|
Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte pedonal / rodoviária Tipo arco
|
Descrição
|
Ponte em betão armado de tabuleiro plano, composto por cinco tramos, em arco abatido, assentes em pilares pendulares com talhamares elípticos. As articulações da viga e dos montantes, assim como as da base dos pilares, são articulações rolantes com superfícies de contacto sobre chumbo. As vigas apoiam nos pilares por meio de aparelhos de apoio de aço vazado. Os encontros são grandes maciços com paredes interiores de contraventamento e cobertos superiormente por uma laje de betão armado. As fundações dos encontros são constituídas por 6 cilindros de betão armado sendo solidarizados superiormente por uma sapata de betão. As guardas da ponte são metálicas no tabuleiro e em cantaria de lioz nos encontros; o pavimento dos passeios é de lajeado de lioz serrado e o pavimento da faixa de betão betuminoso alcatroado (*1). Ma margem direita, o tabuleiro apresenta nos dois lados elementos monolíticos de planta rectangular e corpo de cantaria, contendo de um lado as armas da cidade e a identificação da ponte "PONTE DE SANTA CLARA" , e do outro o Escudo Nacional com a data de inauguração da ponte "MCMLIV" e a identificação da entidade responsável pela sua construção "MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS / JUNTA AUTÓNOMA DE ESTRADAS". |
Acessos
|
Lado S.: N1/IC2, Av. Inês de Castro, R. João das Regras, Av. de Conimbriga / Lado N.: Lg. da Portagem, Av. Emídio Navarro, R. Ferreira Borges. |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
A ponte de Santa Clara, que liga as duas margens do rio Mondego, é uma das principais entradas a S. na cidade de Coimbra, dando para o largo da Portagem. Antiga ligação de Lisboa ao Porto, tem a E. a Ponte Pedonal e a nova Ponte da Rainha Santa Isabel e a O. a Ponte do Açude. Na margem esquerda salientam-se o Portugal dos Pequenitos, Convento de Santa Clara-a-Velha (v. PT020603160002), a Quinta das Lágrimas (v. PT020603160091 e PT020603160034), sendo dominada pelo Convento de Santa Clara-a-Nova (v. PT020603160003), a que se contrapõe na margem direita a Torre integrada nos Paços da Universidade de Coimbra (v. PT020603250014). A avenida Emídio Navarro, Largo da Portagem, e ruas adjacentes, são marcadas por edifícios de grande valor cultural e arquitectónico, como o Hotel Astória (v. PT020603190152), o Banco de Portugal (v.PT020603190153), o Governo Civil (v.PT020603020163), toda a rua Ferreira Borges (v. PT020603020212) e mais a O. a Estação de Coimbra-A (v.PT020603190126). No largo destaca-se a estátua de Joaquim António de Aguiar, conhecido pelo "mata-frades", obra do escultor Costa Mota. |
Descrição Complementar
|
A extensão dos vãos dos tramos extremos é de 35 m. e os restantes 40 m.; a largura da faixa de rodagem é de 12 m., ladeada por 2 passeios, sobrelevados, de 3 m.; pilares pendulares com talhamares elípticos com uma altura de 6,50 m. |
Utilização Inicial
|
Transportes: ponte |
Utilização Actual
|
Transportes: ponte |
Propriedade
|
Pública: municipal |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTO: Peres Fernandes; ENGENHEIROS: Edgar Cardoso, António Abreu (Projecto). CONSTRUTOR: NOVOPCA (superestrutura); Fábrica de Pero Pinheiro-Estremoz, Ldª. (mármores e cantarias); EMPREITEIRO: Engº. Civil Virgílio Preto (empreiteiro das fundações). |
Cronologia
|
1131 - logo no início da nacionalidade existira aqui uma importante ponte, construída por ordem de D. Afonso Henriques, que foi o assombro de muitas gerações. Contudo, já anteriormente, no povoado romano de Aeminium, existira uma estrada romana que atravessava o rio em ponte de pedra, seguindo depois o curso das actuais ruas Ferreira Borges, Visconde da Luz e Direita (BORGES, 1987: 35); 1513 - a ponte de pedra do tempo dos primeiros reis fora reformada por D. Manuel; 1788 - o engenheiro militar Guilherme Luiz António de Valleré (1727-1796), é encarregue de reparar os estragos causados pelas cheias do Mondego na ponte de Coimbra; 1875, 8 de Maio - aberta ao trânsito, por substituição da antiga ponte manuelina, a nova ponte em ferro, sobre pilares de alvenaria (*2); 1893 - a antiga ponte tinha mais um tramo que foi desmontado quando das obras das muralhas marginais do rio Mondego, no espaço actualmente ocupado pelo largo da Portagem; os materiais deste tramo foram reutilizados na construção da ponte sobre o rio Ceira na Estrada Nacional nº 110; 1946 - iniciaram-se os trabalhos de estudo e análise para a elaboração do plano de urbanização de Coimbra, que incluía uma Comissão nomeada para o estudo do melhoramento das vias de comunicação da cidade; foi prevista a construção de duas pontes, uma com características essencialmente rodoviárias e destinada a servir uma variante à Estrada Nacional nº 1 de traçado exterior em relação ao futuro perímetro urbano de Coimbra e outra, com características de via urbana que ocuparia o lugar da existente (...) (CARDOSO, 1954:565); 1950 - definida a localização da nova ponte iniciaram-se os estudos preliminares para o seu estabelecimento com projecto dos Engenheiros Edgar Cardoso e António Abreu; 1950, Setembro - primeiro despacho do Ministro das Obras Públicas, Engenheiro Frederico Ulrich, aprovando a primeira fase do projecto relativo à infraestrutura adjudicada ao Engenheiro Virgílio Preto. Foram efectuados os seguintes estudos: Estudo do problema hidráulico mandado executar pela Direcção dos Serviços de Pontes da Junta Autónoma de Estradas à Direcção-Geral dos Serviços Hidráulicos. Estudo geológico dos terrenos de fundação, características mecânicas, comportamento das formações arenosas perante eventuais injecções de cimento, realizado em 2 fases pelo Serviço de Pontes e pela Empresa de Sondagens e Fundações Teixeira Duarte, Ldª., com acompanhamento do LNEC; Sondagens geológicas (onde se encontrou uma escada de cantaria existente à profundidade de 14 m, no local do encontro da nova ponte na margem esquerda do Mondego, provavelmente estrutura da ponte manuelina ou anterior); o Laboratório Nacional de engenharia Civil foi o responsável pelo ensaio hidráulico dos pilares da ponte; 1951, 5 de Abril - início das obras da primeira fase; 1952, Setembro - abertura do concurso público para a empreitada referente à 2ª fase de construção tendo sido adjudicada à firma "NOVOPCA - Construtores Associados, Limitada"; Outubro - segundo despacho do Ministro das Obras Públicas, aprovando a segunda fase do projecto relativa à superestrutura, mediante parecer favorável do Conselho Superior de Obras Públicas, pelo Professor Engenheiro Francisco Correia de Araújo; 13 de Dezembro - início dos trabalhos relativos à 2ª fase das obras conduzida por parte da firma empreiteira, pelo Engenheiro António Maia e pelo Agente Técnico de Engenharia Civil Pedro Xapelli; O Arquitecto Peres Fernandes foi responsável pela guarda metálica do tabuleiro e a de cantaria dos encontros, os acabamentos das superfícies vistas e cores aplicadas, as pilastras comemorativas que ladeiam as entradas do tabuleiro, o tipo de pavimento dos passeios, os candeeiros de iluminação pública e pormenores de integração das obras subsidiárias no conjunto da ponte construída; 1954, 30 de Outubro - inauguração da actual Ponte de Santa Clara (*3). |
Dados Técnicos
|
Estrutura autoportante |
Materiais
|
Estrutura em betão armado; cantarias nos capeamentos; pavimento de betão betuminoso alcatroado e guardas em ferro e cantaria de lioz |
Bibliografia
|
PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de, Portugal Antigo e Moderno, Diccionario Geographico, Estatistico (...), Vol. 2, Lisboa, 1874, p. 340; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; CARDOSO, Edgar António de Mesquita (Eng.º.), ABREU, António Rebelo da Costa Franco e (Eng.º.), A Nova Ponte de Santa Clara sobre o rio Mondego em Coimbra, in: Boletim da Ordem dos Engenheiros, vol. III, nº 21, Lisboa, 1 de Novembro de 1954, pp. 565-582; BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Novos Guias de Portugal, 6, Ed. Presença, Lisboa, 1987, p. 35; DIAS, Pedro, Coimbra, Arte e História, ihaflc, 2º ed. Coimbra. 1998, p. 53. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
Junta Autónoma de Estradas: 1956 - Conclusão da obra de acesso N. à ponte e construção da Avenida Fernão de Magalhães. |
Observações
|
*1 - Quando da inauguração da ponte em 1954 as superfícies do tabuleiro, dos encontros e pilares eram revestidos a argamassa e, pintados posteriormente em cor esverdeada. *2 - A substituição da ponte velha, construída em 1875, que por sua vez tinha substituído a mandada construir por D. Manuel I, pela actual, não foi determinada pelo assoreamento do leito do rio, como tinha acontecido anteriormente, mas pelas necessidades do trânsito rodoviário, intenso que colocava em risco a segurança da velha ponte. A substituição da ponte metálica foi encarada como uma necessidade urgente. A ponte era de estrutura metálica, de tabuleiro inferior, constituída por 7 tramos apoiados em pilares e encontros de alvenaria revestidos de cantaria, tendo sido seu autor o Eng.º Matias Heitor de Macedo. A superestrutura de cada tramo era formada por duas vigas principais com 2,90 m de altura, de rótula de malha múltipla, distanciadas entre eixos de cerca de 1,40 m. e por uma longarina colocada a meio do tabuleiro. O pavimento era formado por um contraplacado de vigas de madeira com tapete de betão betuminoso. A faixa de rodagem tinha a largura de 4,50 m, com passeios exteriores com largura de 1,30 m. O comprimento total da ponte entre testas dos encontros era de 185 m..( CARDOSO / ABREU, 1954: 566). *3 - A construção da Ponte nova sobre o rio Mondego deu origem a obras subsidiárias, nomeadamente: rectificação da EN 1, no troço que atravessa a cidade de Coimbra, abrangendo a zona desde o Rossio de Santa Clara até à Estação Velha, construindo-se grande parte de novas artérias; trabalhos de infra-estruturas (esgotos, águas, electricidade, telefones); alteração do traçado das linhas do caminho de ferro da Lousã, dos carros eléctricos, dos "trolley-cars", etc.; construção de um novo troço de muralha de canalização do rio Mondego, junto à nova ponte, onde antes havia uma rampa de acesso ao rio. Todas as informações técnicas existentes nesta ficha foram retiradas do artigo referido na bibliografia, publicado no Boletim da Ordem dos Egenheiros. |
Autor e Data
|
Cecília Matias 2008 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |