Casa do Páteo / Casa Silva Magalhães

IPA.00024199
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Casa unifamiliar construída em meados do séc. 19, reformulada na década de 30 do séc. 20, abolindo-se a platibanda e reformulando-se alguns vãos, tendo sofrido, na década de 60, intervenção no interior para instalação de um serviço público. É de planta em L composta por três volumes articulados a abrir para um pátio na fachada principal, e com quintal na posterior, para onde abre varanda alpendrada, assente em colunas toscanas. Evolui em dois pisos e o acesso principal conduz a uma escada em cantaria, que liga a enorme salão, por onde se faz a distribuição para as várias áreas do edifício.
Número IPA Antigo: PT031418120083
 
Registo visualizado 76 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

Planta em L irregular, composta por três corpos articulados, com igual cércea, tendo coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas, rematadas em beiradas simples. Evoluo em dois pisos, com as fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por socos de cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados, rematadas em frisos e cornijas, rasgadas por vãos em arcos abatidos, emoldurados a cantaria, algumas com pequeno friso e pingentes laterais, protegidas por caixilharias de madeira pintada de verde e branco s. Fachada principal virada a norte marcada por três corpos, dois deles em ressalto, o do lado esquerdo a abrir diretamente para a via pública e os demais para o pátio de acesso. O corpo do lado esquerdo possui um eixo de vãos, composto por portal, com duas folhas de madeira almofadadas, encimado por janela de sacada, com bacia em cantaria assente em quatro mísulas, e guarda vazada em ferro, formando decoração geométrica, para onde abre porta janela; na face virada a ocidente, surgem uma porta e uma janela de peitoril, a que corresponde, no piso superior, duas janelas com caixilharia de guilhotina. O corpo intermédio, o maior, possui duas portas no piso inferior e três janelas de guilhotina no superior; na face virada a ocidente, janela de guilhotina no ângulo superior direito. O corpo do extremo direito, possui, no primeiro piso, vestígio de porta entaipada, encimada por janela de guilhotina. Fachada lateral esquerda marcada por dois panos, definidos por pilastra toscana colossal, o do lado esquerdo com quatro janelas de guilhotina em cada um dos pisos, as inferiores protegidas por gradeamento em papo de rola. O pano do lado direito tem porta e duas janelas de peitoril, a que correspondem, no piso superior, três janelas de guilhotina. Fachada lateral direita adossada. Fachada posterior abre para um quintal, tendo, no piso superior, varanda com colunas toscanas, com silhares de azulejo. INTERIOR com acesso pela porta que abre para o pátio, de onde evoluem escadas em cantaria com arranques volutados, de acesso a amplos salões com coberturas de madeira ou em estuque.

Acessos

Tomar, Largo do Pelourinho, n.º 2 a 3A; Rua Silva Magalhães, n.º 2; Avenida Marquês de Tomar. WGS84 (graus decimais): lat.: 39,605627; long.: -8,415183

Protecção

Abrangido pela Zona Especial de Proteção do Pelourinho (v. IPA.00001971)

Enquadramento

Urbano, adossado a edifícios residenciais, situado no extremo norte do Núcleo Urbano de Tomar (v. IPA.00006271), ocupando grande parte de um amplo quarteirão de perfil recortado, acompanhando a forma do Largo do Pelourinho. A fachada principal, virada a norte, abre para pequeno pátio fechado por muro de alvenaria rebocada e pintada, formando amplos apainelados rematados por balaústres de tijolo, interrompidos por acrotérios cegos, tudo capeado a cantaria. Tem acesso por portão metálico, flanqueado por pilares encimados por pináculos piramidais. A fachada abre para o Largo onde se ergue o Pelourinho (v. IPA.00001971) e adossado à Casa com janela quinhentista no Largo do Pelourinho (v. IPA.00036162).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1862 - a "Typographia Photographia Silva Magalhães" é inaugurada com sede no n.º 99 da rua Direita da Várzea Grande; séc. 19, década 60 - provável construção da casa por Silva Magalhães; 1879, fevereiro - Silva Magalhães *1 inicia a organização do seu museu zoológico, arqueológico e regionalista na sua morada (ROSA, III, 147); 1882 - é inaugurado no actual edifício, o Museu de Silva Magalhães, constituído por inúmeras preciosidades, desde achados arqueológicos até peças de arte oriental que seu irmão, Francisco Silva Magalhães havia reunido; 1892, maio - a "Typografia e Photographia Silva Magalhães" instala-se no edifício; 1896 - uma fotografia do edifício mostra que o mesmo tinha um remate em platibanda balaustrada, com acrotérios apainelados, encimados por urnas; o corpo mais saliente da fachada principal ostenta uma porta janela em arco apontado, a abrir para a sacada e a atual porta era uma janela de peitoril; na fachada lateral esquerda, uma imensa janela protegida por vidro, é centrada por duas janelas de guilhotina; o portão de acesso ao pátio remata em ângulo, encimado por platibanda de balaústres; 1897 - após a morte de António da Silva Magalhães a tipografia passa a designar-se "Imprensa Silva Magalhães" e o estúdio fotográfico de "Photografia Silva Magalhães, Thomar"; 1900 - a "Typografia e Photographia Silva Magalhães", casa fundada em 1862, é premiada na exposição universal de Paris; 1916, 02 novembro - sai o último número do jornal "A Verdade", impresso na Tipografia, correspondente ao n.º 1871; 1932 - é anunciada pela imprensa da época " A Cidade de Tomar" o encerramento da Casa Gráfica Silva Magalhães com a venda de todos os mecanismos da tipografia; 1939 - obras de remodelação do edifício; 1961, 01 setembro - obras no edifício para a instalação do Tribunal de Trabalho no local; 1962 - instalação do Tribunal do Trabalho no local; 2008 - o Tribunal abandona o edifício; 2019 - a casa encontra-se à venda, tendo projeto aprovado para adaptação a unidade hoteleira.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria rebocada e pintada; modinaturas, sacada, colunas, mísulas, socos, pilastras e cornijas em cantaria de calcário; portas, pavimentos e tetos de madeira; caixilharias de madeira e vidro; guardas e portão do pátio em ferro; balaústres cerâmicos; cobertura em telha cerâmica de meia cana.

Bibliografia

COUTO, José Jorge; ROSA, João Alberto - Tomar - Perspectivas. Tomar: Câmara Municipal, 1991; FRANÇA, José Augusto - Tomar. Lisboa: Editorial Presença, 1994; GRAÇA, Luís - «Emancipação, O Primeiro Jornal Tomarense: Ideologia e Conteúdo» in Boletim Cultural e Informativo de Tomar. Tomar: Câmara Municipal, 1982, n.º 3; PAVÃO, Luís - «António da Silva Magalhães - A Colecção de Fotografia» in Boletim Cultural e Informativo de Tomar. Tomar: Câmara Municipal, 1997, n.º 21; ROSA, Alberto de Sousa Amorim - Anais do Município de Tomar… Tomar: Câmara Municipal, 1967, vol. III; VENTURA, António da Silva Magalhães - Photographo de Thomar. Tomar: Câmara Municipal, 2004.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN: DSID, SIPA

Documentação Administrativa

DGPC: PT DGEMN:NTE-0966/6

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

*1 - No dia 19 de dezembro de 1834 nasce em Tomar, António da Silva Magalhães, contemporâneo de Carlos Relvas. Foi o iniciador da fotografia na cidade de Tomar entre 1870-1885, com a instalação do seu estúdio na antiga Rua Direita da Várzea Grande, actual Rua Silva Magalhães. Personalidade de destaque em Tomar, destacando-se em diversas áreas além da fotografia: Fundador do Jornal Republicano " A Verdade" publicado entre 1880 e 1916, sendo o seu editor e jornalista à data do seu falecimento. Foi também escritor, tipógrafo, Vereador da Câmara Municipal de Tomar, negociante, fabricante de licores, fundador do Grupo de Teatro "Amadores Dramáticos de Tomar"(cuja récita inaugural terá sido a 6 de Janeiro de 1892, onde foi actor e encenador), coleccionador e numismata, Presidente do Grupo Democrático Silva Magalhães; exerceu ainda actividades agrícolas e industriais, fez a modernização dos moinhos, foi responsável pela introdução do automóvel em Tomar, pela mecanização da serração de madeira, modernizador das Azenhas da Ribeira de São Gregório". Teve nove filhos, quatro deles, Ludovina, Eurico, Mário e Gabriela também foram fotógrafos não profissionais. Morre no dia 03 de março de 1897.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2019

Actualização

 
 
 
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