Quiosque no Largo Trindade Coelho
| IPA.00026939 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia |
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Arquitectura comemorativa e arquitectura comercial, do séc. 20. Praça rodeada por árvores, possuindo, na zona central, dois monumentos escultóricos, um em cantaria de calcário, alusivo ao consórcio de D. Luís I e D. Maria Pia, formado por uma coluna, que sustenta um medalhão com inscrição, e outro em bronze, comemorando a actividade dos cautelreiros. Em dois dos ângulos, em faces opostas, dois quiosques de venda, ambos em metal, o de São Roque pintado de amarelo e o da Sorte pintado de verde, ambos com bases octogonal, em cantaria, com balcão do mesmo material, para onde abrem seis janelas com estores de correr metálicos. O primeiro possui remate cónico e o segundo em cúpula hexagonal, com pináculo no remate e friso, com dupla pala; ambos possuem pala em lona, onde se inscreve os respectivos nomes. |
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Número IPA Antigo: PT031106151399 |
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Registo visualizado 805 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Comercial Quiosque
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Descrição
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Praça com plataforma quadrangular, pavimentado a calçada à portuguesa, formando faixas longitudinais, rodeado por pinocos pintados de verde, para impedir o estacionamento no local e por canteiros com plátanos. No lado N., ergue-se o QUIOSQUE DE SÃO ROQUE, com estrutura em metal, de planta hexagonal, com remate cónico e friso recortado em metal, pintado de verde; possui base em cantaria de calcário, dividida por pilares do mesmo material e balcão em mármore. Possui seis janelas de atendimento, uma delas funcionando como porta, dividida por pilares simples e com estores, tudo pintado de amarelo, sendo os pilares das janelas ligados aos da base por elegantes enrolamentos vegetalistas em ferro forjado. Varetas em metal, sustentam uma pala de lona, onde se encontra a inscrição "QUIOSQUE DE SÃO ROQUE". Junto a este, um escultura de metal, alusiva à actividade do cauteleiro. Sensivelmente ao centro, surge um MONUMENTO em cantaria de calcário alusivo ao casamento do rei D. Luís I com a rainha D. Maria Pia. Assenta em plataforma de calcário rectangular, onde surgem duas ordens de plintos paralelepipédicos, o inferior jacente e o superior rematado por pequeno esbarro, de onde evolui uma coluna de fuste liso com capitel de inspiração coríntia, tendo, nas faces E. e O. as armas dos comemorados, encimados por coroa real fechada e assentes em querubim; sobre este, surge uma cornija e duas volutas, onde assenta um medalhão envolvido por coroa de louros, tendo, na face E., a inscrição: "PELO FAUSTO CONSORCIO DE SUAS MAGESTADES EL-REI D. LUIZ I DE PORTUGAL E A PRINCEZA MARIA PIA DE SABOIA EM 6 DE OUTUBRO DE 1862 NOVO PENHOR DE FRATERNIDADE ENTRE OS DOIS POVOS. OS ITALIANOS REZIDENTES EM LISBOA ERIGIRAM". Na face oposta, "PEL FAUSTO CONSORZI DELLE LORO MAESTÁ IL RE DON LUIGI DI PORTOGALLO E LA PRINCIPESSA MARIA PIA DE SAVOIA ALL 6 OTTOBRE 1862. NUOVO PEGNO DI FRATELLANZA FRA I DUE POPOLI GLI ITALLIANI RESIDENTI IN LISBONA ER ESSERO". No lado Este, duas escadas protegidas por guardas de ferro forjado pintado de verde, levam a instalações sanitárias subterrâneas. No lado S., surge um segundo QUIOSQUE de planta hexagonal, com estrutura metálica, pintada de verde, com remate em falsa cupulim oitavado, revestido a falsas escamas de peixe, encimado por pináculo pontiagudo e assente em duplo friso, separado por pequena pala. A zona inferior é formada por seis apainelados em mármore, um deles correspondente à porta de acesso, onde assenta o balcão em pedra mármore; para o balcão abrem as janelas de venda, flanqueadas por pilares ornados por caules estilizados, dando origem a um vão recortado superiormente, constituído por enrolamentos, encontrando-se protegidas por estores de correr, também pintados de verde. Encontram-se protegidos por pala de lona, formando seis águas, sustentada por elementos em ferro pintado de verde, surgindo, no intradorso, vários elementos de iluminação; na lona, a inscrição "QUIOSQUE DA SORTE". |
Acessos
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Largo Trindade Coelho |
Protecção
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Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) e na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) / Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
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Urbano, integrado na zona do Bairro Alto (v. PT031106150275), isolado, dispostos num largo quadrangular, rodeado por uma vias públicas e por edifícios de habitação pombalinos, bem como o complexo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (v. PT031106150334). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Comercial: quiosque |
Utilização Actual
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Comercial: quiosque |
Propriedade
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Privada: pessoa singular (quiosque) / Pública: municipal (monumentos escultóricos) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 18 - o termo quiosque aplica-se aos pavilhões de jardim orientais e aos próprios coretos; 1862(?) - construção do monumento comemorativo ao Consórcio do rei D. Luís, oferecido pela comunidade italiana em Lisboa; 1865 - os franceses adoptaram os quiosques para embelezar pontos estratégicos dos "boulevards", onde se vendiam jornais, flores, tabacos e refrescos; 1867, 4 Novembro - primeiro pedido à Câmara Municipal de Lisboa para a introdução de um quiosque em Lisboa, pelo escritor e artista D. Tomás de Melo; 1868, 12 Novembro - o monarca dá autorização e a edilidade também; a Câmara autorizava o seu arquitecto, Domingos Parente da Silva para estudar a sua localização na cidade, considerando os pedidos de D. Tomás de Melo e, entretanto, de José Maria de Porto Miguéis; 1869 - estes elementos começam a generalizar-se em Portugal; 1876, 3 Agosto - Charles Marnay pede à Câmara a introdução de bancos e poltronas de ferro nos Restauradores, que serviriam a construção de dois quiosques e um coreto; 1900 - alguns passam a vender sorvete e, no do Terreiro do Paço, vendia-se peixe frito e azeitonas; séc. 20, início - construção dos quiosques; séc. 20, década de 90 - feitura da escultura ao cauteleiro. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Quiosques com estrutura em metal e cantaria de calcário e mármore; elemento de ligação entre os pilares do Quiosque de São Roque em ferro forjado; palas em lona; monumento escultórico em cantaria de calcário e monumento em bronze. |
Bibliografia
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FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Quiosques de Lisboa, Sacavém, Distri Editora, 1986; BONY, Claudie, Uma História de Quiosques, Lisboa, Artemágica, 2004. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20 - arranjo e pintura dos quiosques; limpeza das cantaria do monumento escultórico. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Figueiredo 2008 / 2009 |
Actualização
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