Pelourinho de Rua

IPA.00002563
Portugal, Viseu, Moimenta da Beira, Vila da Rua
 
Pelourinho quinhentista, de tabuleiro, com soco octogonal de seis degraus, onde assenta a coluna com alta base octogonal e fuste quadrangular de arestas chanfradas, encimado por capitel e pelo tabuleiro, com cinco pináculos, esculpido com motivos antropomórficos e vegetalistas. Tipologia semelhante ao de Ranhados, em Mêda (v. PT020909150001). É bastante elaborado, com alta base e decoração do capitel e do remate de concepção invulgar, iconograficamente representando cabeças de reis e cabeças de anjos, cuja interpretação iconológica sugere o poder temporal dominado pelo poder divino ou a justiça da Terra e do Céu (REAL, Mário G., 1962, p. 83).
Número IPA Antigo: PT011807160001
 
Registo visualizado 413 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição régia  Tipo tabuleiro

Descrição

Estrutura em cantaria de granito, composta por soco octogonal de seis degraus de rebordos salientes, boleados. Fuste oitavado provido de pequena base quadrada inferiormente com chanfros que a transformam em prisma octogonal continuado pelo fuste, de menor secção. Junto do capitel retoma-se a forma quadrada com saliências estriadas. Capitel quadrangular historiado, com quatro cabeças coroadas cantonais e quatro rosetas nas faces a que se segue moldura lisa e um segundo registo em crescendo, decorado nas quatro faces com rosetas e nos cantos com relevos de formato conquiforme de bordos lobulados e dois botões. Alargando em mesa a base do remate, uma moldura de listéis de cujos cantos salientes se elevam quatro pináculos em pirâmide de três registos de decoração com pequenas esferas e duplos listéis salientes, rematados por florões. Ao centro outro pináculo esculpido nas quatro faces com quatro cabeças aladas sobrepostas, escalonadas. No fuste, a meia altura, apresenta vestígios de três orifícios para fixação de ferros de sujeição.

Acessos

A E. da EN 226 Trancoso - Moimenta, no Largo do Pelourinho. WGS84 (graus decimais) lat.: 40.944382; long.: -7.571778

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 2 167, DG, 1.ª série, n.º 265 de 31 dezembro 1915

Enquadramento

Urbano, inserido em estreito largo com leve inclinação para O., rente à estrada, ladeado de casas de um e dois pisos a E., entre as quais a antiga Casa da Câmara e fonte mural a S.. Isolado mas pouco destacado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 12 - foi honra de Egas Moniz; 1512, 15 Dezembro - concessão de foral novo, por D. Manuel ao Concelho de Caria cuja sede era Vila da Rua; provável edificação do pelourinho; 1527 - o cadastro joanino da população do reino refere que a cabeça do Concelho é Caria; séc. 16, 2ª metade - nova mudança da Sede do Concelho para Rua; 1758, 07 Junho - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Manuel de Almeida Correia, é referido que a povoação, com 140 vizinhos, é do rei, sendo donatário o Infante D. Pedro; tem 2 juízes ordinários e câmara; 1899 - encerramento da cadeia; 1920 - 1930 - ligeiramente deslocado; 1932 - pedido de orçamento para reparação da base e degraus do Pelourinho e retirar uma latada e uma escada de pedra de uma casa particular junto ao monumento; a obra foi orçada em 1.000$00, mas o dinheiro não foi disponibilizado; 1935 - foram expropriados dois palhais que estavam no terreiro do pelourinho; as pirâmides do remate estão em risco de ruir; a Câmara Municipal deliberou a construção de uma fonte no Largo do Pelourinho, e a demolição dos edifícios a S. para ampliação do largo enviando projecto à DGEMN com pedido de subsídio; 1937 - a DGEMN embarga as obras em dois prédios a menos de 10 m. do Pelourinho; 1939 - pedido de remoção de escombros resultantes da derrocada de duas casas no largo; 1968 - o Pelourinho encontra-se perto da ruína, especialmente a base.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito.

Bibliografia

COSTA, Manuel Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, 6 vols., Lamego, 1977; GUIA, A. Bento da, Os Oito Concelhos de Moimenta da Beira, Viseu, 1984; GUIA, A. Bento da, As Vinte Freguesias de Moimenta da Beira, Viseu, 1986; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; REAL, Mário Guedes, Pelourinhos da Beira Alta, Rua, Rev. Beira Alta, vol. XXI, Viseu, 1962, pp. 79-97; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viseu, Viseu, 1998.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 32, n.º 171, fl. 1033)

Intervenção Realizada

1934 - reconstrução de toda a escadaria e cantaria apicoada, consolidação da coluna e do coroamento; 1968 - conclusão dos trabalhos de restauro.

Observações

Autor e Data

Lina Marques 1996

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login