Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Bragança / Lar Imaculada Conceição / Lar de Santa Isabel

IPA.00026223
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Arquitectura de saúde, do séc. 20. Hospital de misericórdia composto por três núcleos construtivos, o central da primeira década do séc. 20, com planta rectangular irregular e integrando dois pátios laterais. Apresenta fachadas de três pisos, o primeiro em alvenaria de pedra e os restantes rebocados e pintados, terminadas em aba corrida e rasgados regularmente por vãos rectilíneos sem moldura e com panos de peito côncavos; a fachada principal tem pano central recuado, e é rasgado por portal de verga recta e frontão triangular, precedido de escadas, entre janelas com moldura na zona superior e encimado por painel de azulejos representando a Virgem da Misericórdia e remate em falso espaldar.
Número IPA Antigo: PT010402450294
 
Registo visualizado 2071 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Saúde  Hospital  Hospital de Confraria / Irmandade  Misericórdia

Descrição

Planta irregular composta pela articulação de três núcleos construtivos, compostos por vários corpos, de cronologias dispares, sendo o núcleo central o inicial e mais antigo, possuindo dois pátios rectangulares intermédios. Volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro ou duas águas, rematadas em beirada simples. Fachadas de um, dois ou três pisos adaptados ao declive do terreno, rebocadas e pintadas de branco e rasgadas por vãos rectilíneos a ritmo regular, sem molduras. Núcleo principal com fachadas de dois ou três pisos, neste caso tendo o térreo em semi-cave e em alvenaria de pedra aparente, separado do seguinte por friso, e terminadas em aba corrida. Fachada principal virada a SE., com corpo de três panos, o central, sensivelmente recuado, com remate em cornija interrompendo a aba corrida, encimada por falso espaldar recortado, em cantaria, decorado por grinalda e elementos fitomórficos; o pano é rasgado, no piso térreo, por quatro janelas rectangulares jacentes, gradeadas, duas de cada lado de porta central, e, no superior, por portal de verga recta, com fina moldura, encimada por frontão triangular sobre duas mísulas, e quatro janelas de varandim, com pano de peito rebaixado, peitoril e moldura superior, terminada em pequena cornija, em cantaria, e guarda em ferro; o portal é acedido por escada de cantaria, com guarda plena do mesmo material e corrimão em ferro. No terceiro piso, surge ao centro painel de azulejos bícromos, azuis e brancos, com representação da Virgem da Misericórdia, ladeado por quatro janelas de peitoril, duas de cada lado, possuindo inferiormente cornija corrida sobre mísulas. Os panos laterais, simétricos, possuem a zona central dos cunhais marcados com chanfro e são rasgados por três eixos de vãos, correspondendo no piso térreo a janelas jacentes e portal central, no intermédio a janelas de peitoril, e no terceiro a janelas de varandim, com guarda em ferro, e possuindo a meio, correndo todo o pano, friso de cantaria. Este corpo central é ladeado por dois outros, recuados, o da direita mais prolongado, criando os pátios intermédios e apresentando o mesmo esquema; são rasgados a SE. por janelas de peitoril, os do piso térreo gradeadas, por janelas de peitoril e, no último piso, por janelas de varandim com guarda em ferro. A fachada lateral direita e a posterior tem apenas dois pisos, rasgados por janelas de peitoril, algumas mais altas e com guarda em ferro, ou de varandim, semelhantes. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por rodapé e friso intermédio em madeira, tectos falsos com grelhas metálicas ou em estuque e zonas de circulação com pavimento cerâmico. O vestíbulo apresenta, à esquerda, escada de ligação entre os pisos, com guarda plena e corrimão em ferro, pintado de branco. A partir do vestíbulo desenvolve-se, para cada lado, corredor de comunicação aos vários espaços e aos pátios. O da esquerda apresenta fachadas de dois pisos, rasgadas por janelas de peitoril ou de varandim, com guardas em ferro, à excepção da face virada a SE., que tem no piso térreo amplos vãos com caixilharia formando quadrícula; tem pavimento em placas de betão granuladas com inerte rolado e canteiros de flores. O pátio da direita forma terraço, para onde dão fachadas de um piso rasgadas por janelas de peitoril ou amplos vãos rectangulares com caixilharia formando quadrícula. A capela apresenta nave com pavimento de tacos, coro-alto de madeira, com guarda em falsos balaústres, e presbitério também de madeira, acedido por escadas laterais do mesmo material; a parede testeira é revestida por alto lambril de madeira, sobreposto, ao centro, por imagem do Cristo na cruz. Destaque ainda para a sala de reuniões da Mesa, com mesa rectangular de pés torneados e cadeiras de couro. Ao núcleo central adossa-se, à esquerda, um outro, de planta em L, composto por vários corpos escalonados, com fachadas de um piso e frontalmente com cave, percorridas por embasamento recortado revestido a alvenaria de pedra, e terminadas em platibanda plena de betão, pintada de cinzento, percorrida horizontalmente por dois frisos e, tendo em algumas zonas, espaldar semicircular sobrelevado. São rasgadas por janelas rectilíneas rectangulares ou jacentes, estas com caixilharia dupla ou tripla, com molduras de cantaria, formando ligeira empena superior, recorte lateral e tendo panos de peito rebaixados. Ao núcleo central adossa-se ainda, à direita, um outro, correspondente ao denominado Lar de Santa Isabel, composto por três corpos rectangulares e com volumes escalonados, formando curva de modo a disporem-se quase frontalmente ao núcleo principal, possuindo na zona de ligação um outro corpo, mais baixo, formando passadiço de circulação inferior. Este núcleo apresenta fachada de três pisos, adaptadas ao declive, pintadas de branco e faixas verticais regulares em verde, zona em que se abrem janelas jacentes. Os dois primeiros corpos são percorridos ao nível do piso térreo por varanda com guarda em ferro e, no ângulo, tem pequeno alpendre protegendo o portal de acesso, ladeado por lápida inscrita. O corpo de ligação é rasgado por janelas de peitoril entre frisos relevados verticais, as centrais geminadas. A fachada posterior forma espinha nos dois pisos superiores, pintadas com faixas verdes, e rasgadas por janelas de peitoril; o piso térreo, plano, é rasgado por amplas janelas.

Acessos

Rua Emídio Navarro. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,807751; long.: -6,755939

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, construído na antiga cerca do Mosteiro de Santa Clara (v. PT010402450236), cedida em 1914 para o efeito, vedado por muro encimado por gradeamento e acedido por amplo portão central e dois laterais, em ferro, intercalados por plintos coroados por lanternas e vasos em ferro, pintados de verde. Junto ao portão ergue-se a casa da guarda, de planta rectangular e cobertura em telhado de quatro águas, coroadas por pináculo cerâmico. Apresenta fachadas rebocadas e pintadas de branco, frontalmente com embasamento em alvenaria de pedra, com as juntas tomadas e pintadas de branco, e rasgada por janela com caixilharia de guilhotina, protegida por alpendre assente em dois pilares de ferro; lateralmente tem porta de verga recta. O edifício do hospital adapta-se ao declive acentuado do terreno, possuindo ao longo da fachada principal bailéu, capeado a cantaria. Em frente, possui alto plinto de cantaria, sustentando imagem de Nossa Senhora da Misericórdia; o plinto tem duas lápides em bronze com a inscrição: NOSSA SENORA DA MISERICÓRDIA 1952. A S. e SO. existe zona arelvada pontuada de árvores, envolvendo o edifício do antigo Dispensário (v. PT010402450351).

Descrição Complementar

O painel de azulejos da fachada principal representa a Virgem da Misericórdia com os braços abertos, manto seguro por dois anjos, protegendo sob ele, à sua direita, o papa, vários bispos e um freire e, à sua esquerda, o rei, uma outra figura masculina com coroa, duas figuras femininas e um outro. Inferiormente tem a inscrição Nossa Senhora da Misericórdia Bragança Páscoa de 1995. No vestíbulo existe lápide em mármore, com a inscrição, em 10 regras, SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA LAR DA IMACULADA CONCEIÇÃO INAUGURADO POR SUA EX.A O SR. MINISTRO DO EMPREGO E DA SEGURANÇA SOCIAL ENG. JOSÉ BERNARDO VELOSO FALCÃO E CUNHA EM 16 DE ABRIL DE 1994. Sob o alpendre do terceiro núcleo construtivo existe lápide de mármore, com a inscrição, em quatro regras, SANTA CASSA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA LAR DE SANTA ISABEL INAUGURADO EM 84-12-09.

Utilização Inicial

Saúde: hospital de confraria / irmandade

Utilização Actual

Assistencial: lar

Propriedade

Privada: Misericordia

Afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Cottinelli Telmo (1927-1928). EMPREITEIRO: António Joaquim da Fonseca (1929). ENGENHEIRO: Veríssimo de Sá Correia (1915).

Cronologia

1912, 17 Setembro - o Presidente da Comissão de Administração dos bens eclesiásticos do conselho perguntou à Mesa da Santa Casa da Misericórdia quanto oferecia de renda pelo paço episcopal (o actual Museu Abade de Baçal) para ali instalar o hospital civil, com excepção do piso térreo, destinado a repartições públicas; a Mesa resolveu oferecer a renda anual de 24$000; 1914 - a Comissão Distrital de Assistência estava depositária dos donativos que em tempo o Visconde da Senhora da Ribeira fizera para fundar um hospital distrital, incapaz de concretizar a obra projectada; a verba permitiria no entanto melhorar o serviço de hospitalização e admitir de futuro, nas novas instalações, alguns doentes que as comissões concelhias de assistência pública mandassem; 6 Maio - já acordada a Mesa com a Comissão Distrital de Assistência, esta oficiou a Câmara pedindo o resto da cerca do extinto mosteiro de Santa Clara, terreno sobre o qual se haviam pronunciado favoravelmente os funcionários de saúde; 8 Maio - Câmara delibera favoravelmente, comunicando à Misericórdia; o Provedor Dr. Artur Lopes Cardoso, não conhecendo ainda o projecto do edifício e cerca do hospital, pediu o máximo de terreno possível, pensando que a Mesa só aproveitaria o que fosse inteiramente necessário, arborizando o resto e vedando-o conforme as condições que a Câmara entendesse; 5 Dezembro - provedor envia ao Director das Obras Públicas o projecto do hospital para ser aprovado ou modificado; 1915, 2 Janeiro - depois de aprovado o projecto, procedeu-se à arrematação das obras pelo engenheiro Veríssimo de Sá Correia, condutor de obras Públicas em Mirandela, por 6.835 escudos, com a condição de se sujeitar às modificações introduzidas pela Comissão delegada do Conselho de Melhoramentos Sanitários; 6 Maio - Mesa solicita autorização à Câmara para aproveitar a canalização geral desde o sítio que resultasse em maior comodidade e menos dispêndio; 1916, Agosto - compra de tubagem para canalização da água; Setembro - montagem da luz acetileno por 77 escudos; 30 Outubro - contrato com a Companhia Nacional dos Caminhos-de-Ferro para esta fornecer água para exploração do hospital, sendo o preço de $300 por metro cúbico, e válido por tempo indeterminado, enquanto conviesse aos contratantes; 1919 - depois de ter aparecido um caso de tifo exantemático em Vinhais e grassar uma epidemia no hospital militar, e depois de surgir um caso de tifo em Bragança, a Comissão Distrital de Assistência deu ao provedor Olímpio Dias 1$000 escudos para ajuda de mais um pavilhão no novo hospital; Março - término do pagamento ao engenheiro Veríssimo Sá Correia, o qual foi feito em 10 prestações; porque houve necessidade de fazer uma divisão em madeira, a obra do pavilhão central importou em 6.901,59 centavos; despesa de 351 escudos no transporte do mobiliário existente no antigo hospital e na compra de novo (v. PT010402420052); 1920, 8 Agosto - instalação do gasómetro por 38,25 centavos; Setembro - despesa de 113,69 centavos no material para a reconstrução do pavimento da cozinha e 25,30 centavos na colocação de vidros nas janelas do edifício; 1920 / 1930, entre - despesa de 6 695 escudos em caiação, telhas, caixilhos e grades para as janelas, cadeiras, relógio, colchões e peças de mobiliário; despesa de 7 756 escudos na compra de mobiliário para o hospital; 1921, 17 Abril - Mesa delibera operar gratuitamente apenas os pobres da cidade e concelho; o clínico operador tinha o direito de cobrar aos doentes pensionistas, dando à Misericórdia uma parte; Abril - Provedor escreve ao Presidente da Comissão Distrital da Assistência dizendo que, não tendo o hospital a capacidade suficiente para receber os doentes pobres que careciam de internamento, sendo já preciso, por vezes, colocar camas suplementares na enfermaria dos homens, e tendo a Misericórdia o dever moral de admitir o maior número de doentes, em virtude do subsídio que lhe fora concedido nos termos da lei nº. 1017, de 6 Agosto 1920, solicitava, com a possível brevidade, a construção do segundo pavilhão do hospital; a planta do novo pavilhão foi confiada ao Engº. Veríssimo de Sá Correia, com quem a Mesa muito insistia em 1926; 1926 - despesa de 18$000 escudos em equipamento médico; 1926 / 1932, entre - despesa em material cirúrgico no valor de 9$996; 1927, 07 Março - Câmara participa à Mesa a resolução tomada a 21 Fevereiro, de promover uma comissão para levar a efeito a construção do hospital distrital e a instalação do mesmo raio x e de um pequeno laboratório; pergunta se o Provedor concordaria trabalhar unidamente; 1927 - 1928 - elaboração do ante-projeto de ampliação do hospital pelo arquiteto Cottinelli Telmo; 1928, 28 Dezembro - apresentada à Mesa o projecto de ampliação do edifício do hospital, com orçamento, caderno de encargos e memória descritiva da autoria do arquitecto Cottinelli Telmo; projecto gratuito, excepto 1$000 escudos para gratificar os auxiliares; verificando-se que as obras custariam 600 mil escudos, quantia superior às possibilidades da Misericórdia, resolveu-se fazer o possível com 200 mil escudos; 1929, 4 Junho - Mesa verificou que a simples construção de paredes, telhado, soalhos, caixilharia e esgotos do novo pavilhão, sem reboco interno, sem portas nem janelas, sem divisões, pinturas e outras obras necessárias, precisaria de 290 mil escudos, pelo que resolveu adiar as obras para melhor oportunidade, visto só ter para elas 146 000 escudos; 30 Junho - reconsiderando, deliberou principiar depressa as obras, sem prejudicar o andamento do hospital; o Director Geral da Assistência autorizou verbalmente todas as obras necessárias; 31 Agosto - arrematação das obras por António Joaquim da Fonseca, por 224 200, que foram pagos em prestações até Junho 1931, com mais 34 411 escudos de modificações fora do contrato; 1930, Junho - compra de maca com correias por 787; 1931 - conclusão da obra de canalização da água que exigiu o levantamento da antiga e novos materiais para as obras, no valor de 14 400 escudos; fez-se o desaterro junto do hospital (3 000 escudos), a adaptação das enfermarias a quartos particulares (8 600 escudos), pintura das janelas, dos pavilhões e da mobília (10 500 escudos), bem como 17 630 escudos em caiação, estantes, prateleiras, vidros, tapetes, louças, banheira e etc; só no transporte de materiais se gastou 1500 escudos; 21 Fevereiro - conclusão da instalação eléctrica (2 904 escudos); 28 Maio - inauguração dos novos pavilhões e o início das obras da casa mortuária, cuja construção custou 31 520$00 escudos, tendo a Câmara contribuído com 2 500; 1932, Fevereiro - despesa de 2 109 escudos nas calhas do telhado do hospital; Abril - colocação de mastro para a bandeira; 28 Maio - inauguração da casa mortuária com forno crematório, estufa de desinfecção e palheiro; 4 Junho - data do Regulamento Geral do Hospital, feito e publicado pelo Dr. Fernandes Torres; o serviço do Banco era um serviço permanente para todos os doentes, necessitados de serviço urgente, e gratuito para os reconhecidamente pobres; 1932 / 1938, entre - compra de móveis (6 mil escudos); 1933, 5 Fevereiro - decide-se construir o muro de vedação e arborizar a cerca (na primeira gastou-se 14 717 e na segunda 1 100 escudos); 7 Maio - o conselho clínico sugeriu a ideia de se comprar um aparelho de Raios Ultra-violetas; a Mesa aprovou e a Junta Geral do Distrito contribui com 5000 escudos; 8 Agosto - aquisição de um aparelho de Raios Ultra-violetas na Casa Instituto Pasteur, de Lisboa, por 3400 escudos; 1934, Junho - aquisição de um aparelho de Diatermia; 31 Dezembro - compra de um carro de curativos e pensos com lavatório, por 1.335; 1937, cerca - Mesa resolve aceitar a instalação de um gabinete de radiologia; 10 Maio - Câmara decide dar o auxílio anual de 8 400 escudos ao hospital da Misericórdia; compra de um aparelho solux-infra-vermelhos; 1939, 4 Janeiro - Mesa decide que nas enfermarias, à semelhança das escolas, se colocassem os crucifixos, cerimónia que se realizou a 15 Maio, colocando também as imagens de São José e Nossa Senhora de Fátima; 1941, 25 Maio - o Provedor Capitão José Luís da Cruz apresentou o ante-projecto do arquitecto Fernandes de Sá para ampliar o hospital com um pavilhão de cirurgia; mas como o projecto exigia a despesa de 350 contos, a Mesa pediu ao arquitecto uma redução do projecto onde apenas se aplicassem 160$000 escudos; fez-se o projecto mas foi reprovado pelo Conselho Superior de Higiene; 1943, 7 Abril - Direcção Geral da Fazenda Pública comunica ao Governador Civil que a Escola Adães Bermudes fora cedido para a Misericórdia; 17 Maio - Mesa oficia a DGEMN dizendo que, tendo-se modificado a situação hospitalar com a cedência da Escola Adães Bermudes, já não se interessava pelo pavilhão de cirurgia; solicita a vinda de um técnico a título gratuito para estudar in loco o edifício cedido e, possivelmente, elaborar um novo projecto para um pavilhão de cirurgia; 28 Maio - Mesa solicita ao Governador Civil autorização para vender em hasta pública diversos prédios, dispersos pelos concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vimioso para realizar algum dinheiro; 19 Abril - assinatura da escritura do auto de cessão da escola Adães Bermudes, para ampliação das suas instalações hospitalares, dispondo-se a Mesa a servir-se do prédio para maternidade; 17 Julho - publicação em Diário do Governo da autorização para vender os diversos prédios, com a condição do produto da venda reverter em títulos do Estado, averbados à Santa Casa; 18 Novembro - Mesa pediu ao Governador Civil que o rendimento das propriedades já vendidas pudesse ser aplicado na construção do pavilhão de cirurgia e apetrechamento do edifício Adães Bermudes; 4 Dezembro - Mesa participou ao Director Geral da Assistência a inauguração da obra e solicita um donativo para fazer face aos encargos, pois precisava de um pouco mais de 35 000 escudos; 19 Dezembro - arrematação da obra de pintura e caiação do edifício da escola (4 500 escudos); 1944, 10 Janeiro - visto estar em fase de conclusão as novas dependências no edifício Adães Bermude, a Mesa resolve fazer as seguintes transformações: instalar a enfermaria de medicina na enfermaria dos homens, destinada a doentes pobres; instalar a enfermaria de medicina para pensionistas de terceira classe, em metade da enfermaria das mulheres; instalar a enfermaria de cirurgia na outra metade; instalar a enfermaria de clínica geral para mulheres e crianças no pavilhão da ala esquerda do edifício; instalar a enfermaria para parturientes na metade do pavilhão da ala direita do edifício; e enfermaria de doenças venéreas na outra metade desse pavilhão; 2 Fevereiro - subsecretário da Assistência autorizou a Misericórdia a despender a importância de 50 000 escudos nas obras de adaptação da Escola Adães Bermudes, valor a retirar do produto de propriedades, autorizada pela portaria de 9 Julho 1943; 12 Abril - reunidos o corpo clínico e a Mesa, estipulou-se que: o pavimento da ala esquerda se ficava destinava para as mulheres; o da direita, metade para pensionistas e crianças, e a outra metade para parturientes; o quarto contíguo à cozinha para o trabalho de partos, e o da entrada para toleradas; os quartos do 1º andar foram destinados para doentes pensionistas; as obras de adaptação do edifício Adães Bermudes orçaram em: obras de reparação 4 602,25 centavos; mão-de-obra em Agosto, 2 926,50 centavos; janelas em 4 500 escudos; luz 3 927, 25 centavos; em fio eléctrico 2 548 escudos; e com instalação eléctrica 5 202 escudos; mobiliário 3 662 escudos; fornecimento de móveis, pintura e material fornecido 30 326,65 centavos; 1945, Abril - chegada das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas para tomarem conta da administração e enfermagem do hospital, resolvendo-se que ficavam provisoriamente instaladas em dois quartos particulares do pavilhão Adães Bermudes até que fossem feitas as obras necessárias à sua definitiva instalação; para a instalação das religiosas adjudicou-se a obra (5 500 escudos) na antiga casa do enfermeiro, onde foram demolidas o lar e a chaminé, transformou-se a antiga cozinha e sala de jantar, fazendo-lhe uma taipa com forro de pinho, para evitar que da escada se visse o que se passava nesse compartimento; 30 Junho - inauguração da capela com presença de autoridades eclesiásticas e civis; 3 Dezembro - resolve-se fazer um tanque para lavar a roupa, comprometendo-se a Câmara a fornecer a água gratuitamente; 1952 - colocação do plinto com imagem de Nossa Senhora da Misericórdia em frente do hospital; 1984, 9 Dezembro - inauguração do Lar de Santa Isabel; 1994, 16 Abril - inauguração oficial do Lar da Imaculada Conceição, com a presença do Ministro do Emprego e da Segurança Social, Eng. José Bernardo Veloso Falcão e Cunha; 1995 - data do painel de azulejos representando Nossa Senhora da Misericórdia, no pano central da fachada principal.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada ou em alvenaria de pedra aparente; placa de betão; frisos, peitoris, tabela, molduras dos vãos e outros elementos em cantaria de granito; painel de azulejos; pavimentos cerâmicos e em soalho; portas exteriores e caixilharia de alumínio; guardas em ferro; rodapés, frisos intermédios e portas em madeira, algumas envidraçadas; vidros simples e martelados; algerozes metálicos; lápides em mármore; cobertura de telha e em terraço.

Bibliografia

CASTRO, Pe José, A Santa e Real Casa da Misericórdia de Bragança, Lisboa, tipografia da União Gráfica, 1948; MARTINS, João Paulo - Cottinelli Telmo. A Obra do Arquitecto (1897-1948). Dissertação de mestrado em História da Arte, Lisboa: FCSH, UNL, 1995. 2 vols.

Documentação Gráfica

Proprietário

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: Arquivo Pessoal de Cottinelli Telmo

Intervenção Realizada

Proprietário: 1926 - despesa de 2$000 em forrar a sala de operações em corticite; colocação de um lavatório com espelho (980 escudos), forrá-la de papel, colocar oleados nas mesas e ordenar uma mesa para a anestesia, no que se gastou 557 escudos; 1931 - arranjo do altar e dois quadros por 148; 1932, Novembro / 1939, Janeiro - entre estas datas procedeu-se a reparações, caiação, tintas, vedações de madeira, reparações na cozinha, feitura do quarto nº. 2, salários e obras de conservação (10 672 escudos); 1933 / 1939, entre - pinturas (8 370 escudos); 1935, 31 Outubro - reparação da lâmpada do aparelho de Raios Ultra-violeta por 1 550 escudos; compra do aparelho "sollux" por 880 escudos; 1944, Maio - arrematação de nova caiação e pintura do hospital (6 500 escudos); 1989 / 1990 / 1991 / 1992 - grandes obras de ampliação e remodelação dos edifícios.

Observações

Inicialmente, a escada do corpo central tinha dois braços e patamar central.

Autor e Data

Paula Noé 2011

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login