Estação Ferroviária de Vila Pouca de Aguiar / Casa da Cultura de Vila Pouca de Aguiar

IPA.00026186
Portugal, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar
 
Estação ferroviária da Linha do Corgo, construída no séc. 20, conservando o edifício de passageiros (EP) e as instalações sanitárias públicas. O edifício de passageiros de linhas depuradas, como é comum neste tipo de edifícios, valorizado pelos cunhais em silharia fendida e pelo jogo alternado de vãos em arco abatido e de volta perfeita, nos portais do corpo central, ambos com chave saliente. Apresenta planta retangular, composta por três corpos, regularmente dispostos, o central de dois pisos, separados por friso e terminado em empena alteada, e os laterais de um, com as fachadas rebocadas e pintadas, rasgadas regularmente por janelas de peitoril ou portais de verga abatida ou, no piso térreo do pano central, em arco de volta perfeita, possuindo na fachada que se virava ao cais de embarque pala metálica sobre falsas mísulas metálicas. As instalações sanitárias, dispostas paralelamente à linha, têm planta retangular simples, com as fachadas terminadas em friso e aba corrida, tendo vãos retangulares na fachada principal e posterior, e nas laterais dois portais de verga abatida, com modinatura igual ao edifício de passageiros. A ligação ferroviária era feita em via estreita.
Número IPA Antigo: PT011713140073
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Conjunto composto por edifício de passageiros (EP) e instalações sanitárias públicas (WC), não apresentando outros vestígios complementares da antiga paisagem ferroviária. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS de planta retangular composta por três corpos, dispostos paralela e regularmente à linha, o central sensivelmente mais avançado e de dois pisos e os laterais de apenas um. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, que no corpo central, devido à integração de águas furtadas, formam cruz, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com soco de cantaria, cunhais em silharia fendida e terminadas em friso. As fachadas são rasgadas regularmente por vãos de verga levemente abatida, com molduras contracurvadas e chave saliente, as janelas com peitoril assente em falsas mísulas, e em arcos de volta perfeita, igualmente com chave saliente. A fachada principal, virada a nascente, possui o pano central terminado em empena alteada ao centro e os pisos separados por friso, rasgando-se no piso térreo três portais em arco de volta perfeita e no superior igual número de janelas de peitoril; ao centro, abre-se ainda óculo circular com moldura sobreposta por raios; em cada um dos panos laterais rasga-se um portal e uma janela de peitoril, ambos de verga abatida. Fachadas laterais semelhantes, terminadas em empena; na lateral esquerda abrem-se duas janelas de peitoril com o mesmo perfil e a zona da empena é envidraçada com, estores metálicos; no corpo central possui ainda a toponímica da estação relevada; na lateral direita rasgam-se dois portais de verga abatida e, superiormente, três vãos quadrangulares, moldurados sobre toponímica relevada. A fachada posterior, que inicialmente se virava à linha, tem o corpo central terminada em empena alteada ao centro, abrindo-se, no primeiro, três portais, em arco de volta perfeita com fecho saliente, e, no segundo, três janelas de peitoril, altas; nos corpos laterais rasgam-se dois portais com verga abatida. Ao longo de todo o piso corre pala metálica avançada, levemente inclinada, assente em oito amplas mísulas de ferro, decoradas com linhas em ziguezague. INTERIOR de espaço amplo, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, o piso térreo com pavimento em betonilha pigmentada, guarda-vento em vidro e escadas de acesso ao segundo piso dispostas no corpo central, com estrutura metálica e degraus de madeira. As INSTALAÇÕES SANITÁRIAS, dispostas junto à fachada lateral direita, têm planta retangular, corpo único e cobertura em telhado de duas águas. Apresenta as fachadas rebocadas e pintadas de branco, com soco de cantaria, cunhais em silharia fendida e terminados em aba corrida de madeira; na fachada principal e posterior possui dois amplos vãos retangulares, protegidos por estores e nas laterais, terminadas em empena, dois portais de verga abatida e modinatura igual ao edifício de passageiros, resguardados por pano de muro frontal, formando L.

Acessos

Vila Pouca de Aguiar, Avenida da Noruega; Avenida da Estação; EN 206; EN 2; Linha do Corgo - Ponto quilométrico 54,187 (PK). WGS84 (graus decimais): lat.: 41,499980, long.: -7,646537

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, na zona alta da vila, junto à qual se procedeu a uma expansão urbanística mais recente. A fachada principal vira-se à zona mais antiga da vila, dispondo-se sobranceira à mesma, possuindo escadaria de acesso com cascata intermédia. A fachada posterior vira-se à estrada e já não possui as linhas de caminho de ferro. As fachadas possuem frontalmente calçada de paralelos e junto dela desenvolve-se jardim com placa relvada, pontuada por árvores, vários canteiros e, na calçada, dispõem-se várias floreiras, bancos de madeira e outros equipamentos de jardim.

Descrição Complementar

Ladeia o portal principal placa acrílica com a seguinte inscrição: "ON ON. OPERAÇÃO NORTE. Programa Operacional da Região Norte. MUNICÍPIO DE VILA POUCA DE AGUIAR RECUPERAÇÃO DA ESTAÇÃO DA C.P. DE VILA POUCA DE AGUIAR CONSTRUÇÃO DA CASA DA CULTURA 6 de MAIO de 2004. GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA. MINISTERIO DAS CIDADES DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE. UNIÃO EUROPEIA. Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional. Nas fachadas laterais e na posterior surge a toponímica da estação relevada, "VILA POUCA DE AGUIAR".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1907, 15 julho - inauguração do troço entre Vila Real e Pedras Salgadas, com 36,200 km, onde se integra a estação de Vila Pouco de Aguiar, pertencente à linha do Vale do Corgo, desenvolvida entre Régua e Chaves, no vale profundo do rio Corgo, afluente do rio Douro e seguindo a sua margem direita, com via estreita (bitola métrica) e uma extensão total de 96 quilómetros; 1926 - a estação expede em média anual 100 toneladas em g.v. e 1.700 em p.v., principalmente castanha, batata, madeira e carvão para Porto e Gaia, e recebe 200 toneladas em g.v. e 1.090 em p.v. de géneros de praça, sal e materiais de construção, de Vila Real, Porto-A e Gaia; regula cerca de 14.500 passageiros, especialmente para Vila Real, Pedras Salgadas e Chaves; 1990, 01 janeiro - encerramento do troço da linha férrea entre Vila Real e Chaves; 2001 - 2004 - obras de recuperação da estação ferroviária com financiamento da Comunidade Europeia e do Ministério das Cidades, do Ordenamento do Território e Ambiente; 2004, 06 maio - inauguração oficial da Casa da Cultura de Vila Pouca de Aguiar no edifício de passageiros; 2007, 01 março - inauguração de novo espaço Internet do Município na Casa da Cultura.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; molduras dos vãos, pilastras, frisos, em cantaria de granito; portas, caixilharias e outras estruturas de madeira; pala metálica; janelas, portas e guarda-vento com vidros simples; pavimento em betonilha pigmentada; escada de ferro e degraus de madeira; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

Monografia das Estações e esboço corográfico da Zona atravessada pelos caminhos de Ferro do Minho e Douro. Lisboa: 1926; SOUSA, José Fernando de - «A linha da Regoa a Chaves». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 setembro 1905, n.º 18, pp. 273; TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 fevereiro 1958, n.º 70, p. 93; TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 Março 1958, n.º 71, p. 134.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt); Câmara Municipal de Lisboa: Hemeroteca Digital

Intervenção Realizada

2001, 07 novembro - abertura de concurso público para a recuperação do edifício da antiga estação e construção da Ludoteca Municipal, incluindo trabalhos de arquitetura, estabilidade, instalações mecânicas, sistema de distribuição de água, de drenagem de águas residuais e pluviais, instalação elétrica, sonorização, instalações de telemática e de segurança; arranjos exteriores; 2002 / 2003 / 2004 - obras de adaptação do edifício.

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2007

Actualização

Armando Oliveira 2019 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)
 
 
 
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