Fonte da Avenida de Cristelo
| IPA.00025859 |
Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão |
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Fonte de espaldar construída no início do séc. 19 e reformada em 1867, conforme a data na cartela, período em que, provavelmente, foi deslocada. Caraterizada pela austeridade das linhas, possui corpo de cantaria, definido por pilastras toscanas, coroadas por pináculos, terminado em frontão sem retorno, contendo cartela com duas bicas e uma outra, oval, com data relativa a obras, flanqueado por duas alas laterais planas, em meia empena, em alvenaria, tendo adossado dois bancos de pedra. As sucessivas modificações do traçado e ajardinamento da avenida onde a fonte se insere devem ter-lhe provocado algumas alterações, nomeadamente na perda do tanque, que atualmente é muito pequeno e rente ou rebaixado relativamente ao pavimento da avenida. A parte inferior do espaldar evidencia também algumas mudanças quanto às bicas e canalização da água. As alas laterais deverão ter sido construídos para sustentação das terras da esplanada e aquando da sua implantação naquele local. |
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Número IPA Antigo: PT011608150150 |
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Edifício e estrutura Estrutura Hidráulica de elevação, extração e distribuição Chafariz / Fonte Chafariz / Fonte Tipo espaldar
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Descrição
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Espaldar de planta retangular e corpo em cantaria que, na face principal é definido por duas pilastras toscanas, assentes em bases, coroadas por pináculos piramidais sobre plintos paralelepipédicos, e termina em frontão semicircular sem retorno. Num plano inferior, apresenta cartela retangular estreita relevada contendo duas bicas circulares salientes, com duas torneiras, servidas por pequeno tanque retangular, rente ao pavimento do passeio (à direita rebaixado relativamente ao mesmo), quase raso, tendo, no enfiamento das bicas, dois pequenos suportes de vasilhame semicircular e, ao centro, grade metálica. Sensivelmente a meio do espaldar dispõem-se, sobrepostos, vão quadrangular da mina, fechado por porta de ferro, e ampla cartela oval, relevada, pintada de branco e a inscrição e a moldura a preto. Junto às bases das pilastras do chafariz e ladeando o tanque, surgem dois frades de cantaria. O chafariz é flanqueado por dois panos laterais planos, sensivelmente recuados e em meia empena, que suportam as terras da esplanada, em alvenaria de granito com as juntas tomadas e pintadas de branco e capeados a lajes de cantaria, aos quais se adossam dois bancos de pedra, assentes em silhares, dispondo-se um de cada lado. Na face posterior do chafariz, inserido na esplanada, surge sensivelmente alteada, caixa de água retangular, frontalmente rasgada por vão retilíneo, mas parcialmente tapado pela cobertura de conduta até ao chafariz, composta por grandes lajes de cantaria. |
Acessos
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Valença, Avenida de Cristelo |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção das Fortificações da Praça de Valença do Minho (v. IPA.00003527) |
Enquadramento
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Urbano, adossado, adaptado ao declive do terreno, inserido a sudeste da esplanada da fortificação de Valença, coberta de vegetação rasteira e nesta zona com árvores de grande porte, nas imediações da Porta do Sol. Está implantado junto à via pública, pavimentada a paralelos, separado por passeio público, pavimentado com lajes a imitar calçada à portuguesa e pontuado de árvores. Fronteiro e do outro lado da estrada, possui terreno que atualmente serve de parqueamento automóvel, mas onde, até ao final da década de 1990, se realizava a feira semanal de Valença. |
Descrição Complementar
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Na face principal do espaldar surge cartela oval com a inscrição "MUNICIPIO 1867". |
Utilização Inicial
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Hidráulica: chafariz |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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FIRMA: Aguiar da Beira Ld.ª. (1936). |
Cronologia
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Séc. 19, início - provável construção da fonte, inicialmente implantada no fosso da fortificação; 1817 - Relatório refere a existência da Fonte do Cristelo no fosso da fortificação, juntamente com a Fonte das Tripas, hoje na vertente do talude sobre a Av. de Espanha e a Fonte da Vila, existindo ainda a Fonte das Barracas na explanada de Faro; o mesmo Relatório refere que a fortaleza não possuía cisterna, mas apenas um poço de água salobra e outro de água doce na Coroada e, na praça, um poço com nora aparelhada (que precisava conserto) e outros poços particulares; 1867 - data da cartela da face principal da fonte; 1878 março - reconstrução da estrada que da fonte entroncava na estrada real, que se dirigia ao rio; 1892, agosto - conclusão da canalização da água para a fonte; novembro - início dos trabalhos de terraplanagem para a nova estrada que da Fonte de Cristelo ia para o cemitério da vila; 1911, 22 fevereiro - o vereador de serviço Cândido Augusto Gonçalves da Silva apresenta na Comissão Municipal proposta de ligação da Av. de Cristelo ao interior da Praça de Valença, consistindo na formação, acima da Fonte e a partir da atual Avenida, de um lanço de estrada em semicírculo, partindo do eixo, em ângulo reto por entre as duas muralhas, desembocando no espaço compreendido entre as Portas do Meio e as Alminhas; para ajuda da obra, punha ao dispor da Câmara 50$000, sem juro, até real embolso; os vereadores António Lourenço da Cunha e António Peres Toga declaram igualmente subscrever 50$000 cada um; 1915, julho - arrematação da obra de reconstrução da Av. do Cristelo e da estrada das portas da Coroada, por 228$000; 16 agosto - arrematação da obra de reconstrução da Av. do Cristelo; embelezamento da mesma avenida; 1916, 05 agosto - a Câmara solicita o alargamento e mudança de diretriz e rebaixamento do trecho da Av. do Cristelo e o ajardinamento entre o revelim das Portas do Sol e a muralha; novembro - o Ministério da Guerra autoriza as obras necessárias para romper a calçada de Cristelo, desde a fonte até às Portas do Sol; 1917, março - adjudicação da obra de rebaixamento da Av. de Cristelo, por 999$000; maio - iniciam-se finalmente as obras de ligação da Av. de Cristelo às Portas do Sol; dezembro - conclusão das obras; 1918 - a Câmara solicita autorização para obras de modificação e alargamento da Av. do Cristelo; para esta obra, corta-se a ligação entre o baluarte da Esperança e o revelim das Portas do Sol e respetivas obras exteriores; uma planta das obras localiza a fonte na berma da avenida, fronteiro ao cruzamento desta com o caminho para o cemitério; concessão à Câmara de terreno entre a Av. do Cristelo e o caminho para o cemitério para local da feira de gado; fevereiro - decide-se arborizar a Av. de Cristelo; 1936, abril - arrematação da obra de pavimentação da Av. dos Combatentes da Grande Guerra (antiga Av. de Cristelo), à Aguiar da Beira, Ld.ª (206.950$00). |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura de cantaria ou alvenaria de granito; juntas tomadas de cimento; grade de ferro. |
Bibliografia
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NEVES, Manuel Augusto A. Pinto - Valença das Origens aos nossos dias. Valença: 1997; NEVES, Manuel Augusto A. Pinto - Valença entre a História e o Sonho. Valença: 2003. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Direção dos Serviços de Engenharia do Exército Português: Repartição do Património - Concelho de Valença - Tombo dos Prédios Militares. Prédio nº. 1 |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2007 |
Actualização
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