Palácio Ludovice

IPA.00002550
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 
Arquitectura residencial, barroca. Edifício imponente, com uma certa dinamização barroca e que, como é hábito na arquitectura de F. Ludovice, a ênfase é posta na fachada principal, e aqui, esta é sobretudo marcante no pano central e nos 3º e 4º pisos: varanda sinuosa no andar nobre, janelas de sacada com padieira decorada e encimada por frontões contracurvado e segmentares, no 4º. Palmas, conchas e aletas servem de decoração. Tendendo para a forma cúbica, contrastando com a volumetria tradicional dos palácios portugueses (paralelepipédica). O uso de pilastras dividindo verticalmente a fachada principal cria a ilusão de avanço do pano central sobre os laterais, esta é reforçada pelo ligeiro ressalto do beiral, neste mesmo pano.
Número IPA Antigo: PT031106150051
 
Registo visualizado 1828 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

De volumetria paralelepipédica e planta aproximadamente quadrada, regular, com 5 pisos. Cobertura constituída por telhado a várias águas. A fenestração é regular, disposta simetricamente, sendo a maioria de verga recta emoldurada a cantaria. A cornija percorre todo e edifício, suportando o beiral saliente ligeiramente ressaltado no pano central. A fachada principal, palaciana com acentuada articulação vertical, encontra-se orientada a E. Desenvolve-se em quatro pisos O vão principal de entrada é central e encontra-se guarnecido por pilastras. Ladeando o portão principal, rusticado, três portas de estabelecimentos a S., sobrepostas por janelas de sacada; e outras três portas similares do lado N., sobrepostas por janelas de peitoril. Ao nível do 3º andar contam-se 7 janelas de sacadas, as três centrais guarnecidas de varanda contínua em contracurvas. O 4º andar, é também todo ele constituído por janelas de sacada, sendo os vãos do último andar janelas de peito. Tanto na fachada N. como na fachada S. contam-se 9 vãos de janela em cada piso sendo o 3º sempre constituído por janelas de sacada e os dois últimos na sua maioria por janelas de peito. A fachada posterior, orientada a O. conta com 8 vãos sendo a sua leitura global idêntica às restantes fachadas. Relativamente ao interior, o acesso é feito através de um átrio (transformado em 1945), no fundo do qual foi construído um portal que abre para o Solar do Vinho do Porto. A escadaria de acesso aos restantes pisos, nasce à esquerda do átrio e é guarnecida por corrimão de mármore (da primeira época do palácio) e revestida de azulejos modernos. Cada lance de escadas é sempre iluminado por um vão orientado a S. No andar nobre, existe pequena capela praticular. Ao fim de cada um destes lances, à direita existe um átrio de entrada para acesso às habitações existentes nos vários pisos, também ele revestido pelos mesmos azulejos existentes na escadaria. O tecto é plano, de estrutura em madeira.

Acessos

Rua de São Pedro de Alcântara, n.º 39 A - 49; Travessa da Boa-Hora, n.º 2 a 12; Rua Diário de Notícias, n.º 144 A a 154 E; Travessa da Cara, n.º 1 a 3 A

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28 536, DG, 1.ª série, n.º 66 de 22 março 1938 / ZEP, Portaria n.º 398/2010, DR, 2.º série, n.º 112 de 11 junho 2010 *1 / Incluído na classificação do Bairro Alto (v. IPA.00005019), na Zona de Proteção do Ascensor da Glória (IPA.00003986), na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) e na Zona Especial de Proteção Conjunta dos Imóveis Classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente

Enquadramento

Situado no lado O. da R. de S. Pedro de Alcântara frente ao jardim com o mesmo nome. Integrado na malha do Bairro Alto, inclui-se no conjunto de palácios que caracterizam a R. de S. Pedro de Alcântara. Isolado, ocupa a totalidade de um quarteirão que é confrontado a E. pela R. de S. Pedro de Alcântara, a S. pela Tv. da Boa-Hora, a N. pela Tv. da Cara e a O. pela R. do Diário de Notícias. Na proximidade do conjunto de edificado do qual faz parte o Palácio Ludovice, salientam-se o Jardim Miradouro de São Pedro de Alcântara (v. PT031106150433), o Edifício dos Calafates (v. PT031106150323) e a frente de palácios da R. de São Pedro de Alcântara, nomeadamente os nºs 71-77 (v. PT031106150305), o Palácio Andrade (v. PT031106150313) e ainda o Convento de São Pedro de Alcântara (v. PT031106150407).

Descrição Complementar

Existência na Sala de Provas do Solar do Vinho do Porto, de azulejos do edifício original do Palácio - azulejaria do séc. 18, em azul, decorativa e não figurativa. Azulejos modernos de revestimento nas escadas e átrio. Inscrição existente numa pedra colocada sobre a janela do andar nobre em que se lê: S. MARIA - CID. ICCC. XLVII.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Política e administrativa: instituto

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: João Frederico Ludovice (1747); Jorge Segurado (1944-1945).

Cronologia

1747 - data da sua edificação (inscrição da pedra colocada sobre a janela do andar nobre), para residência da família Ludovice; séc. 19 - o palácio recebeu vários acréscimos e transformações interiores; 1876 - falecimento do 1º Barão da Costa Veiga, então seu proprietário, passa o edifício para o seu filho António Xavier da Costa Veiga. Nesta altura o imóvel já estava em regime de inquilinato; 1890 - foi Quartel General da Polícia; 1941 - a proprietária do imóvel, Catarina Correia de Brito, vende-o à Companhia de Seguros Tranquilidade; 1944 / 1945 - realiza-se uma transformação no pavimento térreo, primitivo pátio nobre, para a instalação do Solar do Vinho do Porto, sendo responsável o arquitecto Jorge Segurado; 1999, 22 Junho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 2011, 20 maio - Declaração de retificação aos termos da portaria de definição de Zona Especial de Proteção, Declaração de rectificação n.º 874/2011, DR, 2.ª Série, n.º 98; 2022 - adaptação a hotel.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes espessas em alvenaria de pedra e tijolo rebocadas. Cobertura emestrutura de madeira revestida a telha.

Materiais

Alvenaria, cantaria, ferro, vidro, madeira, telha , mármore e azulejo.

Bibliografia

GOMES DE BRITO, J. J., Ruas de Lisboa, vol. II, Lisboa, 1935, págs. 242 a 248; ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, Lisboa, 1944; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga - O Bairro Alto, vol. IV e VIII, Lisboa, 1962; ALMEIDA, Fernando de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Tomo II, Lisboa, 1975; BORGES, Nelson Correia, História da Arte em Portugal, Vol. IX, Lisboa, 1986; DIAS, Marina Tavares, Lisboa Desaparecida, Vol. 4, Lisboa, 1994; CARITA, Helder, Bairro Alto - Tipologias e Modos Arquitectónicos, Lisboa, 1994; O Solar do Vinho do Porto, Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa; CML: Arquivo de Obras, Proc. n.º 526

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa; CML: Arquivo de Obras, Proc. n.º 526 *2

Intervenção Realizada

Observações

*1 - constitui uma Zona Especial de Proteção conjunta do Bairro Alto e Imóveis Classificados na sua Área Envolvente. *2 - o processo encontrava-se indisponível por os serviços da CML do Alto da Eira se encontrarem encerrados em Dezembro de 2002.

Autor e Data

João Silva 1992

Actualização

Claúdia Morgado 2003
 
 
 
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