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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Cinema
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Descrição
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| Planta composta quase quadrangular. Vários corpos, de volumes articulados e de acentuada horizontalidade, em gaveto. Cave e 2 pisos. Cobertura diferenciada, em cúpula e em telhado escalonado. No ângulo que torneja, corpo central, cilíndrico, rasgado por 3 portas em arco pleno, com as bandeiras preenchidas por rendilhado radiante em ferro. O corpo é coroado por uma cúpula com tambor rasgado por janelas, cornija e platibanda em balaustrada com jarrões, domo e lanterna circular. As fachadas laterais são divididas por pilastras. Fachada E.: 2 portas de vãorectangular com entablamento decorado com grinaldas e encimadas por óculo coroado por festões. Entre estas, janelas de vão rectangular emolduradas a cantaria e com guardas em balaustrada. Cornija encimada por platibanda em balaustrada esconde a cobertura rasgada por 6 trapeiras; por detrás destas ergue-se uma empena vazada por 1 óculo e coroada por uma espécie de remate contracortado, que esconde o telhado do corpo interior, rectangular, destinado á sala de espectáculos. Fachada N.: Ao nível da cave, 3 janelas de peito e 1 porta de verga curva e mais 2 grandes de acesso á garagem. 1º piso - 1 porta com decoração idêntica á da fachada E. e 4 janelas de peito. 2º piso é corrido por platibanda em balaustrada que esconde um telhado de 1 água, nos extremos, 2 corpos com janelas com guardas em balaustrada. Sobre o telhado, o corpo da sala de espectáculos. Na prumada das garagens ergue-se um corpo, cego e mais alto. |
Acessos
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| Avenida da Liberdade, n.º 182 - 188; Rua Manuel de Jesus Coelho, n.º 5 - 13 |
Protecção
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| Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 118/2015, DR, 2.ª série, n. 35 de 19 fevereiro 2015 / Incluído na classificação da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972) e na Zona Especial de Proteção Conjunta dos Imóveis Classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
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| Urbano. Localizado no lado E. da avenida. No lado que dá para a rua perpendicular é dissonante. |
Descrição Complementar
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| Este corpo mais alto, que se ergue ao nível das garagens, tem a caixa murária pintada com janelas, cornija e balaustrada idênticas às da fachada, confundindo-se mesmo com esta. A parte mais alta, recebe uma pintura com fundo prateado, dando a noção de espelhado, com um portão em ferro trabalhado envolto em vegetação. A entrada faz-se pelo corpo central, cilíndrico, em forma de vestíbulo, daqui partem as escadas, situadas lateralmente, e que conduzem à plateia e 1º balcão. Todo o seu interior é decorado com festões, grinaldas e pilastras com nervuras e capitéis jónicas.
"[as fachadas] de um gosto preciso que o princípio do século valorizara em França. (…) tal como noutros teatros mais recentes, é o hall solene e amplo, com escadas de acesso lembrando palácios anteriores, e a sala com decorações douradas, em estilo Luís XVI, que são objeto de um tratamento mais cuidado, completando o efeito da revisão do traçado dos corredores, foyers e salas de fumo, aos quais se pensou acrescentar em 1945, um restaurante de luxo, que aproveitaria a cave, e que funcionaria independentemente do cinema." (ACCIAIUOLI) |
Utilização Inicial
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| Cultural e recreativa: cinema |
Utilização Actual
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| Cultural e recreativa: casa de espetáculos |
Propriedade
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| Privada |
Afectação
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Época Construção
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| Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITECTO: Raul Lino (1879 - 1974). |
Cronologia
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| 1889, 25 maio - inauguração da Av. da Liberdade, Lima Mayer que tinha terrenos cindidos pela abertura da avenida constrói no terreno poente uma casa apalaçada (hoje o consulado de Espanha, R. do Salitre, IPA.00005065) o terreno a nascente ficará vazio até que Frederico de Lima Mayer, intimado a construir pela Câmara sob pena de expropriação, decide aí construir um cinema em 1924 com projeto de Raul Lino, que será também nos primeiros anos o programador dos filmes; 1917 - diretriz camarária obriga os proprietários de terrenos vagos na Avenida da Liberdade a apresentarem projetos de construção no prazo máximo de dois anos; 1918, 5 de março - entra na câmara municipal o projeto de construção; 1921, 13 de maio - o projeto é aprovado pela câmara; 1924, 30 novembro - inauguração, com uma capacidade de 2100 lugares, com o filme de Henry Roussel "Violetas Imperiais", os filmes eram acompanhados com orquestra de cordas dirigidas por Nicolino Milano; 1930 / 1940 - são feitas remodelações; Frederico Mayer acolhe a ideia de receber numa sala do Cinema o Grupo Teatro Novo, dinamizado por António Ferro; 1928 -1932 - Luís de Freitas Branco apresenta no Tivoli os Concertos Sinfónicos de Lisboa; 1944 - morte de Frederico Mayer, os herdeiros mudam o nome da empresa Lima Mayer para Sociedade Cinematográfica Lda.; 1962 - 1969 - a Orquestra Gulbenkian atua no Tivoli até ter as suas instalações inauguradas; 1966, 25 de janeiro - o Grupo Gulbenkian de Bailado estreia aqui a sua primeira temporada sob a direção de Walter Gore, o bailado O Carnaval de Michel Fokine, peça dançada no segundo espetáculo que a companhia de Diaghileve deu em 15 de dezembro de 1917 no Coliseu dos Recreios (CASTRO, p. 63); 1973 - A Lusomundo adquire o Cinema/teatro; 1987 - o Instituto Português do Património Cultural chumba um projeto de transformação arquitetónica para o Cinema da autoria de Troufa Real; 1989, Maio - Despacho que determina a classificação do imóvel; 30 Junho - fechou as suas portas, embora esporadicamente tenha vindo a dar espectáculos, mas não de cinema; é vendido pela Lusomundo a uma imobiliária espanhola, durante este período o edifício sofre adulterações com a construção de um parque de estacionamento de um hotel; 1990 - estudo de remodelação de Nuno Teotónio Pereira é chumbado na Câmara Municipal; 1997, 31 dezembro - publicação da classificação do edifício como Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301; 2004 - a sala é adquirida pelo grupo Lx Skene, uma sociedade que incluí Herman José e Nuno Artur Silva, usou o Tivoli como estúdio de TV; 2011 - a sala é adquirida pela produtora UAU; 2014 - com o apoio do Banco Bilbao Viscaya e Argentaria a produtora realiza obras de renovação no valor de cerca de 4 milhões de euros; 2012, 13 novembro - publicação do projeto de decisão relativo à revisão da delimitação da classificação do edifício, em Anúncio n.º 13678/2012, DR, 2.ª série, n.º 219; 2015, 19 fevereiro - Portaria n.º 118/2015, DR, 2.ª série, n.º 35, alterou a área classificada, a denominação da classificação, para "Cineteatro Tivoli e respetivo palco", e a categoria de classificação, para Monumento de Interesse Público. |
Dados Técnicos
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| Sistemas estruturais |
Materiais
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| Alvenaria, cantaria, vidro e telha. |
Bibliografia
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| ALMEIDA, Pedro Vieira de, CARVALHO, Manuel Rio de, FRANÇA, José Augusto, PIMENTEL, Lino, Catálogo da Exposição Retrospectiva de Raul Lino, Lisboa, 1970; RIBEIRO, Félix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa, 1896 - 1939, Lisboa, 1978, pp.138-146; ALMEIDA, Pedro Vieira de, FERNANDES, José Manuel, História da Arte em Portugal, Vol. 14, Lisboa, 1986; “O palácio do cinema dos lisboetas”, Revista Sábado, 28 novembro de 2024; [a consultar] RIBEIRO, Teresa, Tivoli - 100 Anos na Nossa Vida, Produtora UAU, 2024.; AAVV, Guia Urbanístico e Arquitetónico de Lisboa, Associação dos Arquitetos Portugueses, 1987, p.147; Bibliografia CASTRO, Maria João, O Essencial sobre Os Ballet Russes em Lisboa, Imprensa Nacional, 2017; ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa - Um fenómeno urbano do século XX, 2.ª edição, Bizâncio, 2013, pp.73-81 e p.301. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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| CML: Arquivo do Alto da Eira, Procº. nº 3 166. |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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| João Silva 1992 |
Actualização
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| Josina Almeida 2025 |
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