Fonte da Avenida de Cristelo

IPA.00025859
Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão
 
Fonte de espaldar construída no início do séc. 19 e reformada em 1867, conforme a data na cartela, período em que, provavelmente, foi deslocada. Caraterizada pela austeridade das linhas, possui corpo de cantaria, definido por pilastras toscanas, coroadas por pináculos, terminado em frontão sem retorno, contendo cartela com duas bicas e uma outra, oval, com data relativa a obras, flanqueado por duas alas laterais planas, em meia empena, em alvenaria, tendo adossado dois bancos de pedra. As sucessivas modificações do traçado e ajardinamento da avenida onde a fonte se insere devem ter-lhe provocado algumas alterações, nomeadamente na perda do tanque, que atualmente é muito pequeno e rente ou rebaixado relativamente ao pavimento da avenida. A parte inferior do espaldar evidencia também algumas mudanças quanto às bicas e canalização da água. As alas laterais deverão ter sido construídos para sustentação das terras da esplanada e aquando da sua implantação naquele local.
Número IPA Antigo: PT011608150150
 
Registo visualizado 53 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Espaldar de planta retangular e corpo em cantaria que, na face principal é definido por duas pilastras toscanas, assentes em bases, coroadas por pináculos piramidais sobre plintos paralelepipédicos, e termina em frontão semicircular sem retorno. Num plano inferior, apresenta cartela retangular estreita relevada contendo duas bicas circulares salientes, com duas torneiras, servidas por pequeno tanque retangular, rente ao pavimento do passeio (à direita rebaixado relativamente ao mesmo), quase raso, tendo, no enfiamento das bicas, dois pequenos suportes de vasilhame semicircular e, ao centro, grade metálica. Sensivelmente a meio do espaldar dispõem-se, sobrepostos, vão quadrangular da mina, fechado por porta de ferro, e ampla cartela oval, relevada, pintada de branco e a inscrição e a moldura a preto. Junto às bases das pilastras do chafariz e ladeando o tanque, surgem dois frades de cantaria. O chafariz é flanqueado por dois panos laterais planos, sensivelmente recuados e em meia empena, que suportam as terras da esplanada, em alvenaria de granito com as juntas tomadas e pintadas de branco e capeados a lajes de cantaria, aos quais se adossam dois bancos de pedra, assentes em silhares, dispondo-se um de cada lado. Na face posterior do chafariz, inserido na esplanada, surge sensivelmente alteada, caixa de água retangular, frontalmente rasgada por vão retilíneo, mas parcialmente tapado pela cobertura de conduta até ao chafariz, composta por grandes lajes de cantaria.

Acessos

Valença, Avenida de Cristelo

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção das Fortificações da Praça de Valença do Minho (v. IPA.00003527)

Enquadramento

Urbano, adossado, adaptado ao declive do terreno, inserido a sudeste da esplanada da fortificação de Valença, coberta de vegetação rasteira e nesta zona com árvores de grande porte, nas imediações da Porta do Sol. Está implantado junto à via pública, pavimentada a paralelos, separado por passeio público, pavimentado com lajes a imitar calçada à portuguesa e pontuado de árvores. Fronteiro e do outro lado da estrada, possui terreno que atualmente serve de parqueamento automóvel, mas onde, até ao final da década de 1990, se realizava a feira semanal de Valença.

Descrição Complementar

Na face principal do espaldar surge cartela oval com a inscrição "MUNICIPIO 1867".

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

FIRMA: Aguiar da Beira Ld.ª. (1936).

Cronologia

Séc. 19, início - provável construção da fonte, inicialmente implantada no fosso da fortificação; 1817 - Relatório refere a existência da Fonte do Cristelo no fosso da fortificação, juntamente com a Fonte das Tripas, hoje na vertente do talude sobre a Av. de Espanha e a Fonte da Vila, existindo ainda a Fonte das Barracas na explanada de Faro; o mesmo Relatório refere que a fortaleza não possuía cisterna, mas apenas um poço de água salobra e outro de água doce na Coroada e, na praça, um poço com nora aparelhada (que precisava conserto) e outros poços particulares; 1867 - data da cartela da face principal da fonte; 1878 março - reconstrução da estrada que da fonte entroncava na estrada real, que se dirigia ao rio; 1892, agosto - conclusão da canalização da água para a fonte; novembro - início dos trabalhos de terraplanagem para a nova estrada que da Fonte de Cristelo ia para o cemitério da vila; 1911, 22 fevereiro - o vereador de serviço Cândido Augusto Gonçalves da Silva apresenta na Comissão Municipal proposta de ligação da Av. de Cristelo ao interior da Praça de Valença, consistindo na formação, acima da Fonte e a partir da atual Avenida, de um lanço de estrada em semicírculo, partindo do eixo, em ângulo reto por entre as duas muralhas, desembocando no espaço compreendido entre as Portas do Meio e as Alminhas; para ajuda da obra, punha ao dispor da Câmara 50$000, sem juro, até real embolso; os vereadores António Lourenço da Cunha e António Peres Toga declaram igualmente subscrever 50$000 cada um; 1915, julho - arrematação da obra de reconstrução da Av. do Cristelo e da estrada das portas da Coroada, por 228$000; 16 agosto - arrematação da obra de reconstrução da Av. do Cristelo; embelezamento da mesma avenida; 1916, 05 agosto - a Câmara solicita o alargamento e mudança de diretriz e rebaixamento do trecho da Av. do Cristelo e o ajardinamento entre o revelim das Portas do Sol e a muralha; novembro - o Ministério da Guerra autoriza as obras necessárias para romper a calçada de Cristelo, desde a fonte até às Portas do Sol; 1917, março - adjudicação da obra de rebaixamento da Av. de Cristelo, por 999$000; maio - iniciam-se finalmente as obras de ligação da Av. de Cristelo às Portas do Sol; dezembro - conclusão das obras; 1918 - a Câmara solicita autorização para obras de modificação e alargamento da Av. do Cristelo; para esta obra, corta-se a ligação entre o baluarte da Esperança e o revelim das Portas do Sol e respetivas obras exteriores; uma planta das obras localiza a fonte na berma da avenida, fronteiro ao cruzamento desta com o caminho para o cemitério; concessão à Câmara de terreno entre a Av. do Cristelo e o caminho para o cemitério para local da feira de gado; fevereiro - decide-se arborizar a Av. de Cristelo; 1936, abril - arrematação da obra de pavimentação da Av. dos Combatentes da Grande Guerra (antiga Av. de Cristelo), à Aguiar da Beira, Ld.ª (206.950$00).

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de cantaria ou alvenaria de granito; juntas tomadas de cimento; grade de ferro.

Bibliografia

NEVES, Manuel Augusto A. Pinto - Valença das Origens aos nossos dias. Valença: 1997; NEVES, Manuel Augusto A. Pinto - Valença entre a História e o Sonho. Valença: 2003.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Direção dos Serviços de Engenharia do Exército Português: Repartição do Património - Concelho de Valença - Tombo dos Prédios Militares. Prédio nº. 1

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2007

Actualização

 
 
 
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