Castelo de Castro Laboreiro ou Laboredo

IPA.00002273
Portugal, Viana do Castelo, Melgaço, União das freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro
 
Fortificação medieval terrestre, composta por castelo e cerca urbana, possivelmente construída no séc. 12 / 13, sobre estruturas pré-existentes, numa montanha escarpada de difícil acesso, e de que subsistem apenas as muralhas definidoras dos dois recintos. Apresentam paramentos aprumados, já sem remate e adarve, mas que no início do séc. 16 era em parapeito ameado. O castelo, roqueiro, implanta-se na zona mais elevada e, apesar de se adaptar à morfologia do terreno, possui planta retangular, irregular apenas no ângulo nordeste. Segundo o desenho de Duarte d'Armas, integrava nos ângulos quatro torres e um cubelo, enquadrando a torre de menagem central, quadrangular, terminada em balcão corrido, característico do séc. 15, precedida por muralha retangular, possuindo ainda no interior a cisterna e o quartel retangular. Destes, subsistem apenas vestígios das últimas duas estruturas e algumas re-entrâncias das torres, devido à explosão do paiol, existente na torre de menagem, após a queda de um raio, em 1659. O acesso ao castelo faz-se a norte, por porta em arco, sobre impostas, o qual é encimado por duas mísulas, talvez de antigo balcão, mas que não existia no desenho quinhentista. A sul do castelo e comunicando com ele por porta em arco, reconstruída no séc. 20, desenvolve-se a cerca da vila, de planta ovalada e de maiores dimensões, conservando escadas estruturadas na espessura do muro de acesso ao adarve, e acesso independente a sudeste, por dois portais em arco de volta perfeita, um posteriormente transformado em verga reta. A povoação intramuros terá sido abandonada ainda na Idade Média, passando a vila para uma cota inferior, representada no desenho de Duarte d'Armas. Apesar da perda de importância estratégica, a fortificação foi utilizada na Guerra da Restauração e da Guerra Peninsular, devido à posição fronteiriça, mas certamente com estruturas rudimentares, já que em 1758 parte da muralha do castelo estava arruinada e o quartel e casa do governador no interior estavam arruinadas e sem portas. No séc. 19 a ruína da fortificação acentua-se, devido à reutilização da pedra nas construções da vila. Ainda que se identifiquem as estruturas de planta quadrangular no interior do recinto da cerca como pertencendo à antiga capela, a verdade é que a mesma é representada, em 1650, no corpo adossado à torre de menagem.
Número IPA Antigo: PT011603020010
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo e cerca urbana    

Descrição

Planta sensivelmente ovalada, de perfil irregular, orientada no sentido norte - sul, composta por dois recintos, articulados por muralha: o recinto mais pequeno e disposto a norte e a uma cota mais elevada, que corresponde ao castelo propriamente dito, e o desenvolvido a sul, de maiores dimensões, correspondente à cerca da vila. Apresenta paramentos aprumados, em cantaria de granito de aparelho isódomo, assente e integrando grandes afloramentos rochosos, sem o remate superior nem adarve pelo interior, o qual era, no entanto, acedido por escadas estruturadas na espessura da muralha, conforme ainda subsiste a este, na muralha da cerca. O recinto do CASTELO possui planta retangular, de ângulo nordeste curvo, seguido de re-entrância, correspondente ao antigo cubelo. Junto ao cunhal noroeste abre-se portal, em arco de volta perfeita, de aduelas largas, sobre impostas; sobre este dispõem-se duas mísulas de suporte de possível balcão. No INTERIOR possui, à esquerda, vestígios da antiga cisterna e no topo do paramento oeste existem os alicerces e as primeiras fiadas de edifício de planta retangular. Sensivelmente a meio da muralha virada a sul possui portal, em arco de volta perfeita, de aduelas largas, sobre os pés direitos, que estabelecia a comunicação com o recinto da cerca da vila. A CERCA possui a frente sul bastante estreita e retilínea, e a virada a oeste muito irregular, dado aproveitar os afloramentos rochosos para defesa e os integrar nos paramentos. A frente este possui troço ovalado, a partir do sul, seguido de um troço retilíneo, abrindo-se no primeiro, entre grandes penedos, a denominada porta do Sol, em arco apontado, de aduelas largas, sobre os pés direitos, seguido da chamada porta da Fonte, de verga reta sobre os pés direitos, cerrada por porta de madeira. No interior possui vestígios de antigas estruturas e junto à muralha norte as primeiras fiadas de construção de planta quadrangular, com acesso virado a norte, ao que parece, correspondente à antiga capela de Nossa Senhora dos Remédios ou de Santa Bárbara.

Acessos

Castro Laboreiro, caminho a partir da EN 202-3 junto à vila, que, a certa altura, se bifurca, permitindo o acesso pela porta sul, mais fácil e suave, ainda que mais longo, e pela porta norte, mais difícil, sobretudo na subida. WGS84 (graus décimais): lat.: 42,022953; long.: -8,158338

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 33 587, DG, 1.ª série, n.º 63 de 27 março 1944 / Incluído no Parque Nacional da Peneda do Gerês

Enquadramento

Rural, isolado, destacado, no topo de uma montanha, de escarpas rochosas, com 1033 m. de altitude, integrado no sistema montanhoso da Peneda-Gerês. Implantado numa zona fronteiriça, possui ampla e magnífica vista da envolvente e dos planaltos galegos. O portal do antigo castelo, virado à atual povoação, desenvolvida numa cota inferior, a cerca de 500 metros, é precedido por escada metálica com guarda do mesmo material. No interior do recinto do castelo, no local mais elevado, existe marco geodésico. A sudeste do castelo implanta-se povoado fortificado (v. IPA.00003543).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo e cerca urbana

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 12 / 13 (conjetural)

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUEÓLOGO: Roberto Leão (1975-1980). EMPREITEIROS: Afonso Ferreira de Oliveira (1974); Manuel Nunes de Andrade (1957); Marques & Marques, Ldª (1979-1980); Saúl de Oliveira Esteves (1958).

Cronologia

500 a.C. - séc. 06 - ocupação humana do local onde se implanta o castelo durante o Paleolítico e o período castrejo, constituindo então um núcleo populacional muito reduzido e defendido, a sul, por "três espécies de muralhas toscas levantadas em sistema de estaca, de várias toneladas de peso, que funcionavam como defesa do anterior castro" (Rodrigues, 1996: 86); a norte e a oeste é naturalmente protegido pelo alcantilado rochoso; séc. 10, primeira metade - durante a época da Reconquista Cristã, Afonso III de Leão (848-910) doa o domínio de Castro Laboreiro ao conde D. Hermenegildo, avô de São Rosendo, por este ter vencido Witiza, um chefe local que se havia revoltado; durante o domínio do conde, o castro existente terá sido adaptado a castelo, voltando, posteriormente, ao domínio muçulmano; 955, maio - D. Ordonho III, rei de Leão, nomeia São Rosendo, bispo de Mondonhedo e administrador de Santiago de Compostela, governador do Val del Limia, o qual procura dotar a região norte de Portugal e a Galiza de fortificações que impedissem as investidas dos Árabes e Normandos; Castro Laboreiro terá sido uma destas fortificações, do tipo castelo roqueiro; 1141 - depois de um cerco de oito dias, D. Afonso Henriques (1112-1185) conquista Castro Laboreiro, tendo recebido fornecimento de alimentos de D. Elvira Sarracim, madre abadessa do Convento de Paderne (Melgaço); 1145 - o rei manda reparar ou reforçar a defesa do castelo, que passa a integrar a linha fronteiriça dos domínios de Portugal; séc. 12 - segundo inscrição, D. Sancho I (1185-1211) completa a obra; 1212 - o castelo é fortemente danificado durante a invasão Leonesa, no início do reinado de D. Afonso III; 1271 - Castro Laboreiro é elevado a vila e sede de concelho; 1290 - reforma ou reconstrução do castelo por D. Dinis (1279-1325), passando a ter a atual configuração; séc. 13 - é integrado no condado de Barcelos; 1319 - Castro Laboreiro passa para a comenda da Ordem de Cristo; 1375 - D. Fernando (1367-1383) dá a alcaidaria a Estêvão Anes Marinho; 1383 - 1385 - durante a crise dinástica, o castelo de Castro Laboreiro toma partido pelo Mestre de Avis; 1388, março - depois da conquista de Melgaço, D. João I usa Castro Laboreiro para deter as várias incursões castelhanas vindas pela Galiza; 1441 - o alcaide-mor Martim de Castro é afastado do cargo devido às queixas dos moradores da vila; 1509, cerca - representação do castelo por Duarte d'Armas, no seu Livro das Fortalezas *1; 1513 - D. Manuel I concede foral novo a Castro Laboreiro; 1520 - sendo alcaide-mor Pedro de Castro, o castelo começa a arruinar-se; 1527 - Álvaro Pais procede ao arrolamento da população de Castro Laboreiro, registando que "este concelho de Castro Laboreiro, he dell Rey noso Senhor e o Duque tem a menagem delle e tem hum castello sobre hua fragua ermo povoado de gralhas e..." (Vaz, 1996: 51-52); séc. 17, primeira metade - o seu estado é precário, dado o orensano D. Benito Alonso, escrever em 'Guerra Hispano Lusitana': "Em Castro los portugueses utilizando as roinas do que antes era Castillo de San Rosendo de Celanova, levantaron una fortaleza de que echaran mano para aquatelar sus tropa y desde alli espairecianse desaforados, talando miezes en los sembrados y devastando casas y quanta hacienda los pobres lugareños en las vertentes de la montaña poseian"; 1650 - planta do castelo representa-o com várias construções adossadas aos muros este, oeste e sul e com a capela implantada na construção adossada à torre de menagem; 1659, 18 novembro - um raio cai no paiol de pólvora, situado dentro da torre de menagem, provocando uma explosão e a sua completa ruína; 1666, maio - durante a Guerra da Restauração, Baltazar Pantoja toma o castelo, depois de 4 horas de luta, deixando como governador D. Pedro Esteves Ricarte, que acaba por se render ao 3º Conde de Prado, D. Francisco de Sousa; 1671 - ao contrário do parecer de Michel Lescole, o rei decide conservar o castelo de Castro Laboreiro; 1715 - estabelecida a paz, o castelo fica sem guarnição; 1746 - 1779 - é governador da vila de Castro Laboreiro Manuel de Araújo Machado; 1758, 11 maio - segundo o pároco Inácio Ribeiro Marques nas Memórias Paroquiais da freguesia, o castelo é antiquíssimo, tendo parte da muralha arruinada e, no interior, casas onde habitavam os soldados e o governador do castelo, todas arruinadas e sem portas; 1766 - 1778 - o conde de Bobadela, governador das Armas da Província, ali manda recolher 400 homens e mulheres que se negaram a apresentar os seus filhos recenseados para o serviço militar; 1800 - Custódio José Villasboas na sua 'Descripção Topograpica das Commarcas Fronteiras da Província do Minho' refere o castelo como sendo "obra antiga e pequeno recinto, guarnecido com algumas peças d'artilharia ...; 1801 - ocupação do castelo por tropas, que é defendido com quatro peças (Guerra, 1926: 7), no contexto da Guerra Peninsular *2; 1809 - o castelo é abandonado por deixar de ter importância estratégica, acelerando-se a sua ruína devido à remoção de pedra para construção de casas na vila; 1834 - Castro Laboreiro deixa de pertencer ao condado de Barcelos; 1855 - extinção do concelho de Castro Laboreiro; 1955 - carta do Pe. Anibal Rodrigues ao Diretor-Geral a solicitar obras no imóvel e a construção de portas de modo a evitar o franco acessos dos pastores, os principais causadores de recentes destruições ali realizadas.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito; portas de madeira.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - Alto Minho. Lisboa: Editorial Presença, 1987; ALVES, Lourenço - «O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção». In Caminiana. Caminha, 1987, ano IX, n.º 14, pp. 9-80; BRANDÃO, Gonçalo Luís da Silva - Topografia da Fronteira, Praças e seus Contornos, Raia Seca, Costa e Fortes da Província de Entre Douro e Minho. Manuscrito 1758. Porto: edição da Biblioteca Municipal do Porto, 1994; CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758. Braga: Casa Museu de Monção; Universidade do Minho, 2005; CASTRO, Alberto Pereira de - Valença na Guerra da Restauração. Valença: 1995; CORREIA, Luís Miguel Maldonado de Vasconcelos - Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil Arquitectónico. Coimbra: 2010; DARMAS, Duarte de - Livro das Fortalezas. Introdução de Manuel Silva Castelo Branco. Lisboa: Arquivo Nacional da Torre do Tombo; Edições INAPA, 1997; FONTES, Luís - «Castelo de Castro Laboreiro» (http://www.geira.pt/arqueo/html/sitio78.html), [consultado em 13 outubro 2015]; GUERRA, Luís de Figueiredo - Castelos do Distrito de Viana do Castelo. Separata de O Instituto. Coimbra: 1926, vol. 73, nº 5; LIMA, Alexandra Cerveira Pinto Sousa - Castro Laboreiro povoamento e organização de um território. Cadernos Jurís / Xurés. n.º 1, Braga: Instituto da Conservação da Natureza, Parque Nacional da Peneda-Gerês, Câmara Municipal de Melgaço, 1996; PINTOR, Manuel Bernardo - Castro Laboreiro e os seus forais. Separata de Bracara Augusta. Braga: 1965, vol. 18-19; RODRIGUES, P.e Aníbal - «O Castelo de Castro Laboreiro». In Estudos Regionais. Viana do Castelo: edição C.E.R, dezembro 1996, n.º 17, pp. 83-92; Revista Municipal. Abril 2005, nº 35, p. 13; S.A. - «Castelos de Portugal». In MAMA SUME. S.l.: 1981, nº 5, pp. 39 - 46; VIEIRA, José Augusto - O Minho Pittoresco. Lisboa: 1886, vol. 1; VILLASBOAS, Custódio José Gomes de - Descripção Topographica das Commarcas Fronteiras da Província do Minho, in SOUSA, Fernando de e ALVES, Jorge Fernandes - Alto Minho. População e Economia nos Finais de Setecentos. Editorial Presença, 1997.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMNorte; Biblioteca Nacional de Portugal: Planta e alçado do Castelo de Castro Laboreiro da Província de Entre Douro e Minho feita em o ano de 1650 (cota D-236-V)

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMNorte, SIPA

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DREMNorte

Intervenção Realizada

MOP: 1949 - diversos trabalhos de consolidação e reconstrução de muralhas do castelo, no valor de 10.000$00; DGEMN: 1957 - obras de consolidação e restauro das muralhas, pelo empreiteiro Manuel Nunes de Andrade; incluindo o apeamento e reconstrução de muralhas, a construção de uma porta, em madeira de castanho, para a porta nascente, e de uma porta em grade de ferro perfilado para o portal norte; 1958 - obras de consolidação pelo empreiteiro Saúl de Oliveira Esteves; 1974 - trabalhos de consolidação de alvenaria e a escavação de terras para sondagem, adjudicadas a Afonso Ferreira de Oliveira; SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA: 1975 / 1976 / 1977 / 1978 / 1979 / 1980 - escavações arqueológicas dirigidas pelo arqueólogo Roberto Leão, as quais revelam testemunhos de ocupação do local na Alta Idade Média; DGEMN: 1977 / 1978 - trabalhos de consolidação de alvenarias em degradação, junto da porta do sapo, a sudoeste junto duma fenda e a poente, incluindo o fornecimento das alvenarias em falta; reconstrução do coroamento da muralha junto à porta do sapo, cunhal norte-nascente e entre as portas do sol e da água, com cantaria de pedra existente de dente de cavalo, apicoado a tosco, incluindo limpeza e preparação de superfícies; e reparação das portas do sapo, da água e do sol, compreendendo ferragens e substituição de madeira impróprias; 1979 / 1980 - trabalhos de consolidação da muralha em vários pontos, reconstrução do coroamento da muralha junto da porta do sapo e da água, limpeza e arranque de vegetação em vários pontos, escavação e rebaixamento de terras junto da muralha do lado nascente, construção da porta principal do lado nascente, em madeira, reparação da porta do sapo e pinturas das portas; as obras são executadas pelo empreiteiro Marques & Marques, Ldª; 1981 - continuação dos trabalhos de beneficiação; 1994 - recolha e reposição de alvenarias de silharia dispersas pelo interior e exterior das muralhas, levantamento e sinalização dos melhores traçados tradicionais de acesso ao alto rochoso, provocando a definição de degraus na rocha ou acrescentando elementos de granito, constituindo-se em pequenas escadas, nos locais de desnível acentuado mais acentuado, limpeza de vegetação e arranjo do piso nos recintos intramuros, reparação, recuperação ou substituição das portas, fornecimento e colocação de contentores de lixo e instalação de corda de ajuda e proteção nos percursos pedonais; CMM: 2005 - obras de valorização do acesso ao castelo.

Observações

*1 - Duarte d'Armas representa a fortificação de Castro Laboreiro alcantilada, com a povoação implantada a norte do castelo, a uma cota consideravelmente inferior. Planimetricamente é representado apenas o núcleo do castelo, com recinto delimitado por quatro torres e, num recorte a este, por um cubelo, desenvolvendo-se, a partir dos topos a sul, as muralhas do "muro da vila", não representados totalmente. Segundo a legenda de Duarte d'Armas, a grossura dos muros do castelo é de uma vara e meia e a altura não é certa por estar construído sobre penedos. Na planta, o castelo tem acesso por porta a norte, no interior surge, para este, a cisterna, com duas varas de vão, e ao centro, sobre os afloramentos rochosos, a torre de menagem. Esta tem planta quadrangular, com quatro varas por face, oito varas de altura e uma vara e dois palmos de grossura do muro; a torre terminava em balcão corrido, assente em mísulas, com guarda plena rematada em ameias, e tinha cobertura em telhado piramidal; tinha ainda dois vãos. A norte da torre existia corpo adossado ou uma primeira cintura de muralhas, retangular, com duas varas e quatro palmos. Encostado à face oeste da muralha, existia edifício retangular, com quatro varas por treze varas e meia. Na muralha a sul abria-se uma porta que estabelecia a comunicação entre os dois recintos. Na vista tirada da "banda do sul" surgem representadas duas portas, ambas em arco, sendo uma delas (a atual retilínea) de acesso a uma fonte de água "muy boa". *2 - Durante as Invasões Francesas, o castelo de Castro Laboreiro deveria ter sido integrado no plano defensivo da fronteira do Minho, que se estendia desde a Raia Seca até Caminha. Para a zona entre Melgaço e a Ponte das Várzeas previu-se a construção de uma linha de baterias "feitas com parapeito em terra, próprias para receber soldados armados com armas ligeiras, mas também onde se poderiam colocar peças de artilharia" (Almeida, 2002: 193). Contudo, após o malogro das travessias do Minho em Cerveira e Caminha, em 1809, Soult opta por entrar em Portugal por Chaves, pelo que aquele plano defensivo não chegou a ser concretizado.

Autor e Data

Paula Noé 2015

Actualização

 
 
 
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