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Conjunto urbano Setor urbano Unidade morfológica Medieval Mouraria
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Descrição
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Conjunto delimitado pela R. da Muralha, R. das Portas de Moura, Tv. do Salvador, Lg. 9 de Abril, Beco do Salvador e R. Combatentes da Grande Guerra. Bairro urbano de pequenas dimensões, sensivelmente reticulado, definido pela muralha de NO. a SE., pelos eixos estruturantes de acesso da R. das Portas de Moura e R. dos Combatentes da Grande Guerra, pela Igreja do Salvador e o Lg. 9 de Abril, a SO. Quarteirões longilíneos entrecortados por travessas, de orientação paralela à muralha e à R. das Portas de Moura, muito parcelados e com pequeno logradouro nas traseiras dos lotes. Os eixos viários são essencialmente pedonais, de largura média entre os 2,80 e 4,80m. A Rua da Mouraria, compreendida entre a R. das Portas de Moura e a R. dos Combatentes da Grande Guerra, é o eixo mais longo, a par com a rua da Muralha, dando acesso à travessa com o mesmo nome e à R. da Amendoinha. Paralelamente, a SO., a R.da Condessa, também delimitada pela R. das Portas de Moura, e pela R. da Amendoinha, dá acesso à Tv. da Condessa. A R. da Muralha, como o topónimo indica, segue a muralha, que ainda tem casas adossadas, junto às Portas de Moura. O Lg. 9 de Abril, onde se situa a Igreja do Salvador (que terá tido uma função religiosa importante aquando da estruturação deste bairro mouro) é o único espaço aberto do núcleo, dando acesso à Mouraria através das Tv. da Condessa, do Salvador e R. da Amendoinha. Está previsto no plano de pormenor a câmara, a abertura de uma via que faça a ligação entre o início da R. da Amendoinha e o Beco do Salvador, através de demolição de uma habitação (nº2 da R. da Amendoinha). A casa térrea de lote estreito ou largo e com pouca fenestração (geralmente janela e porta) predomina. Estas características tipológicas têm vindo alterar-se, com intervenções pouco criteriosas que alteram a autenticidade do núcleo (abertura e alargamentos de vãos, alteamento da cércea para 2 pisos). Alguns vestígios de chaminés salientes na fachada, subsistem ainda. Estes elementos tipológicos da arquitectura popular alentejana, parecem ter caído em desuso, encontrando-se cortados em altura (excepto o nº 13 da R. da Mouraria). Destacam-se também pormenores decorativos da arquitectura alentejana e algarvia, como as lágrimas nos remates das fachadas e as platibandas. Na R. das Portas de Moura, da Mouraria e da Condessa, surgem molduras de vãos trabalhadas, em mármore de Trigaches, com classificação municipal. |
Acessos
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Rua das Portas de Moura, Largo 9 de Abril e Rua Combatentes da Grande Guerra |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Protecção do Castelo (v. PT040205130003) / PP - Plano de Pormenor (Mouraria), Resolução de Conselho de Ministros n.º 52/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 61 de 13 março 2002 |
Enquadramento
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Urbano, situado a NE. do núcleo intramuros da cidade (v. PT040205090018), junto a troço da muralha e às Portas de Moura. Delimitado a NE. pela muralha, a SE. pelo antigo Colégio dos Jesuítas (v. PT040205090073) e a SO. pela Igreja do Salvador (v. PT040205090111). A NO. É visível a torre de menagem do castelo. O acesso principal faz-se pela Portas de Moura e pela rua com o mesmo nome. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Privada: pessoa singular / Privada: pessoa colectiva / Pública: estatal / Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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1999, 28 Outubro - aprovado em assembleia Municipal o Plano de pormenor da Mouraria; 2000, 7 Outubro - ratificação do Plano Director Municipal de Beja por Resolução do Conselho de Ministros nº 123/2000; 2002, 13 Março - publicada no DR, I Série-B, nº 61 a Resolução do Conselho de Ministros, nº 52/2002 ratificando o Plano de Pormenor da Mouraria; 2013, 28 janeiro - criação da União das Freguesias de Beja (Salvador e Santa Maria da Feira) por agregação das mesmas, pela Lei n.º 11-A/2013, DR, 1.ª série, n.º 19. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. Paredes exteriores em alvenaria de pedra, tijolo burro ou taipa, revestidas com argamassa de cal e areia e caiadas. Decoração das fachadas (lágrimas, molduras dos vão) em argamassa de cal e areia. Paredes interiores em tijolo maciço ou tabique. Cobertura em telha de canudo. Algumas molduras em mármore de Trigaches. Pavimento urbano em paralelipípedos de granito. |
Materiais
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Calcário, terra, madeira, cerâmica, mármore de Trigaches |
Bibliografia
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VARGAS, Joaquim António de, Apontamentos para a História de Beja, Boletim municipal de Beja, nº2 e 4 (cap. II), Beja, 1920; VIANA, Abel, Tábuas árabes do Museu de Beja, Arquivo de Beja, vol.III, fasc. 3-4, Beja, 1946; Idem, Restos de um templo em Beja, Arquivo de Beja, vol. IV, fasc. I e II, Beja, 1947; Idem, A freguesia de Santa Maria no ano de 1680, Arquivo de Beja, vol. IV, fasc. III e IV, Beja, 1947; Idem, O Tombo primitivo da Misericórdia de Beja, Arquivo de Beja, vol. IV, fasc. III e IV, Beja, 1947; SILVA, Félix Caetano, História das antiguidades da cidade de Beja, Arquivo de Beja, vol. V, fasc. I e II, Beja, 1948; SILVA, Félix Caetano, História das antiguidades da cidade de Beja, Arquivo de Beja, vol. VI, fasc. III e IV, Beja, 1949; Posturas camarárias, Arquivo de Beja, vol. I, fasc.3-4, 1949; VIANA, Abel, Notas históricas, arqueológicas e etnográficas do Baixo Alentejo, Arquivo de Beja, vol. II, fasc. I e II, Beja, 1950; Idem, Igrejas e capelas de Beja, Arquivo de Beja, vol. XII, fasc. I-IV, Beja, 1956; Idem, Notas históricas, arqueológicas e etnográficas do baixo Alentejo, vol. XIV, Beja, 1957; Centro Histórico - Plano de Salvaguarda e Recuperação, FADEPA* (com a autorização da CM Beja), 1981; Plano de Pormenor do Bairro da Mouraria, Câmara Municipal de Beja, 1999; RICARDO, Isabel, Levantamento Histórico-arqueológico, Plano de Pormenor do Bairro da Mouraria, Câmara Municipal de Beja, 2002; GOINHAS, Hermenegildo, Organização do espaço e sistema social no Alentejo medievo. Caso de Beja, Faculdade de Letras de da Universidade de Lisboa, Lisboa, 1991; Cadernos do Centro Histórico - Proposta de classificação do Hospital da Misericórdia como Monumento Nacional, Beja, 1992; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, vol. I, Lisboa, 1992; MANTAS, Vasco Mantas, Teledetecção, Cidade e Território: Pax Julia, Arquivo de Beja, Vol. I, Série III, Beja, 1996; |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMBeja |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMBeja |
Documentação Administrativa
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CMBeja; Arquivo de Beja |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - FADEPA: Federação das associações de estudo, defesa e divulgação do património cultural e natural, com a autorização da Câmara Municpal de Beja. A autarquia tem vindo a exercer o direito de preferência na venda de habitações, e o Plano de Pormenor prevê o reagrupamento de alguns lotes, para promover melhor qualidade e vida aos habitantes do bairro. |
Autor e Data
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Rosário Gordalina e Anouk Costa 2005 |
Actualização
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