto da Cunha Leão e António Júlio Pereira Cabral; o fundamento para o deferimento da petição esteve no interesse turístico e comercial das termas de Pedras Salgadas e do Vidago; 1903, 18 Fevereiro - decreto determinando a construção da linha-férrea do Vale do Corgo; 24 Agosto - início dos trabalhos de construção da linha, com administração directa do Estado; 1910, 25 de Abril - data do projecto do apeadeiro e respectivo acesso, copiado pelo desenhador José Soares Nogueira, incluindo o cais coberto para mercadorias, cais descoberto para mercadorias e retrete; autorização do orçamento do projecto; 1914, 2 Setembro - o Conselho Superior das Obras Públicas aprova em sessão a proposta para que o apeadeiro de Moure do troço de Vidago a Chaves seja construído no lugar denominado Poldrado de Curalha, chamando-o de apeadeiro do Tâmega; 1915, 20 Novembro - portaria autoriza o dispêndio de 57.500$00; 24 Novembro - depois de resolvida definitivamente a construção do traçado de Moure a Chaves, pela margem direita do Tâmega, decide-se a edificação do apeadeiro do tipo "D" em Moure e Tâmega; 1916, 23 Março - autorização do Conselho Superior das Obras Públicas do dispêndio de 1.810$99; requerimento da Câmara Municipal de Chaves pedindo para a estação da Curalha, que foi projectada numa quinta denominado o "Vieito", seja mudada para o sítio do "Poldrado", onde serviria maior número de povoações daquela importante região, alegando que o projecto aprovado ficava a 3 Km aproximadamente da povoação da Curalha e bastante próximo de Chaves; neste requerimento, algumas das povoações, como São Pedro e Vilela do Tâmega, expressam o desejo do apeadeiro ficar junto ao Poldrado, sendo suprimida a estação de Moure, ainda que anteriormente tenham pedido a conservação da estação nesta última povoação; em vista disso, o Engenheiro Chefe da Via e Obras opina não atender-se ao pedido da Câmara, ou então satisfaze-lo apenas em parte, fazendo recuar a implantação do apeadeiro do Tâmega para próximo do poldrado da Curalha, conforme planta; 11 Maio - resolução do Conselho de Administração dos Caminhos-de-Ferro para se construir a estação do Tâmega próximo do poldrado; tal levou ao aumento da despesa de 3.096$39, devido em parte ter-se projectado um apeadeiro de maiores dimensões do que as projecto aprovado e de ser grande a faixa de terrenos a expropriar, pois além da necessária, expropriaram-se outras que, por ficarem pequenas e encravadas entre a linha e a estrada, não havia vantagem em deixá-las de expropriar; com a mudança, o apeadeiro ficou ao Km. 11,360, tendo sido desviado uns 900 m para o lado da ponte do Tâmega; fica a 2 460 m do de Moure; 31 Agosto - portaria autoriza o dispêndio de 826$92; 1917, 1 Março - data da memória descritiva do projecto do apeadeiro; destinado a servir as povoações da margem direito do rio Tâmega, pondera-se que convinha a sua implantação, tanto quanto possível, ser próxima da ponte construída sobre aquele e dar acesso à EN 28, que de Chaves seguia para Boticas e Montalegre, bem como que ficasse próximo do antigo poldrado, situado a montante da ponte do caminho-de-ferro; considera-se ainda que as suas dimensões, ainda que pareçam demasiado grandes, evitem futuras dificuldades, no alargamento do apeadeiro; o mapa de expropriações para a sua construção importava em 426$79; o excesso de terras podia ser utilizado para o empréstimo da ponte do Tâmega, visto a distância que os separava ser relativamente pequena; a construção do apeadeiro, propriamente dito, orçava em 4.348$27; 5 Abril - estavam feitas as expropriações para o apeadeiro no local que lhe era destinado no projecto aprovado; foram expropriados terrenos de monte e oliveiras de António Barros Rodrigues, terras de lavradio de D. Águeda Augusta de Miranda Borges e Giestal de Zeferino d'Arrochela Vieira da Maia; e a José da Fonseca; a mudança do apeadeiro resulta para a empreitada - S - um aumento de 3.096$39; no perfil longitudinal da linha modificou-se a linha a partir do perfil 49 do Km 11, substituindo o patamar e a rampa de 0,010 em 760,00m, por uma rampa de 0,0075 em 160,00m seguido de horizontal em 401,30m, patamar do apeadeiro, e indo ligar-se ao antigo projecto no perfil 50 do Km 12 por uma rampa de 0,0147 com 433,40m de comprimento; procedeu-se ao desvio do caminho do poldrado, obra estimada em 346$290; assina o projecto o Engenheiro chefe do lanço Luís Azevedo Sá; o empreiteiro é Rufino Ferreira de Azevedo; 1919 - concurso limitado para a conclusão das terraplanagens entre a ponte sobre o rio Tâmega e a EN. 28, para a construção do apeadeiro do Tâmega na margem direita: 1 delas de 9.950$00 é feita pelos empreiteiros da ponte - António Pereira de Faria com Eduardo Augusto Pinto de Sousa, e não devia ser aceite; 30 Setembro - apresentação no concurso de 2 propostas para as terraplanagens entre a ponte sobre o rio Tâmega e a EN. 28, para a construção do apeadeiro do Tâmega na margem direita: a de José Tomaz de Magalhães, com proposta no valor de 14.500$00, incluindo 4.900$00 de terraplanagens e 9.600$00 da construção do edifícios, e a de António Pereira Faria, com proposta no valor de 14.450$00, incluindo 5.800$00 de terraplanagens e 8.650$00 do edifício; 13 Outubro - despacho da Comissão Executiva do Conselho, para execução das terraplanagens necessárias para o apeadeiro a José Thomaz de Magalhães, por 4.900$00; contudo, este último declarou na proposta que não aceitaria uma empreitada sem a outra; 14 Outubro - a Comissão Executiva do Conselho resolveu abrir novo concurso para a construção do apeadeiro do Tâmega - edifício de passagem, retrete, cais coberto e descoberto, visto a empreitada não poder ser adjudicada a António Pereira de Faria, em virtude das restrições constantes na sua proposta; 24 Outubro - em comunicação que se extraviou, a Direcção pondera que, entre as condições que impôs aos concorrentes, figurava que "As propostas seriam feitas em 2 partes conjuntas, inferiores a 10.000 escudos cada, não se admitindo concorrentes a 1 só parte"; assim, os concorrentes nas suas propostas apenas se preocupavam com a importância global, verificando-se que o empreiteiro António Pereira de Faria faz o conjunto da obra por preço inferior em 50 escudos; visto a obra se de reconhecida urgência, pois a abertura à exploração da linha até Chaves satisfazer uma das mais instantes necessidades da região, dado haver pressa na aprovação da empreitada, e se poder, em casos de urgência, contratar directamente do parecer (a 12 Novembro), procedeu-se à adjudicação da construção do edifício ao mesmo por 8.650$00; 12 Novembro - despacho do Ministro do Comércio e Comunicações autorizando a adjudicação de empreitada da construção do edifício do apeadeiro ao empreiteiro António Pereira de Faria, por 8.650$00, ficando sem efeito a comunicação de 14 Outubro; segundo o caderno de encargos, os trabalhos deviam começar em princípio de Dezembro e estar concluídas em Setembro; 1920, Março - empreiteiro pede aumento de 80% na importância, mas o engenheiro director acha que não tendo havido aumento dos materiais, o valor da empreitada também não fosse aumentada; 21 Maio - informação ao Presidente do Concelho de Administração dos Caminhos-de-Ferro do Estado dizendo não se ter feito contrato para a construção da ponte sobre o Tâmega principalmente porque, a adjudicação, tendo sido feita em Agosto, precisava andar com a obra rapidamente a fim de se poder lançar o arco antes do Inverno, pois seria perigoso nessa época com as cheias; também esteve-se à espera de qual seria o traçado a seguir por causa da construção da ponte e não se podia estar à espera de aprovação do contrato (não se sabia se ia seguir pela margem direita); não se podendo fazer pagamentos sem o contrato aprovado, o empreiteiro, naturalmente não começou o trabalho; 1921 - pedido da Junta de Paróquia e dos habitantes da Curalha para que o apeadeiro seja designado por Curalha; preferiu-se chamá-lo do Tâmega, porque Curalha, quando mal pronunciado, podia soar mal; 28 Agosto - inauguração da última secção da linha do Corgo, unindo Vidago a Chaves; 1922, 28 Agosto - o apeadeiro estava quase concluído, prevendo-se concluí-lo nos primeiros dias de Setembro; 29 Setembro - auto de entrega do apeadeiro do Tâmega, lanço do caminho-de-ferro da Régua a Chaves, compreendido entre Vidago a Chaves; compareceram o Engº. Chefe da 1ª Secção do Serviço de Estudos e Construção Álvaro Vieira Soares David e o Condutor adido, ao serviço da via e obras Aníbal de Oliveira a fim do primeiro entregar ao 2º o apeadeiro, que se verificou estar nas melhores condições de conservação e asseio; 6 Novembro - despacho da Administração Geral autorizando a venda de 4.956m2 de terreno que sobrou no local primitivamente destinado ao apeadeiro do Tâmega; 1927, 11 Maio - tomada de posse pela C.P. - Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro, das linhas do Estado - redes "Minho e Douro", tal como os "Sul e Sueste"; 1928, 27 Janeiro - contrato de sub-arrendamento das linhas de via estreita da rede do Estado, a do Vale do Corgo à Companhia Nacional de Caminhos-de-Ferro; 1947, Maio - a linha do Corgo passa a integrar a rede ferroviária nacional, ficando a sua posse e gestão a cargo da C.P.; 1978, 19 Janeiro - inauguração da tracção a "diesel" nos comboios da Linha do Corgo pela C.P.; a inauguração compreendia uma viagem numa composição especial a Chaves, com a presença do Engº Carneiro Aires, Director-Geral dos Transportes Terrestres, o Engº Amílcar Marques, Presidente do Conselho de Gerência da C.P., o Dr. Manuel Moura, Vogal do Conselho de Gerência da C.P., o Governador Civil de Vila Real, os Presidentes das Câmaras da Régua, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Santa Marta de Penaguião e Chaves, representantes das forças militares e militarizadas da região, e outros elementos directivos da C.P. e da comunicação social; 1990, 1 Janeiro - suspensão da circulação ferroviária na linha do Corgo entre Vila Real e Chaves, ficando reduzida ao troço de 26 km entre aquela cidade e a Régua; 1992 - João Morais, natural de Curalha, construtor civil, residente no estado da Virgínia, nos Estados Unidos e presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas dos Estados Unidos e Bermudas, apresentou proposta à CP para comprar o troço desactivado entre Vidago e Chaves, cerca de 20 km de via férrea, bem como todas as estações e apeadeiros, com o objectivo de manter a linha activada com a circulação de dois comboios turísticos; a CP e algumas autarquias não concordaram com o projecto; 1998 - anúncio público de venda do apeadeiro da Curalha; compra do apeadeiro pelo actual proprietário, por 125 mil euros; 2002 - início das obras de recuperação dos vários edifícios da estação; o proprietário pretendia criar um pequeno museu ferroviário, prevendo a colocação de alguns carris de bitola estreita, entre o apeadeiro e o cais coberto, onde se colocaria uma pequena composição, com uma carruagem e vagão, réplica da máquina a vapor, semelhante às que circularam na Linha do Corgo; projectava-se ainda uma cozinha regional no armazém; 2003, Julho - data prevista para a inauguração do edifício, aquando da celebração do casamento de uma das filhas do proprietário.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada ou em cantaria de granito aparente; cunhais, frisos, cornijas, platibandas e molduras dos vãos em cantaria de granito; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; silhar e faixas de azulejos; cobertura de telha.

Bibliografia

BORGES, Júlio António, Monografia do Concelho de Vila Real, Vila Real, 2006.

Documentação Gráfica

Arquivo Histórico dos Transportes Terrestres: Fundo dos Caminhos-de-Ferro do Estado, Secção Construção, Cx. 1908 (antiga cx. 126)

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Arquivo Histórico dos Transportes Terrestres: Fundo dos Caminhos-de-Ferro do Estado, Secção Construção, Cx. 1908 (antiga cx. 126)

Intervenção Realizada

Proprietário: 2002 - obras de recuperação e adaptação do edifício de passageiros às funções residenciais; instalações especiais.

Observações

*1 - A Linha do Corgo ligava Pêso da Régua a Chaves, passando por Vila Real, e foi construída em bitola de via estreita, ou seja, com 1 metro, acompanhando o rio Corgo pela margem esquerda. Actualmente, a linha funciona apenas entre a Régua e Vila Real, troço que vence um desnível de 360 m em 26Km.

Autor e Data

Paula Noé 2009

Actualização

 
 
 
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