Torre do Relógio de Alfândega da Fé
| IPA.00002407 |
Portugal, Bragança, Alfândega da Fé, Alfândega da Fé |
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Arquitectura de comunicações, vernácula. Torre dos sinos de planta quadrangular possivelmente de construção setecentista, com paramentos em alvenaria de xisto, apresentando ligeiro talude, e ventanas em arco de volta perfeita. Constitui o ex-libris da vila e, apesar de normalmente se considerar que a torre é medieval e que integrava a cerca do castelo, não existem elementos comprovativos suficientes. O facto do registo das ventanas, actualmente entaipadas, ser mais recuado poderá indicar a sua construção em data posterior. |
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Número IPA Antigo: PT010401020006 |
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Registo visualizado 299 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Comunicações Torre do relógio
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Descrição
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Torre de planta quadrangular, de massa simples, coberta por telhado de quatro águas, formando coruchéu piramidal, encimado por cata-vento. Fachadas em aparelho de alvenaria de xisto, com as juntas avivadas a branco, estreitando da base para o topo, característica que é acentuada pelo escalonamento que apresenta a 3/4 da altura, tornando-se mais estreita no último registo; a E., em que o nível de circulação se encontra a uma cota inferior acompanhando o pendor da encosta, a torre assenta em pequeno embasamento de xisto, parcialmente revestido a cimento, o que permite vencer o desnível. As fachadas terminam em cornija simples em cimento, bastante avançada, coroada nos quatro ângulos por pináculos piramidais com bola, os virados a N. apresentando a inscrição subdividida FES REI e o do cunhal SE. uma inscrição ilegível. Na fachada O. abre-se porta de acesso junto ao solo, de verga recta, com padieira e ombreiras em granito; no registo superior, à semelhança do que acontece nas outras fachadas, abre-se vão em arco de volta perfeita, actualmente entaipado com o mesmo tipo de aparelho dos restantes panos de parede, sendo os virados a N. e a S. sobrepostos por relógio redondo inserido em moldura. As restantes fachadas são cegas, à excepção da virada a N., onde se rasga sensivelmente a meio uma fresta. Sobre a cornija, a E., existe antiga sineira com a estrutura em ferro albergando o sino. |
Acessos
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Rua do Relógio. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,341891; long.: -6,965580 |
Protecção
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Em vias de classificação |
Enquadramento
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Urbano, isolado, na parte alta da vila. Ergue-se num pequeno largo, adaptado ao declive acentuado do terreno, ladeado por duas ruas, uma que lhe passa a O. e outra a E. e que se encontram, formando o largo, frente à sua fachada N.. As vias são empedradas e as casas circundantes denotam arranjos recentes e o emprego de materiais destoantes. A área correspondente ao topo da elevação onde se ergue a torre é designada de Castelo. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Comunicações: torre do relógio |
Utilização Actual
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Comunicações: torre do relógio |
Propriedade
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Pública: Municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1294 / 1295 - é criada por D. Dinis a Vila de Alfândega da Fé (GOMES, 1993) dotada de castelo (VILARES, 1926); 1294 - a povoação era uma vila autónoma; 1320 - segundo a Crónica de Rui de Pina, D. Dinis terá mandado fazer o castelo, que mudou para o actual local, que se chamava Cabeço de São Miguel; 1510, 1 Junho - foral dado à povoação por D. Manuel I; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa, a povoação tinha 150 vizinhos; 1758 - nas Memórias Paroquiais da freguesia não se faz qualquer referência à existência da torre e o pároco refere que não existem vestígios do antigo castelo; 1766 - o Tombo dos Bens do Concelho refere-se a casas que "estão aonde era a porta da vila e pegavam com o muro e...partem do norte com a rua que entra para o Castelo...e do nascente com...praça velha que agora se acha em detrás da capela-mor da Misericórdia" (LOPES, 1994); séc. 18, finais - provável construção da torre, sob o patrocínio real, conforme aponta a inscrição existente nos pináculos virados a N.; 1800 - nesta data a torre já tinha a função de relógio; 1895, 24 Outubro - extinção do concelho, sendo as freguesias distribuídas pelas de Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Moncorvo e Mogadouro; 1898, 13 Janeiro - restauração do concelho; séc. 20 - época provável do entaipamento dos vãos da torre e colocação dos relógios; 1994, 18 outubro - proposto como Imóvel de Interesse Público pelo PDM de Alfândega da Fé, DR 241; 2014, 12 fevereiro - publicação da abertura de procedimento de classificação da Torre do Relógio como Imóvel de Interesse Municipal, em Anúncio n.º 40/2014, DR, 2ª série, n.º 30. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de xisto; cimento nas juntas; moldura da porta e pináculos em cantaria de granito; tecto de madeira; cobertura de telha; cata-vento em ferro. |
Bibliografia
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VILARES, João Baptista, Monografia do Concelho de Alfândega da Fé, Porto, [1926]; HIDROPROJECTO, Plano Director Municipal de Alfândega da Fé. Proposta de Plano, Vol. 2, AMTQT, 1993; GOMES, Paulo Dordio, Arqueologia das Vilas Urbanas de Trás-os-Montes e do Alto Douro. A reorganização do povoamento e dos territórios na Baixa Idade Média (sécs. XII - XV), Porto, FLUP, 1993; LOPES, Francisco José, Arquivo Histórico Municipal de Alfândega da Fé. Organização e Constituição, Alfândega da Fé, 1994. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Séc. 20 - arranjos na torre; 2013, 7 novembro - publicação de Anúncio n.º 5486/2013, DR n. 216, 2ª série, relativo a obras de conservação da torre do relógio e zona envolvente, pela Câmara Municipal de Alfândega da Fé, no valor de 479974.77 euros, e constantes da: requalificação dos acessos pedonais e rodoviários na zona envolvente à torre, assim como a substituição total das infra-estruturas de rede de abastecimento de água potável, rede de saneamento, rede de telecomunicações, rede de distribuição de energia elétrica e rede de drenagem de águas pluviais; recuperação e beneficiação dos elementos e sistemas construtivos da torre por técnicas tradicionais portuguesas (cobertura, paredes, pavimentos e acessos verticais). |
Observações
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A rua que se desenvolve para S. da torre tem traçado curvo que poderá corresponder ao contorno da antiga cerca. |
Autor e Data
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Alexandra Cerveira 1997 |
Actualização
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