Estação Ferroviária de Gatão

IPA.00023388
Portugal, Porto, Amarante, União das freguesias de Amarante (São Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão
 
Estação ferroviária da Linha do Tâmega, construída na década de 20 do séc. 20, pelos Caminhos de Ferro do Estado, conservando o edifício de passageiros, as instalações sanitárias públicas e o cais coberto, servido por cais descoberto, com implantação lateral, paralela às linhas férreas. O edifício de passageiros tem planta retangular, composta por dois corpos dispostos perpendicularmente, um com a área de serviço e o outro com área de habitação, tendo no ângulo da fachada posterior e no enfiamento da área pública alpendre sobre pilares de cantaria. As fachadas evoluem num único piso, com remate em cornija, possuindo as do corpo destinado a habitação maior preocupação decorativa, terminando em empena recortada, sobre falsas mísulas, inferiormente com painel de azulejos ornado de motivos vegetalistas e com a toponímia, sendo rasgada por porta e janela, na frontaria, ou por bífora, na posterior, com moldura encimada por frontão triangular, de tímpano decorado. Interiormente, organizava-se em cozinha, três quartos e sala, com acesso direto a partir do exterior na fachada principal e lateral direita, e corredor de ligação à área pública. Esta é rasgada, na fachada principal, por porta de acesso à sala de espera e vestíbulo, e bífora, ambas com moldura terminada em cornija, e, na posterior, por duas portas, protegidas pelo alpendre. As fachadas laterais e a posterior são ainda enobrecidas por silhar de azulejos policromos, com festões e laçarias, atualmente incompletos nas laterais, e cujos motivos se repetem no painel sob o remate da fachada posterior. As instalações sanitárias possuem planta quadrangular, interiormente organizados em cubículos sanitários, um por sexo, e área de urinóis alpendrados, com acessos em fachadas opostas.
Número IPA Antigo: PT011301160165
 
Registo visualizado 139 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), instalações sanitárias públicas (WC), a nordeste, e cais coberto (CC), a sudoeste, servido por cais descoberto, dispostos paralelamente à linha férrea. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS de planta retangular composta por dois corpos, de volumes perpendiculares, e alpendre no ângulo de interceção, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, no corpo sudoeste, de três águas no corpo nordeste, e de uma no alpendre, rematadas em beirada simples. Apresenta as fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, com soco de cantaria e remate em cornija, rasgadas por vãos de arco abatido com molduras de cantaria, terminada em cornija. A fachada principal surge virada a noroeste, com dois panos, o da esquerda, correspondente à área de serviço, rasgada por bífora e porta. O pano da direita, correspondendo à área habitacional, termina em empena recortada e alteada ao centro, com cornija telhada, assenta em falsas mísulas, tendo inferiormente painel de azulejos com flores e a toponímia da estação. Este pano é rasgado por porta e janela geminadas, com moldura encimada em frontão triangular, tendo no tímpano cartela e volutados incisos. As fachadas laterais, tal como a posterior, são percorridas por silhar de azulejos policromos, com festões e laçarias, sendo a lateral esquerda cega e a direita rasgada por porta central, com moldura também terminada em cornija. Na fachada posterior, o pano esquerdo termina igualmente em empena recortada e alteada ao centro, com cornija telhada, assenta em falsas mísulas, tendo inferiormente amplo painel de azulejos com festões e toponímia; é rasgado por bífora, com moldura encimada por frontão triangular, contendo cartela e volutados incisos no tímpano. O pano direito, mais recuado, é rasgado por duas portas de acesso à área pública, protegidas por alpendre, no alinhamento do pano esquerdo, com arcos abatidos, assentes em dois pilares de cantaria. No INTERIOR as dependências possuem silhar de azulejos brancos com quadrícula azul. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS de planta quadrangular, dividida em cubículos sanitários e urinóis alpendrados, com cobertura homogénea em telhado de quatro águas, rematadas em beirada simples. Fachadas de um piso, rebocadas e pintadas de branco, com soco e cunhais de cantaria. A sudoeste, abrem-se duas portas de verga reta, molduradas a cantaria, de acesso aos cubículos sanitários, um por sexo, os quais são iluminados, nas fachadas laterais, por vãos estreitos, de arco abatido, e moldura apoiada em peitoril, assente em falsas mísulas. Na fachada posterior, a área de urinóis tem alpendre sustentado por duas colunas assentes em muro, com acesso a nordeste. CAIS COBERTO de planta retangular e cobertura em telhados de duas águas, terminadas em longas abas corridas, sobre estrutura de madeira. Fachadas em cantaria, as viradas a nordeste e a sudoeste rematadas em empena e rasgadas por porta de verga reta e janela superior, de arco abatido. As fachadas laterais, viradas à rua e à linha, são rasgadas por largos vãos retilíneos, com portas de correr. O cais descoberto, encontra-se atualmente delimitado por guarda em ferro.

Acessos

Gatão, Avenida Padre João Marques; Linha do Tâmega - Ponto quilométrico 17,538 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 41,295318, long.: -8,065026

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Peri-urbano, isolado. Implanta-se fora da povoação, junto à estrada, com passeio separador, enquadrado por vegetação arbórea. O recinto da estação é parcialmente delimitado por muros, em alvenaria de pedra, existindo na antiga plataforma de embarque bancos de jardim, tendo o espaço canal da antiga linha ocupado por ecopista. A nordeste da estação, a cerca de 300 metros, ergue-se a Igreja Paroquial de Gatão (v. IPA.00001084) e respetivo cemitério.

Descrição Complementar

No edifício de passageiros, o painel de azulejos da fachada principal e posterior possui toponímia inscrita: "GATÃO".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1926, 22 novembro - abertura à exploração do troço da linha do Tâmega entre Amarante e Chapa, onde se integra a estação de Gatão; 1931 - 1932 - elaboração do projeto da estrada de acesso à estação; 1932, 20 março - aquando da inauguração do troço entre Chapa e Celorico de Basto, o comboio inaugural para na Estação de Gatão, onde o ministro do Comércio é homenageado; o pároco da freguesia solicita então a construção da estrada entre a estação e a povoação; 1936, 25 novembro - Ministério das Obras Públicas e Comunicações procede à adjudicação da empreitada n.º 4 da Linha do Vale do Tâmega, correspondente à pavimentação da estrada de acesso à Estação de Gatão, a João Monteiro Peixoto, por 23.400$000; 1947, setembro - diagrama da estação, composta por edifício de passageiros, instalações sanitárias públicas, cais coberto servido por cais descoberto e horta; planta do edifício de passageiros e das instalações sanitárias públicas; 1990, 01 janeiro - encerramento do troço entre Amarante e Arco de Baúlhe; 2011, 30 abril - inauguração da ecopista do Tâmega, entre Amarante e Chapa.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada ou em cantaria aparente, no cais coberto; socos, cornijas, falsas mísulas, molduras dos vãos, pilares e colunas em cantaria de granito; painéis e silhares de azulejos policromos; portas e caixilharia de madeira; cobertura em telha.

Bibliografia

CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. Lisboa: 2001; ORNELAS, Carlos de - «Um novo melhoramento ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 01 abril 1932, ano 45, n.º 1063, pp.161-165; SILVA, José ribeiro da, RIBEIRO, Manuel - Os Comboios em Portugal. Lisboa: Terramar, 2008, vol. 1; TORRES, Carlos Manitto - «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 fevereiro 1958, ano 70, n.º 1684, pp. 91-95; «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e sua extensão». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. ano 69, n.º 1652, 16 outubro 1956, pp. 528-530.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Intervenção Realizada

CMAmarante: 2012 - obras de recuperação dos vários edifícios da estação, orçadas em cerca de 226.000 euros.

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2020 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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