Torre do Relógio de Alfândega da Fé

IPA.00002407
Portugal, Bragança, Alfândega da Fé, Alfândega da Fé
 
Arquitectura de comunicações, vernácula. Torre dos sinos de planta quadrangular possivelmente de construção setecentista, com paramentos em alvenaria de xisto, apresentando ligeiro talude, e ventanas em arco de volta perfeita. Constitui o ex-libris da vila e, apesar de normalmente se considerar que a torre é medieval e que integrava a cerca do castelo, não existem elementos comprovativos suficientes. O facto do registo das ventanas, actualmente entaipadas, ser mais recuado poderá indicar a sua construção em data posterior.
Número IPA Antigo: PT010401020006
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comunicações  Torre do relógio    

Descrição

Torre de planta quadrangular, de massa simples, coberta por telhado de quatro águas, formando coruchéu piramidal, encimado por cata-vento. Fachadas em aparelho de alvenaria de xisto, com as juntas avivadas a branco, estreitando da base para o topo, característica que é acentuada pelo escalonamento que apresenta a 3/4 da altura, tornando-se mais estreita no último registo; a E., em que o nível de circulação se encontra a uma cota inferior acompanhando o pendor da encosta, a torre assenta em pequeno embasamento de xisto, parcialmente revestido a cimento, o que permite vencer o desnível. As fachadas terminam em cornija simples em cimento, bastante avançada, coroada nos quatro ângulos por pináculos piramidais com bola, os virados a N. apresentando a inscrição subdividida FES REI e o do cunhal SE. uma inscrição ilegível. Na fachada O. abre-se porta de acesso junto ao solo, de verga recta, com padieira e ombreiras em granito; no registo superior, à semelhança do que acontece nas outras fachadas, abre-se vão em arco de volta perfeita, actualmente entaipado com o mesmo tipo de aparelho dos restantes panos de parede, sendo os virados a N. e a S. sobrepostos por relógio redondo inserido em moldura. As restantes fachadas são cegas, à excepção da virada a N., onde se rasga sensivelmente a meio uma fresta. Sobre a cornija, a E., existe antiga sineira com a estrutura em ferro albergando o sino.

Acessos

Rua do Relógio. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,341891; long.: -6,965580

Protecção

Em vias de classificação

Enquadramento

Urbano, isolado, na parte alta da vila. Ergue-se num pequeno largo, adaptado ao declive acentuado do terreno, ladeado por duas ruas, uma que lhe passa a O. e outra a E. e que se encontram, formando o largo, frente à sua fachada N.. As vias são empedradas e as casas circundantes denotam arranjos recentes e o emprego de materiais destoantes. A área correspondente ao topo da elevação onde se ergue a torre é designada de Castelo.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comunicações: torre do relógio

Utilização Actual

Comunicações: torre do relógio

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1294 / 1295 - é criada por D. Dinis a Vila de Alfândega da Fé (GOMES, 1993) dotada de castelo (VILARES, 1926); 1294 - a povoação era uma vila autónoma; 1320 - segundo a Crónica de Rui de Pina, D. Dinis terá mandado fazer o castelo, que mudou para o actual local, que se chamava Cabeço de São Miguel; 1510, 1 Junho - foral dado à povoação por D. Manuel I; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa, a povoação tinha 150 vizinhos; 1758 - nas Memórias Paroquiais da freguesia não se faz qualquer referência à existência da torre e o pároco refere que não existem vestígios do antigo castelo; 1766 - o Tombo dos Bens do Concelho refere-se a casas que "estão aonde era a porta da vila e pegavam com o muro e...partem do norte com a rua que entra para o Castelo...e do nascente com...praça velha que agora se acha em detrás da capela-mor da Misericórdia" (LOPES, 1994); séc. 18, finais - provável construção da torre, sob o patrocínio real, conforme aponta a inscrição existente nos pináculos virados a N.; 1800 - nesta data a torre já tinha a função de relógio; 1895, 24 Outubro - extinção do concelho, sendo as freguesias distribuídas pelas de Macedo de Cavaleiros, Vila Flor, Moncorvo e Mogadouro; 1898, 13 Janeiro - restauração do concelho; séc. 20 - época provável do entaipamento dos vãos da torre e colocação dos relógios; 1994, 18 outubro - proposto como Imóvel de Interesse Público pelo PDM de Alfândega da Fé, DR 241; 2014, 12 fevereiro - publicação da abertura de procedimento de classificação da Torre do Relógio como Imóvel de Interesse Municipal, em Anúncio n.º 40/2014, DR, 2ª série, n.º 30.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de xisto; cimento nas juntas; moldura da porta e pináculos em cantaria de granito; tecto de madeira; cobertura de telha; cata-vento em ferro.

Bibliografia

VILARES, João Baptista, Monografia do Concelho de Alfândega da Fé, Porto, [1926]; HIDROPROJECTO, Plano Director Municipal de Alfândega da Fé. Proposta de Plano, Vol. 2, AMTQT, 1993; GOMES, Paulo Dordio, Arqueologia das Vilas Urbanas de Trás-os-Montes e do Alto Douro. A reorganização do povoamento e dos territórios na Baixa Idade Média (sécs. XII - XV), Porto, FLUP, 1993; LOPES, Francisco José, Arquivo Histórico Municipal de Alfândega da Fé. Organização e Constituição, Alfândega da Fé, 1994.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Séc. 20 - arranjos na torre; 2013, 7 novembro - publicação de Anúncio n.º 5486/2013, DR n. 216, 2ª série, relativo a obras de conservação da torre do relógio e zona envolvente, pela Câmara Municipal de Alfândega da Fé, no valor de 479974.77 euros, e constantes da: requalificação dos acessos pedonais e rodoviários na zona envolvente à torre, assim como a substituição total das infra-estruturas de rede de abastecimento de água potável, rede de saneamento, rede de telecomunicações, rede de distribuição de energia elétrica e rede de drenagem de águas pluviais; recuperação e beneficiação dos elementos e sistemas construtivos da torre por técnicas tradicionais portuguesas (cobertura, paredes, pavimentos e acessos verticais).

Observações

A rua que se desenvolve para S. da torre tem traçado curvo que poderá corresponder ao contorno da antiga cerca.

Autor e Data

Alexandra Cerveira 1997

Actualização

 
 
 
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