Parque de Monserrate /Jardins da Quinta de Monserrate / Jardins de Monserrate

IPA.00022672
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
 
Espaço verde de recreio. Parque de caracterização estilistica romântica-paisagista. Parque de uso público consistindo em porção de terreno murado sem percepção dos limites na maior parte da sua extensão, constituído por vegetação ornamental disposta com um sentido determinado e acompanha de elementos construídos, como banco, canteiros, estátuas e peças de água. Segue uma atitude pictórica sendo estudado numa sucessão de imagens e pontos de vista paradoxalmente inspirado e sugestivo de pinturas de pintores paisagistas de Inglaterra. Rigorosamente projectado para parecer natural e espontâneo numa perspectiva de sobreposição de planos progressivamente mais longínquos e difusos. Este estilo encontra no estilo chinês um profundo conhecimento e domínio da beleza aparentemente natural mas com um conceito temporal radicalmente diferente: assente numa ideia nostálgica do tempo erguem-se nos espaços paisagistas elementos construídos intencionalmente em ruínas. Oferece um cenário lendário a que se pode associar um carácter paradisíaco, insólito e enigmático reforçado pelo denso tecto vegetal de plantas exóticas e autóctones. É grande a semelhança entre o Parque de Monserrate e o da Pena, quanto ao estilo, quanto à exoticidadade botânica e quanto ao clima propício. Ambos se dissovem na paisagem naturalmente ajardinada que os rodeia porém em Monserrate o conceito de jardim / parque exótico e da preciosidade e raridade das plantas sobrepõem-se ao conceito de grande mata-virgem com preocupações principalmente cenográficas e paisagistas. É ainda característico do estilo inglês do séc. 19, a colecção de fetos, patente no vale-dos fetos. A essência de Monserrate reside na recorrência às memórias do clima dos contos das mil e uma noites traduzidos no romance de Beckford ou nos poemas de Byron. O Parque apresenta um minucioso estudo de efeitos de perpectiva e pontos de vista e dos percursos em função das possibilidades cenográficas do lugar. A abundância de raridades exóticas, o cenário meticulosamente misterioso, e a sua conjugação com o relevo e com o clima despertam sensações únicas: "cruzam-se sobre nós as folhagens mais raras; cipós correm de ramo em ramo e caem em cachos violáceos e purpúreos. Ponho-me a andar devagarinho, não vá esta floresta virgem desaparecer, só ao ruído dos meus passos, como nos contos de fadas... é a floresta virgem, um jardim selvagem como nunca vi outro. Durante uma hora vivi no Brasil, procurei as araras de polpa de ouro, pensei nos tigres, ouvi as fontes e bebi fortes perfumes capitosos, cheios de vida e de sol que embebedam com champanhe."(Bazin, 1894). O parque de Monserrate apresentam uma das maiores colecções botânicas que existe em Portugal. Algumas árvores atingiram um porte considerável como é o caso da Araucária heterophylla, com 50 m, ou o Metrosideros robusta. Junto ao palácio foi criado, na segunda metade do séc. 19, o primeiro relvado regado por sistema de rega que permitia mantê-lo verde durante todo o ano.
Número IPA Antigo: PT031111110131
 
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Registo

 
Espaço verde  Parque  Parque  Romântico    

Descrição

Planta irregular, murado a toda a volta e estruturado por caminhos sinuosos que acompanham ou cruzam as curvas de nível. Destacam-se as seguintes zonas: O Palácio ( v. IPA.00004069), a cota elevada (165.59m) permitindo avistar grande parte da várzea de Sintra a NO., por cima das copas da vegetação do parque. O edifício é antecedido a SE. por terreiro centrado em peça de água com taça circular e chafariz com forma humana sobre três peixes de corpos entrelaçaos em altura e cabeças paralelas ao plano de água dispostas em forma triangular; O relvado de estilo inglês estende-se a SO. em declive acentuado. No topo, junto ao palácio, Metrosidero e, na base, Araucária-de-Norfolk, ambos bem desenvolvidos; Os lagos artificiais um mais pequeno, enquadrado por Estrelícia-gigante, Taxódio-do-méxico e Búnia-búnia e um maior situado ao fundo do relvado com papiros, lótus e nenufares junto à margem; caminhos ladeados de vegetação farta conduzem ao local denominado México onde a vertente virada a sul foi estruturada em patamares e preenchida com vegetação oriunda dos locais de clima seco, entre os quais o méxico. Aqui destacam-se o taxódio-distico, o pinheiro-do-méxico, as lúcas e o dragoeiro; Caminhando para E. surge a capela, propositadamente em ruínas com paredes interiores e exteriores envoltas por vegetação da qual de desataca a Árvore-da-borracha. Este local é um dos elementos fundamentais do conceito romântico- paisagístico do parque; Segue-se o vale-dos-fetos onde se exibe uma colecção de fetos arbóreos, característica do estilo inglês da época, provenientes de zonas de clima tropical. Para além dos fetos arbóreos, foram plantadas no parque quarenta espécies de fetos. Próximo deste local, cascata construída entre grandes penedos e plantas exóticas, alimenta-se do riacho que a antecede. Segue-se o arco de Vathek *3 que terá sido a entrada principal de Monserrate (superior). No final do percurso pelo parque existe falso cromeleque, perto do restaurante, atribuido, tal como o cromeleque e a cascata, a William Beckford.

Acessos

EN 375, Rua Barbosa du Bocage

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 *1 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. IPA.00022840)

Enquadramento

Localizado no limite do Parque Natural de Sintra-Cascais, na encosta N. da Serra de Sintra (v. IPA.00022840). Nesta encosta predominam os declives superiores a 15% verificando-se em Monserrate declives moderados, acentuados e muito acentuados. O Parque apresenta exposições preferenciais a N.. Esta vertente é rica em água, explorável através de minas, e que tem um movimento descente sendo recolhida pela ribeira de colares. A Serra de Sintra é constituída por um maciço eruptivo com abundância de granitos, sienitos, gabros e dioritos. O solo desta zona insere-se na família dos solos litólicos, húmicos, câmbicos, normais, de granito (Mng) que, em parte de fase delgada, apresenta afloramentos rochosos. O clima é caracterizado por temperaturas mais baixas e precipitação mais elevada que nas regiões circundantes devido à proximidade do oceano, ao relevo e à densa vegetação. A flora local é densa e diversificada com uma grande percentagem de exóticas introduzidas sobretudo no séc. 16 por D. João de Castro e no séc. 19 por D. Fernado II e Sir Francis Cook. Também a fauna se caracteriza por uma grande biodiversidade. Nas proximidades de Monserrate localizam-se a Tapada de Monserrate, o Castelo dos Mouros (v. IPA.00004641), a Quinta da Penha Verde, a Quinta da Regaleira, (v. IPA.00006705), a Quinta do Relógio (v. IPA.00003115), o Parque da Pena (v. IPA.00006134), que se avista junto ao Palácio de Monserrate, e outros. Deste mesmo local é possível obter vistas sob parte da várzea de Sintra. O Parque de Monserrate e outras propriedades locais funcionam como como ponto de atracção turística, actividade principal da zona.

Descrição Complementar

«Na encosta sobranceira ao valle (...) vê-se uma cascata de enormes calhaus, que para ali foram conduzidos expressamente, esforçando-se por este modo com tanto trabalho o artifício humano em imitar a simplicidade das belezas da natureza, sempre majestosa e bella nas obras da sua creação; toma esta repreza as águas que no Inverno e no início da Primavera descem do alto da serra e formam uma catarata que se despenha por um leito pedregoso, que forma a parte mais baixa do valle desta mata.» (Visconde de Jerumenha, 1828); «... ornado de estátuas brancas, jogos de água caindo em taças de mármore cintilante, a casa parece uma pluma de prata caída do turbante de um sultão... a ilustração dos contos maravilhosos das Mil e uma Noites...»(Princesa Ratazzi, 1879)

Utilização Inicial

Produtiva: quinta / Recreativa: parque

Utilização Actual

Recreativa: parque

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Parques de Sintra Monte da Lua S. A.. (Instituto da Conservação da Natureza, Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Câmara Municipal de Sintra e Instituto da Conservação da Natureza, Instituto Portugês do Património Arquitectónico) (Tel. 219237300)

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS PAISAGISTAS: Birt, Thomas Cargill (atr.), William Stockdale (pintor paisagista); Francis Cook. BOTÂNICO: William Nevill. JARDINEIROS: James Burt (1860-1863); Walter Oates (1887).

Cronologia

1540 - após peregrinação ao Eremitério Beneditino de Monserrat, na Catalunha, Frei Gaspar Preto manda construir uma capela votiva a Nossa Senhora de Monserrate, cuja imagem de alabastro mandou vir de Roma, na então chamada Quinta da Bela Vista, em terrenos do Hospital de Todos os Santos na encosta N. da Serra; séc. 17 - aforamento da propriedade a um fidalgo da família Mello e Castro, em Goa, administrando-a por procuradores que arrendam a propriedade; mais tarde adquiriu também o domínio directo do edifício ali construído; 1718 - instituição de um vínculo, onde se integrava a já denoinada Quinta de Monserrate, por D. Caetano de Mello e Castro, Comendador de Cristo e 36º Vice-Rei da Índia, casado com D. Mariana Faro, filha dos segundos Condes da Ilha do Príncipe; a partir de então, a família Mello e Castro, a residir em Goa, administrava Monserrate por meio de procuradores, os quais escolhiam os rendeiros ou caseiros locais para proceder à exploração agrícola; 1755, 1 Novembro - terramoto provoca grandes estragos nas casas, tornando-as quase inabitáveis; 1755 / 1786, entre - foi 2º administrador do vínculo D. Francisco de Mello e Castro, filho segundo do instituidor do vínculo; 1755 / 1784, entre - era rendeiro Francisco Gomes da Costa, que pagava a renda anual de 350$00; 1790 - por meio do procurador e conselheiro familiar Jacinto Fernandes Bandeira, 1º barão de Porto Covo da Bandeira, a 3ª administradora do vínculo, D. Francisca Xavier Mariana de Faro Mello e Castro, decide "arrendar utilmente a quinta" e "promover a sua conservação e aumento"; 14 Janeiro - escritura de arrendamento da quinta a Gerard DeVisme por nove anos *4; DeVisme manda edificar um palácio acastelado neogótico no local onde teria existido a antiga capela, com projecto atribuído ao arquitecto William Eldsen, cria espaços ajardinados decorados com estatuária e manda edificar uma capela também neogótica, num dos morros da propriedade como se de um eremitério se tratasse; 1793, 14 Outubro - publicação de uma gravura de Monserrate, vista de Sudoeste, desenhada por Baker e gravada por Wells em Londres e onde a quinta surge murada e a casa apalaçada concluída, no cimo do monte, acima dos limoeiros e dos castanheiros; 2 Dezembro - publicação de uma outra gravura de Monserrate, igualmente desenhada por Baker e gravada por Wells; 1794, Junho / Julho - Gerad DeVisme subarrendou a quinta, com todas as suas benfeitorias, a William Beckford; o prazo de arrendamento terminava a 30 de Junho de 1798, com a obrigação expressa dos senhorios prorrogá-lo por mais nove anos; William Beckford continuou os trabalhos no palácio e no jardim, onde manda construir uma cascata e um falso cromeleque; 1798 - o caseiro presente à ratificação da posse era Filipe Duarte; DeVisme retira-se para Inglaterra, por motivos de saúde ou devido a divergências com o governo de D. Maria I; 1798, Outubro / 1799, Junho - renovação do arrendamento de Monserrate a Beckford mas com a sua partida inicia-se o processo de abandono da casa e da quinta; 1799 / 1807 - a propriedade é arrendada aos herdeiros de Geralde De Visme; 1799 / 1855 - foi administrador do vínculo de Monserrate D. José Maria de Castro e Almeida Pimentel de Siqueira e Abreu, conde de Nova Goa; 1809 - Lord Byron visita a propriedade; 1818 / 1823 - era rendeiro Pedro de Oliveira, o qual pagava 500$00; 1821 - descrição romântica da casa pela viajante inglesa Mariana Baillie: a quinta era constituída por árvores de fruto e regada por quedas de água, estando a casa ao abandono; 1826 / 1830 - arrendamento da quinta a João Rodrigues que pagava anualmente 400$00; 1836 / 1839 - novo arrendamento da quinta a João Rodrigues por 350$00; 1839, depois - venda do chumbo das coberturas; 1840, cerca - litografia de Manuel Luiz com desenho de Célestine Brélaz retratando o palácio de Monserrate sem telhado sobre o corpo central; 1849 - quadro a óleo de Hoffmann, com Monserrate visto da estrada de Colares, já sem os telhados cónicos nas torres laterais; 1852 - gravura anónima da quinta retrata o edifício apenas com as paredes mestras, sem telhados, janelas ou portas; séc. 19 - segundo António A. R. da Cunha, vários estrangeiros endinheirados tentaram comprar o palácio, bem como D. Fernando, que pretendia construir uma estrada pela serra ligando a Pena a Monserrate, no entanto nunca consegui chegar a um acordo; 1855 - D. José Maria de Castro e Almeida Pimentel de Siqueira e Abreu regressou da Índia com a sua família; 1856, 13 Setembro - após a morte do pai aos 91 anos, sucedeu-lhe o filho menor D. Luiz Caetano; a viúva, D. Veridiana Constança Leite de Sousa e Noronha, com autorização do conselho da família, realiza contrato de subrogação em inscrições da quinta de Monserrate ao rico negociante inglês Francis Cook; o valor nominal da subrogação foi de 40.000$000; nesse ano, Francis Cook residiu na Quinta de São Bento, perto de Monserrate; 1858 - ante-projecto da reconstrução do palácio pelo arquitecto James Knowles Senior; 1860 e 1863 - depois da promulgação da legislação abolindo vínculos e morgados, procedeu-se à venda completa da quinta a Francis Cook; James Knowles inicia as obras de remodelação do palácio; plantação e construção do parque, plantado pelo jardineiro inglês Burt; 1870 - são publicadas as fotografias mais antigas de monserrate ilustrando o poema de Thomas of Ercildoune: Fairylife in Fairyland; 1870, 1 Junho - rei D. Luís eleva Francis Cook a Visconde de Monserrate; este ampliou progressivamente a quinta comprando várias propriedades confinantes *5; séc. 19, finais - Francis Cook manda retirar o telhado da capela edificada por DeVisme, destruir as paredes interiores, plantar trepadeiras e abrir uma gruta no local que corresponderia à abside, onde manda colocar um dos três sarcófagos etruscos por ele adquiridos em Roma em 1860, criando um cenário de ruína; 1885 - Francis, viúvo, casa em segundas núpcias com uma americana, filha de R. B. Caflin, de New York; The Gardener's Chronicle publica um artigo de C. A. M. Carmichael com descrição pormenorizada do jardim e com uma gravura; 1886 - é-lhe concedido, em Inglaterra, o título hereditário de Baronete, passando a ser Sir Francis Cook; 1887 - os trabalhos de plantação e manutenção dos jardins são entregues a Walter Oates; 1890 a 1923 - construção dos lagos ornamentais; 1901 - Sir Francis morre em Inglaterra com 84 anos; 17 Janeiro - por decreto de D. Carlos I, Sir Frederick Cook sucede ao pai com o título de 2º Visconde de Monserrate; faz grandes melhoramentos e compra a Quinta da Penha Verde; a quinta era aberta ao público, mediante pagamento de bilhete, cujo produto era doado à Misericórida de Sintra; 1920 - após a morte do pai, Sir Herbert Cook, sucede -lhe; desenvolveu o jardim, empregando Walter Oates; 1928, Novembro - tendo tomado conhecimento que os bens da família Cook em Sintra iam ser postos à venda, a Junta de Freguesia de São Martinho escreve à Câmara para se proceder a um movimento colectivo de modo a estimular o Governo a intervir no assunto, pois o turismo local sofreria um rude golpe se o novo proprietário vedasse ao público os jardins de Monserrate; nesta sequência, Sir Herbert Cook, através do seu administrador Guilherme Oram, informa que tomaria providências para que o novo proprietário concordasse em manter abertos os jardins; 1929 - Sir Herbert começou por vender a baixo preço as quintas anexas e esperava vender em Inglaterra ou na América o palácio e jardins de Monserrate e, a S. da estrada de Sintra - Colares, toda a encosta silvestre até ao Convento dos Capuchos e sua cerca; publicação de um artigo acerca do jardim botânico de Monserrate por Walter Oates; publicação de Album dos agentes de vendas, descrevendo a quinta e ilustrando-a com fotografias; 1936 - Sir Herbert, já bastante doente, ainda não tinha conseguido vender a quinta; Julho - Lady Cook e seu filho Francis vieram a Portugal passar alguns dias no Palácio de Monserrate, onde ofereceram uma recepção simples ao Presidente da Câmara, Dr. Álvaro de Vasconcelos e ao Provedor da Misericórdia, Dr. Florentino Vieira; 1946 - a quinta passou a ser administrada por Walter Kingsbury e o seu pessoal efectivo era cada vez mais reduzido; oferta da quinta ao Governo português, que hesita em realizar a compra; 22 Setembro - ajuste de compra e venda entre Sir Francis Ferdinand Maurice Cook, filho herdeiro universal de Sir Herbert, e o financeiro português Saúl Saragga, dos prédios e recheio do palácio por 95.000$00; 1947, 30 Junho - assinatura de escritura segundo a qual os prédios urbanos e rústicos, são vendidos por 6 500 000$00, tendo o comprador pago a diferença de 4.250 000$00; depois da escritura o proprietário apresentou à Câmara Municipal um projecto de loteamento dos 143 hectares, mas foi impossibilitado de o realizar; 1949, 25 Maio - escritura de venda da quinta e da encosta até ao convento dos Capuchos por Saúl Saragga à Fazenda Nacional, por 9 000 000$00, retendo o comprador 50 000$00 para despesas de conservação e 100 000$00 para entregar à Santa Casa da Misericórdia de Sintra; 1968 - a quinta e jardins foram entregues à Direcção-Geral das Florestas; 1994, 21 Julho - por despacho conjunto dos Ministros da Agricultura, do Ambiente e Recursos Naturais, a administração do parque, então na Dependência do Instituto Florestal, passa para a tutela do Instituto da Conservação da natureza, sob gestão do Parque Natural Sintra-Cascais; projecto de arquitectura paisagista de requalificação estrutural do parque pelo Arquitecto Conçalo Ribeiro Telles; 2000, 2 Setembro - é constituída a Sociedade Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A., sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos *6; 2004 - Abertura ao público, com visitas limitadas, devido às obras.

Dados Técnicos

Por todo o parque se desenvolve um complexo sistema de minas e condução de água que funciona por gravidade; No relvado junto ao palácio o sistema de rega foi enterrado compreendendo caixas e condutas de distribuição por todo o relvado; O lago maior apresenta um sistema de comportas que permite a existência de água a mais quente e proprícia a determindas plantas numa das margens e mais fria, que corre no leito natural do regato, na outra margem; A cascata está construída com represas artificiais para garantir a constância da queda de água.

Materiais

VEGETAL: árvores - abeto-do-Caúcaso (Abies nordmanniana), abeto-espanhol (Abies pinsapo), acacia cyclops, acácia negra (Acacia mearnsii), acácia-austrália (Acacia melanoxylon), Acer rubrum, amieiro (Alnus glutinosa), búnia-búnia (Araucaria bidwllii), castanheiro da Índia (Aesculus hippocastanum), cameleira (Camelia japonica), chorão (Carpobrotus edulis), castanheiro (Castanea sativa), cedro do Oregon (Chamaecyparis lawsoniana), cipreste do Buçaco (Cupressus lusitanica), Cycas circinales, Cyathea australis, dicksonia antarctica, eucalipto-de-flor (Eucalyptus ficifolia), eucalipto-comum (Eucalyptus globulus), eucalyptus linearis, eucalyptus ovata, medronheiro (Arbutus unedo), palavrão-preto (eucalyptus obliqua), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus); taxódio-do-méxico (Taxodium mucronatum); arbustos - aveleira (Corylus avallana); carqueja (Chamaespartium tridentatum), dedaleira (Digitalis purpurea), Daucus muricatus, esteva (Cistus ladanifer), pilriteiro (Crataegus monogyna), feto-dos-carvalhos (Davillia canariensis), giesta-de-flor-branca (Cytisus multiflorus), giesta-das-vassouras (Cytisus scoparius), giesta-negral (Cytisus striatus), roselha (Cistus crispus), sargoaço (Cistus salvifolius), trovisco-fêmea (Daphne gnidium), trombetões-encarnados (Datura sanguinea), urze-das-vassouras (Erica scoparia), urze (Calluna vulgaris), herbáceas:cravina (Dianthus laricifolius spp. marizii), cravo-romano(armeria pseudarmeria), morrião-perene (Anagallis monelli), orquídea-piramidal (Anacamptis pyramidalis).

Bibliografia

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE MONSERRATE, Árvores de Monserrate, Inapa; AZEVEDO, José Alfredo da Costa, Obras de José Alfredo da Costa Azevedo, Recantos e espaços, Sintra, 1997; BAZIN, René, Terres d'Espagne, Paris, 1894; BINNEY, Marcus, Casas Nobres de Portugal, Lisboa, 1987; BYRON, Childe Harold's Pilgrimage, 1812; CÂMARA MUNICIPAL DE SINTRA, Sintra Património da Humanidade, Sintra, Dezembro de 1996; CARGILLl, Thomas, Fairylife in Fairyland,1870;CARITA, Helder, CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal ou da originalidade e Desaires desta Arte, Lisboa 1990; CARMICHAEL, C. A. M., The Gardener's chronicle, Setembro, 1885; COSTA, Francisco, História da Quinta e Palácio de Monserrate, Sintra, 1985; FRANÇA, José Augusto, A Arte no séc. XIX, 1º vol. Lisboa, 1966; ICN - Instituto da Conservação da Natureza, Parque de Monserrate, Sintra, 1996; PEREIRA, Artur, CARDOSO, Filipe Espírito Santo, CORREIA, Fernando, Sintra e as suas Quintas, Sintra, 1983; PRINCESA RATAZZI, Le Portugal A Vol d' Oiseau. Paris, 1879; SIMÕES, Gaspar, Diário de William Beckford em Portugal e Espanha, Biblioteca Nacional, Série Portugal e os Estrangeiros, Lisboa, 3ª Edição, 1988; SERRÃO, Vítor, Cidades e Vilas de Portugal - Sintra, Lisboa, 1989; SILVA, José Cornélio da e LUCKHURST, Sintra A Paisagem e as suas Quintas, Inapa, 1989; SILVA, Ana Paula e ANTUNES, Eva Maria, O Romantismo. Sintra e dois jardins românticos: Pena e Monserrate, Faculdade de Letras de Lisboa,1986/1987; STOOP, Anne de, Quinta e Palácios nos Arredores de Lisboa, Barcelos, 1986; TAVARES, Salete, Dois jardins românticos de Sintra in Estética do Romantismo em Portugal, 1º colóquio, 1970, Lisboa, 1974; VATES, Walter, Monserrate, um pequeno Guia para os Jardins, s.l., 1923; VISCONDE DE JERUMENHA, Cintra Pituresca, 1828.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREML, DGEMN/DREL

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREML

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

Observações

*1 - DOF: Palácio de Monserrate, Jardins e Mata. *2 - (aberto ao público; horário de visitas: 1 Abril a 15 Outubro das 9:30 às 19:00; de 16 Outubro a 31 Março das 10:00 às 17:00; marcações: 21 923 73 00, www.parquesdesintra.pt). *3 - este arco foi denominado Vathek por William Beckford e é também o título de um dos seus romances mais famosos. *4 - Gerard DeVisme (1726 - 1798), sócio da empresa Purry & Mellish que possuía o monopólio da importação do pau-Brasil; na escritura referia-se que DeVisme pretendia arrendar a quinta por largo tempo, por ser um sítio muito remoto, "o mais semelhante aos ares da sua pátria" e por isso o mais conveniente para a sua saúde e para descansar das fadigas do seu comércio; mas também pretendia restabelecer a quinta, "aumentando os seus pomares e dando-lhes o benefício de que careciam, reedificando a seu arbítrio as casas"; até então a quinta era aberta, ou seja, não possuía vedação; o prazo estipulado era de nove anos, a contar de 1 de Julho de 1789 até 30 de Junho de 1798, e o preço era de quatrocentos mil réis em dinheiro corrente no fim de cada semestre à razão de duzentos mil réis em cada um, livres de décima e de outros tributos e encargos que a quinta tivesse no presente ou que se lhe imponha no futuro, ficando tudo o resto por conta do rendeiro; os melhoramentos ficariam pertencendo ao prédio arrendado, mas em compensação, o rendeiro desfrutaria das mesmas benfeitorias não só ao longo dos nove anos de arrendamento, como também por outros nove anos, prorrogação esta que o senhorio desde já prometia conceder ao arrendatário ou a seus herdeiros. *5 - Francis Cook ampliou a quinta de Monserrate com a compra de várias quintas que ficavam na envolvente; são elas: Quinta de São Bento, Quinta da Infanta, Quinta da Cabeça, Quinta da Ponte Redonda, Quinta da Bela Vista, Quinta de São Tiago, Quinta de Pombal, Quinta das Bochechas, Quinta da Boiça, Quinta da Bela Vista e as terras a S. da estrada, frente a Monserrate, e o Convento dos Capuchos com a respectiva cerca. Para além disso, Cook comprou a Quinta Pequena e a Quinta Grande, a Quinta do Cosme e a da Sanfanha, depois revendidas a vários. *6 - O Monte da Lua, empresa pública, com outros accionistas e a Direção Geral de Florestas e Instituto de Conservação da Natureza, têm a seu cargo a recuperação, desenvolvimento e gestão dos parques de Monserrate, da Pena, do Convento dos Capuchos e do Castelo dos Mouros. Algumas lendas contam que nolocal do palácio existiu uma ermida dedicada Nossa Senhorara que D. Afonso Henriques mandou construir após a reconquista de Sintra, junto à antiga e venerada sepultura de um mártir cristão.

Autor e Data

Pereira de Lima 2005

Actualização

 
 
 
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