Casa dos Oliveira Maya

IPA.00025074
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde
 
Arquitectura civil residencial.
Número IPA Antigo: PT011312050415
 
Registo visualizado 360 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Na fachada principal desenvolve-se uma linguagem neo-medieval, a lembrar a arquitectura Tudor, com elementos decorativos ecléticos. Por quatro degraus acede-se a um corpo central, de dois registos e recuado, ladeado por dois torreões de três registos. No primeiro piso do corpo central, rasgam-se uma larga porta e duas janelas de pequenas dimensões, decoradas com vidros coloridos. O segundo piso debruça-se sobre a rua por uma janela de sacada, para a qual se abre um vão tripartido, com uma porta central, ladeada de duas janelas, de pequenas dimensões. A sacada é em laje granítica, gradeada de ferro fundido. Sobre o entablamento, ergue-se um frontão de arco canopial, que ostenta no tímpano as armas do fundador da casa (partido: I de Oliveira, uma oliveira; II de Maia, uma águia estendida; elmo e timbre de Oliveira, a oliveira do escudo). O terceiro piso é recuado, abrindo-se sobre um patamar por um vão tripartido, uma porta ladeada de duas janelas. Os torreões são de planta octogonal, desenvolvendo-se em três pisos. No primeiro piso, rasga-se uma janela de peitoril; no segundo, uma janela de sacada, gradeada a ferro fundido; no terceiro, outra janela de peitoril. Todos os vãos do alçado principal são encimados por arcos canopiais, decorados nos ângulos por folhagens que relembram paquifes heráldicos. O aparelho granítico encontra-se à mostra, construído de forma pseudo-isódoma, que contrasta com o aparelho rebocado e caiado dos restantes alçados. O alçado E., voltado para a Rua Bela, é composto por dois pisos e recuado. O embasamento é largo, sendo rasgado por respiradouros. O primeiro e segundo piso são abertos por três janelas de peitoril, com molduras graníticas simples. O entablamento também é de uma grande simplicidade, sendo ultrapassado pelo beiral. Sobre o telhado, umas águas-furtadas abrem-se sobre a rua, com um vão, entablamento e beiral similares ao do corpo principal. O torreão à esquerda abre-se por um vão em cada piso: duas janelas no primeiro e segundo piso e uma janela de peitoril, com gradeamento de ferro fundido. Estes vãos repetem as formas dos do alçado principal com os seus arcos canopiais e decorações. Acede-se ao interior por um pequeno hall, onde uma escada dá lugar a uma porta, ladeada de duas janelas, conjunto que glosa as aberturas exteriores. Estes vãos são decorados com arcos canopiais e vidros multicolores. Passando esta porta, tem-se acesso a um grande vão central, em torno do qual se organiza todo o edifício. Ao longo da escadaria e dos varandins dos andares superiores, existe uma balaustrada em ferro fundido, com travejamento em madeira. Também aqui as portas são coroadas por arcos canopiais. A clarabóia central, de grandes dimensões, está decorada a estuque, com motivos vegetalistas.

Acessos

Rua do Passeio Alegre, n.º 954; Rua Bela; Travessa do Passeio Alegre

Protecção

Incluído no Conjunto de Imóveis da Rua do Passeio Alegre, (v. PT011312050067) e na Foz Velha, incluindo suas extensões Nascente (Sobreiras) e Norte/ Oeste

Enquadramento

Urbano, limitado a S. pela Rua do Passeio Alegre; a E. pela Rua Bela; a O. pela Travessa do Passeio Alegre e a N. por uma construção contígua, que também foi pertença de Domingos de Oliveira Maya.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Educativa: colégio

Propriedade

Privada

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Domingos de Oliveira Maya

Cronologia

1798, 23 de Outubro - Nasce Domingos de Oliveira Maya, na freguesia de Alvarelhos, Santo Tirso; 1789, 28 de Outubro - é baptizado na Sé Catedral do Porto, freguesia da Sé, Porto, tendo por padrinhos Domingos Fernandes Álvares e Dona Eugénia Maria da Silva Reis; 1816, 2 de Agosto - concessão da Certidão de Mercê de Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real (com 1600 reis de moradia e 1 alqueire diário de cevada); 1816, 8 de Agosto - concessão do Alvará de Mercê de Fidalgo-Cavaleiro da Casa Real; 1822, 5 de Agosto - concessão de Alvará Régio de Comendador da Ordem de Cristo; 1857, 28 de Julho - concedida licença a Domingos de Oliveira Maya, para a conclusão do edifício; 1860, 2 de Abril - concedida licença a Domingos de Oliveira Maya, para a construção de um muro de vedação; 1860, 5 de Junho - concedida licença a Domingos de Oliveira Maya, para a construção do edifício; 1863, 6 de Abril - morre Domingos de Oliveira Maya, na sua Casa da Rua das Flores, freguesia da Vitória, Porto, sendo sepultado no Jazigo que adquiriu no Cemitério da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, por si fundado; sucede-lhe na Casa sua irmã Dona Maria Ludovina de Oliveira Maya, mulher de Dom Bernardo Pereira Leitão de Carvalho; 1881, 29 de Outubro - morre, na Casa dos Oliveira Maya, na Rua do Passeio Alegre, Dona Maria de Oliveira Maya, sendo enterrada no Jazigo da Família Oliveira Maya, no Cemitério da Real Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, no Porto; sucede-lhe na Casa o filho Dom Adriano Pereira Leitão de Carvalho; 1888, 17 de Janeiro - morre, no Porto, Dom Adriano Pereira Leitão de Carvalho, sendo enterrado no Jazigo da Família, no Cemitério de Agramonte, Porto; sucede-lhe na Casa as filhas Dona Maria Ludovina Pereira Leitão e Dona Berta Pereira Leitão; 1939, 19 de Março - morre, no Porto, Dona Berta Pereira Leitão, sendo enterrada no Jazigo da Família no Cemitério de Agramonte, Porto; sucede-lhe na sua parte da Casa a irmã Dona Maria Ludovina Pereira Leitão; década de 1950 - venda da Casa do Passeio Alegre à Família Pinho; década de 1970 - instalação do Colégio "O Ramalhete"; 2006, 3 de fevereiro - proposto como Imóvel de Interesse Patrimonial da Carta de Património do PDM do Porto, com a legenda F45 - Casa da Família Oliveira Maya, DR, 1.ª Série.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria de granito, rebocada e pintada nos alçados laterais; coberturas com estruturas de madeira, revestida a telha de barro, de tipo marselha; caixilharia em madeira pintada

Bibliografia

AFONSO, José Ferrão, A Rua das Flores no Século XVI. Elementos para a História Urbana do Porto Quinhentista, Porto, FAUP, 2000, p. 264-266; B.[asto], A.[rtur] de M.[agalhães], Os Constantinos da Rua das Flores. Para a história duma típica rua portuense, O Tripeiro, V Série, Ano III, Julho de 1947, p. 59-60; CARVALHO, Maria Filomena Barros de, Arquitectura e Vilegiatura na Foz do Douro (1850-1910), Porto, 1997 (FLUP), Vol I, p. 59-63 e Vol. II, p. 162-164; GRAÇA, Manuel de Sampayo Pimentel Azevedo, Construções de Elite no Porto (1805-1906), Porto, 2004 (FLUP), Vol. I, p. 105-110, Vol. II, p. 210-287; Jornal de Notícias, 1 de Dezembro de 1886; SANCHES DE BAÊNA, Visconde de, Dicionário Aristocrático (2.ª Edição), Porto, Centro de Estudos de História da Família da Universidade Moderna do Porto, 2002, p. 32.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; AHMP - CMP - Livros de Plantas de Casas, n.º XVIII, fl. 377-382; n.º XXI, fl. 42; n.º XXV, fl. 131-132 e 230-232.

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO.

Autor e Data

Manuel Graça 2006

Actualização

 
 
 
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