Palácio D. Maria da Silveira

IPA.00024205
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Palacete barroco, de planta em forma de U composta por um rectângulo principal a que se adossam outros dois dispostos perpendicularmente, 2 pisos e saguão. Fachada principal e lateral esquerda, rebocadas e pintadas de branco com embasamento em cantaria rematadas por cornija e cimalha com beiral saliente e ponteadas por gárgulas; acesso ao interior através de um átrio de onde arranca uma escada imperial de 2 lanços e 3 braços para o piso superior.
Número IPA Antigo: PT031418120078
 
Registo visualizado 99 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta composta em U, organizada à volta de um pátio interior, sendo o braço O. mais estreito e de fachada cega; a E. adossa-se, no ângulo posterior e perpendicularmente, um edifício de 2 pisos de planta rectangular; volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no corpo principal e lado esquerdo a E., e de uma água no outro braço; águas furtadas rasgadas no telhado. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de 2 pisos com embasamento em cantaria, divididos por friso saliente, demarcadas por cunhais em cantaria com base e rematados por pináculos em forma de alcachofra assentes em plintos; remate em cornija e beiral. Fachada principal virada a N. de 3 panos separados por pilastras sobrepujadas por pináculos em forma de alcachofra assentes em plintos; pano central rasgado por portal de vão em arco abatido com pedra de fecho em voluta ornada com folha de acanto, moldura em cantaria recortada tipo papo de rola, ornamentada na verga com grinaldas, ladeando o portal, 2 portas de vão rectangular e moldura lisa em cantaria, no flanco direito, uma janela de peito de vão rectangular emoldurada; piso superior, com 4 janelas de sacada de vão rectangular e emolduradas a cantaria, com verga arquitravada e balcão pouco saliente com guardas em ferro forjado; 1 janela de sacada sobreposta ao portal principal, de arco abatido e de igual modinatura, mas de menor vão e verga arquitravada, balcão pouco saliente com guardas em ferro forjado suportado por mísulas ornadas com acanto comungando a verga do vão inferior; os panos laterais no piso térreo, são rasgados por portais de arco abatido e moldura lisa com orelhas com pingentes; no piso superior, abrem-se janelas de sacada em arco abatido, com pequenas orelhas e remate superior de recorte polilobado com decoração vegetalista, encimadas por pequeno frontão ondulado, balcões pouco salientes com guardas em ferro forjado; rematando o pano lateral esquerdo, cimalha com 2 gárgulas em forma de cabeça de peixe, desenvolvendo-se acima desta e à face da fachada, mansarda de planta octogonal com aletas, de molduras decoradas e recorte superior polilobado com remate de pequeno frontão angular, rasgada por janela em arco de cesto com guardas em ferro no frontispício e ladeada por 2 janelas de vão rectangular nas faces; pano lateral direito, rematado como o esquerdo, sendo as gárgulas em forma de cabeça de porco e desenvolvendo água furtada com janela moldurada de recorte e características semelhantes à mansarda mas com 2 janelas de arco em asa de cesto nas empenas. Fachada E., rasgada no piso inferior por 8 janelas de vão rectangular com molduras lisas; superiormente abrem-se na prumada dos vãos inferiores, 8 janelas de sacada de vão rectangular com verga de recorte superior polibolado com decoração vegetalista e pequenas orelhas encimada por pequeno frontão angular; fachada rematada em cimalha com 5 gárgulas em forma de cabeça de peixe e cobertura de telhado com 2 águas furtadas. INTERIOR: átrio rectangular, ao qual se acede através do portal de vão em arco abatido, com pavimento em ladrilho cerâmico de motivos florais e geométricos, onde se rasga à direita uma porta em arco abatido com pedra de fecho saliente, emoldurada em cantaria, de acesso à tesouraria dos Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS) no piso térreo; ao fundo do átrio, vencendo um ligeiro desnível por um degrau, arco pétreo em asa de cesto com pedra fecho saliente ornada com folhas de acanto e suportado por pilastras munidas de plinto e capitel que, conduz a escada imperial, de acesso ao piso nobre, no patamar intermédio, rasga-se em frente uma porta de acesso a pátio exterior; paredes do átrio e escadas em silhar de azulejos monocromos, corrimão e guarda corpo dos braços da escada em ferro com arranque em balaústres; no topo das escadas, o patamar comunica com três portas, 2 laterais e uma frontral, de acesso a todo o interior do palácio, hoje áreas administrativas dos SMAS e do Departamento de Obras Municipais (DOM) da CMT. O piso térreo, excepto o compartimento do átrio, é ocupado à direita pela loja de comércio Casa das Sementes e à esquerda pela loja de pronto-a-vestir Fetal, não existindo nada de significativo a realçar.

Acessos

Praça da República, n.º 1 a 7; Rua da Infantaria 15, n.º 89 a 103

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção da Igreja Matriz de São João Baptista (v. PT031418120004)

Enquadramento

Urbano, destacado, adossado. Situa-se em pleno centro histórico (v. PT031418110032), com fachada principal para a Praça da República (antiga Pç. D. Manuel, também chamada de S. João), onde também se situa lateralmente a Igreja de S. João Baptista (v. PT031418120004) e o edifício do Paços do Concelho (v. PT0314181200251). A fachada E. abre para a R. Infantaria 15. Na fachada posterior a S., o corpo principal e braço direito deitam para pequeno pátio. O palácio é flanqueado a O. por edifício de 2 pisos.

Descrição Complementar

No interior do edifício, no átrio e nas escadas que dão acesso ao piso nobre as paredes têm silhar de azulejos monocromos, módulo 2x2, de composição floral com cercadura de flores de acanto e rodapé esponjado de manganés. Os azulejos serão do último quartel do séc. 18 (conjunturalmente). O pavimento do átrio de entrada é em ladrilho com motivos florais. Guarda das sacadas em ferro forjado de composição geométrica com enrolamentos.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Política e administrativa: departamento municipal / Comercial: loja

Propriedade

Publica: municipal / Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 17, finais - o Palácio pertenceu a D. João de Sousa Silveira, Alcaide-Mor de Tomar; 1954, 23 de Novembro - Escritura do contrato de arrendamento das fracções do Palácio, nº 4, 5, 6 e 7 para os Serviços Municipalizados de Tomar à família Alves Casquilho; 1960, 8 de Julho - contrato de arrendamento das fracções nº 4, 5, 6 e 7 do palácio para os Serviços Municipalizados de Águas e Electricidade da Câmara Municipal de Tomar à família Alves Casquilho; 1964, 26 de Fevereiro - Contrato de arrendamento de uma parte do edifício para os Serviços Municipalizados à família Prista da Costa, das fracções nº 1, 2 e 3 na Praça da República e nº 89 a 103 da Rua de Infantaria 15; 1969, 18 de Dezembro - Escritura de compra e venda das fracções do Palácio nº 4, 5, 6 e 7 à família Alves Casquilho.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria rebocada e pintada nas paredes exteriores; cantarias nas molduras dos vãos, balcões de sacada, cimalha e embasamento; madeira pintada nas portas e caixilhos das janelas; ferro nas guardas e portas; telha em meia cana na cobertura, azulejos no átrio e escadaria

Bibliografia

DIONÍSIO, Sant`Anna, Guia de Portugal Vol II, Estremadura, Alentejo e Algarve, Lisboa, 1927; ROSA, Amorim de Tomar, Tomar, 1960; ROSA, Amorim, História de Tomar Vol II, Santarém, 1982; GRAÇA, Luís Pedrosa dos Santos, Tomar Roteiro Sentimental, Lisboa, 1999

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMT

Intervenção Realizada

2000 - Obras de conservação da cobertura, interiores e exteriores, mantendo a mesma traça

Observações

Séc. 18, (segunda metade) - Durante a estadia de D. Maria I em Tomar, quando o Convento de Cristo esteve em obras, o seu médico Dr. Ignácio Tamagnini, acompanhado de sua sobrinha D. Ângela Tamagnini, ficou instalado no Palácio. Após a morte do Dr. Ignácio Tamagnini, o Sr. Alves Casquilho compra a ala nobre do Palácio, enquanto o Sr. Marino Pereira da Costa compra a restante parte do edifício.

Autor e Data

Salomé Baptista 2005

Actualização

 
 
 
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