Monumento aos Combatentes da Grande Guerra em Valença
| IPA.00023838 |
Portugal, Viana do Castelo, Valença, União das freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão |
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Monumento comemorativo da participação portuguesa da I Guerra Mundial, construído na década de trinta do século 20, constituindo um dos poucos dessa época com figura humana e, sobretudo, com a representação da deusa da Vitória. Apresenta soco de planta quadrangular, coluna de fuste liso e capitel decorado com escudos, ábaco torreado, encimado por plinto suportando a figura de Nikê, a deusa alada da Vitória, segurando coroa de louros. Concilia elementos revivalistas neoclássicos de influência pré-classica, nomeadamente no tipo de coluna, respetivo soco e da figura de Nikê, ainda que a sua veste, de caneluras direitas, e as asas apresentem influências Art Deco. O brasão das armas portuguesas no capitel surge ladeado com estrela e quartos de lua e o ábaco forma muralha ritmada por torres. |
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Número IPA Antigo: PT011608150127 |
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Edifício e estrutura Estrutura Comemorativo Monumento comemorativo Monumento aos Combatentes da Grande Guerra
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Descrição
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Soco de planta quadrada, composto por três degraus escalonados, o inferior mais baixo e o intermédio bastante alto, ambos terminados em plano inclinado e de ângulos chanfrados, tendo este último afixado na face frontal e no terço inferior placa metálica inscrita; o terceiro degrau apresenta arestas vivas. Coluna de fuste liso, com capitel decorado com quatro brasões, de escudo nacional, com elementos alusivos à Liga dos Combatentes: na face frontal, possui as armas nacionais, com os cinco escudetes sobrepostos pelos bosantes em cruz, enquadradas, inferiormente, por duas estrelas de cinco pontas, e, superiormente, por dois quartos de lua; na posterior, tem uma cruz pátea com círculo central; e nas laterais, semelhantes, uma coroa de louros com laçaria. Sobre o capitel assenta moldura convexa e o ábaco, de perfil quadrangular rematado por merlões, tendo nos ângulos torres mais altas, sustentando plinto paralelepipédico, alto, seccionado. Coroa o monumento a figura de Nikê, a deusa alada da Vitória, de vestes compridas amplas, apertado na cintura, com caneluras direitas, erguendo os braços sobre a cabeça, segurando uma coroa de louros, que se encosta às asas, estendidas pelas costas. |
Acessos
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Valença, Campo de Marte. WGS84 (graus decimais): lat.: 42,027996; long.: -8,646093 |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção das Fortificações da Praça de Valença do Minho (v. IPA.00003527) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no interior da coroada, num largo amplo, o local de uma antiga parada militar, coberto por saibro, em frente do Paiol do Campo de Marte. Insere-se numa plataforma de planta quadrada, lajeada a cantaria de granito. |
Descrição Complementar
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O degrau inferior do soco tem a inscrição "AOS COMBATENTES MORTOS PELA PÁTRIA HOMENAGEM DOS COMBATENTES DA GRANDE GUERRA XI -1918 XX - 1968". |
Utilização Inicial
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Comemorativa: monumento aos Combatentes da Grande Guerra |
Utilização Actual
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Comemorativa: monumento aos Combatentes da Grande Guerra |
Propriedade
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Privada: pessoa coletiva |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CANTEIRO: José Pereira Gomes (1938). ESCULTOR: João da Silva (1938). |
Cronologia
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1919, finais - João Jayme de Faria Affonso dá os primeiros passos para criar a associação dos combatentes; 1920, julho - festa de homenagem aos mortos da Grande Guerra no quartel do 8º Grupo de Metralhadoras; 1921 - Faria Affonso renova os seus intuitos, a que se juntaram outros ex-combatentes; Faria Affonso propõe as bases dos Estatutos, que Faria Pereira desenvolve, e depois submete à apreciação de vários combatentes; 1923 - reunião geral onde se elegeram os primeiros corpos diretivos; 1924, 29 janeiro - Portaria n.º 3888 oficializa a Liga com o nome Liga dos Combatentes da Grande Guerra, instituição de utilidade pública, patriótica, de assistência e de beneficência, de caráter perpétuo, com personalidade jurídica e utilidade administrativa; 1925 - um pequeno grupo de antigos combatentes decidem organizar o núcleo de Valença; 11 maio - reunião no quartel do 8º Grupo de Metralhadoras, posteriormente da Guarda Nacional Republicana, a primeira Comissão Administrativa constituída pelo Major João do Nascimento Machado, como presidente, e pelos tenentes Júlio César Gonçalves e Amadeu Cândido da Costa, como tesoureiro e secretário respetivamente; 1929, 16 março - aprovado o estandarte da Liga e autorizado o seu uso em atos oficiais; 1930, década - o Campo de Marte, constitui um espaço livre com a área de 4.373 m2, que havia sido parada do quartel do Batalhão de Caçadores n.º 7; 1934 - avaliação do Campo de Marte em 4.375$00; 1937, 25 agosto - aprovada em sessão camarária a proposta do seu presidente, o Dr. António de Almeida Pinto da Mota, de atribuir um donativo à Delegação da Liga dos Combatentes de Valença, para ajudar na construção de um monumento de homenagem aos valencianos mortos na Grande Guerra; o presidente da Delegação, o capitão Custódio António Marques, já havia encarregue um arquiteto de elaborar um projeto; 1938 - mudança da sede da Delegação para o edifício do Governo Militar, onde funcionava a Telegrafia, sendo então seu presidente o capitão Custódio António Marques; fundação da Delegação Auxiliar Feminina, presidida por D. Júlia de Barros Fernandes, sócia benemérita; pouco depois, o capitão Custódio Marques tem a ideia da construção do Monumento aos Mortos da Grande Guerra; dezembro - a Comissão da Liga dos Combatentes da Grande Guerra tenciona continuar com a obra para construção do Monumento aos Mortos da Grande Guerra; a obra é executada pelo escultor João da Silva, de Lisboa, que oferece à Liga o seu trabalho, e do canteiro José Pereira Gomes do Porto; escolhe-se como local de implantação a esplanada, ao fundo da Av.ª dos Combatentes, em frente do Jardim Público, no terreno, designado como prédio n.º 3, cedido para o efeito pelo Ministério da Guerra; 1938, 04 julho - início dos trabalhos de construção, orçada em 9.500$00; pouco depois, quando já estão colocados a base e o fuste, as obras são embargadas pela DGEMN, apesar dos vários protestos e até da Câmara, presidida pelo Capitão engenheiro Pinto da Mota se dispor custear a obra; 1940, 20 Junho - auto de entrega do Campo de Marte ao Ministério das Finanças; 13 Dezembro - cedência do Campo de Marte à Legião Portuguesa - Comando distrital de Viana do Castelo, para utilização como logradouro público; espaço então avaliado em 21.875$00; 1941, 28 maio - auto de cessão de cedência à Câmara do Campo de Marte, antiga parada do quartel do Batalhão de Caçadores n.º 7, com 4.375 m2; 1944 - tomada de posse da nova Comissão Administrativa constituída pelos tenentes Ernesto Marques Albuquerque da Silva, presidente, Manuel Joaquim Domingues, secretário, e António José Ribeiro, tesoureiro; 1955, abril - já está construído na coroada o monumento dedicado aos mortos na Grande Guerra; 1972 - com a desocupação da secretaria Judicial, o espaço é alugado para sede do núcleo de Valença, depois de ela ter passado temporariamente novamente pelo antigo quartel do 8º Grupo de Metralhadoras; 1974 - a Liga dos Combatentes tem cerca de 500 associados; 1979 - a Delegação de Valença passa a ter a responsabilidade de organizar o encontro nacional dos combatentes da Grande Guerra; 1986, 25 maio - cerimónia de transferência da lápide existente no talhão do Cemitério de Valença, com os nomes dos combatentes do concelho na Grande Guerra para a Coroada, e respetiva colocação na base do Monumento aos Mortos da Pátria *1. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura de cantaria de granito; placa de bronze. |
Bibliografia
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ROCHA, J. Marques - Valença. Porto: 1991; NEVES, Manuel, Augusto Pinto - Valença. Das origens aos nossos dias. Valença: 1997; NEVES, Manuel, Augusto Pinto - Valença entre a História e o Sonho. Valença: 2003. |
Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Direção dos Serviços de Engenharia do Exército Português: Repartição do Património - Concelho de Valença - Tombo do Prédio Militar n.º 2/1 |
Intervenção Realizada
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CMValença: 2005 / 2006 - arranjo da zona envolvente e do largo onde se ergue o monumento; eliminação do canteiro relvado onde se erguia o monumento e construção de plataforma lajeada *2. |
Observações
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*1 - Em 1933, o grupo cénico valenciano faz uma récita no Teatro Valenciano para angariação de fundos para levantamento de um monumento em homenagem aos mortos na Grande Guerra, que se pretendia erguer no cemitério de Valença. No dia 2 de novembro, a delegação da Liga dos Combatentes da Grande Guerra inaugura uma vedação no talhão privativo que possui no cemitério. A 9 de abril de 1934, descerra-se uma placa, em bronze, no monumento da Liga dos Combatentes da Grande Guerra no talhão do cemitério. *2 - O monumento erguia-se num canteiro relvado, vedado por gradeamento de ferro, junto ao qual se dispunha uma lápide, em forma de escudo, recortado, com inscrição, já muito delida, alusiva ao 8 Grupo de Metralhadoras Mortos na Grande Guerra 1914 - 1918, tendo no canto superior esquerdo, escudo nacional estilizado sobre esfera armilar. Esta lápide aguarda recolocação. |
Autor e Data
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Paula Noé 2006 |
Actualização
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