Escola Primária José Rodrigues / Serviços Técnicos Câmara Municipal de Valença

IPA.00024626
Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão
 
Escola primária construída no início da década de 30 do séc. 20 e ampliada com cantina na década de 40, conservando as suas características construtivas, ainda que interiormente tivesse sido subdividida, mas com estruturas de pladur. A escola, com quatro salas para um sexo, segundo os planos da Repartição das Construções Escolares, segue o tipo X, tendo planta retangular e fachadas evoluindo em dois pisos, com quatro salas de aula, gabinetes do professor, museu e entrada por átrio saliente coberto, e, na fachada posterior, alpendre assente em pilares. As salas de aula são iluminadas por amplas janelas, com iluminação unilateral, sublinhadas por friso com vaseiras. Ainda que seguindo o esquema do projeto tipo X, a escola constitui uma variante, uma vez que o remate do pano central é mais simples - seguindo o tipo IX -, o átrio coberto desenvolve-se apenas ao nível do primeiro piso e não apresenta pináculos no alinhamento dos cunhais. Da mesma tipologia é a Escola da Serra, em Tomar (distrito de Santarém). Na na fachada posterior, possui corpo adossado perpendicularmente com sanitários e cantina, construída na década de 40.
Número IPA Antigo: PT011608150136
 
Registo visualizado 65 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Educativo  Escola   Escola primária  Tipo projetos regionalizados

Descrição

Planta retangular composta por dois corpos rectangulares colocados paralelamente, o da fachada posterior mais estreito, possuindo na fachada principal pequeno vestíbulo fechado e na fachada posterior, a toda a largura, alpendre, ambos igualmente rectangulares. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas e de cinco no alpendre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria, rasgado por frestas de arejamento quadrangulares, cunhais apilastrados, terminadas em friso e cornija sobreposta por beiral e rasgadas por vãos rectilíneos. Fachada principal virada a nascente, de três panos definidos por falsas pilastras e terminada por alto friso; ao centro, apresenta átrio avançado, com embasamento encimado por silhar de cantaria, rasgado ao centro por portal de verga recta, precedido por escadas, e cuja moldura forma superiormente falsos capitéis, tal como no alinhamento dos cunhais; ladeia o portal duas frestas, de fina moldura, que também surgem nas faces laterais; o corpo termina em terraço, protegido por guarda plena de cantaria e gradeamento de ferro, possuindo afixado frontalmente o mastro da bandeira. De cada lado do átrio, rasgam-se três amplas janelas de peitoril, no primeiro piso inferiormente com friso de cantaria e interligadas por cornija do mesmo material apoiado em falsas mísulas nos intervalos dos vãos e, no segundo tendo vaseiras entre os vãos; ao centro, rasga-se no segundo piso porta de acesso ao terraço com jambas de cantaria. Fachadas laterais com o pano do corpo maior cego e o da fachada posterior rasgado por duas janelas de peitoril, com friso inferior e superior de cantaria. A fachada posterior é rasgada no primeiro piso por porta de verga recta e duas janelas de peitoril laterais, protegidas por alpendre, assente em seis pilares quadrados de cantaria, dois deles semi-embebidos na fachada, e com estrutura de madeira; no segundo piso, rasgam-se três janelas de peitoril, com friso inferior e superior de cantaria. INTERIOR com paramentos em cantaria aparente com as juntas tomadas e cimentadas, ou rebocadas e pintadas de branco, com pequeno rodapé de madeira. Primeiro piso com átrio pavimentado a lajes de cantaria e o restante a ladrilho cerâmico; no vestíbulo, abrem-se lateralmente portas altas de verga recta de acesso a gabinetes, alguns divididos por estruturas de pladur, e, no topo direito, desenvolve-se a escada de ligação ao segundo piso, com guarda de madeira. No segundo piso, existem vários gabinetes de trabalho, alguns igualmente separados por estruturas de pladur, com pavimentos em ladrilho cerâmico e tecto de estuque. Perpendicularmente à escola, adossa-se na fachada posterior o corpo rectangular da ANTIGA CANTINA, de massa horizontalista e cobertura homogénea em telhado de quatro águas. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria e terminada em cornija de betão sobreposta por beiral. Fachada principal virada a sul rasgada por três portas de verga reta, atualmente transformadas em altas janelas com bandeira, e uma porta de verga recta sob o alpendre. No INTERIOR, possui instalações sanitárias e a cantina da Câmara.

Acessos

Valença, Rua Mouzinho de Albuquerque

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção das Fortificações da Praça de Valença do Minho (v. IPA.00003527)

Enquadramento

Urbano, isolado no interior da praça militar, integrado no núcleo medieval da vila e que era envolvido pela muralha, situando-se entre os baluartes de São João e do Carmo. Adapta-se ao declive do terreno, com a fachada principal virada para a principal via da urbe, recuado relativamente ao alinhamento dos outros edifícios, possuindo fronteiro pequeno espaço pavimentado a calçada à portuguesa, formando quadrícula, com vasos de flores e dois brasões. A fachada posterior implanta-se sobranceira à Rua da Oliveira, possuindo recreio pavimentado a lajes de granito, protegido por muro e gradeamento metálico. Em frente, a nascente, ergue-se o antigo edifício da Assembleia Valenciana (v. IPA.00023836), e nas imediações a Igreja de Santa Maria dos Anjos (v. IPA.00006437), a Igreja da Santa Casa da Misericórdia (v. IPA.00006231) e a antiga Cadeia Civil (v. IPA.00009010).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Educativa: escola primária

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Eugénio Correia (1930).

Cronologia

1857, junho - funcionava intra-muros uma aula régia e duas particulares de ensino primário, uma de gramática latina e francês e uma mestra, só para meninas, paga pelo município; 1865, março - criação de uma cadeira de ensino primário para o sexo feminino na vila, com o subsídio de casa, mobília e utensílios a serem pagos pela Câmara; 1876, 03 março - apresentação ao Parlamento de um projecto-lei da autoria do deputado Dr. Ilídio Aires Pereira do Vale propondo a concessão do edifício intra-muros - correspondente a uma dependência da padaria militar - e que desde o incêndio que sofrera antes de 1873 estava ao abandono; 1880, maio - chumbado o projecto do Dr. Ilídio do Vale, funcionando a escola numa casa alugada, decrépita; 1911, 31 julho - testamento de José António Alves Rodrigues à Câmara Municipal de Valença, legando uma das suas casas, com a obrigação de nela se construir um edifício para o ensino primário, para ambos os sexos, e que tivesse a denominação de "José Rodrigues", bem como de 4 contos para a construção da escola; 1913, maio - o Conselho de Instrução Pública determinou que as Escolas Centrais de Valença fossem instaladas no edifício legado pelo benemérito valenciano José António Alves Rodrigues, passando a denominar-se Escolas José Rodrigues; faltava no entanto que o Governo atendesse ao pedido feito pela Comissão municipal para dar um subsídio que permitisse a construção de um edifício digno; 1914, fevereiro - Ministério do Fomento concedeu à Câmara 2.000$000 rs para ajudar na construção da escola; esta verba, juntou-se assim ao legado de 4.000$000 de José Joaquim Rodrigues; Dezembro - a Câmara tinha nos cofres 6.672$100 para a construção do edifício; 1916, março - Câmara spede ao Governo que mande proceder à conclusão dos estudos dos edifícios destinados aos serviços das Escolas Centrais de Valença; 14 junho - portaria aprovando o projecto de orçamento para o edifício das Escolas Centrais, orçado em 14.310$00; 1916, Setembro - anunciava-se para breve o início da construção das Escolas Centrais de Valença; 1917, novembro - encontravam-se matriculadas nas Escolas Centrais Femininas 64 alunas; 1918, 27 março - autorização para abertura de concurso para execução do projecto do edifício das escolas José Rodrigues e a realizar as expropriações necessárias; abril - foi à praça a construção da escola José Rodrigues pela verba de 14.390$000, ficando deserto o concurso, porque a verba orçada havia dois anos não era compatível com o custo dos materiais naquela época; a casa na R. Mouzinho de Albuquerque, então de António Lourenço da Cunha e onde funcionavam as Escolas Centrais, tinha uma lápide de mármore com a inscrição "Nesta casa foi hospedado e pernoitou de 16 para 17 de abril, o ex-rei da Sardanha, Carlos Alberto. Em testemunho de veneração que consagra à sua memória, a Câmara Municipal de Valença mandou colocar aqui esta lápide em 1883"; arrematação em praça da construção do edifício da Escola José Rodrigues, por 14.390$000; 1928, abril - abertura dos caboucos para a construção da escola Dr. José Rodrigues, na R. Mouzinho de Albuquerque; 1934, julho - disponibilização de verba para continuação das obras de acabamento do edifício das escolas de Valença, parado há dois anos; 02 agosto - DGEMN concedeu o subsídio de 75 mil escudos para a conclusão do edifício da Escola José Rodrigues; 1937, fevereiro - começou a funcionar em pleno o novo edifício escolar construído em frente da Assembleia Valenciana, destinado ao sexo feminino, para as 4 classes; 1946, janeiro - inauguração da cantina escolar de Valença; 1957, dezembro - deliberou-se mandar colocar no jardim do Lg. da Escola as duas pedras de armas que foram encontradas nos terrenos da antiga padaria militar; 1958, 25 outubro - inauguração da cantina escolar num edifício adossado à escola; 1960, novembro - a Câmara deliberou consultar a Direcção-Geral do Ensino Primário para saber se poderia dar à escola primária da vila o nome do benemérito José António Alves Rodrigues, como homenagem ao mesmo; 1980, década - adquirido pela Câmara Municipal de Valença, para posterior instalação dos serviços técnicos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada de branco; elementos estruturais, frisos e cornijas, pilares, frisos e cornijas, molduras dos vãos e vaseiras e outros em cantaria de granito; portas exteriores e caixilharia de alumínio; vidros simples; algerozes metálicos; pavimento em lajes de granito e ladrilho cerâmico; divisórias tipo pladur e vidro; portas interiores em madeira e vidro; tectos de estuque; cobertura em telha.

Bibliografia

BEJA, Filomena, SERRA, Júlia, MACHÁS, Estella, SALDANHA, Isabel - Muitos Anos de Escolas, Edifícios para o ensino infantil e primário até 1941. Lisboa: 1987, vol. 2; Ministério das Obras Públicas - Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958. Lisboa: 1959, vol. 1; NEVES, Manuel, Augusto Pinto - Valença. Das origens aos nossos dias. Valença: 1997; NEVES, Manuel, Augusto Pinto - Valença entre a História e o Sonho. Valença: 2003.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2006

Actualização

João Almeida (Contribuinte externo) 2018
 
 
 
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