Ponte Velha de Tomar

IPA.00025013
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Ponte rodoviária e pedonal, do tipo arco, bastante antiga, a ligar as duas margens do rio Nabão, na cidade de Tomar, reconstruida no séc. 16, e alargada no séc. 19, à custa da supressão das guardas em cantaria, substituídas por metal. Foi totalmente remodelada na primeira metade do séc. 20, sendo alargada e reconstruídas novas guardas, dando-se a estabilização dos pilares e contrafortes. O tabuleiro faz um ligeiro cavalete nos extremos, plana nos topos, assente sobre arcos, protegidos por talhamares a montante e por arcos de descarga, muito amplos, flanqueados por contrafortes. Possui asfalto e passeios laterais, com guardas vazadas em cantaria, com decoração geométrica.
Número IPA Antigo: PT031418110086
 
Registo visualizado 404 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal / rodoviária  Tipo arco

Descrição

Ponte rodoviária e pedonal, de arco e tabuleiro em cavalete pouco pronunciado. Construída em alvenaria e cantaria de calcário, assente em seis arcos de volta perfeita e aduelas regulares, de iguais dimensões, suportados por cinco pilares centrais e dois pilares de encontro, sustentados pelos muros de cantaria que delimitam a margem do rio. Os pilares centrais, de grande dimensões, com base saliente e assente em sapata de betão, formando talhamares, sendo rasgados por amplos arcos de descarga, de volta perfeita, flanqueados por contrafortes, a montante. O tabuleiro avança da estrutura, desenvolvendo-se sobre cornija sustentada por mísulas equidistantes, com ritmo interrompido apenas nos pilares, que se prolongam em acrotérios, de cantaria, já ao nível da guarda, que é de grelhagem ovalada, em alvenaria rebocada e pintada de branco, e capeada a cantaria. Pavimento em asfalto, com passeios laterais, pavimentados a alvenaria de pedra com guias de cantaria na zona dos pilares encontro e em lajes sobre os arcos, onde possui ainda, de ambos os lados, pilaretes retangulares, pintados de amarelo, de proteção. Sobre o primeiro arco existem caixas para escoamento das águas pluviais, com saída por estrutura tubular.

Acessos

Tomar, Rua de Marquês de Pombal. WGS84 (graus decimais): lat.: 39,604557; long.: -8,411069

Protecção

Parcialmente Abrangido pela Zona Geral de Proteção do Convento de Santa Iria (v. IPA.00003997)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado sobre o Rio Nabão, unindo as Avenida Marquês de Tomar e a Rua Serpa Pinto, situadas na margem ocidental à Avenida Marquês de Pombal, que nela se inicia e se prolonga pela margem oriental, constituindo a travessia mais antiga das três pontes que subsistem na cidade. Encontra-se nas imediações do Convento de Santa Iria (v. IPA.00003997), dos antigos Lagares da Levada (v. IPA.00003386), cuja comporta se encontra junto ao primeiro arco ocidental da ponte, e da Casa de Vieira Guimarães (v. IPA.00003359).

Descrição Complementar

No primeiro PILAR sul do lado oriental, a inscrição: "O(bras) P(úblicas) / J(unta) A(utónoma das) E(stradas) / RECONSTRUÇÃO / 1940".

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Transportes: ponte

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

PEDREIRO: Jorge Ferreira (1566).

Cronologia

1219 - primeira referência à ponte (Portal do Arqueólogo); 1475 - obra no arco sobrea levada por ordem deD. Beatriz, que governa a Ordem de Cristo nesta data (ROSA, 1971, VII, 45); 1549 - a ponte é uma estrutura pública, para cuja reparação concorre a população da vila, sendo o primeiro arco, que serve a levada dos moinhos da Ordem, reparado pela Ordem (ROSA, 1971, VII, 320); 1550, 26 novembro - uma cheia leva grande parte da ponte (ROSA, 1971, vol. VII, 311); 1562 - após ter lançado uma finta para a reconstrução da ponte da vila e faltando dinheiro para a sua construção, o rei D. Sebastião ordena que o prior do Convento de Tomar pague uma parte e o dinheiro dos Embargos o resto; é mestre da ponte Jorge Ferreira, que embarga a obra, por falta de pagamento (VITERBO, III, 318-324); séc. 18, 1.ª metade - colocação na ponte de um São Cristóvão, cujo pó da pedra, era, segundo a crença popular, milagroso, sendo raspado frequentemente, o que ocasionou a sua ruína (GUIMARÃES, 236); 1712 - segundo o Padre Carvalho da Costa, existe, na ponte, uma tarja com inscrição em louvor da Imaculada Conceição (COSTA, 155); 1721- segundo Manuel da Esperança, a ponte tem duas pirâmides, uma em memória do Santíssimo Sacramento do Altar e o outro à Imaculada Conceição (GUIMARÃES, 236); 1802, 22 outubro - por não aparecerem arrematantes para a obra dos talhamares de um dos pilares, que ameaçava ruína, a Câmara resolve fazer a obra por jorna, utilizando o dinheiro da arrematação das tabernas (ROSA, 1966, II, 16); 1803, 15 junho - em reunião, decidem que algum do orçamento se deveria aplicar ao arranjo do pavimento da ponte (ROSA, 1966, II, 30); 1824, outubro - um carreteiro deita abaixo uma pirâmide da ponte, exigindo-se que ele a devolvesse para colocar no mesmo lugar (ROSA, 1966, II, 351); 1837, 15 junho - resolve-se arrematar obras na ponte, com a feitura de passeios (ROSA, 1966, II, 458); 26 outubro - pagamento de 179$305 pelas obras da ponte (ROSA, 1966, II, 461); 1859, 28 janeiro - a Câmara decide levar a cabo obras, pois um exame aos talhamares verifica que a estrutura está arruinada (ROSA, 1940, I, 199); 1876, 28 julho - considerando que a largura da ponte não segue a legislação em vigor, para integrar uma estrada real, é pedido ao Governo o alargamento da mesma, removendo-se as guardas de pedra e colocando guardas metálicas (ROSA, 1967, III, 112); 1877, 18 maio - a Direção de Obras Públicas de Santarém remete ao Ministério das Obras Públicas o projeto de ampliação da ponte (ROSA, 1967, III, 121); 1885, 02 julho - arrematação das obras na ponte (ROSA, 1967, III, 238), colocando-se grades metálicas e removendo a estátua que se achava no lado sul, à entrada do caminho de Além da Ponte (SOUSA, 13); 1911, cerca - alargamento do tabuleiro da ponte sobre a Levada, sendo construído um arco em alvenaria de pedra para sustentar o tabuleiro (ROSA, 1991, 113); 1919, 24 fevereiro - Câmara pede à Direcção das Obras Púlicas do distriro de Santarém para reparar os varões do gradeamento da ponte (ROSA, 1974, IX, 462); 1938 - 1940 -obras de alargamento da ponte, com a reparação e substituição das guardas metálicas por guardas de cantaria (ROSA, 1991, 121).

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria e betão, parcialmente rebocado e pintado; guardas, contrafortes, talhamares, aduelas dos arcos em cantaria de calcário; passeios e pavimento da estrada em calçada.

Bibliografia

COSTA, Padre António Carvalho da - Corographia Portugueza e Descripçam Topografica do famoso Reyno de Portugal. Lisboa: Officina de Valentim da Costa Deslandes, 1712, vol. III; GUIMARÃES, Vieira - Thomar - Santa Iria. Lisboa: Licraria Coelho, 1927; «Ponte Velha de tomar» in Portal do Arqueólogo. , [consultado em 04-09-2019]; ROSA, Alberto de Sousa Amorim - Anais do Município de Tomar… Tomar: Câmara Municipal, 1966, 1967, 1971, vols. II, III e VII; ROSA, José Inácio da Costa - «Evolução da fisionomia urbana, arquitetónica e construtiva de Tomar». In Tomar - Perspectivas. Tomar: Festa dos Tabuleiros, 1991, pp. 57-135; SOUSA, J.M. - Noticia descriptiva e historica da cidade de Thomar. Tomar: Typographia Silva Magalhães, 1903; VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vol. III.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 2015, maio - obras de limpeza.

Observações

Autor e Data

Paula Figueiredo 2019

Actualização

 
 
 
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