Dispensário da Assistência Nacional aos Tuberculosos, IANT, de Olhão / Unidade de Dispensa de Terapêutica de Substituição do Centro de Atendimento a Toxicodependentes, CAT, do Sotavento
| IPA.00025857 |
Portugal, Faro, Olhão, Quelfes |
|
Arquitectura de saúde, do Séc. 20. Estabelecimento de beneficência público, sem camas para internamento, que presta gratuitamente assistência médica, cuidados e medicamentos a doentes socialmente necessitados (COSTA 2005). Dispensário de pequena dimensão correspondente a variação regional de projecto-tipo concebido para aplicação a nível nacional. Composição arquitectónica baseada na repetição de elementos retirados de um léxico definido tacitamente para a arquitectura pública deste programa, patente, por exemplo, no emprego de cobertura em telhado de quatro águas e vãos de métrica regular em faixa horizontal, separados por nembos em alvenaria mas unidos por peitoril em pedra inclinado para o exterior. |
|
Número IPA Antigo: PT050810050080 |
|
Registo visualizado 316 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Saúde Dispensário Dispensário do Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos (IANT)
|
Descrição
|
|
Acessos
|
Rua João Lobo Miranda Trigueiros |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
Periurbano, implantado na frente O. da Rua João Lobo Miranda Trigueiros, via de traçado recente e principal eixo N.- S. do conjunto urbano denominado Bairro Oito de Outubro, que se estende entre a E.N. 125, a S., e os bairros Económico Nossa Senhora da Assunção (v. PT050810050077) e 28 de Setembro (v. PT050810050076). A envolvente é característica de um conjunto urbano de vocação habitacional social, com blocos de edifícios de 5 pisos e significativa densidade de construção. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Saúde: dispensário do Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos (IANT) |
Utilização Actual
|
Saúde: centro de saúde |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Ministério da Saúde |
Época Construção
|
Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTOS: Eng. Manuel Paiva Chaves (1949), Alberto Cruz (1950) e DGEMN/Direcção dos Edifícios do Sul (1961); CONSTRUTOR: Darvin José Fandinga |
Cronologia
|
1949, 25 Maio - data do projecto do Agente Técnico de Engenharia Civil Manuel Paiva Chaves para construção de um dispensário antituberculoso em Olhão, "tornada imperiosa a fim de mais facilmente ser combatido o mal que infelizmente ataca a sua população". Esta população, ainda segundo a memória descritiva, é em quantidade tal que justifica a adopção do programa funcional-tipo de Dispensário Distrital, para um projecto encomendado pela Câmara Municipal de Olhão. "O edifício é simples e está integrado dentro da arquitectura local, pelo muito visa embelezar o local em que se encontra previsto, que é bastante central e facilitará, sem dúvida, o fim a que se destina". Este projecto é submetido pela CMO à Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU), dando entrada na Direcção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos em 2 Maio 1950 (PT DGEMN.DSARH-013-0167/10); 1950, 22 Maio - o projecto é enviado pela DGSU à DGEMN, para informação, depois remetido à Direcção dos Serviços de Construção (DSC) desta direcção-geral. O Arq. Alberto Cruz, técnico deste serviço chamado a pronunciar-se, considera o projecto desproporcionado e incompleto e o orçamento muito elevado, por comparação com o projecto-tipo de dispensário existente (elaborado por si mesmo para o Instituto para a Assistência Nacional aos Tuberculosos, IANT), orçado em metade. O director dos serviços acrescenta, na informação final, a crítica aos "desagradáveis aspectos exteriores das suas fachadas". A 5 Setembro o DSC ordena ao Arq. Alberto Cruz, por indicação do DGEMN, a elaboração de um projecto para o dispensário de Olhão, tomando como base o seu próprio projecto-tipo. Entretanto, a 2 Setembro a CMO pede urgência na aprovação do projecto dada a necessidade de aproveitar a verba cabimentada, em 1950, pelo Grémio dos Industriais de Conservas de Peixe do Sotavento do Algarve (GICPSA) para esse efeito (PT DGEMN.REE-0148/15); 1950, 23 Novembro - data do segundo projecto, da autoria do Arq. Alberto Cruz, para um dispensário em Olhão, com um único pavimento "onde serão instaladas todas as dependências, para o bom funcionamento do dispensário. A entrada, é feita através de um pequeno vestíbulo, único acesso do edifício, permitindo portanto fácil e reduzida fiscalização. Para esta dependencia, comunicam além do gabinete da assistente social, ponto do primeiro contacto dos doentes que ali vão procurar tratamento, as instalações sanitárias para o público e a ampla sala de espera, divisão principal do edifício e donde irradiam, todos os serviços de que se compõe o dispensário. E assim, teremos a sala de consulta, cujo acesso é feito atravé de dois pequenos vestiários, gabinete para rádioscopia, sala de tratamentos, sala de agentes físicos, sala de repouso, laboratório, instalações sanitárias para o pessoal e um quarto para o guarda. Exteriormente, o edifício será de grande simplicidade sendo a cobertura constituída por açoteia, segundo o sistema de construção regional, para a qual se projectou uma escada de acesso". Trata-se de um edifício com 197m2 de área de implantação e 295,5m2 de área total de construção (PT DGEMN.DSARH-013-0168/02). A localização prevista neste projecto é uma parcela de contorno trapezoidal irregular definida pela Av. dos Combatentes da Grande Guerra, a N., pela R. Cândido do Ó Ventura, a E., e pelo edifício-sede do GICPSA e respectivo logradouro, a S. (v. PT050810030060), parcela mais tarde edificada com habitação multifamiliar em altura (PT DGEMN.DRELisboa/DRC, Des. 303803); 1950, 30 Novembro - o ministro das Obras Públicas José Frederico Ulrich impede a concretização da obra segundo o projecto de Alberto Cruz. Em despacho ao ofício que acompanhava o projecto, refere: "Não concordo com o projecto, que me parece menos perfeito do que outros já elaborados para outros locais. Há muito espaço perdido e não sei de onde provem o programa em que se baseou a planta. Será melhor suspender o andamento do processo até que eu obtenha, do Dr. Mário Cardoso, elementos, que há tempos lhe pedi, sobre o plano de construção de dispensários no país, e tipos a adoptar para tais estabelecimentos" (PT DGEMN.REE-0148/15); 1960, 16 Agosto - o IANT, reconhecendo a necessidade de um serviço dispensarial em Olhão, a conveniência da construção de um Dispensário Tipo A na localidade, e anunciando que as autarquias locais têm verba para a sua edificação, solicita aos serviços da DGEMN a participação na escolha de um novo local e na elaboração do projecto e orçamento; o processo passa então a correr entre a DSC e a Direcção dos Edifícios do Sul (DES), a qual refere terem já então sido construídos por si os dispensários de Portimão e Lagos com base no projecto-tipo A, apenas com ligeiras variações no alçado principal; a escolha do terreno é determinada pela DES com a CMO (que oferece parcela de sua propriedade, uma vez que aquela anteriormente considerada não o era), com a concordância do arquitecto-urbanista da cidade, e o processo de construção (projecto, orçamento, concurso), datado de Maio de 1961, é organizado pela DES e revisto pelos técnicos da DSC em Lisboa (Eng. Simões da Silva); o projecto é homologado pelo ministro das Obras Públicas Arantes e Oliveira em 28 Junho 1961; o concurso público da empreitada data de 10 Agosto do mesmo ano, e é ganho por Darvin José Fandinga, de Évora, que assina contrato com a DGEMN em 2 Novembro 1961; a obra, suportada pelo Orçamento de Estado, é orçada em 379.077$00 e o equipamento do edifício estimado em 280.000$00 (sendo este último comparticipado em 100 cts. pelo GICPSA e em 50 cts. pela CMO) (PT DGEMN.REE-0148/15); 1962/1963 - fornecimento de mobiliário de madeira e outros artigos adjudicados à firma L. Costa (Porto); 1963, 17 Julho - auto de entrega do edifício do dispensário de Olhão pela DGEMN à Direcção-Geral da Fazenda Pública e sua cessão simultânea ao IANT (PT DGEMN.REE-0148/15). |
Dados Técnicos
|
|
Materiais
|
|
Bibliografia
|
COSTA, Manuel Freitas e, Dicionário de Termos Médicos, Porto, Porto Editora, 2005. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DREL/DRC |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DESA, DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSARH-013-0167/09, 0167/10, 0168/01 a 0168/04, 0179/07, REE-0148/15 (1950-1973), DGEMN CAM 0052/06
|
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
EM ESTUDO |
Autor e Data
|
Ricardo Agarez 2007 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |