Chafariz de São Gregório

IPA.00022989
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Chafariz já referido no séc. 18, provavelmente mais antigo, alimentado por uma nascente de água situada nos terrenos do Convento da Anunciada, reconstruído no início do séc. 19, tendo três tanques e sendo de maiores dimensões, removido e amputada durante as obras da década de 70 do séc. 19, para a construção dos muros de suporte de terrenos da Estrada de Leiria, no qual ficou embutida. É muito simples, composta por espaldar, ostentando parca decoração clássica, recorrendo a pilastras almofadadas e remates em cornija.
Número IPA Antigo: PT031418120071
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Estrutura embutida no muro, em cantaria de calcário, formada por espaldar retangular, flanqueado por pilastras de fustes almofadados e rematada por duplos frisos e cornijas, o inferior, com falso fecho saliente; às pilastras, adossam-se pedras de suporte de vasilhame. O espaldar tem uma reentrância de perfil em arco abatido, enquadrando as bicas boleadas, com torneiras, encimada por dois almofadados, criando falsos seguintes. As bicas vertem para tanque situada em cota inferior ao passeio público, retilíneo e de bordo simples, contendo duas pedras de suporte de vasilhame.

Acessos

Tomar, Estrada do Prado. WGS84 (graus decimais): lat.: 39,606658; long.: -8,415105

Protecção

Abrangido pela Zona Geral de Proteção da Capela de São Gregório (v. IPA.00006288)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado em zona plana, embutido no muro que sustenta a Estrada de Leiria, virado para a via pública que corre inferiormente, a Estada do Prado, de que se separa por largo passeio pavimentado a calçada. A norte, situa-se a Capela de São Gregório e, a oriente, a Vila Tomé (v. IPA.00006432), o Hotel dos Templários (v. IPA.00036147) e o Jardim da Várzea Pequena, onde se inscreve o Coreto (v. IPA.00024313).

Descrição Complementar

No espaldar, inscrição em metal: "1873".

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Hidráulica: chafariz

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afecação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: José Rodrigues de Oliveira (1872).

Cronologia

1712 - Carvalho da Costa refere a existência de três fontes na vila, a da Relva, a de São Gregório na Várzea Pequena e a de São Lourenço (COSTA, 153); a fonte possui uma tarja com inscrição em louvor da Imaculada Conceição (COSTA, 155); 1789, 13 de Julho - reunião camarária onde foi dito pelo "Mister Manuel Pedro que utilizando o povo desta vila da água de um chafariz que há na Várzea Pequena, chamado de S. Gregório, fazendo-se pelo público os reparos no mesmo chafariz e limpeza dos seus aquedutos, conservando-se esta por tempo imemorial, sucede achar-se privado deste benefício e esbulhado da sua posse pelos Religiosos do Convento da Anunciada, desta Vila (...)", onde se situava a nascente que o alimenta (ROSA, VI, 264); 1816, 20 março - em sessão de Câmara, decide-se reedificar a fonte, tanto no encanamento como nos tanques da mesma (ROSA, II; 226); 31 março - arrematada a obra ao pedreiro João Ferreira de Brito por 250$000, constando de substituir os três tanques por três novos de pedra, com dois frades nos extremos para a água sair para o ribeiro; arranjo dos canos, substituindo-os onde for necessário e reconstrução da calçada; limpeza da arca de água no nascimento e tapar a janela da casa, colocando-se da mãe de água à represa, três claraboias de tijolo (ROSA, II, 227-228); 05 junho - a obra está concluída, mas tem algumas deficiências relativamente aos apontamentos cedidos ao mestre (ROSA, II, 230); 19 junho - em reunião de Câmara, decide-se proceder à vistoria da obra (ROSA, II, 231); 1842, 26 julho - Joaquim de Almeida, proprietário da Quinta da Anunciada, onde se situa a nascente da água que corre para a fonte, deseja que a Câmara lhje pague 4$000 anuais, como fazia com o convento, alegando a Câmara que nunca pagara nada e exigia acesso à arca de água e ao aqueduto (ROSA, I, 27); 1844, 06 fevereiro - a Câmara recebe uma ordem do Governo Civil para que entregue as chaves da fonte ao proprietário da Quinta da Anunciada, mas esta alega que não o fará, pois a fonte era propriedade municipal antes da arrematação da quinta pelo atual proprietário (ROSA, I, 56); 1846, outubro - obras de desobstrução no aqueduto da fonte (ROSA, I, 94); 1852, 08 setembro - a água corre de forma escassa, pelo mau estado dos canos (ROSA, I, 140); 27 setembro - o administrador do Concelho pede à Câmara que limpe com regularidade a zona da fonte, onde se acumulam águas estagnadas e lamaçal (ROSA, I, 141); 1871, 07 julho - a Câmara decide iniciar o estudo de abastecimento de água à cidade, começando pela construção de um reservatório, fazendo derivar a água da Fonte de São Gregório, e distribuindo-a por fontanários (ROSA, III, 29); 1872, 03 junho - decide-se remover para outro local a Fonte, conforme planta de José Rodrigues de Oliveira (ROSA, III, 42); 19 agosto - pede-se à Repartição de Obras Públicas que procedesse ao estudo e orçamentos para a distribuição da água por outros fontanários (ROSA, III, 44); 23 setembro - é referido que este plano é inviável, pois é caro, não garantindo o abastecimento no Verão e não havia um plano gravítico elaborado (ROSA, III, 46); 1873, 28 agosto - ofício da Direção de Obras Públicas de Tomar informando que era necessário retirar a fonte para junto dos muros que se estão a construir na Várzea Pequena e que será necessário fazê-lo antes do início da construção de uma nova fonte de abastecimento, para a população não ficar privada de água (ROSA, III, 58); construção do chafariz, sendo a captação de água de um vale por meio de galeria de mina aberta; 1874, 01 maio - exposta a antiga ideia de fazer distribuir esta água por várias fontes na cidade (ROSA, III, 73); 1875, 01 outubro - pedido à Câmara para analisar o estado de conservação da fonte, que exalava um cheiro nauseabundo (ROSA, III, 97); 1884, 26 outubro - a Câmara manda vir manilhas de grés de Lisboa para canalizar a água (A Verdade); 1892, 21 julho - decide-se proceder à reparação da fonte (ROSA, III, 325); 1936 - este é, a par da Fonte da Prata, os únicos elementos de abastecimento de água existentes em Tomar; 1956, 10 junho - terminam as obras do chafariz, permitindo que continuasse a fornecer água (Cidade de Tomar); 01 agosto - verifica-se que a água está inquinada, afetada por um tanque existente nas proximidades, admoestando-se o proprietário para tomar medidas sobre o assunto (Cidade de Tomar).

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em cantaria de calcário; torneiras em metal.

Bibliografia

«Boletim Noticioso dos Serviços Municipalizados», in A Cidade de Tomar. Tomar: 12 agosto 1956; «Câmara Municipal de Tomar» in A Verdade. Tomar: 26 outubro 1884; COSTA, Padre António Carvalho da - Corographia Portugueza e Descripçam Topografica do famoso Reyno de Portugal. Lisboa: Officina de Valentim da Costa Deslandes, 1712, vol. III; «Fonte de São Gregório» in A Cidade de Tomar. Tomar: 10 junho 1956; ROSA, Alberto de Sousa Amorim - Anais do Município de Tomar… Tomar: Câmara Municipal, 1940-1974, 9 vols.

Documentação Gráfica

CMToma

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA; CMTomar

Documentação Administrativa

CMToma

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1941, maio - limpeza do tanque (ROSA, I, 16); 1852, outubro - limpeza das fontes (ROSA, I, 141); 1854 - conserto do saqueduto e do lajedo na frente da fonte (ROSA, I, 159).

Observações

Autor e Data

Paula Figueiredo 2019

Actualização

 
 
 
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