Casa dos Ribeiros / Casa dos Belezas / Casa da Comba

IPA.00022765
Portugal, Vila Real, Sabrosa, União das freguesias de Provesende, Gouvães do Douro e São Cristóvão do Douro
 
Arquitetura residencial, tardo-barroca e oitocentista. Casa nobre de planta poligonal irregular, composta por vários corpos, o principal construído em finais do séc. 18, com fachadas de dois pisos, separados por friso, com cunhais apilastrados, terminadas em frisos e cornijas e rasgadas regularmente por vãos abatidos. A fachada principal termina em cornija alteada ao centro em perfil curvo, contendo brasão de família, correspondendo os vãos no piso térreo a portais intercalados por janelas jacentes e de peitoril, com molduras terminadas em cornija e, no andar nobre, a janelas de peitoril e de sacada ao centro, de perfil contracurvo, com molduras de avental, brincos e espaldar com motivos vegetalistas e cornija contracurva. No interior, o corpo principal revela a divisão espacial e social típica dos solares durienses, tendo no piso térreo vestíbulo ladeado pela adega e lagar e no andar nobre a zona social virada à rua e a íntima virada ao jardim posterior. Constitui a casa nobre de Provesende com a decoração das fachadas mais rica e exuberante, denotando ter sido construída sobre uma outra pré-existente, terminada em cornija simples. Segundo Ricardo Vaz, Eunice Salavessa e Aníbal Costa, a casa evidência três fases construtivas, "uma pré-pombalina, outra pombalina, e uma intervenção menos avultada, de finais do sec. XIX, com diferente organização espacial, geometria das proporções e técnicas construtivas". O corpo virado ao pátio e jardim apresenta linhas simples, denominada de maneirista ou de "estilo chão". No interior algumas zonas conservam a estrutura de "gaiola" de madeira, estrutura tridimensional, embebida na alvenaria das fachadas e constituída por perfis de madeira notavelmente solidarizados.
Número IPA Antigo: PT011710080074
 
Registo visualizado 455 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Planta poligonal irregular, composta por vários corpos, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com dois pisos separados por friso, com embasamento de cantaria, pilastras coríntias nos cunhais, remate em múltiplos frisos e cornijas e rasgada por vãos de verga abatida. Fachada principal virada a E., rematada ao centro por falso frontão semicircular alteado, contendo brasão de família. É rasgada por sete eixos de vãos, correspondendo no primeiro piso a três portais, duas janelas de peitoril nos extremos, e duas janelas jacentes e gradeadas ladeando o central, todos com molduras terminadas em cornija e a do portal central ladeado por festões de flores relevados e com amplo fecho volutado, constituindo a base do vão superior. Ao nível do andar nobre, abre-se ao centro janela de sacada, de perfil contracurvo, e de guarda em ferro forjado, com dupla moldura, recortada lateralmente, encimado por espaldar recortado terminado em cornija de lanços com chave relevada, e ornada por vieira ladeada de elementos vegetalistas. Lateralmente abrem-se seis janelas de peitoril, três de cada lado, com molduras formando pingentes laterais e avental delimitado por cornija com elementos vegetalistas muito relevada e terminada em espaldar sobreposto por palmas entrelaçadas, rematada em cornija contracurva. Sobre a cobertura desenvolve-se águias furtadas, revestidas a telha ou chapa metálica ondulada, com trapeiras, com janelas de guilhotina. Fachada lateral esquerda rasgada no piso térreo por portal longilíneo entre duas janelas de peitoril, formando brincos retos, todos com molduras terminadas em cornija, e no andar nobre com janelas de peitoril iguais às da frontaria. Fachada lateral direita mais simples, rasgada apenas por janela de peitoril descentrada, de moldura formando brincos retos e terminada em cornija, por pequena janela, com molduras de madeira no segundo e janela de peitoril, com caixilharia de guilhotina e molduras de madeira nas águas furtadas. INTERIOR do corpo principal com zona de lagar e adegas; nos andares superiores, o alinhamento a N., voltado para o pátio e jardim, corresponde à zona íntima familiar, da cozinha, sala de refeições e quartos; o alinhamento central é o do acesso, com corredor de ligação e caixa de escada, alinhamento que está duplicado na direção S. por uma zona preambular doméstica de antecâmaras; o alinhamento meridional, junto à rua, a crescer para O., corresponde à zonanobre, com vestíbulo, escada e zona social, com salão de festas e salasde reunião. A zona das águas furtadas possui quartos onde dormiam os criados.

Acessos

Provesende, Rua Cimo da Vila

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público / ZEP, Portaria nº 1157/2009, DR, 2.ª série, n.º 212, de 02 novembro 2009 / Incluído no Alto Douro Vinhateiro - Região Demarcada do Douro (v. PT011701040033)

Enquadramento

Urbano, adossado, no interior da aldeia vinhateira, implantada sobre um monte, a 588 m de altitude, na margem esquerda do rio Douro. Implanta-se adaptada ao declive do terreno, no término da via que acede à aldeia e constitui um dos eixos estruturantes da mesma e junto à praça principal da povoação, onde se ergue a Igreja Paroquial de Provesende (v. PT011710080040).

Descrição Complementar

O brasão da fachada principal tem escudo oval, esquartelado, tendo no I quartel as armas dos Sarmentos, de vermelho, com treze besantes de ouro, postos 3, 3, 3, 3 e 1; no II quartel as armas dos Magalhães, de prata, com três faixas xadrezadas de vermelho e de prata, de três tiras; e no IV quartel as armas dos Ribeiros, esquartelado, tendo no primeiro e quarto de ouro, com três palas de vermelho e no Segundo e terceiro de negro, com três faixas veiradas de prata e de vermelho.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 18 - construção da casa por Manuel José de Morais Sarmento, que ali casou com a única herdeira da família; por seu pai, Jerónimo Teixeira de Frontoura, Manuel José de Morais Sarmento era sobrinho direito de D. Bernarda, do Campo, a chamada Santa, da família Barros Frontoura; 1793 - data do falecimento de Manuel José de Morais Sarmento; séc. 19, meados - pertencia a Manuel de Barros da Nóbrega, filho de António Barros e de D. Maria da Nóbrega, casado com D. Catarina de Figueiredo, de Lordelo; sucedeu-lhe o filho José de Barros da Nóbrega, fidalgo da Casa Real e cavaleiro da Ordem de Cristo, que casou com D. Maria do Espírito Santo Souto-Maior Monteiro Carvalhais; foi herdeira, sua filha Inácia Joaquina Libânia Escolástica de Barros Mourão da Nóbrega Carvalhais; 1792 - data do falecimento de José de Barros da Nóbrega; D. Inácia Joaquina Libânia Escolástica de Barros Mourão da Nóbrega Carvalhais, casou com Manuel Teixeira de Morais Sarmento; sua filha, morgada, única e última herdeira de toda a casa de seus antepassados, foi D. Maria Felicidade da Nóbrega de Morais Sarmento, que casou aos 12 anos e meio com Miguel de Almeida Caiado, de Trevões; passados 2 ou 3 anos, Miguel de Almeida retirou-se definitivamente para Trevões, onde a esposa faleceu; posteriormente ele vendeu a casa a Luís Borges Beleza de Andrade, de Casal de Loivos, parente afastado da herdeira, e que foi o 1ª provedor da Companhia de Agricultura das Vinhas do Alto Douro; Luís Beleza e a esposa e prima D. Maria de Seixas vieram viver para o palacete de Provesende; sua filha única casou com o primo direito António Beleza de Andrade, morgado e senhor da Casa do Terreirinho de Vila Nova, Matosinhos, para onde foi viver; alguns anos depois veio morrer a Provesende, na casa dos pais; 2001 - classificação da povoação como "aldeia vinhateira do Douro"; aprovação do Plano de Pormenor de Provesende; 2005, 15 abril - despacho de abertura do processo de classificação do Vice-Presidente do IPPAR; 2006, 03 agosto - proposta da DRPorto para a Zona Especial de Proteção conjunta da Casa da Calçada, da Casa dos Belezas e da Casa do Fundo de Vila; 15 novembro - parecer do Conselho Consultivo do IPPAR propõe a classificação como Imóvel de Interesse Público e a definição de Zona Especial de Proteção conjunta da Casa da Calçada, da Casa dos Belezas e da Casa do Fundo de Vila; 2007, 29 junho - despacho de homologação do processo de classificação e da definição de Zona Especial de Proteção conjunta da Casa da Calçada, da Casa dos Belezas e da Casa do Fundo de Vila do Secretário de Estado da Cultura.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de xisto, rebocada e pintada ou aparente; pilastras, frisos e cornijas, molduras dos vãos, e outros elementos em cantaria de granito; gatos e grades em ferro; vidros simples; caixilharia, portas e portadas de madeira; pavimento do piso térreo em lajes de granito e nos superiores de vigas e soalho de castanho; tetos de esteira ou de masseira em madeira de castanho, pintados, com as tábuas ligadas segundo o sistema "saia camisa" ou em falsas abóbadas de estuque, sobre cornija de estuque; escadas para o 1º piso revestidas a lajes de granito e as restantes em madeira de castanho; cobertura em telha de canudo ou marselha, introduzida, colocada ou não sobre um guarda-pó.

Bibliografia

LOPES, Humberto, Provesende. Memória da região duriense, Casas de Portugal, nº 41, Maio - Junho, Queluz Baixo, 2003; SAAVEDRA, José Augusto Pinto da Cunha, Provezende, Lisboa, 1935; VAZ, Ricardo, SALAVESSA, Eunice, COSTA, Aníbal Guimarães da, Reabilitação do Solar dos Beleza, em Provesende, Portugal: caracterização, diagnóstico de anomalias construtivas e proposta de intervenção, Comunicação apresentada no VI Congresso Internacional sobre Patología y Recuperaión de estructuras, 2,3 y 4 junio 2010 - Córdoba, (http://www.edutecne.utn.edu.ar/../CINPAR 043.pdf), [consultado em 25-10-2012].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2012

Actualização

 
 
 
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