Fonte do Cabo

IPA.00025450
Portugal, Lisboa, Mafra, Ericeira
 
Arquitectura infraestrutural, oitocentista. Chafariz de espaldar simples rectilíneo, flanqueado por pilares de cantaria, rematando em cornija e em empena recortada e volutada, dando-lhe um cariz neobarroco, rematado por pequeno frontão semicircular. Possui duas bicas simples, em cantaria, que vertem para tanque rectangular, de bordos simples, tendo, no interior, dois aros de apoio ao vasilhame, possuindo, escoamento para um segundo tanque mais baixo, que liga por pequena levada a um tanque rectangular, destinado a bebedouro de animais. A água é canalizada para o chafariz através de um pequeno aqueduto, visível na zona posterior.
Número IPA Antigo: PT031109060110
 
Registo visualizado 90 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Chafariz de planta rectangular, composto por espaldar rectilíneo, flanqueado por pilares de cantaria, com embasamento do mesmo material, tendo a zona central rebocada e pintada de branco, rematando em cornija pintada de azul e em empena recortada e volutada, com as molduras pintadas a azul e a empena a branco, sobrepujado por pequeno frontão semicircular, contendo, no tímpano, uma estrela de oito pontas. No centro da empena, surge apainelado rectilíneo, com moldura pintada de azul, de calcário amarelo, contendo florão raiado, surgindo na base a inscrição, em caracteres góticos:"Fonte na era de mil e iiii e Lviij". Sob esta cartela rectangular, com os ângulos curvos, com a inscrição em capitais incisas: "FEITA PELAS OBRAS PÚBLICAS EM 1828". Na base do espaldar, surgem duas bicas em cantaria, que vertem para tanque rectangular, de menores dimensões relativamente ao espaldar, fundo e de bordos simples, tendo, no interior, aros para apoio do vasilhame. Deste tanque, sai um cano subterrâneo que transporta os sobejos da água para um tanque situado mais abaixo, rectangular e em cantaria de granito, com uma bica do mesmo material, de onde sai uma segunda bica que transporta a água para um escoadouro no pavimento, saindo, no ângulo esquerdo, uma levada de cantaria, que transporta a água para um pequeno tanque rectangular, em cantaria de granito, destinado aos animais. A água chega ao chafariz por um aqueduto visível na zona posterior da fonte, construído em alvenaria rebocada e pintada de branco e azul, com a zona superior curva, tendo acesso pelo lado direito, através de porta de verga recta, com moldura pintada de azul e protegida por porta metálica.

Acessos

Largo da Fonte do Cabo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,961778; long.: -9,415396

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado na zona mais recente da vila, rodeado de prédios de habitação bastante altos, num pequeno largo com forte pendor de inclinação. A envolvente da fonte encontra-se pavimentada a calçada de calcário, tendo, no lado esquerdo, dois canteiros altos em alvenaria de xisto, contendo, cada um, uma oliveira, tendo a zona posterior, frontal e no corredor que dá acesso ao tanque, protegidos por frades de cantaria. No lado direito, passa a via pública e, no lado esquerdo, possui escadas adossadas, que permitem vencer o desnível do terreno. Na zona posterior, surgem floreiras e, sobre o aqueduto que transporta a água, foram colocados vasos com flores. Junto ao chafariz, surge, num muro, um painel de azulejos monocromos, azuis sobre fundo branco, com a representação do chafariz e a seguinte inscrição: "FONTE DO CABO É um fontanário de espaldar, encimado por um ornato de volutas e frontão curvo, com medalhão de estrela de oito pontas ao centro. Possui tanque de cantaria a toda a largura, com dois recipientes circulares, para onde jorram as duas bicas de pedra. "Consta que na sua primitiva, era voltado ao poente, com frente para a antiga estrada".Apresenta uma placa em pedra com a presumível pedra de armas da vila e a data da sua fundação em caracteres góticos, a saber: feita na era de 1457. Por debaixo da cimalha, existe outra data, referente a um restauro de 1828. (In Boletim Cultural, C.M. de Mafra 1996)" *1.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Hidráulica: chafariz

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1458 - construção de uma primitiva fonte, de onde provém a pedra aplicada ao espaldar da actual; 1659, 5 Outubro - o Visitador eclesiástico proibiu o povo de ir às fontes no primeiro Domingo de Maio, fazer ofertas de trigo, pão e outros bens alimentares, visto ter ressaibos litúrgicos; 1825, 12 Outubro - a Câmara dirige uma representação ao Rei, pedindo-lhe auxílio para a reparação das fontes e aquedutos do concelho; 1826, 11 Abril - a Câmara oficiou a Intendência Geral de Obras Públicas para se proceder ao reparo das fontes e aquedutos; 15 Setembro - início da reparação das fontes e aquedutos; 1828 - recuperação do chafariz, pela Intendência de Obras Públicas, integrando o sistema de abastecimento de água à vila, com construção de um pequeno aqueduto que transporta a água desde a nascente, junto à EN; 1829 - reconstrução da fonte; a primitiva estava voltada a O.; 1842 - uma postura municipal impedia que os animais bebessem no tanque, especialmente que criassem patos no local e que lavassem roupa no mesmo; séc. 19, final - séc. 20 - feitura de um segundo tanque e do tanque para os animais; 1906 - arranjo da zona envolvente, tendo-se entaipado o Rio dos Fundos, que passava na zona; 1950 - começa o processo de degradação da fonte, correndo o boato de que a água se encontrava contaminada; 1993 - a Junta de Freguesia electrificou toda a mina e fez melhoramentos na zona envolvente.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em cantaria de calcário, rebocada e pintada em algumas zonas; bicas, pilares, tanques em cantaria de calcário; pedra medieval de calcário amarelo.

Bibliografia

Fonte do Cabo, in Boletim Cultural da Câmara Municipal de Mafra, Mafra, 1996; SILVA, Jaime d'Oliveira Lobo e. Anais da Vila da Ericeira (registo cronológico de acontecimentos referentes à mesma vila, desde 1229 até 1943), Mafra, CMF, 1985; SANTOS, Leandro Miguel dos, As águas, os rios e as fontes da Ericeira, Ericeira, Mar de Letras Editora, 1994.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 21 - pintura da estrutura e do aqueduto e arranjo da zona envolvente.

Observações

*1 - a data transcrita está claramente errada, pois existe, na placa com caracteres góticos, dois is e um jota, mostrando que é 1458 e não 1457; além disso a imagem que se vê do tanque também não estará correcta, a menos que o lavadouro representado, no lado direito, tenha desaparecido, mas situar-se-ia num local onde se encontra uma construção antiga, não parecendo verosímil que tivesse possuído um lavadouro.

Autor e Data

Rute Antunes 2007 / Paula Figueiredo 2008

Actualização

 
 
 
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