Igreja de Santo André do Arelho

IPA.00023480
Portugal, Leiria, Óbidos, Santa Maria, São Pedro e Sobral da Lagoa
 
Arquitectura religiosa chã.
Número IPA Antigo: PT031012040054
 
Registo visualizado 161 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta longitudinal, orientada a N. S., composta originalmente por galilé, nave e capela-mor. Tanto a nave como a capela-mor são flanqueadas, à esquerda do edifício, por dois corpos correspondentes à sacristia e casa de fora (arrecadação). O frontispício da Igreja é voltado a uma escadaria que corre paralela a um pequeno jardim, mas que não chega a configurar um adro. Integrada na volumetria da nave, adossada à fachada, do lado esquerdo, existe uma torre que comporta o acesso ao coro e ao espaço reservado ao relógio e sino. Os volumes exteriores são articulados com coberturas diferenciadas com telhados de 2 águas. Os beirados são se sobre-beira e beira em telha mourisca. A torre ostenta um relógio mecânico na face N. e sobre este nível três vãos de arco de volta perfeita (N. E. e S.), guarnecidos a massa, sendo que apenas a N. existe um sino. O volume é rematado com uma cimalha sobre o qual assenta um coruchéu piramidal quadrangular encimada por uma cruz em ferro e quatro pinhas. Esta torre apresenta. A fachada principal N. apresenta um pórtico de vão recto guarnecida a cantaria e cuja verga é rematada por um friso. Ladeando a porta estão duas janelas de vão quadrangular em cantaria protegidas por gradeamentos de ferro forjado. Sobre estas janelas encontram-se duas lanternas de iluminação da galilé. Na empena da fachada existe ainda um janelão de vão recto com cantarias, de iluminação da nave ao nível do coro, sendo este janelão encimado por uma imagem de Santo André, alto-relevo em cerâmica (barro) ou pedra, policromada. No vértice da empena encontra-se uma cruz simples em pedra. A galilé antecede o acesso à nave e é composta de telhado de três águas, apoiado em pilares e vigas em cantaria. A fachada S. é composta por três espaços inter-pilares (formando três janelões de peitoril) e no seu supedâneo encontra-se um banco exterior em alvenaria. A fachada E. da galilé permite o acesso através de um vão, ladeado por outro janelão de peitoril (espaço inter-pilares). O vão de acesso da galilé é resguardado com uma cancela de ferro forjado. O alçado do lado O., apresenta três contrafortes, dois de apoio à galilé e um na continuação da fachada. No volume da capela-mor observam-se duas janelas quadrangulares guarnecidas a cantaria e protegidas por grades, correspondendo à iluminação do espaço da capela-mor. Existe também um outro pequeno vão. Os volumes da nave, da capela-mor e do trono apresentam profundidades desencontradas. O alçado posterior a S. caracteriza-se essencialmente pelo volume da sacristia e apresenta, a meio nível da empena, um vão de acesso exterior. Ao seu lado direito (para E.) manifesta-se uma empena de uma única água correspondente ao espaço da sacristia. O supedâneo é de rocha recentemente reforçado com um maciço de betão. A fachada E. é marcada pelos volumes da capela-mor e sacristia, unificados pela continuação da pendente do telhado; e pela sala de arrecadação e nave, também unificados pela pendente do telhado desta última. Todos estes corpos têm, contudo, profundidades desencontradas. Na sacristia e sala contígua rasgam-se duas janelas de vão recto, guarnecidas a cantaria e protegidas por gradeamentos. A sala de arrumos é acedida pelo exterior por uma porta posicionada na fachada voltada a N.. Todo o espaço envolvente foi intervencionado, sendo corrigidas cotas e realizadas diversas reparações e melhorias nos muros de suporte de terras do terreiro da igreja. O espaço encontra-se totalmente murado, com acesso a peões pela frontaria da igreja e a viaturas pela parte posterior. Parte do terreiro está empedrado, revestido a blocos de betão, ajardinado ou com aplicação de betuminosos. Nas áreas de lazer na parte posterior da igreja existe algum equipamento de mobiliário urbano (bancos, mesas, papeleiras, etc.). INTERIOR, acede-se à nave a partir de um vestíbulo (sub-coro), o qual contém duas pias de água benta. O coro localiza-se sobre este vestíbulo acedendo-se por uma escadaria ao lado esquerdo. A estrutura do coro é em madeira suportada por duas colunas de pedra. A nave, apresenta cobertura de três tramos, obra executada em pré-esforçado "reproduzindo" o antigo tecto de caixotão em madeira. Cada painel é pintado de azul e guarnecido a branco. Ao centro do tecto encontra-se suspenso um lustre de vidro (de meados do séc. 20). As paredes da nave e capela-mor são pintadas e guarnecidas com lambrim de azulejo pintado à mão em azul e branco, de finais do séc. 20, reproduzindo a decoração barroca de albarradas e jarras de flores com anjos. No lado da epístola existem três mísulas em pedra calcária em estilo barroco, sobre as quais de encontram as imagens de uma Santa mártir (?), São Sebastião, Santo António com o Menino. Ao lado do evangelho existe uma capela, com um arco de volta perfeita e tecto de berço, onde se apresenta a imagem da Virgem com o Menino com a evocação do Rosário e, sobre a mesa do altar, uma imagem do Menino Salvador do Mundo; na nave existem ainda duas mísulas idênticas às anteriores, com a imagem da Virgem de Fátima e da Virgem com o Menino. A transição entre a nave a capela-mor é definida pela zona do presbitério marcada com um degrau. O arco triunfal da capela-mor é de volta perfeita, construído em cantaria, sendo acedido por três de graus em cantaria. Ao lado esquerdo (evangelho) encontra-se um nicho para guardar alfaias litúrgicas, recentemente guarnecido a pedra. O retábulo é em talha rococó, pintada e dourada (datável de finais do segundo quartel do século 18). É composto pela mesa de altar, banqueta e, sobre esta, encontra-se o sacrário em forma de templete. O alçado do retábulo é definido por duas pilastras nas quais se aplicaram duas mísulas. Sobre estas encontram-se as imagens de N. S. do Carmo e de N. S. da Conceição. As pilastras são decoradas com talha e frisos dourados e rematadas por vasos de flores. Na parte superior desenvolve-se um frontão decorado com volutas e grinaldas e, ao centro manifesta a representação abstracta da trindade (triangulo resplandecente). O trono é de dois degraus, e sobre ele encontra-se a imagem do orago, Santo André, escultura do final do séc. 15. A sacristia é acedida na área do presbitério na zona da nave. Está distribuída em casa de banho, arrecadação e sacristia propriamente dita e nela se destaca um paramenteiro barroco policromado.

Acessos

R. de Santo André

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, implantação destacada no topo de uma colina, confronta a N. com escadaria de acesso e espaço ajardinado; a S. com terreiro da igreja; a E. com a uma azinhaga e a Oeste com propriedades privadas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Arq. Ana Almeida (CMÓbidos) ; Construtor das obras Pedra e Pau

Cronologia

Séc.16 - início da construção ou existência de uma capela dedicada a Santo André; Séc. 17, primeira metade - ampliação ou construção do actual templo (nave e galilé); Séc. 20 - colocação do relógio; CMO: 2002 / 2003 - Obras de requalificação urbana e restauro de exteriores.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Estrutura de alvenaria de pedra e alvenaria de tijolo, cantaria em guarnições de alguns vãos; pavimentos em tijoleira de barro, lajes de aglomerado de pedra e betonilhas vidradas (zona da torre sineira); azulejos (lambril); rebocos de cimento; cobertura em laje e telha.

Bibliografia

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Paróquia / CMO: 2002 / 2003 - Obras de requalificação urbana e restauro de exteriores. Conservação dos alçados da capela, reforço das fundações, capeamentos e pinturas dos muretes existentes em dois dos alçados da capela e posterior pintura exterior das fachadas e do interior do alpendre, criação de percursos pedonais, rótulas de ligação, espaços de lazer, miradouro/anfiteatro, criação de acessos adequados para pessoas com mobilidade reduzida, espaço de parqueamento de viaturas e ajardinamento. Colocação de luminárias exteriores (candeeiros de pé à entrada do recinto, e no percurso envolvente à capela; luminárias com projecção assimétrica para iluminar a fachada da capela; luminárias com projecção simétrica para iluminar os percursos; luminárias para espaços verdes; luminárias para muretes; projectores para iluminar a fachada). Foi também aplicado mobiliário urbano (bancos, papeleiras, bebedouro, placas sinaléticas, etc.). O ajardinamento recorre ás seguintes espécies: Prunus Cerasifera; Aesculus Hippocastanum (Castanheiro da Índia); Populus Alba (Choupo branco); Lantana Câmara; pés de Jasminum Officinalis em trepadeira e sementeiras para relvado.

Observações

Pertenceu à paróquia de São João Baptista até à reforma administrativa liberal do séc. 19. Presume-se que existisse uma capela anterior. Do Arelho saía um sírio ao Santuário do Senhor Jesus da Pedra.

Autor e Data

Sérgio Gorjão 2004

Actualização

 
 
 
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