Núcleo urbano da cidade do Sabugal

IPA.00023847
Portugal, Guarda, Sabugal, União das freguesias de Sabugal e Aldeia de Santo António
 
Núcleo urbano sede municipal. Cidade situada em colina na fronteira da Beira. Vila medieval de jurisdição régia com castelo e cerca urbana. Implantado entre a cota 735 e 768 acima do nível médio das águas do mar, num território marcado pelo relevo e pelo vale do Rio Côa. Atravessado por formações aluviais, na direcção N. / S. e assentando em solo composto, essencialmente, por xisto. O núcleo fundacional corresponde à antiga fortaleza ou Castelo do Sabugal reerguido no séc. 13 por D. Dinis. O conjunto urbano foi criado com uma função predominante defensiva integrando a linha de defesa da fronteira. A cidadela é contida por muralhas e no seu interior desenvolveu-se uma área urbana estruturada a partir de uma via, a Rua Direita (actual R. Santo Condestável) que ligava as duas portas da cidadela, a Porta da Vila localizada a E. e a porta do Barroso a O. esta rua é marcada a N. por diferentes espaços públicos, nomeadamente e de E. para O.: o Lg. Santo Condestável, o Lg. Nossa Senhora de Fátima (o mais importante em termos cívicos e onde se localizava, para além do castelo, a Igreja de Nossa senhora do castelo) e o Lg. de Alcanizes. As dimensões dos quarteirões são variáveis tal como a sua forma, sendo possível distinguir duas zonas morfológicas que derivam da relação de proximidade dos edifícios e das vias à topografia, tendo como linha divisória a Rua Santo Condestável. A zona a N. apresenta quarteirões mais pequenos e com formas próximas ao quadrado e ao rectângulo. A zona S. apresenta menor rectilinearidade no traçado e quarteirões maiores e poligonais aproximando-se da forma do triângulo. Os lotes intramuros são quadrangulares na sua maioria e de pequena dimensão. A maioria do edificado é constituída por habitação corrente datada do séc. 17, 18 e 19. Este é caracterizado por casas unifamiliares de 2 pisos com loja no piso térreo e cumeeira paralela à fachada principal. A par do desenvolvimento da cidadela, em território do extramuros, surgiu outra área urbana, em cota mais baixa e polarizada pela Igreja de São Miguel (actual Igreja da Misericórdia). Esta zona de crescimento é consolidada por volta do séc. 16. O traçado urbano tem uma orientação dominante E./ O. devido à localização da Igreja de São Miguel. Os quarteirões possuem frentes longas e lotes com pouca profundidade. O espaço de charneira entre a área urbana intramuros e extramuros foi consolidado durante o séc. 18 e 19 através da estruturação do Lg. do Pelourinho (actual Pr. da República) e do Lg. de São Tiago com a construção de alguns edifícios notáveis. A praça junto à Porta da Vila assume uma maior preponderância na componente social e cívica do aglomerado urbano a qual subsiste até aos dias de hoje. A partir do séc. 19 a actual R. 5 de Outubro torna-se na rua principal do aglomerado urbano, ligando a Pr. da República ao Lg. da Fonte de Mergulho, dando, ainda hoje, suporte ás actividades comercias. O principal espaço verde público, junto ao núcleo matricial, localiza-se na encosta a O. do monte do castelo que continua sem edificação. Na actualidade, é ainda possível observar a sobrevivência da estrutura urbanística medieval comprovada pela leitura da gravura de Duarte d'Armas do séc. 16. O perfil da vila continua a ser dominado pelo castelo do Sabugal, no qual se destaca a dupla cintura de muralhas e a singular torre de menagem de planta pentagonal. A encosta a O. ajardinada a ponte medieval e o castelo poderiam constituir um excelente ponto de partida para uma viagem à idade média, não fosse a descaracterização sofrida pela ponte medieval nas últimas obras de melhoramento. A cidadela ainda possui alguns exemplos de arquitectura vernacular intactos apesar de muitos se encontrarem abandonados e outros muito descaracterizados. Na área urbana junto à muralha podemos encontrar edifícios que se destacam do conjunto, nomeadamente: o conjunto de edifícios que constituem a Câmara Municipal, a Casa dos Almeidas, a Casa dos Britos. Na área urbana extramuros há a destacar edifício do museu do Sabugal e a Igreja Matriz ou Igreja de São João.
Número IPA Antigo: PT020911300255
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Cidade  Vila medieval  Vila fortificada  Régia (D. Dinis)

Descrição

Conjunto urbano de matriz medieval, cujo núcleo fundacional corresponde à fortaleza ou castelo (v. PT020911300001). Com forma pentagonal irregular encontra-se implantado em elevação planáltica de destaque em relação ao aglomerado (765 metros de altitude), sobranceiro ao Rio Côa com encosta arborizada e ajardinada. A E. do castelo estende-se um terreiro, onde antes se encontrava a igreja de Nossa Senhora do Castelo. A fortaleza apresenta uma dupla cintura de muralhas sendo a barbacã pentagonal irregular e castelejo com traçado trapezoidal irregular provido de adarve protegido por merlões paralelepipédicos com seteiras, integrando quatro torres de planta quadrada. Neste recinto ainda se podem encontrar vestígios das antigas edificações que ali se erguiam. A linha de muralha exterior (v. PT020911300001) à fortaleza define a cidadela, delimitando o espaço elíptico do cimo do monte, cujo maior eixo segue a direcção E./ O. Actualmente a muralha já não é contínua, mas a sua forma continua implícita devido à estruturação dos quarteirões. Esta cintura de muralha tem menor altura e é defendida por torreões de planta circular com seteiras cruciformes, observando-se a utilização de pelo menos dois tipos de aparelho construtivo: cantaria de granito e alvenaria de xisto. A porta principal da cidadela ou porta da vila, em arco quebrado e decorada com escudo, coroa real e esfera armilar, localiza-se a E. do castelo. Contígua a esta porta e integrada na muralha encontra-se a torre do relógio. Esta edificação apresenta planta quadrada e cobertura em abóbada de cantaria sendo rematada por cornija com gárgulas de canhão. Possui um relógio e uma sineta. A relação entre as portas da cidadela - Porta do Barroso a O. e Porta da Vila a E.- é estabelecida através do grande eixo viário da vila intramuros, a R. Santo Condestável, possivelmente a antiga R. Direita. Esta Rua dá acesso à Fortaleza e ao Lg. de Santa Maria onde se localizava a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Castelo*4, este espaço constituía o centro cívico da cidadela. Hoje apresenta-se como um espaço de forma trapezoidal sem um desenho urbano que o defina por completo, marcado axialmente com uma árvore que se tenta relacionar com uma fonte a E. e um padrão dos centenários (v. PT020911300264) a O. O traçado urbano do interior da muralha é estruturado a partir desta via. As dimensões dos quarteirões são variáveis tal como a sua forma, no entanto podemos distinguir duas zonas morfológicas que derivam da relação de proximidade dos edifícios e das vias à topografia, tendo como linha divisória a R. Santo Condestável. A zona a N. apresenta quarteirões mais pequenos e com formas próximas ao quadrado e ao rectângulo. A zona a S. apresenta menor rectilinearidade no traçado e quarteirões maiores e poligonais aproximando-se da forma do triângulo. Os lotes intramuros são quadrangulares e de pequena dimensão. A maioria das casas de habitação corrente tem 2 pisos e telhados de duas águas com cumeeira paralela à rua. O tipo funcional de referência é casa unifamiliar de cariz popular, de 2 pisos em lote quadrangular com frente que raramente ultrapassa os 6 metros. As variações decorrem do número de vãos no piso térreo e do acesso ao segundo piso se verificar ou não através de escada exterior. As casas populares de 2 pisos com loja em piso térreo são as mais frequentes, apresentando áreas reduzidas e na sua maioria apenas com uma frente, traduzindo-se em espaços interiores insalubres e pouco ventilados. No piso térreo localizava-se a loja, cómodo da casa destinado ao alojamento de animais domésticos ou a oficina. No piso superior da casa localizava-se a habitação constituída pelos quartos de dormir e cozinha. A porta mais larga dá acesso á loja, enquanto que a porta mais estreita dá acesso à habitação através de pequeno hall com escada de tiro junto à empena e perpendicular ou paralela à fachada principal. A organização do espaço interior é variável, no entanto uma característica comum é a entrada directa para o espaço da cozinha e de estar que simultaneamente dá acesso ao resto dos quartos, sendo suprimido o espaço destinado exclusivamente à circulação e distribuição. A par do desenvolvimento da cidadela, em território extramuros, surgiu outra área urbana, em cota mais baixa e polarizado pela Igreja de São Miguel, actual Igreja da Misericórdia (v. PT020911300008). O crescimento urbano ocorreu ao longo do denominado "eixo medieval" marcado pela ponte sobre o Rio Côa, pela subida dos aflitos, pela Porta do Barroso, pelo Castelo, pela Igreja de N. S. do Castelo, pela Porta da Vila, pela R. do Arco, pela Igreja de São João (v. PT020911300256) e pela Igreja de São Miguel. Actualmente parte desse eixo ainda pertence ao eixo fundamental da vila, nomeadamente a R. Santo Condestável dentro das muralhas e a R. 5 de Outubro. O traçado urbano tem uma orientação dominante E./ O. direccionando-se para a Igreja de São Miguel. Os quarteirões possuem frentes longas e lotes com pouca profundidade. O espaço de charneira entre a área urbana intramuros e extramuros, consolidado durante o séc. 18 e 19 através da estruturação do Lg. do Pelourinho, actual Pr. da República e do Lg. de São Tiago*5, com a construção de alguns edifícios notáveis, nomeadamente: a Casa da Câmara, o Tribunal, a Cadeia (v. PT020911300258), a Casa dos Almeidas (v. PT020911300261), junto à muralha, a casa dos Britos (v. PT0209113000209) e o edifício das finanças e Tesouraria da Fazenda Pública, hoje transformado em Museu Municipal (v. PT020911300122). Desta forma a praça junto à Porta da Vila vem assumir uma maior preponderância na componente social e cívica do aglomerado urbano a qual subsiste até aos dias de hoje. A partir do séc. 19 a actual R. 5 de Outubro torna-se na rua principal do aglomerado urbano, ligando a Pr. da República ao Lg. da Fonte de Mergulho, dando, ainda hoje, suporte ás actividades comercias. O principal espaço verde público, junto ao núcleo matricial localiza-se na encosta a O. do monte do castelo que continua sem edificação. O conjunto urbano continua a desenvolver-se para E. na direcção da fronteira com Espanha, tendo como eixo estruturante a EN 233-3.

Acessos

EN233, EN324, Rua 5 de Outubro

Protecção

Inclui Castelo do Sabugal e Muralhas (v. PT020911300001)

Enquadramento

Urbano. Localiza-se na antiga província da Beira Alta no Nordeste de Portugal continental, inserindo-se numa vasta zona designada de "Raia". Sede de concelho, pertence ao distrito da Guarda, ocupando a parte Meridional do território de Ribacôa, atravessado de S. para N. pelo Rio Côa. Em termos administrativos o município apresenta como limites os concelhos de Penamacor e Fundão a S., os concelhos de Almeida e Guarda a N., o concelho de Belmonte a O. e a E. o concelho faz fronteira com o território espanhol *1 . Sabugal foi implantado entre a cota 735 e 768 acima do nível médio das águas do mar, num território marcado pelo relevo e pelo vale do Rio Côa. O concelho do Sabugal é dominado por solos graníticos a maiores altitudes e xistosos nas zonas mais baixas. A vila é atravessada por formações aluviais, na direcção N./ S., no limite N. da Vila podemos encontrar os xistos mosqueados (metamórficos) e no limite S. os xistos Grauvaques *2 . A paisagem em volta da vila é marcada pelas culturas agrícolas da batata, dos cereais e pelas pastagens do gado; junto ao rio e ás ribeiras abundam os amieiros, os freixos e os salgueiros; nos montes e planícies existem muitos carvalhos, castanheiros e sabugueiros. A vila encontra-se envolta numa "bolsa" de solos de grande capacidade produtiva*3. Na proximidade do núcleo urbano analisado localizam-se vários edifícios de referência, nomeadamente: a E. Igreja da Misericórdia do Sabugal (v. PT020911300008), Posto da Guarda-fiscal do Sabugal (v. PT020911300120), Cadeia Comarcã do Sabugal (v. PT020911300237), Tribunal de Comarca do Sabugal (v. PT020911300237) e a Fonte Velha (v. PT020911300210); a O., a Ponte medieval do Sabugal (v. PT020911300211).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 12 / 13 / 14 / 15 / 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Frei Pedro do Mosteiro de Alcobaça (castelo, séc. 14); João de Ortega, mestre-de-obras (castelo, séc. 16)

Cronologia

Época pré-romana - existência de castro, posteriormente romanizado; c. 1160 - provável reconquista por D. Afonso Henriques, voltando a ser invadido pelos mouros e depois retomado pelo Reino de Leão: 1175 - a povoação encontrava-se integrada no concelho de Ciudad Rodrigo; c.1190 - criação do Concelho do Sabugal por D. Afonso IX de Leão, que teria concedido carta de povoação e mandado edificar o castelo; 1230 - concessão do senhorio aos Templários, mas na 2ª metade do séc. 13 o Sabugal pertenceu ao Infante D. Pedro (filho de D. Afonso X de Leão); 1296, 10 de Novembro - concessão de carta de foral por D. Dinis; 1297, 12 de Setembro - integração em território Português na sequência do Tratado de Alcanizes sendo seu senhor leonês Sancho Peres de Ledesma. Reedificação do castelo por ordem do rei D. Dinis; c. séc. 13 / 14 - hipotética edificação da igreja paroquial, dedicada a São Miguel, que pertenceu à Ordem de Malta. O Pároco possuía a dignidade de Abade e, conjuntamente, com os abades das paróquias de Santa Maria, São João e São Tiago, formavam o Arcebispado de Riba-Côa; 1303 - conclusão de parte importante das obras do castelo, sob orientação de Frei Pedro do Mosteiro de Alcobaça (Curado, 1988); 1357 - criação do couto de homiziados por D. Afonso IV; 1404 - transferência das paróquias do arcebispado de Riba-Côa para o bispado de Lamego; c. Séc. 16 - a igreja de São Miguel passa a pertencer à Irmandade da Misericórdia do Sabugal, que instalou nas proximidades um pequeno albergue destinado a peregrinos contribuindo para a consolidação área urbana extramuros; c. 1510- pelos desenhos de Duarte d' Armas, sabemos que a muralha que cercava a vila era dupla, escalonada, parcialmente coroada de merlões e provida de 2 cubelos cilíndricos no encontro com a barbacã; o castelo possui barbacã de planta em pentágono irregular com dois "baluartes" salientes em rectângulo, provida de adarve com seteiras cruciformes, castelejo trapezoidal com quatro torres quadrangulares; extra-muros, a O. uma ponte de pedra sobre o rio Côa e um altar com dois santos de madeira, protectores dos caminhos; do lado E. estendia-se o núcleo urbano mais recente, destacando-se do casario baixo um pelourinho de gaiola e 3 igrejas; 1512, 11 Março - o rei desembarga 300.000 reais das rendas do Sabugal e Alfaiates para se despenderem nas obras da vila; 1512, 17 de Setembro - mandado de Aires Botelho, contador de obras e dos resíduos das Comarcas da beira e riba de Côa, para se pagar a João de Ortega, mestre que tomou as obras da fortaleza do Sabugal de empreitada, 90.000 reais, terça parte dos total das mesmas, conforme seu contrato; 1513, 20 Junho - conhecimento de paga do mestre-de-obras João Ortega em como recebeu do almoxarife Luís do Mercado 90.000 reais por conta "das abobadas (sic.) da fortaleza que agora tem tomadas"; 1515, 1 de Junho - renovação do foral por D. Manuel; hipotética edificação de um pelourinho de gaiola desenhado por Duarte d'Armas. Localizar-se-ia na actual Pr. da república em frente do Antigo Tribunal (onde se encontra hoje o chafariz) ou em frente à porta da vila; 1522, 4 de Setembro - realização de obras nos muros e cerca do Sabugal e Alfaiates; 1641 - inspecção ao castelo pelo Eng. Jesuíta Cosmander e depois pelo Gen. Matias de Albuquerque, recebendo então obras de beneficiação, bem como a torre do relógio, onde veio a estar preso Brás Garcia de Mascarenhas, governador da Praça de Alfaiates; séc. 19 - construção dos edifícios do tribunal, cadeia e casa da câmara junto à torre do relógio aproveitando parte da muralha na sua edificação. Construção do edifício das Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública no Lg. de São Tiago; 1811 - o castelo serviu como base de apoio ás tropas luso-britânicas durante as invasões francesas, no combate a Massena; 1846 - instalação do cemitério no castelo; inicio da demolição progressiva da cintura muralhada urbana e aproveitamento das cantarias em edifícios públicos e particulares; 1879 - demolição do pelourinho devido ao alargamento e regularização da praça; séc. 20, 1ª metade - abertura da Av. Das Tílias e da Av. Infante D. Henrique. Arranjo paisagístico da encosta O. do monte onde está implantado o Castelo; 1910 - o castelo do Sabugal e suas muralhas foram classificados como monumento nacional. Construção da Escola Primária no Lg. da Fonte; 1911 - demolição da Igreja de Nossa Senhora do Castelo; 1926 - é retirado o cemitério do interior do Castelo; 1930 - construção do Hospital do Sabugal, perto do cruzamento da R. do Emigrante com a Av. São Sebastião; 1954 - foi fundado o externato secundário do Sabugal; 1966 - é edificado o Palácio da Justiça e as casas dos Magistrados; 1985 - loteamento da Carreta com 103 lotes. Abertura da Av. 25 de Abril; 1993 - loteamento do sítio da Calçada, constituído por 41 lotes, promovido pela Câmara Municipal sob projecto do GAT da Guarda. Projecto de loteamento da zona industrial; projecto da zona desportiva. Loteamento camarário de habitações a custos controlados a sul da área urbana do Vale da Carreta. Loteamento da quinta das Poldras, na margem esquerda do Rio Côa. Construção da nova ponte sobre o rio Côa; 2001, 23 de Maio - DGEMN lança concurso para restauro e consolidação das muralhas e torres do castelo, bem como a construção de um anfiteatro ao ar livre e respectivas instalações de apoio.

Dados Técnicos

Estrutura em paredes autoportantes. Predominam as paredes em alvenaria de pedra ordinária com fragmentos de xisto e granito sem reboco. Existem ainda algumas casas com paredes em cantaria de pedra sem reboco. Paredes interiores de tabique. Pavimentos de madeira que estruturam a casa de dois ou mais pisos, com cobertura, também ela, apoiada em vigamento de madeira. Cobertura de telhado de duas águas com cumeeira paralela à fachada principal revestida a telha de canudo ou lusa. Beirados simples ou assentes numa cimalha em pedra pouco trabalhada. Portas exteriores em madeira ou em ferro de 1 folha com postigo. Janelas em madeira ou em ferro de duas folhas, de batente ou de guilhotina. Vãos marcados através de ombreiras e vergas com blocos de pedra maciços de granito.

Materiais

Pedra: xisto e granito. Terra. Cerâmica: tijolo, telha de canudo, telha lusa, telha marselha. Metal: ferro forjado, ferro fundido, alumínio. Madeira

Bibliografia

AFONSO, Virgílio, Sabugal Terra e Gentes, Câmara Municipal, Sabugal, 1985; CORREIA, Joaquim Manuel, Memórias Sobre o Concelho do Sabugal, Câmara Municipal, Sabugal, 1988; JORGE, Carlos Henrique Gonçalves, O Concelho do Sabugal em 1758: Memórias Paroquiais, Associação Recreativa e Cultural dos Forcalhos, Concelho do Sabugal, 1990; ARMAS, Duarte de, Livro das Fortalezas, Lisboa, INAPA, 1990; GOMES, Carlos Alberto Morgado, Forais do Sabugal, Câmara Municipal, Sabugal, 1996; CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL, Plano de Urbanização da Vila do Sabugal- Relatório do Plano, Intervenções e Propostas, vol. II, Sabugal, Nov. 1997; CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL, Plano de Urbanização da Vila do Sabugal- Análise Crítica dos Processos de Desenvolvimento da Vila, vol. III, Sabugal, Nov. 1997; CÂMARA MUNICIPAL DO SABUGAL, Núcleo da Vila do Sabugal- Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbana- Proposta de Classificação, Sabugal, 2002

Documentação Gráfica

DGOTDU: Arquivo Histórico (Plano Geral de Urbanização do Sabugal, Junta Geral do Distrito da Guarda - Repartição Técnica, 1935; Plano de Urbanização da Vila do Sabugal, Arq. José de Lima Franco, 1950; Plano Geral de Urbanização da Vila do Sabugal, ENSAIO - Gabinete de Análise Matemática e Experimental de Estruturas, 1980); C.M.Sabugal

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; C.M.Sabugal

Documentação Administrativa

BNP; DGEMN; C.M.Sabugal

Intervenção Realizada

DGEMN: 1939 a 1949 - obras de melhoramento do castelo do Sabugal; DGEMN: 1964 a 1969 - instalação de iluminação exterior, obras de manutenção do castelo do Sabugal; Junta Autónoma das Estradas: 1970 - obras de beneficiação da ponte do Côa, designadamente substituição das guardas e alteração dos passeios; DGEMN: 1979 / 1980 - Igreja de São Miguel: reconstrução da cobertura e apeamento do pavimento de madeira do anexo lateral; picagem de rebocos interiores e exteriores, refechamento de juntas, substituição do pavimento de madeira da nave e capela-mor por tijoleira; Câmara Municipal do Sabugal: 1991 - Execução de escada de madeira no 2º piso da torre de menagem (projecto do Arq. António Carvalho); DGEMN: 1993 a 1999 - consolidação das muralhas e adarves, beneficiação do interior da torre de menagem e da instalação eléctrica; CMS: 2002 - prospecção arqueológica, DGEMN: 2003 a 2005 - Beneficiação e consolidação da muralha; melhoramentos no castelo, nomeadamente: desinfestação da vegetação existente nos paramentos da muralha; correcção da pavimentação; as ruínas dos edifícios do interior da Praça de Armas foram consolidadas e reconstruídas até uma cota estável; iluminação do interior da Praça de Armas; construção de infra-estruturas para a realização de espectáculos; construção de rede de rega para a área ajardinada; CMSabugal: 2018 - escavações colocam a descoberto uma zona habitacional com cerca de 3000 anos e uma ocupada nos séculos 12 e 13.

Observações

1- A vila do Sabugal encontra-se a 32 km da cidade da Guarda, a 200 km da cidade de Coimbra, a 340 km da cidade Lisboa e a 47 km da fronteira de Vilar Formoso/ Fuentes de Onoro; 2- Os ventos dominantes têm a orientação NE./ SO.; 3- Toda esta área pertence à reserva agrícola nacional (RAN) e condiciona a expansão do conjunto urbano; 4- A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Castelo foi demolida em 1911; 5- Existem provas documentais da existência da Igreja de São Tiago, apesar de não se conhecer a localização exacta no largo com o mesmo nome; 6- Grande número de imóveis devolutos.

Autor e Data

Marina Pais 2006

Actualização

 
 
 
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