Parque do Cabeço das Rolas

IPA.00026536
Portugal, Lisboa, Lisboa, Parque das Nações
 
Arquitectura recreativa, pós-moderno. Parque urbano onde se pode ver claramente favorecido o tratamento da forma, tirando partido da topografia do terreno.
Número IPA Antigo: PT031106331355
 
Registo visualizado 3400 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Espaço verde  Parque  Parque  Pós-modernista    

Descrição

O parque, de planta aproximadamente rectangular, inscreve-se na sua totalidade numa grande elevação, de declive acentuado, que entre as orientações compreendidas entre N. e SE., no sentido dos ponteiros do relógio, se encontra modelado em terraços Aqui, o declive é vencido por meio de taludes sustentados por muros de suporte apresentando Nas restantes orientações, a encosta apresenta um declive bem mais suave. De modo geral, os caminhos deste parque ou acompanham a direcção e a proximidade do coroamento dos taludes ou são ortogonais a estes Na zona do topo, os taludes circundantes são revestidos por relvado. O parque encontra-se totalmente vedado por gradeamento pintado de branco, com cerca de 2 metros, ocupando altitudes variadas, ao longo do seu perímetro. Apresenta um núcleo central, plano, à maior cota, onde uma COMPOSIÇÃO DE CANTEIROS de planta quadrada se inscreve no interior de um hexágono, orientando os seus vértices para as faces deste hexágono, alternadamente. A linha exterior deste hexágono repete-se num caminho em anel, a uma cota cerca de 5,5 metros abaixo, separados por um talude relvado de declive acentuado. Três dos vértices deste canteiro apontam a directriz de três escadarias em tijolo inscritas ao longo de todo o talude. A partir das escadarias NO. e NE, desenvolvem-se dois caminhos perpendiculares ao caminho em anel, ligando o primeiro, por rampa, ao portão que assinala o acesso NO do jardim, e o segundo, de nível, liga ao limite do patamar definido pelo muro de suporte mais elevado, alinhado com a Alameda dos Oceanos, onde se situa uma vasta PÉRGULA que ensombra 10 bancos de jardim alinhados com o coroamento do referido muro, para depois inflectir num ângulo de 90º, acompanhando este caminho todo o coroamento deste muro. A E. do caminho em anel, sai também um caminho, rectilíneo que mais tarde se assume como uma escada rampeada e posteriormente evolui para 10 lances de escada, que liga ao acesso da "Alameda dos Oceanos". De um quarto ponto do anel sai um caminho orientado a SE: e um outro a SO. que liga quase em linha recta a outro extremo do jardim. A O. deste caminho, junto à composição de canteiros, a um nível inferior a este em cerca de 1 metro, encontra-se uma ESPLANADA composta por um conjunto de mesas e sofás em alvenaria, coberta por toldo, e logo a SO. desta um TANQUE sobreelevado de acumulação de água, de grandes dimensões que acompanha o caminho. Frente a este tanque, a E da composição dos canteiros, situa-se um EDIFÍCIO de planta quadrada, de 2 pisos, em alvenaria, revestido a pedra até metade da sua altura e a tijoleira até à sua cobertura.Neste edifício funciona actualmente um club sénior para residentes na zona. A este nível vamos encontrar árvores como o cedro do Himalaia(Cedrus deodara); o carvalho-cerquinho (Quercus faginea); o carvalho-negral (Quercus pyrenaica); o sobreiro (Quercus suber); o gleditsia (Gleditsia triacanthos); a retama (retama monosperma); a robínia (Robinia pseudacacia); a Colutea (Colutea arborescens); o jacarandá (Jacaranda ovalifolia); o loureiro (Laurus nobilis); a olaia (Cercis siliquastrum; o cipreste (Cupressus sempervirens); a Oliveira (Olea europaea); o Choupo-branco (Populus alba); o castanheiro da Índia (Aesculus hippocastanum) e a grevília ( Grevillea robusta) e arbustos como o alecrim (Rosmarinus officinalis); o viburno ( viburnum tinus); a piracanta (Pyracantha coccinea); o loendro (Nerium oleander), a tecomaria (tecomaria capensis) e o jasmim (Jasminum odoratissimum). A uma cota menos elevada, a E. deste edifício, com acesso por escada situa-se um patamar semicircular e, seguindo a mesma direcção, mais abaixo, separado por um caminho, um PAVILHÃO de planta rectangular, com cobertura plana e arrelvada, na qual se implantam quatro chaminés em tijoleira, já ao nível de base, junto ao arruamento denominado "Passeio do Báltico" exibindo na sua fachada a sigla "Envac. Automated waste collection", empresa de recolha automática de lixos urbanos. Na vertente orientada a N. existe um taipal, descreve uma área resguardada, com a forma de uma semi-circunferência cujo centro imaginário seria o elemento escultórico da rotunda da Avenida de Ulisses. Neste área inscreve-se ainda no terreno um caminho paralelo ao taipal, separado deste cerca e 4 metros. Existem ainda dois caminhos que descrevem dois raios com origem no mesmo ponto da rotunda, que seccionam a referida semi-circunferência em três partes iguais. Estes caminhos inscrevem-se no terreno a partir do passeio da Avenida de Ulisses, e ligariam aos caminhos utilizáveis do parque, donde se pode concluir que este espaço lhe foi mutilado. Junto ao Passeio da Avenida de Ulisses o parque encontra-se vedado por gradeamento o que torna esta zona inacessível. A SE., num terceiro patamar a partir da composição de canteiros, existe um olival de planta rectangular, instalado sobre um relvado, com 17 árvores dispostas em 3 linhas longitudinais Neste olival situam-se 11 estações didácticas, em painéis, sobre a esta cultura. Junto a este, a uma cota cerca de 6 metros inferior, separado por um muro de suporte em pedra, situa-se um parque de estacionamento desactivado, de planta rectangular, com as placas separadoras dos lugares, inscritos no asfalto, vegetalizadas. Sendo o seu maior eixo paralelo à Alameda dos Oceanos. Justaposto a este, a NO., mas de cota superior, situa-se outro parque de estacionamento, de planta trapezoidal e também separado do parque por muro de suporte em pedra. Este parque é utilizado pelo Hospital Cuf Descobertas.

Acessos

Envolvido por: Passeio do Báltico a O., a Avenida de Ulisses a N. e Alameda dos Oceanos a E., e a S. um arruamento que liga O Passeio do Báltico à Alameda dos Oceanos. Apresenta uma entrada em cada um destes arruamentos.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Parque situado num cabeço e encostas adjacentes situado junto á zona ribeirinha de Lisboa, na zona da Parque Expo.

Descrição Complementar

Existe neste parque como que um "planalto" de formato hexagonal, no centro do qual de inscreve uma COMPOSIÇÃO DE CANTEIROS de planta quadrada. A referida composição de canteiros tem cada um dos seus vértices orientados para o ponto central das faces do hexágono, alternadamente. As partes pavimentadas deste quadrado são revestidas em tijolo de burro. É quadripartido, desenhando-se no seu interior uma cruz grega com cerca de 14 metros de comprido, interceptada por um quadrado central (cruz grega enquadrada) com cerca de 6 metros de lado, com o mesmo pavimento, ficando assim delimitados quatro tanques com cerca de 1 metro de profundidade. Em cada um destes tanques, vamos encontrar 6 canteiros iguais, de formato também quadrado, com cerca de 1,8 metros de lado. 4 desses canteiros estão simetricamente arrumados no extremo de cada tanque. No alinhamento exterior destes 4 quadrados existe de cada lado mais um canteiro, somando assim os 6 canteiros referidos em cada um dos tanques. Enquanto que cada um dos canteiros se encontra plantado com uma espécie de planta herbácea contrastante com a do canteiro vizinho, formando como que as casas de um tabuleiro de xadrez, os espaços quadrados vazios de cada tanque apresentam, cada um deles, um núcleo central de nenúfares ( Nymphaea.L ). Entre as várias herbáceas vamos encontrar espécies como a violeta ( viola tricolor), os lírios ( Iris spp), a gipsofila (Gypsophila repens), a Armeria maritima ( Armeria maritima ), o origanum ( Origanum vulgare), entre outras.

Utilização Inicial

Recreativa: parque

Utilização Actual

Recreativa: parque

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Parque-Expo

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO PAISAGISTA: Gonçalo Ribeiro Telles (1996). CONSTRUTOR: Troufa Real, arquitectura Lda (1996).

Cronologia

Idade média - Os estaleiros instalaram-se na zona ribeirinha de Lisboa; 1755 - O terramoto destruiu quase todo o arsenal da marinha; 1758 - Eugénio dos Santos reconstrói quase todo este arsenal. Séc. 18 - a zona ribeirinha oriental de Lisboa encontrava-se predominantemente ligada ao lazer, existindo ainda uma série de palácios que sobreviveram ao terramoto de Lisboa, como os Palácios de Xabregas e da Mitra, e o Convento de Marvila entre outros, sendo também considerada uma zona privilegiada pelo clero pelo que se situavam aqui vários edifícios monásticos; séc. 19/20 - período ligado à indústria e à portuária tendo-se instalado grandes infra-estruturas industriais como: a refinaria da Petrogal (exactamente na zona onde existiu a primeira doca de amaragem para hidroaviões em Portugal, vindo o seu hidroporto a ser abandonado), depósitos de produtos petrolíferos, o Matadouro Industrial de Lisboa, o Depósito Geral de Material de Guerra, a Estação de Tratamento de Águas Residuais, o Aterro Sanitário e a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos de Beirolas, bem como várias instalações portuárias e actividades afins. Junto aos palácios anteriormente construídos são implantados bairros operários e bairros de habitação social; 1939 - a praia existente na zona ribeirinha deixa de existir devido ao desenvolvimento industrial da cidade; 1940, 1 de Janeiro - a refinaria de Lisboa entra em laboração; 1960 - enquadramento paisagístico da Petroquímica por Gonçalo Ribeiro Telles; Década 90 - 1ª metade - As obras da Expo'98 obrigaram a Petrogal a antecipar o encerramento da refinaria de lisboa e a alienar o miniparque de Cabo Ruivo, facto pelo qual recebeu uma compensação indemnizatória e foi autorizada a manter a propriedade dos seus terrenos; 1995, 20 de Julho - entrega do plano geral do anteprojecto para o Parque do Cabeço das Rolas assinado pelo Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles e pela Trufa Real, arquitectura Lda. Este projecto apresenta vários elementos construídos como: um elevador, uma passeira sobreelevada, vários muros de suporte, várias latadas, uma enorme gaiola de formato piramidal designada no projecto como "tenda das rolas", um anfiteatro designado como "Teatro de verdura", um "Largo dos jogos", uma praça com repuxos, uma queda de água, um riacho, um bar com esplanada, um parque infantil bem como instalações sanitárias e de serviço. Apresenta também uma série de diferentes ambientes de verdura, distribuídos pelos vários socalcos do parque, como: "o laranjal, o horto das abelhas, o horto dos primores, o horto da saúde, o horto pedagógico, o borboletário, o relvado, o prado, a mata paraclimática e ainda uma zona de culturas exóticas; 1996, 18 de Março - no "Plano Geral para a área de edifício semicircular do Cabeço das Rolas" pode-se observar em pormenor o anfiteatro, de formato semicircular em que o seu ponto de fuga seria o ponto central da rotunda que intersecta a Avenida de Ulisses, no topo N. do parque. Este plano localiza formalmente: uma parede escultórica translúcida com cortina de água, a rematar o conjunto, junto ao arruamento que envolve a referida rotunda, frente a esta encontramos um anfiteatro, encaixado na encosta. Como pano de fundo a este temos olival ao centro e mata envolvente paraclimática de cada um dos lados. O conjunto é atravessado por dois caminhos que são como que raios desta semicircunferência , ladeados bilateralmente por alinhamentos de ciprestes, subdividindo-a em três partes iguais. Sobre o projecto no total da sua área escreveram os autores "Pretendeu-se com este projecto transformar uma área industrial com problemas ao nível da contaminação do solo e erosão (devido a grandes declives) num parque urbano para lazer, recreio e educação. Propôs-se a adaptação de algumas estruturas existentes (tanques, edifício, muro em alvenaria de pedra) para novas funções e a construção de outras, inspiradas na ocupação industrial (muros em tijolo burro).Foram criados vários espaços com formas e usos diferentes mas que se interligam através da estrutura definida pelo desenho que se reflete nos caminhos, circulação da água e vegetação paraclimática. Estes espaços foram designados por objectos, onde se destacam: Tenda das Rolas e Jardim dos Lírios; Jardim de Água, situado no ponto mais elevado do parque, contituindo um miradouro. Adjacentes a este espaço existem aínda a Cascata dos Bambus, a Gruta das Avencas e um tanque que será o ponto de orígem da água; Teatro de Verdura, tendo como pano de fundo um roseiral; Praça de Jogos, de forma semi-circular, destinada a jogos tradicionais; "Quinta de Recreio, incluindo um laranjal, jogo da pela, labirinto, hortos, borboletário, pérgola e latada; anfiteatro de forma semi-circular"; 1997 / 1998 - Execução parcial do projecto: realização dos muros de suporte revestidos a tijolo-burro, dos arruamentos do parque, de parte do plano de plantações e dos canteiros submersos do "Jardim da Água". Separação da área do "Edifício semicircular", onde só se realizaram os caminhos, do resto do parque, por taipal; 2001, 1/5 de Junho - Apresentação da Oficina de Ambiente no parque; 2006/2007 - Actividades lúdico-pedagógicas regulares do programa educação, diárias durante todo o ano lectivo nos dias úteis. Para o 3ª ciclo e ensino secundário fizeram-se provas de orientação no parque com vista ao desenvolvimento da capacidade de orientação e observação do espaço.

Dados Técnicos

As vertentes, extremamente ingremes , são suportadas por vários muros de suporte inclinados que possibilitam a criação de terraços sobreelevados.

Materiais

Materiais inertes: pavimentos em macadame, tijoleira ou calçada portuguesa em granito 8x8; valetas em calçada portuguesa em granito 8x8; lancis em tijolo burro bem como muros revestidos no mesmo material, muros em alvenaria de pedra, edifício em alvenaria revestido em pedra até metade da sua altura seguida de tijolo burro até à cobertura, gradeamentos, iluminária e papeleiras em metal; passadiço e bancos em madeira. Material Vegetal: árvores - cedro do Himalaia(Cedrus deodara); carvalho-cerquinho (Quercus faginea); carvalho-negral (Quercus pyrenaica); sobreiro (Quercus suber); gleditsia (Gleditsia triacanthos); retama (retama monosperma); robínia (Robinia pseudacacia); Colutea (Colutea arborescens); jacarandá (Jacaranda ovalifolia); loureiro (Laurus nobilis); olaia (Cercis siliquastrum; cipreste (Cupressus sempervirens); Oliveira (Olea europaea); Choupo-branco (Populus alba); castanheiro da Índia (Aesculus hippocastanum); grevília ( Grevillea robusta), arbustos - alecrim (Rosmarinus officinalis); viburno ( viburnum tinus); piracanta (Pyracantha coccinea); loendro (Nerium oleander), tecmaria ; jasmim (Jasminum odoratissimum), herbáceas - violeta ( viola tricolor), os lírios ( Iris spp), a gipsofila (Gypsophila repens), a Armeria maritima ( Armeria maritima ), o origanum ( Origanum vulgare).

Bibliografia

MAGALHÃES, Manuela Raposo, A Arquitectura Paisagista. Morfologia e Complexidade. Lisboa, Editorial Estampa, Lda., 2001; CARAPINHA, Aurora e TEIXEIRA, José de Monterroso, A utopia e os pés na terra, Lisboa, Instituto Português de Museus, 2003

Documentação Gráfica

IHRU: Arquivo Pessoal Gonçalo Ribeiro Telles

Documentação Fotográfica

IHRU/SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Teresa Camara 2008

Actualização

 
 
 
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