Câmara Municipal da Marinha Grande

IPA.00022860
Portugal, Leiria, Marinha Grande, Marinha Grande
 
Arquitectura política e administrativa do séc. 20, neoclássica e com decoração interior eclética, com profunda alteração de alguns espaços interiores. Câmara Municipal de planta composta pela articulação dos diferentes corpos, com coberturas em telhados de 4, 2 e 1 águas, evoluindo em três pisos no corpo central e posterior, em dois no lateral esquerdo e um no direito; apresenta três frentes urbanas. O frontispício é neoclássico, marcado pelo varandim suportado por colunas toscanas; cunhais apilastrados rematados por pináculos em urna. Nas fachadas voltadas para o pátio interior alguns dos vãos apresentam moldura comum. O interior com vestíbulo, através do qual se faz a distribuição espacial no primeiro piso e com acesso à escadaria de 4 lanços, que ocupa o centro do edifício e que nos conduz aos pisos superiores e se encontra-se iluminada pelos janelões rasgados na fachada posterior. No 2º piso salienta-se a Sala de Sessões com uma pintura mural representando o ofício de vidreiro. O Edifício foi objecto de intervenção tendo sido alterada a escadaria e os vãos interiores a nível do 1º e 2º pisos. O 3º piso apresenta apontamentos Art Deco no tratamento dos vãos interiores.
Número IPA Antigo: PT021010010016
 
Registo visualizado 74 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara  

Descrição

Planta quadrangular irregular, de volumetria escalonada, composta pela articulação dos corpos, de 1, 2 e 3 pisos, constituindo alguns superiores em mezanino, desenvolvidos à volta de um pátio interior; coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas nos corpos laterais, 1 água nos anexos e 4 águas no corpo principal. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo ocre, flanqueadas por cunhais apilastrados, sendo no 1º piso em cantaria aparente rusticada e nos restantes pintados de branco, percorridas por alto embasamento e rematadas por friso, cornija e beiral simples. No corpo principal os cunhais são coroados por urnas. Fachada principal virada a S., de três pisos, sendo somente o primeiro dividido por um pequeno friso de cantaria e o terceiro é marcado pela abertura dos vãos; de pano único rasgado por portal principal ladeado por 2 janelas de cada lado, de duas folhas e bandeira, todos os vãos de perfil rectangular emoldurados em cantaria, tem no primeiro piso um patamar alteado em relação à via pública com três degraus e rampa à direita, demarcado por 4 colunas toscanas assentes sobre plintos que suportam uma sacada corrida ao nível do segundo piso com guarda em ferro entre acrotérios rematados por bola, e onde surgem três mastros; para esta abrem três portas-janelas de moldura rectangular rematadas por friso saliente sobrepondo-se sobre a central o brasão da cidade, enquadrado em festão (*2 ); a ladear este conjunto duas janelas de sacada, com molduras e bacias em cantaria, assentes em consolas e guardas em ferro. 0 terceiro piso é rasgado por cinco vãos colocados a eixo, sendo os centrais três janelas de peito, com pequenos brincos, ladeadas por 2 janelas de sacada iguais às do piso inferior. Fachada lateral esquerda de três panos correspondendo o pano à direita ao corpo principal, de 3 pisos e os restantes de 2 pisos; o corpo principal aberto por 2 janelas de peito, assentes sobre o embasamento, ; 2º piso com 3 janelas, 2 de peito que enquadram uma de sacada com guarda em ferro e 3º piso 3 janelas de peito; todos os vãos são de perfil quadrangular de duas folhas e bandeira e moldura em cantaria; o pano central de 2 pisos abre-se no 1º por 5 janelas que enquadram duas portas e no 2º por 3 janelas de sacada com guarda em ferro, enquadradas por 4 janelas de peito; o pano do lado esquerdo rasga-se no piso inferior por porta ladeada por duas janelas de peito, sendo todos os vãos rectangulares com moldura comum de cantaria; o piso superior é aberto por parede envidraçada com guarda à face. Fachada posterior cega. Fachada lateral direita de dois panos correspondendo um ao corpo principal, é igual à lateral esquerda, à excepção da janela de sacada do 2º piso e o da direita de um só piso aberto por vãos circulares e rectangulares com gradeamento em ferro. No interior do pátio com pavimento em calçada à portuguesa desenvolvem-se os diferentes corpos, destacando-se o corpo principal com fachada posterior com estrutura saliente centralizada, onde se integram as escadas, e rasgado por grandes vãos de iluminação. Os restantes corpos apresentam vãos rectangulares emoldurados, com bandeira, de uma e duas folhas. O corpo de um piso ergue-se sobre um supedâneo, elevando-o a um nível superior ao do pavimento, sendo a diferença vencida por três degraus em cantaria. INTERIOR DO CORPO PRINCIPAL: composto por vestíbulo rebocado e pintado de amarelo e branco com pavimento em madeira e cantaria e cobertura plena, aberto por portas de duas folhas, com bandeira, pintadas de branco, através das quais se acede às diferentes áreas de serviço de atendimento público, de tectos falsos em gesso cartonado com estrutura de perfis metálicos; ao centro do vestíbulo a escadaria que liga aos pisos superiores, em cantaria com lambril em mármore preto e guarda em ferro. Em cada piso, surgem corredores, que dão acesso aos vários gabinetes e serviços. No 2º piso desenvolvem-se os gabinetes do Presidente e Vereadores e a Sala de Sessões da câmara com uma parte reservada ao público. Esta sala, iluminada por 3 janelas de sacada que dão sobre a varanda do pórtico tem uma pintura mural representando o ofício de vidreiro; paredes rebocadas e estucadas com roda-tecto pintado de verde e tectos plenos estucados com dois florões em estuque de onde pendem os lustres. O 3º piso com pequeno patamar, aberto à esquerda por porta de moldura rectangular e fechado por grande estrutura em arco rebaixado, de moldura em madeira pintada, envidraçada e rasgado por porta de acesso a um corredor através do qual se distribuem as salas dos técnicos.

Acessos

Pç. Guilherme Stephens

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado. Implantada na principal praça da cidade, com pavimento em calçada à portuguesa com desenhos geométricos ondulantes; do lado oposto da via pública ergue-se o Teatro Stephens (v.PT021010010006) e o Museu do Vidro (v. PT021010010001); o Mercado Municipal destaca-se no lado oposto da praça (v. PT021010010017). No largo formado por todas estas estruturas destaca-se fronteiro ao edifício da Câmara o monumento a Guilherme Stephens, situado frente à Fábrica que ele fundou em 1769 (*1).

Descrição Complementar

*2 - O Brasão da Marinha Grande apresenta - escudo de vermelho, com um pinheiro frutado de verde e troncado de negro, saínte de contra-chefe de dunas de areia, de ouro, acompanhado de duas vieiras do mesmo. Coroa mural de prata com cinco torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas "MARINHA GRANDE". *3 - As Armas da Freguesia da Marinha Grande são - Escudo de ouro, um feixe de três canas de vidreiro de vermelho com punhos de negro, tendo em orla cinco pinhas de verde; campanha diminuta de verde e prata de três tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: " FREGUESIA DE MARINHA GRANDE"

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Camilo Korrodi (obras de ampliação)

Cronologia

1600 - é criada a freguesia de Marinha Grande que se separa de Leiria; Séc. 18 - a história da formação e desenvolvimento do concelho está intimamente ligada à indústria do vidro, convertendo-se a Marinha Grande a sua Capital; 1810 - era a população com maior índice populacional de todo o Distrito; 1836 - é elevada à categoria de Concelho; 1838 - é eliminado este novo concelho; 1892 - D. Carlos I concede-lhe o título de Vila; 1917 - é restaurado o Concelho da Marinha Grande; 1921, 28 de Janeiro - foi apresentada a primeira proposta para as Armas, Bandeira e Selo da Marinha Grande, à Associação dos Arqueólogos Portugueses. A proposta foi objecto de diversas alterações segundo as regras oficiais da época, vindo ainda a ser modificada pela Comissão Heráldica; 1934, 20 de Novembro - Foi definida a simbologia, da então vila; 1988, 11 de Março - a Assembleia da República aprovou a elevação da Marinha Grande à categoria de cidade; 2003 - Ordenação heráldica do brasão e bandeira Publicada no Diário da República, III Série de 24/01/2003 (*3).

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; cunhais, modinaturas, sacadas, armas municipais em cantaria de calcário; lambril das escadas em mármore preto; degraus em cantaria; pavimentos, portas, molduras dos vãos interiores e caixilharias de madeira; guardas e grades em ferro pintado; janelas com vidro simples; tectos em estuque e em gesso cartonado com estruturas de perfis metálicos; cobertura em telha.

Bibliografia

Livro dos 100 Anos(...); (...); www.cm-mgrande.pt , 17 de Dezembro 2008

Documentação Gráfica

CMMG

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMMG

Documentação Administrativa

CMMG

Intervenção Realizada

CMMG: 1934 - obras gerais de remodelação e ampliação: séc. 20 - obras no interior do edifício principal; construção de novos corpos no edifício.

Observações

Na memória descritiva do projecto de Camilo Korrodi lê-se:"(...) o actual edifício dos Paços do Concelho é uma construção falha de proporções, sem qualquer valor artístico nem carácter, (...). Nestas condições a construção de mais um pavimento tornava-se um problema de impossível solução arquitectónica, dentro das boas regras, sem que o estudo de ampliação obedece-se a uma reforma geral das fachadas, integrando-se assim a ampliação no todo, de tal modo, que as obras a realizar não possam denunciar a ampliação levada a efeito. Plantas: Não comportando a superfície do pavimento todas as instalações dos serviços camarários, fica instalada no 1º andar a sala de sessões da câmara com uma parte reservada ao público. Esta sala é iluminada por 3 janelas de sacada que dão sobre a varanda do pórtico. O acesso ao novo pavimento é feito pela continuação da escada construída, fazendo-se contudo avançar o patamar destes dois últimos lanços 0,40m. além da linha da fachada da traseira, a fim de permitir um mais amplo recinto destinado ao público e acesso aos diferentes serviços. Este recinto está em contacto directo com a secretaria, tesouraria, biblioteca e instalações sanitárias. No topo direito do recinto público estabeleceu-se um pequeno átrio separado daquele por porta envidraçada, que dá acesso ao gabinete da presidência e gabinete do secretário, arquivo e vestiário do pessoal superior. Com esta distribuição procurou-se localizar os 2 referidos gabinetes de maneira a não ficarem em contacto directo com o grande público mas com comunicação privada entre eles. Exterior: As modificações exteriores a introduzir na parte existente e que obedecem às mesmas perfilagens e motivos da parte nova reduzem-se, à excepção do pórtico, inteiramente novo, e motivo principal da fachada, a sobre vergas, novas grades de sacadas, apilastrados dos cunhais e caixilharia nova que precisa ser totalmente substituida visto encontrar-se em muito mau estado de conservação. As superfícies rebocadas do exterior serão caiadas em amarelo claro, constratando com o branco das cantarias. Nos pavimentos existentes nenhumas obras há mais a levar a efeito além das já descritas anteriormente. Leiria, Junho de 1934/ [assinado por] Camilo Korrodi". *1 - Monumento executado pelo escultor Leiriense Luís Fernandes, inaugurado em 24 de Agosto de 1941. Este é constituído por um busto de Stephens em bronze que é suportado por um pedestal com uma dedicatória numa das faces, "A Guilherme Stephens - o Pessoal da Nacional Fábrica de Vidro 1941".Projecto construindo por iniciativa do director, Doutor Acácio de Calazans Duarte, e totalmente pago por todas os empregados e operários. No Inauguração estiverem presentes as autoridades, o pessoal da fábrica, delegação das operários vidreiros de todas as fábricas, o monumento foi entregue aos cuidados da Câmara Municipal da Marinha Grande para sua conservação e preservação. Está Localizada em frente da Câmara Municipal, na Praça Guilherme Stephens. * 2 - A ordenação heráldica do brasão e bandeira que está na frontaria foi publicada no Diário do Governo, I Série de 24/05/1935. *3 - Ordenação heráldica do brasão e bandeira Publicada no Diário da República, III Série de 24/01/2003.

Autor e Data

Cecília Matias 2008

Actualização

 
 
 
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