Casa dos Condes de Arnoso / Casa de São Bernardo

IPA.00022907
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril
 
Casa nobre do séc. 20, de planta em L irregular, evoluindo em dois pisos, possuindo em ambas as fachadas principais alpendres que protegem os acessos à mesma. O posterior assenta sobre arcadas.
Número IPA Antigo: PT031105030146
 
Registo visualizado 357 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta em L

Descrição

Planta em L invertido irregular, de disposição horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas, a virada à fachada principal marcada por mansarda rectilínea com duas águas e janela de peitoril de verga recta. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com remate em friso amarelo e beirada simples. Os vãos são rectilíneos, com molduras simples em cantaria, que se prolongam inferiormente, formando falsos brincos, ladeados por vaseiras. Fachada principal com a face virada a NO. com quatro janelas jacentes, marcando o piso inferior, encimadas por quatro janelas de peitoril. No centro, painel de azulejo em monocromia, azul sobre fundo branco, representando São Bernardo. Sobre a cobertura, chaminé rectangular simples. Na face virada a SO.,, duas janelas jacentes no piso inferior e duas de peitoril no superior, tendo, no lado esquerdo, um painel de azulejo, em monocromia, azul sobre fundo branco, representando Santa Matilde. Fachada lateral direita, virada a SO., marcada por escadaria maciça, na base da qual surge uma janela, sendo a escada de guarda plena, dando acesso ao piso nobre, através de uma porta, protegida por alpendre sustentado por dois colunelos toscanos, com cobertura de madeira, revestida a telha, de três águas, ladeada por duas janelas de peitoril. Fachada posterior marcada por um grande corpo saliente central, com seis arcadas de volta perfeita, duas laterais, sobre a qual surge varanda alpendrada, sustentada por cinco colunas toscanas. É ladeado, no primeiro piso, por uma porta de verga recta no lado esquerdo, surgindo, no piso superior, duas janelas de peitoril e uma de sacada, no extremo direito, com guarda metálica e portadas de madeira. Sobre a cobertura, três chaminés de remate piramidal. Por baixo do alpendre, dois registos de azulejo, representando São Francisco de Borja e São João Baptista.

Acessos

Avenida Rei Humberto II de Itália. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,691983, long.: -9,420845

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta da Cidadela de Cascais (v. IPA.00006052), Fortaleza de Nossa Senhora da Luz e Torre Fortificada de Cascais (v. IPA.00006026), Forte de Santa Marta (v. IPA.00006053), Palácio dos Condes de Castro Guimarães (v. IPA.00006066), Marégrafo de Cascais (v. IPA.00006055) Casa de Santa Maria (v. IPA.00022905) e Jardim da Casa de Santa Maria (v. IPA.00030557) / Incluído na Área de Direito Público Marítimo / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado em terrenos da antiga Cidadela de Cascais (v. PT031105030006), sobre uma pequena enseada que serve a Casa de Santa Maria (v. PT031105030145) e o Palácio dos Condes de Castro Guimarães (v. PT031105030024). Encontra-se rodeada de rochedos, pinheiros e palmeiras, tendo, no lado O., um edifício, onde funciona um bar.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Serviços: sede de empresa

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

DESENHADOR: D. Carlos I (séc. 20). PINTORES DA CERÂMICA: Fábrica de Faianças Artísticas das Caldas da Rainha (séc. 20).

Cronologia

1892, 05 Novembro - Bernardo Pinheiro Correia de Melo (1855-1911), Conde de Arnoso, apresenta pedido semelhante; 10 Novembro - Manuel Ferreira dos Santos, técnico da Câmara dá parecer favorável a estes requerimentos, pois parte deles haviam sido concedidos à Câmara para ajardinar, o que ainda não fora concretizado; a doação a particulares trazia vantagens, com o embelezamento do local, pelo que aconselhava o município a abdicar do espaço; 24 Novembro - Câmara decide prescindir da concessão, remetendo os requerimentos ao Ministério da Guerra; 07 Dezembro - o Comandante Geral da Engenharia remete à Comissão da Defesa de Lisboa e Seu Porto os pedidos de Jorge O'Neil e conde de Gouveia; 22 Dezembro - o tenente de engenharia Jorge Guedes Gavincho pronunciou-se contra a cedência, visto os terrenos ficarem a O. e a S. do fosso, contíguos à contraescarpa do mesmo, estando integrado na zona a preservar de construção pelo decreto de 17 Maio 1865; embora não estivesse activa, era uma das mais bem conservadas; os do Conde de Arnoso ficavam fora desta faixa com 32,97m, mas dificultaria a observação a partir da Praça, propondo que continuassem com a Câmara para aí fazerem jardim; o coronel Ferreira da Costa concorda, mas difere o arrendamento ao Conde de Arnoso em 312m, que poderia ser feito por 9 anos, com eventuais prorrogações semelhantes, com uma renda de 40$000; 1893, 14 Janeiro - o chefe da 3.ª Repartição do Comando Geral da Engenharia convocou uma reunião dos oficiais da Comissão da Defesa de Lisboa e seu Porto, para analisar o valor defensivo da Cidadela e da influência da construção de habitações à sua volta, no vértice SO; foram favoráveis aos pedidos do Conde de Arnoso e de Jorge O'Neil; 08 Agosto - Bernardo Pinheiro Correia de Melo arrenda um terreno no local; 1894, 23 Janeiro - escritura de arrendamento a de uma porção de terreno com 812 m2 na esplanada da cidadela para nele ser feita a construção de uma casa, pelo prazo de nove anos, e por 30$000 anuais; pintura do azulejo do alpendre; 1897, 02 Abril - arrendamento de um terreno para a Estação da Boca do Inferno ao conde de Arnoso, Bernardo Pinheiro Correia de Melo; séc. 20 - construção do edifício pelo primeiro Conde de Arnoso; desenho para a feitura de azulejos por D. Carlos, que fez ainda três aspectos da casa para serviço de pratos; colocação de faianças produzidas na Fábrica de Faianças Artísticas das Caldas da Rainha, numa das salas; 1903, 08 Agosto - renovação do contrato de aforamento do terreno ao Estado por mais três períodos de nove anos, acrescentando-se um pequeno triângulo e passando a pagar 2$000; o arrendatário é obrigado a estabelecer a comunicação existente ao longo do muro entre a estrada para a Guia e a porta de entrada para o recinto do tiro aos pombos; em compensação podia aumentar a sua casa, já construída, aproveitando, em parte, o terreno agora tomado de renda, segundo o desenho que apresentar no requerimento; 1908, 31 Janeiro - escritura de autorização para o primeiro Conde de Arnoso, morador na Rua de São Domingos à Lapa, n.º 2B, em Lisboa, a reedificar um muro na parte N. de um terreno no sítio de Santa Marta, pertencente ao Ministério da Guerra de que é arrendatário, incluído na rectificação mais uma parcela de terreno contíguo ao arrendamento, ficando a casa com planta em L; tinha um terreno envolvente de 1907m2; renovação do contrato de aforamento do terreno ao Estado; 1916, 22 Janeiro - D. Matilde Munrós dos Anjos requere a aquisição do terreno, o que não lhe é concedido, por se encontrar numa área de Direito Público Marítimo; 1922, 05 Julho - arranjo da muralha da condessa de Arnoso; 1923, Abril - a Condessa foi intimada a reparar parte da linha de fuzilaria, que limita o terreno a S. e a E., por se achar arruinado; 18 Julho - início das obras; 20 Agosto - a condessa de Arnoso, D. Matilde Murró dos Anjos é autorizada a executar por sua conta a reparação da cortina que limita por S. e O. o terreno do Ministério da Guerra na esplanada da cidadela que lhe estava arrendado, concedendo-lhe o estado arrendamento do terreno por dois períodos de nove anos; 1929, 28 Junho - renovação do contrato de aforamento do terreno ao Estado e actualização de arrendamento por nove anos; 1947, 08 Agosto - renovação do contrato de aforamento do terreno ao Estado; 1949, 23 Maio - condessa de Arnoso, D. Matilde Murró dos Anjos, pede para que lhe seja vendida a parcela do domínio público que tem arrendada, o que não é concedido por se achar na área de Direito Público Marítimo; 08 Julho - despacho do Ministério da Guerra passando o edifício para o Ministério das Finanças; 30 Setembro - o terreno passa para o Ministério das Finanças; 30 Setembro - devolução ao Ministério das Finanças de um terreno com 1 907 m2; 1988 - o terreno continuava arrendado pelo Estado.

Dados Técnicos

Sistema estrutural portante.

Materiais

Estrutura em alvenaria rebocada e pintada; modinaturas em cantaria de calcário; janelas com vidros simples; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

COSTA, António José Pereira da, Cidadela de Cascais (pedras, homens e armas), Lisboa, Estado-Maior do Exército Direcção de documentação e História Militar, 2003; Exposição Patrimónios de Cascais, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2003; MECO, José, Azulejaria de Cascais com temática ou utilização religiosa, in Um olhar sobre Cascais através do seu património, vol. II, Cascais, Câmara Municipal de Cascais / Associação Cultural de Cascais, 1989, pp. 87-117; MECO, José, Da "Casa dos Azulejos" aos azulejos de Cascais, in Monumentos, n.º 31, Lisboa, Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, 2011, pp. 46-57.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

DIE: Prédio Militar n.º 12, Cx. 1, Pasta 196, Pasta 197, cx. 6, cx. 3, cx. 8

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 21 - adaptação do edifício a escritórios da administração da Marina de Cascais, com total remodelação do interior; tratamento de rebocos e pinturas do exterior; tratamento de caixilharias.

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Helena Rodrigues 2005 / Paula Figueiredo 2010

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login