Quinta da Abelheira

IPA.00024039
Portugal, Lisboa, Loures, União das freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal
 
Espaço verde de produção agrícola / Espaço verde de recreio. Quinta de fundação monástica que remonta ao séc.12. Foi alvo de grandes melhoramentos no séc.18 que lhe conferiram uma caracterização estilística barroca. Integra o Palácio da Abelheira, seus jardins com estrutura de buxo ainda aparente, painéis de azulejos, bancos, namoradeiras e casa de fresco, mata e áreas agrícolas de regadio e sequeiro. Alguns elementos construídos com função recreativa foram introduzidos no sec.19, quando a quinta ficou na posse de famílias inglesas proprietárias, igualmente, da Fábrica de Papel do Tojal. Sobressai a engenhosa estrutura de captação, armazenamento e distribuição de água pela propriedade, com extrema racionalidade na distribuição pelos diversos espaços de recreio e produção, difícil de datar, mas que denota que a estrutura vicentina foi intencionalmente respeitada nos séculos 18 e 19. A Quinta da Abelheira atravessou diferentes momentos históricos desde a fundação da nacionalidade portuguesa, dando suporte a funções que percorrem transversalmente as tipologias de construção na paisagem, desde cerca, a quinta de recreio de família da alta burguesia, ou pólo industrial. Apresenta elevado valor arquitetónico e paisagístico.
Número IPA Antigo: PT031107160136
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Propriedade de planta irregular alongada no sentido N. / S. A situação geomorfológica da quinta caracteriza-se por dois tipos de relevo distintos, revelando a transição que se efetua no local. Assim, do núcleo edificado para S. domina o relevo suave, tendo o terreno sido armado em terraços numa ampla extensão, através da construção de muros de contenção em pedra argamassada, desde o muro NO. da propriedade até ao rio, com o objetivo de facilitar a utilização agrícola dos produtivos solos de Barros Castanho Avermelhados. Do núcleo edificado para N., domina o relevo ondulado de declives mais acentuados, onde dominam solos Litólicos não Húmicos, pouco produtivos, em que o coberto dominante é o antigo olival da quinta. O núcleo edificado situa-se numa plataforma central, sensivelmente à cota altimétrica de 40 m, e nas suas imediações, entre os 30 e os 50m, situam-se a maioria dos elementos construídos que a caracterizam como quinta de recreio, como sejam os jardins e pomares (dos quais restam algumas espécies vegetais ornamentais e de fruto), sistemas complexos de captação, armazenamento e distribuição de água, caminhos e muros, entre outros. A cota máxima é de cerca de 90m e atinge-se no limite N., na encosta do olival e a mínima, de 15 m, ocorre no limite SO. da propriedade, junto ao rio Trancão. Predomina a exposição S. e O. no sentido da várzea e do rio, criando condições climáticas muito favoráveis à fixação humana e à produção agrícola, com temperaturas moderadas e elevada humidade relativa. A disponibilidade de água subsuperficial é elevada resultando na abundância de pontos de captação. A Quinta é atravessada, a N. do Palácio, por uma linha de água que drena toda a encosta do Zambujal e que é bem marcada no terreno, e por duas outras linhas de drenagem natural que sulcam o olival em direção ao Trancão, rio que recolhe a água que circula na Abelheira. O acesso principal à quinta, em alameda central, foi alterado pela construção da via de cintura da AMLN que atravessa e divide a S. a propriedade em duas parcelas autónomas; uma delas, de reduzida dimensão, margina a EN 115-5, engloba o alto muro com o portão de ferro e a placa toponímica com a designação "Quinta da Abelheira", mantém no seu interior três edifícios de construção recente; a outra parcela, a N. da via, mantém a estrutura da quinta da Abelheira. O acesso é efetuado por um portão provisório, localizado imediatamente a N. da via de cintura, numa abertura do muro de alvenaria de pedra da antiga cerca. A propriedade é vedada em toda a sua extensão, ora por muro alto de alvenaria de pedra a N. e E., ora por muro de contenção na margem do rio Trancão a O.; a exceção é o limite S. que é efetuado por vedação em rede de arame confinante com a via de cintura. Existem duas outras entradas para a propriedade, uma no limite NO., pela antiga EM. 613, com continuidade em caminho na encosta do olival, a N. do palácio, e uma outra a E. do palácio, próxima ao extremo S. do edificado do Zambujal. A estrutura da quinta é marcada por uma ALAMEDA CENTRAL com cerca de 1km que une o topo S. da propriedade ao palácio. Esta alameda é ladeada por muros de pedra em toda a sua extensão com a dupla função de delimitação e contenção das terras laterais, é pavimentada em calçada grossa de basalto e marginada por oliveiras e eucaliptos, alguns de porte notável. Os terrenos laterais à alameda são barros muito férteis, tendo sido utilizados como TERRAS DE CULTIVO de cereais, olival e hortas, sucessivamente de S. para N. e, atualmente, encontram-se com prado natural. Da alameda até ao rio Trancão estas terras encontram-se armadas em terraços, contidos por muros de alvenaria de pedra, a maioria dos quais com caleiras adossadas, a cerca de 1 metro do solo, para condução da água de rega *2. Da alameda para E., uma extensa e plana folha de cultivo, em abandono de produção de cereal, domina visualmente o quadrante SE. da propriedade. Nesta plataforma apenas a ruína de um antigo moinho em alvenaria de pedra se eleva do solo *3. No topo N. do percurso em alameda, alcança-se o NÚCLEO CONSTRUÍDO que inclui palácio, capela, casa, edifícios de apoio, pomares e jardins, posicionando-se numa plataforma intermédia entre os campos de cultivo e a encosta N., disfrutando de um complexo sistema de captação, armazenamento e distribuição de água, proveniente quer do rio Trancão, através de uma enorme levada sobre muro de pedra, quer da grande reserva circular, através de canais intramuros ainda visíveis no muro que delimita o percurso entre o pátio do palácio e a reserva, e que permitiu o abastecimento ao edifício principal, às estruturas de recreio e a rega de pomares e jardins. São estes os CAMPOS DE REGADIO, abrangem a zona central da quinta, junto ao núcleo edificado, onde a disponibilidade hídrica é maior e os declives menos acentuados. Inclui as áreas denominadas Jardim Pequeno, Jardim Grande, Pátio e Pomar das Nonas, Pomares da Tangerina, da Meia Laranja, da Reserva e do Rio, Porta de Ferro e Courela. O JARDIM PEQUENO assenta em plataforma sustentada por muros de suporte, com acesso a partir do Palácio ou por escadaria de ligação ao Pátio e Pomar das Nonas. Abrange o espaço junto à fachada S. do Palácio, a plataforma lateral e os patamares que se desenvolvem a cotas sucessivamente mais baixas. Neste jardim permanecem duas namoradeiras revestidas a azulejo em muito mau estado e um tanque retangular de construção recente. A E. do Jardim Pequeno, o PÁTIO DAS NONAS é rodeado pelos edifícios (palácio e capela, edifício com três torreões e apoios), e pelos três portais (o de acesso pela alameda central e dois que marcam o acesso aos campos agrícolas a S.); apresenta uma estrutura de jardim formal, com canteiros retangulares delimitados por murete e percursos pavimentados em tijolo burro e pedra. Neste local existem painéis de azulejo e dois tanques, um dos quais, adossado ao edifício dos torreões, estabelece um eixo visual com o nicho junto à escadaria de acesso ao Jardim Pequeno. A NE. do Pátio e Pomar das Nonas, situa-se o Pomar da Tangerina, onde ainda é visível pérgula, caleira, poço e tanque. A S. do Pátio das Nonas, o Pomar da Reserva é constituído por três plataformas sustentadas por muro de suporte com sistema de rega em caleiras adossadas, onde estão plantadas árvores de citrinos; o JARDIM GRANDE, na extremidade N. dos campos de regadio, e na continuidade do Pomar da Tangerina, apresenta um carácter intimista onde se misturam funções recreativas e produtivas. Dominam as laranjeiras estando os elementos construídos limitados a escadaria com degraus cujo espelho é revestido a azulejo e a latada com esteios de pedra; a RESERVA, na zona E. da propriedade, tem características semelhantes ao Jardim Grande, apresenta um grande tanque circular de armazenamento de água e uma casa de fresco, à qual se acede pelo caminho que ladeia e circunda o tanque. A N. de toda esta área de recreio e produção na envolvente do núcleo construído, situam-se o OLIVAL e a MATA, numa área caracterizada por encostas declivosas e de solos pouco profundos, funcionando como fator de equilíbrio ecológico em termos de biodiversidade e conservação da água e do solo *4. É delimitada fisicamente da área de jardim por caminhos em terra batida e tem acesso direto pelo portão norte da Quinta. No séc. 20 foi reformulada a área SO. da propriedade, que é designada por Terra dos Chalets, dado que aí se situam algumas moradias, edificadas para alojamento de técnicos da fábrica de papel.

Acessos

Rua Dr. Alberto Alves de Oliveira (antiga EM 613), com acesso pela rotunda entre a Via de Cintura AMLN e a EN115-5.

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 / Decl. Rect. 9-J/98 de 04.30. *1. Inclui Palácio da Quinta da Abelheira (v. IPA.00006305)

Enquadramento

Periurbano. Insere-se no limite Sul da encosta do Complexo Vulcânico de Lisboa, numa área de transição entre o relevo de vale encaixado, que se situa a N. da quinta, para o relevo espraiado da várzea do rio Trancão, a S., sobre os quais, várzea e rio, possui ampla vista privilegiada. A quinta localiza-se na margem esquerda do rio Trancão, que a delimita a O. em toda a extensão, desde a ponte do Zambujal a N., até à Fábrica de Papel, a S. (v. IPA.00034925). A propriedade é limitada a N. e E. pela antiga EM 613 e pelo núcleo urbano do Zambujal (v. IPA.00033953). O aglomerado urbano do Zambujal situa-se a NE. e tem relação muito direta com a quinta, quer pela proximidade física, encostando-se ao muro desta, quer em termos visuais, pelo desenvolvimento urbano que apresenta em anfiteatro sobre a encosta N., a cota superior à Abelheira. Igualmente com relação visual muito direta, apresenta-se na margem direita do Trancão, de alguma forma em simetria com a Abelheira, face ao rio, a quinta do Outeiro (v. IPA.00034926). A Quinta da Abelheira efetua a transição entre os dois núcleos edificados da freguesia, São Julião do Tojal e Zambujal, unindo-se ambos, funcionalmente, por estrada contígua ao muro que ladeia a E. a propriedade. Na área envolvente à propriedade e com um cariz rural encontra-se a quinta do Outeiro com rebanhos, culturas arvenses de sequeiro e olival. No Zambujal, em alguns logradouros há pequenas hortas e árvores de fruto. As áreas de armazenagem, indústria e logística dominam a envolvente mais alargada.

Descrição Complementar

Os três portais que efetuam a transição entre o Pátio das Nonas e a área agrícola a S. do Palácio marcam a separação entre a ampla área de produção e a área de jardim e recreio associada à habitação. Efetuam uma clara delimitação do espaço mais intimista e reservado às funções residenciais do Palácio, face ao espaço de produção que é aberto ao rio e à várzea. Um dos portais, o que recebe quem chega ao Palácio através da alameda central, é diferenciado, de desenho clássico de remate triangular com pináculo com esfera ao centro, os outros dois são idênticos entre si, possuem arcos ligeiramente abatidos e ondulados na articulação entre ombreiras e lintel, formando uma composição com uma edícula entre ambos.

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Agrícola e florestal: quinta

Propriedade

Privada

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecidos

Cronologia

1176 - D. Afonso Henriques doa grande parte das propriedades rústicas de São Julião do Tojal aos frades de S. Vicente de Fora, que viria a denominar-se Quinta dos Arrais; 1377 - aforamento da propriedade, futura Quinta dos Arrais, feito pelos frades a João Anes dos Cavalos; 1389 - aforamento da futura Quinta dos Arrais a João Gonçalves; 1424 - aforamento da futura Quinta dos Arrais a Diogo Ferrão; 1465 - aforamento da futura Quinta dos Arrais a João Vaz Rebelo; 1475 - aforamento da futura Quinta dos Arrais a Diogo Ferrão, sobrinho do Bispo D. Nuno, Prior-mor do Mosteiro de S. Vicente; 1483 - aforamento da futura Quinta dos Arrais a João Pires Padilha. Este aforamento é renovado a Jorge Ferrão de Castelo Branco que casara com a filha de João Padilha, Maria Lopes. Diogo Ferrão de Castelo Branco era senhor de grande parte dos terrenos de S. Julião do Tojal, incluindo a Quinta da Abelheira; 1535 - segunda renovação do aforamento da futura Quinta dos Arrais a Leonor Lopes, filha dos anteriores e que casa com Vicente Arrais; 1551 (c.) - aforamento da propriedade a Vicente Arrais. A quinta passa a ser denominada Quinta do Arrais; 1555 - Vicente Arrais aumenta a propriedade com duas courelas de olival; 1606 - novo alargamento da propriedade; 1617 - morre Vicente Arrais. O seu filho, Manuel Arrais de Mendonça, sem descendência renuncia ao domínio útil da propriedade a favor do Mosteiro, a troco de benefícios espirituais. 16 Junho - o Mosteiro toma posse da Quinta dos Arrais incluindo pomar e vinha e faz seu procurador, Frei Marcos da Cruz; 1671 - Inês de Castelo Branco, trisneta de Diogo Ferrão de Castelo Branco, que, juntamente com o seu marido, João Guedes de Vilhegas, melhorara significativamente a casa, capela e quinta, fica viúva; 1695 - A descrição feita pelo Tombo Novo da Fazenda do Tojal, in SEQUEIRA, 1935, refere "Uma quinta a que chamam (a do Arrais) que é própria do Mosteiro, a qual está além da Ponte do tojal, na estrada que vai para Vialonga, por a banda Norte (...) consta esta quinta de pomar, vinha e terras e casas de sobrado e oliveiras, dois engenhos e azenhas e dois de rodízios (...). Constava de um grande pomar de espinho e caroço, vinha, olival, terra de semeadura, orta, duas fontes de água nativa e outra que vem encanada de longe; tem mais um prédio urbano com três pátios, primeiro andar, um eirado, varanda e jardim, três tanques, (...) é murada em roda, confrontando pelo Norte com as terras de António Machado, Poente com o rio Trancão, e Sul com a estrada pública que vai para Vialonga, e com Quinta da Ponte e Quinta da Cruz"; 1730 - morre Inês de Castelo Branco sucedendo-lhe no domínio da propriedade, seu filho Francisco Guedes de Vilhegas; 1748 - alargamento da propriedade com as courelas ao S. da Ponte do Tojal; 1751 - José Guedes de Vilhegas Castelo Branco (7º neto de Diogo Ferrão de Castelo Branco) cede a Quinta da Abelheira ao Mosteiro a troco de encargos espirituais. A Quinta com a sua casa e capela fica assim agregada à Quinta dos Arrais passando o seu conjunto a denominar-se Quinta da Abelheira; 1755 - os frades passam a habitar a casa da Abelheira que é então restaurada e os seus jardins povoados de buxos, tanque e escadarias. É constituída uma fábrica de papel; sec. 18, segunda metade - melhoramentos na quinta, incluindo nos processos agrícolas. 1794 - William Beckford visita a propriedade, e aí permanece entre os dias 3 e 5 de Junho, na companhia do Prior de São Vicente de Fora e do Grão Prior de Avis, irmão do Marquês de Marialva; Séc. 18, última década - construção do atual palácio da Abelheira; capela de Nª Senhora do Socorro, reedificada e integrada no novo edifício; 1834 - com a extinção das ordens religiosas, o Dr. José Calazans da Fonseca e Castro, Provedor do 4º Distrito, instala-se na quinta para inventariar, arrolar, vender e arrendar os bens da propriedade; 1834, 13 Julho - primeira hasta pública dos bens do mosteiro, sem que ninguém licitasse ficaram na praça depositados; 1841 - a quinta é adquirida em hasta pública por João Gualberto de Oliveira, negociante, posteriormente Conde do Tojal, que reabilita a fábrica do papel com nova maquinaria; 1852 - William Smith, cônsul de Inglaterra, cunhado do Conde do Tojal, herda a quinta e faz melhoramentos na casa e jardins. A fábrica é também melhorada tendo sido premiados os seus produtos nas exposições dos anos seguintes em Londres, Paris, Porto e Lisboa; 1899 - Astley Campbel, que tinha herdado a quinta de William Smith, vende a propriedade com a oficina fabril à Casa Graham; 1964 - é constituída uma sociedade que vem a fundar a Fábrica de Papel da Abelheira já na posse de Guilherme Graham Júnior; 1973 - a fábrica é entregue a credores por endividamento dos proprietários; 2004 - a quinta é propriedade da empresa C4, Construção S.A; 2012 - a quinta pertence a uma entidade bancária por insolvência da C4, Construções.

Dados Técnicos

Existe um complexo sistema hidráulico com captação direta a partir do rio Trancão e no poço da plataforma superior do pomar da tangerina. A água seria conduzida por grandes canais, ou levadas, diretamente do rio, ou por sistema de condução intramuros de pedra, ou pelas caleiras adossadas aos muros de suporte em alvenaria de pedra. Nos elementos de armazenamento contam-se o tanque de rega circular *5, os dois tanques na zona da entrada e o tanque central do jardim pequeno. Nas zonas de declive mais acentuado, são criadas plataformas sustentadas por muros de suporte, muitos deles com caleiras de distribuição de água adossadas a cerca de 1m da base do muro. Um sistema de drenagem, parcialmente percetível, conduz o excesso de água da grande reserva circular, dos tanques do jardim e de toda a área construída, a uma cascata situada a S. do Jardim Pequeno. Esta cascata corresponde a uma linha de água, que corre por entre muros, sobre leito revestido por grandes lajes de pedra, por vezes em degraus de grande dimensão, atravessando transversalmente a propriedade até se juntar ao rio Trancão *6.

Materiais

INERTES: alvenaria de calcário e basalto rebocada (muros), alvenaria de pedra (escadas), cantaria de calcário (escadas do pátio e pomar das nonas), madeira, alvenaria com reboco e espelho em azulejo (escadas no jardim grande), estuques e mármores, calçada de calcário regular (eixo de acesso à propriedade, pátios), calçada de calcário irregular (pavimento no jardim pequeno e junto ao tanque de rega circular), tijolo burro (pavimento no pátio e pomar das nonas), lajes de calcário com fiadas de tijolo burro (pavimento sob latada), lajes de calcário, irregular, ortogonal (pavimento no jardim da tangerina), betonilha (pátio e pomar das nonas, junto à casa do caseiro), calçada de basalto (pátio e pomar das nonas). VEGETAL: árvores - acacia (Acacia sp.), ameixoeira-de-jardim (Prunus cerasifera var. Atropurpurea), amendoeira (Prunus dulcis),árvore-do-gelo (Brachychiton populneus), castanheiro-da-índia (Aesculus hippocastanum) e (Aesculus x carnea), choupo-negro (Populus nigra), cipreste-da-california (Cupressus macrocarpa), cipreste (cupressus sempervirens var. Horizontalis e Cupressus sempervirens var. Sempervirens), diospiro (Diospyrus kaki), corisia (Chorisia speciosa), eucalipto (Eucaliptus globulus), falsa acácia (Robina pseudoacacia), figueira (Ficus carica), freixo europeu (Fraxinus excelsior), grevílea (Grevillea robusta), jacarandá (Jacaranda mimosifolia), laranjeira (Citrus aurantiacum var. Sinensis), loureiro (Laurus nobilis), magnolia (Magnolia grandiflora), nogueira (Juglans regia), olaia (Cercis siliquastrum), oliveira (Olea europaea var. Europaea), palmeira-das-canárias (Phoenix canariensis), pereira (Pyrus communis), pimenteira-bastarda (Schinus molle), plátano (Platanus orientalis), tilia (Tilia cordata), ulmeiro (Ulmus minor), zambujeiro (Olea europaea var. Sylvestris); arbustos - árvore-do-incenso (Pittosporum undulatum), buxo (Buxus semperviriens), carrasco (Quercus coccifera); loendro (Nerium oleander), romanzeira-de-jardim (Punica granatum); trepadeiras - glicínia (Wisteria floribunda).

Bibliografia

Beckford, William, Alcobaça e Batalha: recordações de viagem, Lisboa, Vega, 1997; Câmara Municipal de Loures, Património Cultural Construído - Concelho de Loures, Loures, 1988; Carta Arqueológica do Município de Loures, Loures, 2000; Câmara Municipal de Loures, Loures 10 Paisagens, Loures, 2012; CASTEL-BRANCO, Cristina et al., A Água nos Jardins Portugueses, Scribe, Lisboa, 2010; Castro, João Bautista de, Mapa de Portugal Antigo e Moderno, Tomo III, p.471, Lisboa; COELHO, Sara D. F. M., Salvaguarda e recuperação de Quintas com Valor Histórico e Cultural - Recuperação da Quinta da Abelheira, Relatório do trabalho de Fim de Curso de Arquitetura Paisagista, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa, 2004 Costa, Pe. António Carvalho da, Corografia Portuguesa, Tomo III, p.613, Lisboa; DGARQ/TT, Cónegos Regulares de St.º Agostinho, Mosteiro de S. Vicente de Fora, liv. 22, 1606; DGARQ/TT, Cónegos Regulares de St.º Agostinho, Mosteiro de S. Vicente de Fora, liv. 25, 1695; Oficina Real Deslandesiana, 1712; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais, 1758; Oficina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno, 1763; JORGE, R.M., Paisagem, Património e Percursos Culturais - Uma Aplicação ao Concelho de Loures, Relatório Final de Curso de Arquitetura Paisagista, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa, 2002; Leal, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. I, Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira e Companhia, 1873; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, A Abelheira e o fabrico de papel em Portugal, Lisboa, 1935; VAZ, Maria Máxima, Património Histórico - Artístico, Loures. Tradição e Mudança - I Centenário da Formação do Concelho 1886, vol. 1, Loures, p. 87 - 136.#

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMLoures

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMLoures

Documentação Administrativa

CMLoures, Proc. 168/DOM (proposta de classificação do Palácio e Quinta da Abelheira), Proc. 42259/DPU e Proc. 45377/LA/E/RE

Intervenção Realizada

Observações

*1 - DOF: Quinta da Abelheira, incluindo o palácio, jardins e envolvente florestada. *2 - Estas parcelas são designadas por Pomar do Rio, São Gonçalo, Porta de Ferro e Courela (SEQUEIRA,1935).*3 - Parcelas designada por Terra da Cruz e Pombal e Terra das Rosas (SEQUEIRA,1935). *4 - Inclui as zonas denominadas S. João da Coelheira, Encosta da Baleia, Moinho Novo, Terra da Mata, Mata, Encosta dos Currais e Jogo das Almas (SEQUEIRA,1935). 5*, - A grande reserva circular encontra-se representada na cartografia do séc.18 (1764), sendo possível compreender que se destinava a recolher e armazenar a água que drenava da encosta do Zambujal, através da linha de água que ainda hoje atravessa a encosta e a propriedade da Abelheira, a N. da reserva. *6 - Uma linha de água natural canalizada a funcionar como caneiro de drenagem, com estrutura construtiva semelhante, encontra-se na Quinta dos Marqueses de Fronteira, (ver Castel-Branco, 2010, p. 28).

Autor e Data

Pereira de Lima 2005 / Fernanda Ferreira, Madalena Neves, Frederico Pinto, Manuel Villaverde (CMLoures) 2013 (no âmbito da parceria do IHRU / CMLoures)

Actualização

 
 
 
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