Linha defensiva das Atalaias de Alfanxia, Torre de Marim, Torre de Quatrim, Torre da Amoreira, Torres de Bias e Atalaia do Torrejão

IPA.00024203
Portugal, Faro, Olhão, União das freguesias de Moncarapacho e Fuseta
 
Arquitectura militar, islâmica, medieval, quinhentista. Conjunto de torres de vigia do antigo termo de Faro, com contacto visual entre si, que se estendem praticamente em linha recta, entre a Barra de Faro e a Barra da Fuseta, por c. de 15,5K, com evidente relação com a linha de costa e a Ria Formosa, construídas entre o Séc. 12 e o Séc. 16. Distribuem-se em duas linhas: uma de frente, junto à costa, com função de vigilância e protecção das terras e populações ribeirinhas; uma segunda linha, de retaguarda, com eventual função de protecção de campos de cultivo e de suporte à linha da frente (SILVA, 1997 - 1998). A este conjunto pertencem igualmente as desaparecidas Atalaia do Torrejão e a Torre do Natal, a trecentista Torre de Santo António do Alto, em Faro, posteriormente integrada na Ermida de Santo António do Alto (v. PT050805050068), bem como as igualmente desaparecidas atalaias do Cabo de Santa Maria e do Forte da Barra Nova *10. As Torres apresentam planta quadrada, quadrangular ou hipoteticamente rectangular, excepto uma de planta circular. Alçados relativamente espessos, na maioria de pedra irregular, argamassada, dispostos internamente em dois ou três pisos, sendo frequentemente o térreo maciço, e com hipotética cobertura exterior em terraço provavelmente ameado. A Torre de Marim apresenta semelhanças com torres senhoriais do N. de Portugal. Testemunho da defesa costeira algarvia existente desde a época medieval, estruturada numa complexa rede de torres de vigia. A Torre de Quatrim, apresenta grandes semelhanças coma Torre de Marim, mas numa escala mais reduzida, apontando para uma imitação tardia.
Número IPA Antigo: PT050810020003
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Militar  Linha defensiva    

Descrição

Conjunto de seis Torres de vigia, de planta simples, regular, quadrada (Torres de Marim e de Quatrim de Quelfes), rectangular ou quadrada (Torres de Alfanxia, da Amoreira e Bias do Sul 2) *3, ou circular (Torre de Bias do Sul 1); massas simples dispostas na vertical, nos alçados subsistentes com alturas aproximadamente entre os 12m - 10m, e espessuras aproximadas entre os 1,5m e os 40cm, frequentemente diminuíndo em altura. Predominam os aparelhos de pedra irregular argamassada, alguns rebocados. TORRE DE MARIM: três registos correspondendo a dois pisos, sendo o térreo maciço; alçados com 9,95m de altura, por 10,10m de comprimento e 1,20m de espessura (ao nível do 2º piso, sendo o térreo maciço); remata em terraço, tendo a um nível inferior várias goteiras; alçados de alvenaria, rebocados e caiados, com cunhais de cantaria; no alçado E., ao nível do último registo, duas janelas rectangulares, com molduras de cantaria; entre elas lápide inscrita, alusiva à construção, e brasão d'armas régio. Interior com varias divisórias modernas; no alçado NE. uma porta entaipada, com molduras pétreas; o piso superior apresenta abóbada de tijolo burro. TORRE DE QUATRIM: de pequenas dimensões, sobrevivem três alçados, em aparelho pseudo-isódomo, com fiadas horizontais regulares compostas por pedra talhada irregularmente e com o auxílio de cotovelos, rebocados com argamassa de cal; os alçados têm 7,95m de altura por 5,30m de comprimento e 85cm de espessura (ao nível do 1º piso, diminuindo em altura); teria cobertura em terraço; fachada principal virada a N., completamente destruída e onde estaria a porta de acesso ao interior, hoje sem qualquer vestígio; fachada lateral E. é a melhor conservada e compõe-se de um muro maciço conservado até quase aos 8m de altura, dividido em dois registos: primeiro registo bastante elevado e rebocado em cerca de 2/3 da sua extensão, apresentando no terço inferior o aparelho descoberto; segundo registo separa-se do primeiro por uma cornija rectangular que percorre todo o perímetro da torre, e é bastante menor que o registo inferior, conservando-se apenas parcialmente; fachada posterior S. apresenta uma divisão em registos idêntica à da fachada lateral E.; aparelho já sem vestígios de reboco na parte inferior do cunhal SO.; no primeiro registo existe uma abertura irregular bastante pronunciada, no topo O. do alçado *4; cornija rectangular que conserva ainda duas gárgulas; a fachada lateral O. conserva-se parcialmente junto ao cunhal da fachada S., tendo ruído totalmente grande parte junto à fachada N.; conserva vestígios da organização em dos registos e duas aberturas quadrangulares que podem estar relacionadas com a divisão em pisos do interior; articulação interior/exterior diferenciada, com acesso ao primeiro piso ligeiramente elevado em relação à cota exterior. Interior: espaço diferenciado, em três pisos, os dois superiores assoalhados; paredes integralmente rebocadas com a marcação dos pisos através de sulcos quadrangulares inscritos na caixa murária, visíveis na intersecção das paredes E. e S.. TORRE DA AMOREIRA: resta um único alçado, com c. de 3,30m de comprimento por 1,60m de altura e c. de 90cm de espessura, conservando ainda uma esquina; aparelho pseudo-isódomo, de pedra irregular, não talhada, com argamassas de cal. TORRE DE ALFANXIA: sobrevivem apenas dois alçados, com c. de 40cm de altura por 3,1m de comprimento e 1,6m de espessura, um a N. e outro a E., cuja intersecção aponta para uma planta quadrangular ou rectangular; aparelho pseudo-isódomo, com inclusão de alguns cotovelos e bastante argamassa de junção, com pedras irregular, não talhada, de boa dimensão; estes vestígios encontram-se circundados por uma vasta zona circular de derrubes de materiais e de arbustos *5; nas imediações, foi recolhido abundante material proveniente do derrube (telhas e restos de estuque provavelmente relacionado com algum revestimento interior), na sequência de trabalhos agrícolas desenvolvidos no terreno circundante: fragmentos de cerâmica islâmica dos séculos 11 - 12 (vidrados verdes e melados) e telhas pintadas do Séc. 16. TORRE DE BIAS DO SUL 2: destruída até às fundações, restam vestígios de dois alçados com 34cm de altura, por 40cm de espessura; o alçado S. tem 12,4m de comprimento e o E. 7m; aparelho de pedra aparelhada, de boas dimensões, algumas almofadadas, e ainda assinalável quantidade de pedra miúda derrubada, que deveria corresponder às partes altas da torre. TORRE DE BIAS DO SUL 1: aparelho não-isódomo, constituído por fiadas horizontais à base de pedras miúdas ou médias desde a cota mais baixa hoje visível, intercaladas com argamassa e cotovelos de ligação; conserva algum reboco de cal; entrada única a N., pela zona mais destruída do edifício; a zona S., a melhor conservada, ergue-se até aos 7,8m de altura; a SE., a pouca altura, uma abertura rectangular irregular (55cm de largura e 45 cm de altura) *6; a zona E., bastante ameaçada por árvores e arbustos, conserva ainda uma parede com c. de 2m de altura, embora já bastante desagregada; a zona O. encontra-se nas mesmas circunstâncias mas desafogada em relação a ameaças vegetais. Interior: espaço único originalmente diferenciado em pisos, de que restam cornijas ao longo das paredes; atulhada até aos 4,8m.

Acessos

Torre de Marim: a 400m a S. da EN 125, na Quinta de Marim, na freguesia de Quelfes, a c. de 2km a E. de Olhão. Torre de Quatrim: na freguesia de Quelfes, a 200m a S. da EN 125. Torre da Amoreira: EN. 125, na localidade de Poço da Amoreira, na freguesia de Quelfes, a c. de 5,5Km a NE. de Olhão. Torre de Alfanxia: EN 516-2, sentido Fuzeta - Moncarapacho, virar na segunda Est. à esquerda, no sentido de Murtais, por caminho de terra batida; fica a 2,7Km da Fuzeta. Torres de Bias: Torre de Bias do Sul 1: EN. 125, em Bias do Sul, seguindo pela EM Bias do Sul - Fuzeta, virar na primeira estrada à direita depois de passar a povoação de Bias do Sul; fica a c. de 500m da EM. Torre de Bias do Sul 2: EN 125, ao Km 120 (Belo Romão), virar para Bias do Sul pela EM Bias do Sul - Fuzeta; fica numa curva da Est. para E. pouco antes de chegar à povoação de Bias do Sul. *1. VWGS84 (graus decimais) lat. 37,058774 long. -7,765399 (ao lugar).

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 439/2012, DR., 2.ª série, n.º 179 de 14 setembro 2012 (Torre de Bias *2)

Enquadramento

Rural, planalto, isolado, orla marítima. Torres dispersas pelo antigo termo de Faro, entre as freguesias de Quelfes e Moncarrapacho, em território formado por ilhas de areia correndo ao longo da costa e separadas por um conjunto de barras de areia; entre a terra firme e as ilhas de areia corre um canal, navegável na preia-mar. As torres distam, no máximo, c. de 2 / 3Km da costa (Torres de Alfanxia, Amoreira e de Quatrim), sobre a linha costeira, a cotas situadas entre os 44m (máxima) e os 9m (mínima). As Torres de Marim e de Bias localizam-se nas margens da Ria Formosa, em ligeira elevação, com bom campo de visão sobre os canais, barras e ilhas exteriores; as Torres de Quatrim, Amoreira e Alfanxia, localizam-se mais no interior, afastadas da linha de costa, mas junto a pequenos cursos de água e a terrenos agrícolas, na retaguarda das Torres de Marim e de Bias. A Torre de Bias 1 disfruta de excelente visibilidade sobre o mar e a ilhas da Fuzeta e da Armona, a uma cota de 27m, a c. de 1Km para O. da vila da Fuzeta e entre as Torres de Ares e a de Bias do Sul 2, da qual dista c. de 1Km, para O; esta fica em posição fronteira ao Canal da Regueira dos Barcos, num outeiro, a uma cota de 31m, com boa visibilidade sobre a Ria e o mar; a Torre de Alfanxia implanta-se, a N. das torres de Bias do Sul, num dos outeiros de maior altitude na região (44m), com vista privilegiada sobre a barra da Fuzeta e da Armona, a SE., distando poucos metros de um afluente da Ribeira do Tronco, que lhe fica a O.; a Torre da Amoreira fica a O. das Torres de Marim e de Quatrim de Quelfes, a c. de 3Km e 2Km, respectivamente, a uma cota de 33m; a c. de 500m para E,. a Ribeira de Águas Santas; com várias casas em redor, a Torre serve de muro separador entre caminhos vicinais, gozando de panorâmica sobre a Ilha da Armona a S.; a Torre de Quatrim, que lhe fica paralela e à mesma distância do mar, fica em local elevado, a uma cota de 32m, sobre a linha costeira, a 800m a E. da Ribeira de Quatrim; visível a S. a Ilha da Armona e muito próxima da Torre de Marim, a c. de 1,5Km; esta última goza de boa visibilidade sobre o Canal de Marim e as Ilhas da Armona e da Culatra, a uma cota de 9m; situa-se no centro de uma exploração agrícola, tendo adossados aos alçados S., O. e E. vários anexos

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: Inscrição comemorativa da construção da Torre de Marim gravada numa lápide. Tipo de letra: inicial capitular carolino-gótica. Leitura modernizada: (cruz) IN DEI NOMINE NA ERA MCCC XX (=ano 1282) XIII DIAS ANDADOS D'ABRIL(=13 de Abril) SE COMEÇOU A TORRE DE MARIM DE FAZER POR MANDADO DE NOSSO SENHOR DOM DINIS REI DE PORTUGAL E DO ALGARVE PEDRO PERIS(=pires) ALMOXARIFE E MIGUEL EANES TABELIÃO A FEZ EU MARTIM EANES ESTA ERA ESCREVI E MEU SINAL AÍ PUS QUE TAL É. MAGISTER(=mestre) GUILHERME ME FECIT(=fez) A TORRE.

Utilização Inicial

Militar: linha defensiva

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural / Residencial unifamiliar: casa corrente / Desaparecido

Propriedade

Privada: pessoas singulares

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 11 / 12 / 13 / 14 (conjectural) / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Mestre Guilherme (Torre de Marim)

Cronologia

Época pré-romana - notícia historiográfica relativa à existência de um Castro dos Murtais que se situaria pela zona onde se localiza a Torre de Alfanxia; Época romana - construção de uma uilla no local onde se localizava a desaparecida Atalaia do Torrejão, de que restam muitos fragmentos e materiais *7; Séc. 11 - 13 - provável data de construção das Torre de Alfanxia e de Bias 2, datação sugerida pela identificação de algum material islâmico nas imediações *8; 1282, 13 de Abril - conclusão da Torre de Marim, por Mestre Guilherme a mando de D. Dinis; o Mestre escrivão referido na lápide existente nesta torre, Martim Eanes, encontra-se documentado na região por estes anos (BRANDÂO, 1650); Séc. 14 - provável data de construção das Torres de Quatrim de Quelfes e de desaparecida Atalaia do Torrejão *9; 1352 - construção da Torre de Santo António do Alto (v. PT050805050068) para vigia dos canais de acesso marítimo a Faro, à custa da Coroa e do Concelho de Faro; 1369, Março - carta de doação da Quinta de Marim, no Almoxarifado de Faro, a Gomes Lourenço de Avelar; Séc. 16 - o cronista João Cascão refere que aquando da viagem de D. Sebastião ao Algarve, "El-Rei meteu-se num bergantim (...) e foi à torre das vigias, à barra e à ilha que está no próprio rio", notícia que Celeste Silva defende se refere, provavelmente, à desaparecida Torre do Cabo de Santa Maria, que se localizava na ilha do Farol ou na de Santa Maria, entre as quais fica actualmente a Barra nova *10; Séc. 16, 1ª metade - construção da Ermida de Santo António do Alto anexa à Torre homónima (v. PT050805050068); Séc. 16 - Frei João de São José refere a edificação "por toda a costa de pequenas fortificações e atalayas" (GUERREIRO e MAGALHÃES, 1983); Séc. 16, finais - o cronista Henrique Fernandes Sarrão identifica 8 torres em todo o território algarvio e refere a construção de muitas outras (GUERREIRO e MAGALHÃES, 1983); 1549 - data de construção da Torre de Bias do Sul 1, por ordem de D. João III, segundo João de Almeida que refere ser esta a data da lápide existente na torre, mencionada por Silva Lopes; a Torre teria a função de vigiar a área compreendida entre a barra da Fuseta e a barra da Armona, controlando o Canal da Regueira dos Barcos;1621 - a Torre de Santo António do Alto (v. PT050805050068) mantinha as funções de vigia dos canais de Faro; 1650 - Frei Francisco Brandão, refere a Torre de Marim como habitada (BRANDÃO, 1650); 1758 - as Torres de Quatrim e de Marim faziam parte do Morgado de Marim cujo proprietário era João Carlos de Miranda; Séc. 18 - a barra nova dava passagem a embarcações médias, como as sétias, enquanto a barreta (Cabo de Santa Maria)e as barras da Armona e da Fuzeta só admitiam barcos de pescadores; Séc. 18, meados - As Memórias Paroquiais referem as torres de Bias, de Marim e de Quatrim descrevendo que a Torre de Bias 2 como estando "quasi toda derrotada"; Séc. 19 - no local onde se localizava a desaparecida Atalaia do Torrejão, existia uma fazenda de grandes dimensões, designada por Quinta do Torrejão; segundo João de Almeida existiam ainda as ruínas da desaparecida Torre de Natal *10; 1807 - provável construção do Forte da Barra Nova, que constava de uma bateria com 6 canhoeiras e em cuja gola existiria a desaparecida Torre do Forte da Barra Nova *10; 1842 - Silva Lopes descreve a Torre de Bias 1 já em ruína: "entre vinhais ainda existe, posto que em parte demolida, hua destas torres de vigia (...). He esta circular com perto de 6 varas de diâmetro, 9 de altura massiça até às 7 1/2, sem vestígios de escada por onde se subisse. Jaz por terra uma pedra branca de 3 1/2 palmos de comprido, em que estão lavradas as armas portuguesas, com o letreiro por baixo que diz Joanees III 159 - não se distinguindo o último algarismo por gastado do tempo; a outro lado a coroa que sombreava as armas" (LOPES, 1842); 1848 - provável destruição, pelo mar, do Forte da Barra Nova, estando este já desactivado; 1877 - Primeiras prospecções arqueológicas efectuadas por Estácio da Veiga, que já não encontrou quaisquer vestígios da Atalaia do Torrejão; 1948 - João de Almeida, reproduzindo a tradição oral local, data a Torre da Amoreira do período islâmico; refere 12 torres no antigo termo de Faro, entre as quais a Torre do Cabo de Santa Maria; apresenta ainda três fotografias da Torre de Bias 1 identificando cada como torres distintas: Torre de Bias, Torre da Fuseta e Torre de Joannes; adulterando quanto refere Silva Lopes sobre a Torre de Bias 2, refere a existência de uma outra Torre, a da Cumiada, localizada no monte dos Esteiros, no sítio da Cumiada, a O. da Fuzeta; 1995 - a Carta Arqueológica de Portugal refere restos de uma antiga calçada na proximidade da Torre da Amoreira, actualmente não detectáveis; refere a existência de apenas 5 torres no antigo termo de Faro; 1999, 12 março - Proposta de classificação pelo Parque Natural da Ria Formosa; 1999, 18 março - Informação favorável à classificação pelo IPPAR/DRFaro; 1999, 24 março - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 2002, 2 dezembro - Proposta do IPPAR/DRFaro para a classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público; 2003, 7 maio - Parecer favorável relativo à classificação pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2003, 26 maio - Despacho de homologação de classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público, pelo Ministro da Cultura da Torre de Bias *2.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria ou aparelho de pedra argamassada, alguns rebocados e caiados; madeira, telha

Bibliografia

BRANDÃO, Frei Francisco, Monarquia Lusitana, 5ª parte, Lisboa, 1650; LOPES, João Baptista da Silva, Corografia ou Memória económica, estatística e topográfica do reino do Algarve, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1842, reed. 2 vols., Faro, Algarve em Foco, 1988; MASCARENHAS, José Fernandes, Elementos de Arqueologia Sobre o Algarve (dos Romanos aos árabes na Zona Central da Província), Lisboa, 1947; ALMEIDA, João de, Roteiro dos monumentos militares portugueses, vol. III, Lisboa, 1948; CABRITA, António, Subsídios para o estudo das origens dos topónimos do concelho de Olhão, Vila Real de Santo António, 1978; GUERREIRO, M. Viegas e MAGALHÃES, J. Romero de, Duas Descrições do Algarve do Século XVI, Lisboa, 1983; OLIVEIRA, Leal de, A Evolução da Costa Algarvia. Contribuição biblio-cartográfica, Faro, 1984; CALIXTO, Carlos Pereira, As Fortificações Marítimas do reino do Algarve. A Praça de Guerra de Faro, Faro, 1988; MASCARENHAS, José Fernandes, "Notas de arqueologia e história sobre o Algarve", separata de A Voz de Olhão", Olhão, 1989; Carta arqueológica de Portugal. Concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim, Lisboa, 1995; ARAÚJO, Ana Cristina, Carta arqueológica de Portugal. Concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim, Lisboa, IPPAR, 1995; COUTINHO, Valdemar, Castelos, fortalezas e torres da região do Algarve, Faro, Algarve em Foco, 1997; SILVA, Celeste Nogueira e, "As torres de vigia do antigo concelho de Faro", Anais do Município de Faro, vols. XXVII/XXVIII, Faro, Câmara Municipal de Faro, 1997 / 1998; GAMITO, Teresa Júdice, "O papel das torres de vigia na defesa de Faro", in Mil anos de fortificações na Península Ibérica e no Magrebe (500-1500). Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos, Lisboa, Colibri / Câmara Municipal de Palmela, 2001, pp.839-844; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/339880 [consultado em 11 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMO

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMO; IANTT, Memórias Paroquiais: vol. 15, nº 27, fl. 149 - 151; vol. 21, nº 161, fl. 1369; vol. 23, nº 172, fl. 1135; vol. 26, nº 16, fl. 143; Chancelaria de D. Fernando, Lv. 1.

Intervenção Realizada

Nada a assinalar

Observações

*1 - abrange também a freguesia de Quelfes; tem havido alguma confusão na localização correcta de algumas das Torres, devido a um equívoco na obra de João de Almeida onde a legenda da fotografia da Torre de Quatrim de Quelfes corresponde erradamente à Torre de Marim; autores posteriores não deram conta deste lapso e, quer na Carta Arqueológica do Algarve, quer Valdemar Coutinho, reproduziram fielmente as indicações de João de Almeida sem terem averiguado da exactidão da legenda; igualmente João de Almeida publicou três fotografias da Torre de Bias do Sul 1 mas as legendas que as acompanham fotos são de outras duas torres; estes factos levaram à confusão de algumas das torres de vigia do antigo concelho de Faro, equívoco que durou mais de cinquenta anos e que recentemente Celeste Nogueira e Silva veio finalmente pôr termo; *2 - DOF... Atalaia quinhentista de Bias, também designada Torre de Bias, em Bias Sul; trata-se da Torre de Bias 1; *3 - a conservação de esquinas nos vestígios subsistentes destas torres, sugere uma planimetria quadrada ou rectangular; *4 - possível vestígio de um vão do piso superior da torre; *5 - João de Almeida, em 1948, certamente induzido em erro pela ampla zona circular de derrubes e pela concentração de materiais aí existente, que fazem com que estes restos pareçam estar a uma cota mais alta, descreveu a torre como tendo um perímetro de 15m e c. de 8m de altura; *6 - nesta abertura localizava-se provavelmente a lápide com as armas reais e a inscrição "JOANNES III 159...", referida por Silva Lopes, e entretanto desaparecida (LOPES, 1842); *7 - a Atalaia do Torrejão implantava-se a c. de 300m do mar, numa zona de planície e confinando com a Ribeira de Bela Mandil, um dos cursos de água que descem desde a zona do Barrocal até à ria; sobre o topónimo Torrejão, poder-se-á tratar de uma corrupção de "Torre de Joanne", (CABRITA, 1978 e MASCARENHAS, 1989), opinião contrariada por Celeste Nogueira e Silva, que identifica uma Torre de Joane, igualmente no concelho de Olhão, mas para E. da sede concelhia, mais propriamente junto à povoação da Fuzeta (SILVA, 1997 - 1998); no concelho de Silves, freguesia de Tunes, Lugar do Torrejão, existe o mesmo topónimo, que os inventariantes da Carta arqueológica do Algarve apontam como tendo tido também uma torre militar; todavia neste local mantem-se apenas uma Quinta do Torrejão como memória do topónimo. Em época romana, aqui se instalou uma uilla, de que restam numerosos materiais e por aqui deveria passar a estrada romana que ligava Ossónoba a Balsa: para além do balneário identificado por Estácio da Veiga, contam-se moedas, há alguns anos na posse do Sr. João Baptista dos Reis e de outros proprietários locais, vestígios recolhidos por Veiga e entregues ao Museu Arqueológico do Algarve, um capitel coríntio e um fuste de coluna, entre outros materiais; a Estação arqueológica do Torrejão situa-se, na freguesia de Olhão, a 2,5Km c. a NO. da urbe, na margem direita da ribeira de Bela Mandil, seguindo pela EN 125, na direcção E. - O.; *8 - Celeste Nogueira e Silva identificou vários materiais de época islâmica na prospecção que efectuou na Torre de Bias 2, nomeadamente fragmentos de telha com dedadas; encontrados também fragmentos de telha pintada do séc. 16 e alguma cerâmica vidrada; a Carta Arqueológica refere materiais de época islâmica junto à Torre de Bias 1, mas os seus autores devem ter confundido as duas torres de Bias; *9 - hipótese de datação da Atalaia do Torrejão colocada por Mascarenhas, dado a importância que D. Dinis colocou na defesa das costas algarvias (MASCARENHAS, 1989); *10 - das torres do Cabo de Santa Maria e do Forte da Barra Nova restam apenas referências documentais; segundo Leal de Oliveira a Torre do Cabo de Santa Maria localizar-se-ia na bateria da Lama situada ma margem esquerda do canal de Faro, junto ao cais de embarque (OLIVEIRA, 1984); a Torre do Forte da Barra Nova ficava no Forte homónimo, que sew destinava a defender a barra comum de Faro e Olhão. A Torre de Natal, ficaria na colina do Natal, a c. de 3,5 Km a NE. de Faro e a E. do Rio Seco a uma cota de 45m; a Torre do Torrejão ficaria a E. da ribeira de Bela Mandil, a c. de 2,5Km a NO. de Olhão e a c. de 300m do mar; Fernandes Mascarenhas defende que o topónimo Torrejão é uma corrupção de Torre de Joanne (MASCARENHAS, 1989) hipótese contestada por Celeste Nogueira e Silva que coloca que identifica a Torre de Joanne com uma outra (SILVA, 1997 - 1998).

Autor e Data

Francisco Lameira 1997 / Paulo Fernandes 2001 e 2002 / Rosário Gordalina 2006

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