Fortaleza de Azamor
| IPA.00024408 |
| Marrocos, Doukkala-Abda, El Jadida, El Jadida |
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| Arquitectura militar, quinhentista. Cerca urbana de planta retangular irregular, com paramentos em talude, coroados por parapeitos lisos, reforçados por torres e cubelos prismáticos, ultra-semicircualres e circulares, um deles integrado no antigo palácio dos Capitães. | |
| Número IPA Antigo: MA910201000002 |
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| Registo visualizado 359 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Fortaleza
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Descrição
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| Fortificação composta por cerca urbana de planta retangular irregular, delimitando a urbe pelo lado do rio e de terra, com muralhas em alvenaria rebocada, de paramentos aprumados ou com talude, terminados em parapeitos lisos ou coroados por ameias de corpo largo; por vezes são rasgados por seteiras. As muralhas são reforçadas por torres e cubelos prismáticos, duas ultra-semicirculares, na face virada a N., coroadas por merlões e canhoneiras, e dois circulares, tipo baluarte, na face O., o de São Cristóvão, na inflexão da muralha, anexo ao Palácio dos Capitães, e o do Raio, no extremo S. da fortaleza; estes últimos têm canhoneiras rectangulares rasgadas em mais do que um nível de tiro, terminando o de São Cristóvão em parapeito liso com seteiras, assente em falsas mísulas longilíneas que se destacam do paramento, aí mais estreito, para se abrirem no intervalo vãos para tiro mergulhante. As portas são em arco de volta perfeita simples, sobre os pés direitos, ou sobre pilastras em silharia fendida, com fecho saliente, superiormente enquadrado por moldura retilínea, rematada em cornija. |
Acessos
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| Azemour, Avenue Mohamed V, Avenue Allad Ben Abdellah |
Protecção
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| Inexistente |
Enquadramento
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| Urbano, ribeirinho, adossado ou isolado, a N. de Marrocos, na margem esquerda do rio Morbeia, a cerca de dez quilómetros da antiga Mazagão. No interior da cerca, conserva em algumas ruas casario com elementos em estilo manuelino. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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| Militar: fortaleza |
Utilização Actual
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| Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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| Pública: estado de Marrocos |
Afectação
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Época Construção
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| Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITECTO: Diogo Arruda (séc. 16); Francisco de Arruda (séc. 16). MESTRE: Álvaro (séc. 16); Jorge Dias (1528). PEDREIRO: Antão Pires (1520). |
Cronologia
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| 1486 - estando Azamor dependente do rei de Fez, devido à instabilidade política regional, os seus habitantes pediram a proteção do rei D. João II de Portugal (1481-1495), de quem se tornaram vassalos e tributários; o tributo anual era de dez mil sáveis, peixe abundante naquele rio, permitindo o estabelecimento de uma feitoria; para primeiro feitor foi escolhido o escudeiro Martim Reinel, que já lá se encontrava em função da negociação do acordo, e cujas funções exerceu até 1501; 1497 - confirmação dos termos do contrato pelo rei D. Manuel I (1495-1521); 1508 - Rodrigues Bérrio, um armador de Tavira que costumava ir pescar sáveis a Azamor, deu conhecimento a D. Manuel das grandes divisões entre os seus habitantes e do desejo que alguns manifestavam em se tornar súbditos de Portugal; atendendo a esses motivos, foi enviada uma pequena armada composta por 50 navios e 2.500 homens, sob o comando de D. João de Menezes, para submeter a cidade, mas esta primeira tentativa de conquistar Azamor saiu frustrada; 1513, 15 Agosto - depois de várias tentativas, só nesta data é que a praça foi efectivamente tomada pelos portugueses, com uma armada composta por 500 navios, 13.000 homens a pé, mais de 2000 cavalos, e gente de mar, sob o comando de D. Jaime, duque de Bragança; participou na expedição Francisco Danzilho, que desenhou a praça a pedido de D. Jaime, o qual enviou o desenho ao rei; na data do ataque, a fortificação tinha planta quadrangular e uma dimensão fora do comum; a coroa decide melhorar as condições da cidade recém-conquistada, ainda que diminuindo a zona defendida, recuperar o alcácer e construir um castelo mais forte em Mazagão; a população muçulmana abandonou as suas casas, ficando apenas a comunidade judaica, à qual se juntaram mouros de outras zonas e colonos idos do continente, de Castela e, sobretudo, da Madeira; D. João de Menezes reduziu Azamor a um simples castelo; Dezembro - estava a reparar os muros, mas insistia na necessidade de construção de um atalho, ou seja, de um muro transversal que conformasse m castelejo, deixando de fora da cerca parte do aglomerado urbano, que ficaria conhecido como cerca velha; Diogo de Arruda foi a Azamor; dá-se orientação para fazer primeiramente o alcácer da cidade, iniciando-se a abertura do fosso à volta da alcáçova; 1514, Fevereiro - Diogo e Francisco Arruda superintendiam as obras da fortificação e à construção de casas de morada, tendo sido eles que projectaram e lançaram os alicerces dos quatro principais baluartes da cidade; Abril - dos baluartes virados a terra, estava acabado o mais pequeno (talvez o de São Cristóvão), enquanto o grande, o do raio, estava já levantado até ao sobrado; a obra do fosso encontrava dificuldades porque tinha de ser aberto em rocha viva; D. Manuel enviou uma campanha com cerca de 200 homens para ultimar as obras que se arrastavam; 1517, 11 Setembro - data do "Regimento da obra do muro da cidade de Azamor", nomeando Álvaro de Cadaval vedor e recebedor das obras; construiu-se um muro de taipa e formigão de cal, com 1,70m de largura e cerca de 4,5 de altura, fora as ameias, com alicerces de pedra, que cortaria a cerca desde o baluarte de São Cristóvão até à Igreja Matriz e até ao rio de Morbeia; este muro teria uma porta para o campo, com a forma que o capitão desejasse; 1520, 11 Janeiro - carta régia nomeando Antão Pires mestre das obras de pedraria, substituindo um mestre Álvaro; 15 Abril - D. Álvaro de Noronha escreve ao rei informando que a obra do atalho estava acabada; 1530, 9 Julho - chama a Azamor D. Pedro de Mascarenhas que pouco depois se queixou a D. João III de que os muros estavam muito debilitados, eram de taipa e terra, muito finos e com pouca largura; decidiu ainda reduzir ainda mais a última zona fortificada, fazendo um atalho no enfiamento de um baluarte que António Leite tin começado e aumentou a capacidade defensiva dos outros; 1541, Outubro - abandono da praça-forte, por determinação de D. João III, após a queda da Fortaleza de Santa Cruz do cabo de Gué, para diminuir o esforço económico e humano no Magreb. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Estrutura em alvenaria de pedra rebocada; elementos de cantaria e de tijolo. |
Bibliografia
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| AMENDOEIRA, Rui, "Azamor" in Dicionário de História dos Descobrimentos Portugueses, dir. Luís de Albuquerque, vol. 1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1994, pp. 105-106; CRUZ, Maria Augusta Lima da, Os Portugueses em Azamor (1513-1514), dissertação de licenciatura em História, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa, 1967; DIAS, Pedro, Arte de Portugal no Mundo. África Oriental e Golfo Pérsico, Lisboa, Público - Comunicação Social, S.A., 2008; http://pt.wikipedia.org/wiki/Azamor, Abril 2010. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| 1528 - obras de reparação, sendo mestre de obras Jorge Dias. |
Observações
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| EM ESTUDO |
Autor e Data
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| Sofia Diniz 2006 |
Actualização
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| Manuel Freitas (Contribuinte externo) 2011 |
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