Jardim do Palácio de Queluz / Quinta Real de Queluz

IPA.00024040
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Queluz e Belas
 
Arquitectura residencial francesa e rocaille. Composição arquitectónica e vegetal desenhada e construída intencionalmente pelo homem e onde foram contempladas funções de lazer e de recreio. Quinta com funções essencialmente recreativas associada a uma habitação e contendo jardins, mata, pomar. Permitem a percepção dos limites exteriores na maior parte da sua extensão. Jardins de buxo com estátuas, escadarias e peças de água. Jardim fechado e isolado do exterior, sem eixo a atingir entradas de aparato ou enaltecimento do edifício. Longas avenidas convergentes lembram vagamente, em planta, o jardim de Versailles, de caracterização estilística francesa, porém este efeito não se concretiza devido à modelação do terreno que não permite a leitura de eixo. Segundo o príncipe Lichonowsky, a planta dos jardins de Queluz foi inspirada em Marly, jardim mandado construir por Luís IV em 1762 com o objectivo de criar um sentimento de privacidade e intimidade (AFONSO, 1989). Originalmente a estatuária era policromada, característica que se manteve até cerca de 1820. A utilização de azulejos associados a um grande elemento de água e o jogo de sensações assim conseguidas é semelhante ao utilizado na Quinta da Bacalhoa, Jardim do Palácio de Fronteira ou Paço do Lumiar. A cascata é um elemento típico dos jardins italianos muito utilizado em Portugal no séc. XVIII, é o caso dos Jardins da Quinta de Belém, anterior, da Quinta do Marquês de Pombal, contemporânea, ou da Quinta de Caxias, posterior. Os conjuntos escultóricos de pedra apresentam um estilo rocaille, por vezes conjugado com a estatuária de chumbo.
Número IPA Antigo: PT031111070158
 
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Registo

 
Espaço verde  Jardim        

Descrição

Propriedade de planta irregular, murada a toda a volta, com palácio (v. PT031111070008) a NE. A SE. do palácio, desenvolvem-se plataforma com dois jardins geométricos separados entre si e do resto da quinta por balaustrada. JARDIM DE MALTA ou Jardim dos Azereiros, junto às fachadas do Trono e da Música, centrado por chafariz com tanque formado por quatro meias luas com volutas. Ao centro deste, repuxo constituído por golfinho que jorra água pela boca ao qual de agarram três figuras de criança, sendo todo o conjunto esculpido em chumbo. Em redor do tanque estão dispostas quatro esculturas representando as quatro artes - Música, Pintura, Escultura e Arquitectura. Ao centro cruzam-se três eixos, dois correspondentes às diagonais dos jardins e outro que o divide ao meio em comprimento. Estes eixos desenham oito canteiros de buxo talhado e topiado nas zonas de abertura em forma circular, uma que rodeia o chafariz central e outras duas equidistantes, uma para cada lado. Sobre a balaustrada a E., seis conjuntos escultóricos de cenas infantis. Este jardim é circundado por escadaria ondulante em algumas zonas, com cinco degraus que o posicionam em plataforma rebaixada. A escadaria é acompanhada nos pontos de viragem por vasos esculpidos sobre plintos. Adoçadas às fachadas do palácio, sete bustos com figuras da antiguidade clássica, assentam sobre pilastras enquadrando o jardim. Junto à fachada das cerimónias, JARDIM PÊNSIL, ou Jardim Novo, ou Jardim de Neptuno, marcado por eixo alinhado com a entrada no palácio e outro perpendicular a este. No primeiro localizam-se dois chafarizes com tanque circular decorados com esculturas de chumbo. O mais próximo, lago de Neptuno, da fachada representa Neptuno ao centro e é ladeado por mais seis esculturas, quatro alusivas às estações do ano e duas figuras mitológicas. O outro tanque, lago da Anfitrite ou lago da Nereida, tem representada Tétis assente sobre um delfim. No eixo mais pequeno existe um chafariz em cada topo, denominado tanques dos macacos. Neste jardim, o desenho divide a zona mais próxima da fachada em três canteiros de cada lado do eixo, recortados pela zona aberta em redor do tanque. A zona mais afastada é dividida em dois grandes canteiros recortados por uma zona aberta semi-circular no extremo SE., onde se insere tanque com a mesma forma. Um alinhamento de canteiros rectangulares de buxo contorna todo o jardim. A balaustrada que separa estes jardins do resto da quinta, também denominada zona do PARQUE, é ornamentada com estátuas e vasos estando a passagem marcada pelo Pórtico dos Cavaleiros, criando uma entrada de aparato. Este representa a Fama Heróica montando Pégaso e é ladeado por dois grandes tanques. O pórtico faz parte do eixo que se inicia na entrada no palácio pela Fachada de Cerimónias e termina a S. na Grande Cascata, revestida com pedra trabalhada. A partir daqui irradiam avenidas cortadas por lagos nos cruzamentos com os caminhos secundários. A área a S. dos jardins superiores denomina-se JARDIM DOS INFANTES e é constituída por três patamares rodeados de buxo e ornamentados com lagos e bancos nos cruzamentos dos caminhos que definem os patamares com a alameda central que percorre esta área. Junto ao muro de suporte do Jardim Pênsil fica o JARDIM DO LABRINTO cuja forma labiríntica se perdeu sendo constituído por canteiros de buxo de forma geométrica com predomínio de semi-círculos, dispostos em patamares separados por fiada de buxo talhado. A partir do extremo SO. do palácio acede-se ao jardim pela escadaria Robillion e junto desta situa-se cascata das conchas e jaula das feras, onde até 1833 permaneceram animais selvagens. A quinta é atravessada por CANAL descoberto em algumas zonas e subterrâneo e abobadado noutras, com cerca de 115m de comprimento. Interiormente é revestido por azulejo azul e branco representando cenas de portos, torres, paisagens, entre outras. No exterior, os muros do canal apresentam saliências e reentrâncias que formam locais de estadia. É revestido a azulejo policromado que apresenta cenas de caça, galantes e quotidianas. Na zona central do canal foi colocado um padrão comemorativo de azulejo policromo com as armas de Bragança e Orleans. Junto ao canal, a S. da quinta, área rebaixada contornada por muros com bancos, constitui o denominado jogo da bola. Do outro lado do canal, junto ao muro da quinta, zona do antigo JARDIM BOTÂNICO, cercada por balaustrada, onde decorrem actualmente espectáculos equestres. A N. do palácio, jardim desenvolve-se em patamares cuja cota mais baixa se situa junto ao palácio. Largo com conjunto escultórico de chumbo que representa Sanção matando um filisteu inicia o maior eixo da quinta que é cortado por três espaços abertos nos cruzamentos dos caminhos secundários e onde se inserem chafarizes. No primeiro cruzamento, situa-se o lago das medalhas, o maior da quinta, com tanque e repuxo central trabalhados em cantaria, de forma octogonal estrelada em que os cantos são recortados parecendo medalhas. Duas esculturas de chumbo que representam Diana e Adónis, ladeiam o lago. No segundo cruzamento, tanque com conjunto constituído por escultura de Neptuno rodeado de tritões. O eixo termina a O., no tanque do Curro, adossado ao muro que separa a zona onde se situam actualmente os picadeiros da Escola de Arte Equestre. A zona SO. da quinta é constituída por MATA junto ao muro e POMAR junto ao rio.

Acessos

Queluz de Baixo, junto à saída do IC19. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,749490, long.: -9,258529

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 200 de 24 agosto 1968 *1

Enquadramento

Ladeado a S. pela estrada Lisboa-Sintra que separa a quinta da "matinha"*1 cujo muro foi demolido. A quinta é atravessada pelo Rio Jamor e pela Ribeira das Forcadas que nele desagua.

Descrição Complementar

"Declara-se que o dito jardim tem no meio um tanque oitavado; no meio do qual uma colina piramidal de 15 palmos de alto pouco mais ou menos, com vários diques à roda porque expulsam água. E no remate da mesma coluna rapazes de chumbo pegando em uma concha do mesmo chumbo; eles, ela dourada, e mais uma bola em que seguram de cuja concha sai uma torrente de água." (Inventário do ex-Arquivo Histórico do ministério das Finanças (Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo), 1763); "...Para irrigar o pomares de "espinho" (citrinos), ou de "caroço", plantados ainda na cerca dos jardins (Quinta Velha), ou as searas de trigo e de centeio, o olival e as hortas que existiam nas quintas circundantes..." (AFONSO, 1989); Da Holanda chegaram em 1755 e 1956 com oitocentas tílias, para além de castanheiros bravos, ulmeiros e pirâmides de diversas dimensões de buxo, murta e teixo. O primeiro carregamento incluia também sementes, utensílios de jardim e veio acompanhado pelo jardineiro Geraldo José Van den Kolk. "A Quinta Real de Queluz revestiu-se de um carácter único, devido aos aspectos arquitectónicos e decorativos que ainda hoje apresenta, os quais reflectem a sua contemporaneidade. Este facto confere à quinta um lugar de destaque no âmbito da história da construção de paisagens e da arte da jardinagem, enquanto repositório das melhores tradições que a antecedem e interlocutor de inovação que acompanha os novos tempos que se viveram." (GONÇALVES, 2005); O conjunto de esculturas de chumbo de John Cheer constitui a colecção mais importante de escultura inglesa em Chumbo fora do Reino Unido.

Utilização Inicial

Recreativa: jardim

Utilização Actual

Recreativa: jardim

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Parques do Monte da Lua, Decreto-Lei nº 205/2012, DR, 1.ª série, n.º 169

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ESCULTORES: Jonh Cheer (esculturas de chumbo). Ercole Ferrata, discípulo e colaborador de Lorenzo Bernini (Fonte de Neptuno); JARDINEIRO: José Van del Kolk; ARQUITECTOS: Mateus Vicente de Oliveira (projecto da primeira fase de construção 1747 - 1758), Jean-Baptiste Robillon (projecto da segunda fase de construção e desenho dos jardins 1758 - 1760), Manuel Caetano de Sousa (direcção de obras 1782 - final da obra); ENGENHEIRO: Manuel da Maia (abertura e exploração de minas e construção de aquedutos); PINTOR: João Nunes de Oliveira e Manuel da Costa Rosado (revestimento azulejar do canal do jardim); CANTEIROS: Manuel Alves e Filipe da Costa (escultura de Pégaso e Fama).

Cronologia

1654, Agosto 11 - por dec. de D. João IV, a quinta de Queluz, pertença do Marquês de Castelo Rodrigo, considerado traidor da Pátria com a Restauração da Independência, passa para a posse da Casa Real e é incorporada na Casa do Infantado; 1747 - o infante D. Pedro decide transformar a antiga quinta de Queluz numa quinta de veraneio com jardins e zona de parque; 1752 - início da abertura e exploração de minas e construção de aquedutos pelo Eng. Manuel da Maia; 1755 - D. Pedro faz a primeira encomenda de estatuária a John Cheer; 1756 - revestimento azulejar (da autoria de João Nunes de Oliveira e de Manuel da Costa Rosado) do canal do jardim; 1755-1756 - chegam da Holanda dois carregamentos de plantas para o jardim; 1755-1756 - duas encomendas de estatuária para os jardins num total de 9 grupos escultóricos em chumbo, 57 figuras isoladas e 72 vasos, feitos na oficina de John Cheere; 1757, Setembro - chegam de Génova cinquenta e seis caixas de mármore esculpido e duas caixas de figuras de mármore; 1758 - até esta data as obras prosseguem sob a direcção de Mateus Vicente de Oliveira, sendo então substituído por Robillon, o qual será responsável designadamente pela concepção dos jardins onde trabalha, a esta data, o jardineiro holandês José Van del Kolk; 1760 - D. Pedro casa com sua sobrinha, D. Maria, herdeira da coroa portuguesa, conferindo um novo estatuto à quinta; 1760, Novembro - pagamento de uma encomenda de vasos de pedra e bustos vinda de Itália; 1763, Maio - colocação do pórtico da fama; 1765 - construção de uma pequena praça de touros no jardim; séc. 18, anos 60 - construção do jardim do labirinto, em frente ao muro de suporte do Jardim Pênsil; 1769 a 1776 - é criado um jardim botânico na margem direita do Jamor, a O. do palácio, no fim do canal; 1770 - a fonte de Neptuno, da autoria de Bernini, é vendida a D. António Castelo Branco, proprietário da Quinta do Senhor da Serra; 1771 a 1772 - é construído um pavilhão chinês no jardim botânico; 1782 - morte de Robillon sendo a direcção das obras entregue a Manuel Caetano de Sousa; construção de cavalariças e outras dependências anexas; 1794 a 1807- o palácio é residência oficial da família real portuguesa; 1794, 14 de Junho - William Beckford visita os jardins; 1822 - construção de jaulas para animais exóticos (leões, tigres, macaco); séc. 19 - D. Fernando II manda transferir várias esculturas e tanques para os Palácios de Belém e das Necessidades; 1908 - por cedência de D. Manuel II, a quinta passa para a Fazenda Nacional; séc. 20, anos 40 - é colocada no jardim a fonte de Neptuno, vinda da Quinta do Senhor da Serra; 1948, 16 março - fixação de Zona de Proteção e Zona "non aedificandi", por Portaria publicada no DG, n.º 62; 1961, 15 dezembro - alteração dos limites da Zona de Proteção e Zona "non aedificandi" pela Portaria publicada no DG, n.º 291; 1967 - cheia destrói comportas e ponte de ferro existentes no canal; 1983, Maio - elaboração da " Proposta de uma nova zona de protecção do Palácio e Jardins de Queluz"*2; 1983, Julho - Plano de Pormenor de Ordenamento Paisagístico do Centro de Instrução da Guarda Fiscal, actual Escola Prática da GNR. Este plano foi executado; *3; 1990 - início dos estudos e intervenções nos jardins; 1992, 01 Junho - afectação dos jardins e quinta ao Instituto Português do Património Arquitectónico, por decreto de 106F/92; 2007, 29 março - afetação do Palácio ao Instituto de Museus e Conservação, Decreto-Lei n.º 37/2007.

Dados Técnicos

O Jardim Pênsil foi construído sobre um reservatório que recolhe o excesso de água dos chafarizes. Esta solução foi encontrada por Robillion para vencer o desnível que existia entre a fachada do palácio e o espaço do jardim; A primeira mina construída foi a do Pendão, seguindo-se a de Carenque e a da Gangantada, localizadas a vários quilómetros sendo conduzidas por caleiras sob galerias fechadas, de pendente suave, ao nível do solo, subterrâneos ou sobre arcos. Para manutenção foram construídas torres de inspecção. A água era recolhida em tanques e distribuída por gravidade para o depósito na cascata grande e outros tanques e para os jardins. Os jogos de água eram controlados por válvulas funcionando nos eventos e passeios da família real no jardim; O rio Jamor foi canalizado da entrada à saída dos jardins funcionado por um sistema de comportas a jusante.

Materiais

Material Vegetal: Buxo semperviriens, Platanus hibridus; Inerte: mármore (esculturas, tanques e balaustradas), chumbo (esculturas), loiça (vasos), pedra (cascata e vasos)

Bibliografia

AFONSO, Simoneta Luz e DELAFORSE, ÂNGELA, Palácio de Queluz - Jardins, Quetzal Editores e Instituto portugês do Património Cultural, Liboa, 1989; BECKFORD, William, Diáriode William Beckford em Portugal e Espanha, Biblioteca Nacional, Lisboa, 2ª ed. 1983; Boletim da DGEMN. Estatuária de Chumbo do Palácio de Queluz. nº 110, Dezembro 1910; FERRO, Maria Inês, Queluz - O Palácio e os Jardins, Scala Books, Lisboa, 1997; GONÇALVES, Rita Theriaga, A Recuperação dos Jardins, Pomares e Bosquetes da Quinta Real de Queluz, in Estudos / Património nº 8, IPPAR, Lisboa, 2005; GUEDES, Natália Brito Correia, O Palácio dos Senhores do Infantado em Queluz, Livros Horizonte, Lisboa 1971; LICHNOWSKY, Príncipe Félix, Portugal, Recordações do Ano de 1842, Prefácio e Notas por Castelo Branco Chaves, Lisboa, 1946; NETO, Maria João Baptista, A Obra do Escultor Inglês John Cheer para os Jardins do Palácio de Queluz - Novos Contributos Documentais, in Estudos / Património nº 8, IPPAR, Lisboa, 2005; NETO, Maria João e GRILO, Fernando, O restauro dos jardins do Palácio de Queluz Novos contributos documentais sobre as esculturas de chumbo, in ARTIS, Lisboa, Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 2005, n.º 4, pp. 477-486; RESENDE, Marquês de, Descrição e Recordações Históricas do Paço e Quinta de Queluz, inPanorama, vols XI, XII e XIV, Lisboa, 1854-1857.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral; IGESPAR: IPPAR; Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; IGESPAR: IPPAR

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Arquivo Pessoal Francisco Caldeira Cabral; IGESPAR: IPPAR

Intervenção Realizada

DGEMN: 1934 / 1935 - proposta de arranjo do parque e jardins, com recuperação de ruas, substituição de árvores, com o arranque dos eucaliptos; eliminar o campo de ténis do sítio onde se encontra; construir um campo de jogos no pomar das laranjeiras e limpeza do rio; 1947 - trabalhos na ribeira da Furcada e fonte dos Passarinhos, restauro do tanque dos Golfinhos e respectivas estátuas; reconstrução do Muro da Matinha, que ruíra; restauro de estátuas de chumbo dos jardins; 1948 - restauro do Lago das Macacas, de parte da Cascata e de várias estátuas; restauro de 5 vasos de chumbo grandes; 1949 - reparação das estátuas de chumbo; reparação das minas do Palácio (Carenque e Pendão); restauro das estátuas de Marte e Minerva; 1952 - arranjo de estátuas de chumbo do jardim; 1953 - aplicação de azulejo em painéis com lacunas, nos painéis do lago do Jamor; 1954 - reparação da Ribeira do Jamor, com recalcamento de muros e reboco dos mesmos; construção de condutas em cantaria; colocação de calçada à portuguesa; reparação dos estragos causados pelo temporal, com reconstrução de muros, arranjo do portão de acesso, construção de comportas em madeira na Ribeira de Jamor, arranjo dos recintos junto aos lagos e estatuária, arranjo do pavimento e balaustradas do roseiral, restauro dos pavimentos; 1956 - reparação do Lago de Neptuno; 1957 - execução de bases para estátuas, em mármore de Estremoz; reparação dos ferros das estátuas; 1960 - pintura de alguns elementos do Jardim dos Azereiros; feitura de bases trabalhadas para as estátuas; 1962 - remoção do grupo escultórico "Eneias salva o pai"; 1963 - arranjo do portal da Estrada de Sintra; 1965 - instalação de uma boca de rega; 1966 - electrificação dos jardins; 1967 - reconstrução de muros e dos muros dos viveiros, danificados pelo temporal; arranjo dos arruamentos junto ao Lago de Jamor, reconstrução do muro de suporte de terras do pomar; arranjo do lago e da zona onde estava a escultura de Eneias; arranjo dos arruamentos da mata; desentupimento de esgotos e manilhas; construção de comportas em madeira de eucalipto; desmonte do tramo central da ponte do lago; desentulho do Campo da Pela; fornecimento e assentamento de um portão de ferro; reconstrução de troços de vedação; 1969 - arranjo dos pavimentos e canalizações dos jardins; arranjo do leito do Lago do Jamor; construção de um tanque na estufa do Jardim Botânico; restauro das cantarias do lago do roseiral; 1970 - arranjo de um colector; afinação de um portão; 1972 - arranjo de quatro lagos; arranjo das floreiras no Jardim dos Príncipes; arranjo dos muros do jardim; 1974 - reparação do aqueduto da Ponte Pedrinha; limpeza da mina de Carenque; 1975 - reparação de vários lagos e construção de um tanque na horta; 1976 - fixação de vasos de pedra nos jardins; desentupimento dos canos da nascente da Figueira Brava e conserto de uma boca de rega; colocação de portas nas minas de Carenque e Pendão; reparação do lafo de Abel e Caim; conserto dos esgotos dos Lagos das Conchas; 1977 - limpeza do aqueduto da Ponte Pedrinha; arranjos na zona da horta; obras de beneficiação na Casa do Curro; 1978 - continuação das obras de beneficiação na Casa do Curro; arranjo de um fontanário e limpeza dos muros do parque; conserto do Lago do Jardim dos Azereiros; desentupimento da canalização da nascente da Ribeira Brava; 1979 - beneficiação e recuperação das minas de água; reparação dos esguichos dos lagos; 1980 - feitura de uma porta para a cascata e arranjo de carpintaria nos bancos do jardim; 1983 - beneficiação das cavalariças; 1984 - restauro dos estragos causados pelo temporal, com feitura de fundações em betão e execução dos muros caídos; limpeza dos lagos e do parque; restauro dos painéis de azulejo do Parque e substituição dos em falta por outros semelhantes; execução de cortinas laterais na ponte; reparação de lagos e zonas em ruínas junto ao lago de Caim; reparação de portões e construção de uma pilastra caída beneficiação da instalação eléctrica dos jardins; remodelação do jardim de viveiro; restauro da zona das cavalariças; 1984 - execução de um furo para captação de água para rega; 1985 - arranjo de portões, dos candeeiros de iluminação; execução de troços de pavimento em calçada à portuguesa; 1985 / 1986 - instalação de equipamento de rega nos jardins; 1989 - limpeza e recuperação das minas e aquedutos; IPPAR / Associação World Monuments Fund Portugal e Inglaterra): 1990, desde - estudo e programa integrado de conservação dos jardins; 1991 / 1992 / 1993 - instalação de equipamento de apoio aos visitantes, no jardim; 1992 - execucção de dois furos de captação de água intra-muros; ESCOLA PROFISSIONAL DE RECUPERAÇÃO DO PATRIMÓNIO DE SINTRA: 1995 - intervenção no Lago dos Macacos, com limpeza e consolidação das juntas de cantaria, aplicação de pasta celulósica com hipoclorito, limpeza da canalização; limpeza das poeiras nos elementos de metal, eliminação dos carbonatos de cálcio com ácido clorídrico, neutralizado com água corrente, remoção dos produtos de alteração do chumbo, remoção do calcário com micro-jacto, com pó de alumínio; IPPAR: 1996 / 1997 / 1998 - obras de reparação da Cascata das Taças; 2000 / 2001 / 2002 / 2003 - recuperação estrutural do Canal dos Azulejos, protecção do tanque do Curro; restauro da estatuária do jardim.

Observações

O jardineiro Van den Kolk foi contratado por Manuel Gomes de Carvalho, por três moedas por mês. Esteve em Queluz desde 4 de Março de 1755 e o seu filho foi apadrinhado por D. Pedro no seu baptismo em Outubro de 1773; O portão da Ajuda tem esse nome porque dava para estrada que na altura ligava a quinta ao Palácio da Ajuda. *1 antigamente ligada à quinta por passadiço. mantém portão flanqueado por pináculos; *2 - estudo realizado pelo Arquitecto Paisagista Prof. Francisco Caldeira Cabral, tendo sido definidas duas zonas: a zona "non aedificandi et conservande" e a zona de protecção. Na zona "non aedificandi et conservande" consideram-se uma subzona rural e uma subzona edificada.Sobre esta zona, segundo o autor "Julgou-se útil juntar, a título exemplificativo, um apontamento do estudo para resolver o problema criado pelas construções da guarda fiscal. Se for executado, conseguir-se-á um efeito semelhante ao da Matinha, repetido do lado Nascente da estrada nacional e perfeitamente integrado no ambiente geral. É evidente que nos futuros projectos de urbanismo será necessário estudar caso a caso o seu impacto e a moldura vegetal necessária à sua integração no tipo e escala da paisagem.". Quanto à zona de protecção, esta não está vedada à construção, são acauteladas vistas e efeitos em relação à poluição sonora e outros factos incómodos (esgotos, industrias poluentes). Preve-se a fixação de cérceas e a criação de zonas arborizadas formando cortinas em locais adequados.Fizeram-se ainda estudos de arborização e compartimentação da área a poente dos jardins do palácio, integrando as instalações da antiga Guarda Fiscal, actual Escola Prática da GNR. Proposta realizada para DGEMN; *3 - o antigo Centro da Guarda Fiscal, actual Escola Prática da GNR, situado a poente do Palácio, foi alvo de um Plano de Pormenor, realizado também por Francisco Caldeira Cabral, sendo, segundo este, "necessário para garantir que as novas construções que o centro de Instrução da Guarda Fiscal pretendia realizar (Pavilhão Gimnodesportivo e Aula Magna), eram compatíveis com o correcto enquadramento visual do Palácio de Queluz. Plano realizado para a DGEMN, pelo Arquitecto Paisagista Francisco Caldeira Cabral e pelo Engenheiro Agrónomo João Caldeira Cabral.

Autor e Data

Pereira de Lima 2005

Actualização

 
 
 
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