Fonte Pequena

IPA.00024911
Portugal, Évora, Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição e São Bartolomeu
 
Arquitectura infraestrutural, quinhentista, barroca. Fonte de espaldar de fundação quinhentista, da qual restam apenas os alçados laterais e parte do espaldar primitivo, profundamente remodelada nos séc. 17 e 19 que lhe conferiram o prospecto actual, de grande sobriedade construtiva. De planta rectangular, localizada abaixo do nível do solo, fechada por espaldar de cantaria e nos lados maiores por muros de alvenaria, caiada e rebocada, ligeiramente mais baixos; tem acesso por larga escadaria marmórea que conduz ao lago munido de 4 passadeiras pétreas que permitem o acesso ao tanque adossado ao espaldar munido de 4 penas, ornadas de carrancas octogonais lavradas.
Número IPA Antigo: PT040714050056
 
Registo visualizado 93 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Planta composta por caixa quadrangular rasgada abaixo do nível do solo, fechada por espaldar a O. com tanque rectangular adossado e lago rectangulares; muros laterais, ligeiramente mais baixos; a E. larga escadaria de mármore, de 8 degraus. Espaldar voltado a E., em aparelho isódomo de pedra branca, de blocos de diferentes dimensões; ao centro tabela oval com o cronograma "1687"; sob esta, lápide pétrea rectangular, recente, com a inscrição "água imprópria para consumo"; remate em cornija de mármore cujo tardoz limita a estância a O.; muros laterais de alvenaria, capeados a mármore cinza e com guardas laterais pétreas, com enrolamento volutado na parte superior *1; o espaldar e muros latearis encerram o lago rectangular atravessado na tranversal por quatro estreitas passadeiras de pedra permitindo o acesso ao tanque pétreo; estas junto ao tanque apresentam-se sulcadas estrias paralelas entre si, destinadas a evitar a acumulação de água uma vez que o patim encontra-se frequentemente submerso pela água do lago. Tanque rectangular e estreito, possuindo duplo remate em cornija, a inferior decorada por duplo listel, a superior de mármore rosa, com moldura de perfil em peanha; a água jorra através de 4 penas decoradas por carrancas pétreas octogonais com bicas metálicas *2. Ao nível do solo o espaço de lazer é delimitado a E. por tabuleiro de calçada, em meia lua, delimitado por frades de pedra; a O. localiza-se o "parlatorium", zona de encontro e lazer dos habitantes, apresentando planta em U., aberto a O. e delimitado a E. pelo tardoz do espladar da fonte, a que se adossa muro baixo de alvenaria capeado a mármore cinza que se prolonga pelos lados maiores do rectângulo elevados à altura do espadar e igualmente capeados a mármore cinza; o espaço assim criado apresenta pavimento de pedrinhas, de listões e xadrezes desenhando rectângulo tendo ao centro cronograma, também em pedrinhas, "1870". A fonte é abastecida por arca abobadada situada nob Teereiro do Paço cujas águas são encaminhadas até à fonte por um aqueduto.

Acessos

Largo 25 de Abril

Protecção

Incluído na Zona Especial de Protecção do Antigo Convento dos Agostinhos (v. PT040714030005) e na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados e em vias de classificação do centro histórico de Vila Viçosa (v. PT040714030042)

Enquadramento

Urbano, a uma cota de c. de 534m, isolado e destacado, no centro histórico de Vila Viçosa, fronteiro ao Antigo Convento dos Agostinhos (v. PT040714030005) e muito perto do Paço dos Duques de Bragança (v. PT040714030009), do Paço do Bispo (v. PT040714030016) e do Convento das Chagas (v. PT040714030004). Em zona ajardinada delimitada a O. pelo Lg. Mariano Presado e a E. e N. pelo Lg. 25 de Abril.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Hidráulica: chafariz

Propriedade

Pública: muncipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1569 - já documentada a primitiva fonte que apesentava então espaldar monumental de mármore, com pórtico de altura superior a 5m, frontão em obelisco piramidal, pilastras e duas entradas laterais lançadas em triângullo 1687 - no seguimento de uma provisão de D. João IV (a qual proíbia a abertura de poços e engenhos particulares nos quintais vizinhos devido a facto de secarem o caudal público da fonte) e a instâncias do mestre de campo D. Dinis de Melo e Castro, futuro Conde de Galveias, a fonte é reedificada, importando a obra em 174.675 rs; a fonte foi então rebaixada tendo-se destruído o chafariz municipal que corria na linha de casas até ao Paço dos Lucenas (v. PT040714030051) *3 e o lavadouro anexo sendo o terreiro transformado em recinto público de jogo da pela, tendo-se conservado os alçados laterais e fundeiro da fonte; 1852, 16 de Julho - nova remodelação da fonte dendo-se destruído o corpo monumental da fonte quinhentista até aos cunhais, em virtude deste encobrir a residência de Francisco António dos Santos, escrivão da Câmara; destruição deste corpo prende-se igualmente com a transformação então ocorrida da R. da Corredoura em avenida, dado o espaldar da fonte ficar de costas para esta nova artéria; por esta altura foi construída a actual cimalha e rasgada no tardoz a estância, calçada e com assentos para os passeantes, desenhada em trapézio; 1870 - data na calçada do "parlatorium" asssinalando um seu arranjo; Séc. 20 - arranjo urbanístico da zona que isolou o tabuleiro numa meia lua calçada, com marcos de pedra.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Mármore rosa e cinza, pedra, alvenaria rebocada e caiada, ferro, calçada e pedrinhas.

Bibliografia

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, 1978.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMVV

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMVV

Intervenção Realizada

CMVV, Séc.20, 1ª metade - arranjo urbanístico da zona com reformolação das zonas de lazer associadas à fonte.

Observações

*1 - as presentes guardas substituiram as primitivas as quais possuiam as marcas das bilhas e tabuleiros de xadrez; *2 - a bica do lado N. é é a preferida dos habitantes e por eles designada de Nossa Senhora da Graça; *3 - este chafariz, de mármore, possuia planta quadrangular, com c. de 1m da altura e nele podiam beber mais de 200 animais; ao centro do lago um cavalo esculpido, de mármore, jorrava água pelos olhos, boca, ouvidos e nariz.

Autor e Data

Rosário Gordalina 2006

Actualização

 
 
 
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