Câmara Municipal de Castelo Branco / Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco

IPA.00002496
Portugal, Castelo Branco, Castelo Branco, Castelo Branco
 
Arquitectura política, administrativa e judicial, quinhentista.
Número IPA Antigo: PT020502050037
 
Registo visualizado 691 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara, tribunal e cadeia  

Descrição

Planta rectangular simples, de volume único de disposição na horizontal com cobertura homogénea em telhado de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, flanqueadas por cunhais apilastrados em aparelho isódomo, rematadas por friso, cornija e beiral. Fachada principal voltada o O. com três pisos, caracterizada por escadaria de acesso ao 2º piso e balcão com balaustrada sobre a qual se abre uma escadaria com 3 arcos de volta perfeita, sendo dois deles suportados por 2 colunas de fustes cilíndricos. No 1º piso, 3 janelas gradeadas de 2 folhas e 3 janelas de guilhotina. A meio piso, 1 porta e no 2º piso 1 janela de sacada, 3 janelas de guilhotina e 1 porta encimada por campanário sem sino *1. Lateralmente à janela de sacada, baixo relevo com uma esfera armilar, ladeada por escudo de Portugal coroado e lápide epigrafada alusiva ao culto de Nossa Senhora da Conceição *2. Fachada orientada a N. com 3 pisos com 2 janelas de 2 folhas gradeadas, 2 janelas de guilhotina e 2 janelas de sacada no 1º, 2º e 3º pisos respectivamente. É comum à totalidade dos vãos das fachadas orientadas a O. e N. os lintéis rectos, sendo os dos últimos pisos coroados por cornija simples. Fachada S. com 3 pisos, com 2 janelas geminadas e 1 janela de 2 folhas, no 1º piso, e, 2 janelas geminadas e 1 janela de guilhotina no 2º e 3º piso. Interior com espaços diferenciados e tectos planos.

Acessos

Praça Luis de Camões. WGS84: 39º49'31.14''N., 7º29'35.46''O.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, a meia encosta e adossado a outras construções. Próximo localizam-se a Casa do Arco do Bispo (v. PT020502050044), o Antigo Celeiro da Ordem de Cristo (v. PT020502050038) e o Solar dos Motas (v. PT020502050043).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Cultural e recreativa: centro interpretativo

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Pêro Sanches (atr., séc. 16), Vasco Regaleira (1949-1951). CARPINTEIRO: António Pires (1818-1822). PEDREIRO: João Lopes Vidigal 1818-1822). PINTOR: Joaquim Lopes (1818-1822).

Cronologia

Séc. 16 - data da sua edificação, talvez segundo projecto de Pêro Sanches; 1646 - data da lápide latina epigrafada, colocada por Frei António das Chagas, pressupondo-se que tenha sido nesta altura que aí foi colocada; 1686, 14 Agosto - o telhado abateu quase por completo, sendo a Câmara, a pólvora e as armas transferidas para o Castelo para se proceder à sua recuperação; 1818 / 1822 - sofre obras de restauro, a cargo dos mestres carpinteiro António Pires, pedreiro João Lopes Vidigal e o pintor Joaquim Lopes; 1834, 9 Setembro - o Governo ordenou que se organizasse uma biblioteca pública, o que não foi cumprido, sendo os livros a ela destinados armazenados no Paço Episcopal; 1836, 25 Agosto - nova ordem do Governo para construção de uma biblioteca pública, avançando-se com a possibilidade de a instalar na Misericórdia Velha; 1864, 1 Agosto - falecimento do Dr. José António Morão que deizou à Câmara a sua biblioteca com 3200 volumes, mas o sobrinho não lhe facultou o acesso e a Câmara não pressionou a reivindicar este legado; 1867 e 1870 - o governador civil pediu para se formar uma biblioteca com os livros dos conventos extintos, ordenando uma verba anual da Câmara para a aquisição de livros; 1870, 2 Agosto - os municípios são instados para fundar bibliotecas populares; 1872 - José António Morão entregou os livros do tio à biblioteca do Liceu, onde funcionou até 1900; séc. 19, final - demolição do Pelourinho, que se encontrava no centro da praça; séc. 20 - no princípio deste século a Câmara abandona o edifício; 1901, 7 Março - reorganização da biblioteca do Liceu, ficando a cargo da Câmara; 29 Dezembro - donforme decreto governamental, passou a depender directamente da Biblioteca Nacional; 1911 - com a mudança do Liceu para o Paço Episcopal, a biblioteca passou para o antigo edifício da Câmara, no Largo da Sé; 1940, 1 Junho - nomeação do director da biblioteca, o tenente-coronel de Cavalaria, António Elias Garcia; 1948 - a cadeia que até aí funcionava no piso inferior, abandona o edifício; 1949, 23 Fevereiro - proposta de restauro da Domus Municipalis para instalar a biblioteca; 1949 / 1951 - são aí instalados os serviços de urbanização e a Biblioteca Municipal Dr. Jaime Lopes Dias, segundo projecto de Vasco Regaleira, sendo totalmente demolido e reconstruído, aproveitando alguns elementos antigos; 2007 - a biblioteca passa para um novo edifício; 2009, 28 junho - inauguração da nova biblioteca pelo primeiro-ministro, José Sócrates; o edifício fica devoluto; 2014, 11 novembro - abertura de concurso de adjudicação das obras de transformação do edifício para receber o Museu Oficina do Bordado de Castelo Branco; 2017, 25 julho - inauguração do Centro Interpretativo do Bordado de Castelo Branco.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Pedra granítica, reboco, ferro forjado, madeira, telha marselha.

Bibliografia

Guia das Cidades e Vilas Históricas de Portugal, n.º 6, in Jornal Expresso, Lisboa, 1996; LEITE, Ana Cristina, Castelo Branco, Lisboa, 1991; Mapa de Arquitectura de Castelo Branco, Castelo Branco, 2003; OLIVEIRA, Manuel Alves, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Lisboa, 1990; PROENÇA, Raul, Guia de Portugal, Beira - Vol III - Tomo II - Beira Baixa e Beira Alta, 2º edição, Lisboa, 1994; SANTOS, Manuel Tavares, Castelo Branco na História e na Arte, Castelo Branco, 1958; TAVARES, António, A história da Biblioteca e as várias instalações que teve ao longo dos anos, in Gazeta do Interior, 11 Outubro 2006.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMCB

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMCB

Documentação Administrativa

CMCB

Intervenção Realizada

Observações

*1: O campanário servia para anunciar o fecho das portas da cidade; *2: a lápide possui uma inscrição composta por Frei António das Chagas, cuja tradução é: "A eternidade sagrada da Imaculada Conceição de Maria - D. João IV, Rei de Portugal, juntamente com as Cortes, se voltou tributário por si e pelos seus reinos com um senso anual e jurou defender perpetuamente a imaculada Conceição da Mãe de seus eleita para protectora do seu reino. Como lembrança da piedade Lusitana ordenou que isso se exarasse nesta lápide viva, para eterna memória. Ano de Cristo de 1646 e 6º de seu reinado."; existiam mais duas semelhantes nas muralhas.

Autor e Data

Luis Castro 1998

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login