Estação Ferroviária de Covelinhas

IPA.00022307
Portugal, Vila Real, Peso da Régua, União das freguesias de Galafura e Covelinhas
 
Estação ferroviária intermédia, construída no séc. 20, composta por vias férreas e algumas construções de apoio técnico, como as instalações sanitárias e aamzém. O edifício de passageiros apresenta planta rectangular, composto por três corpos, regularmente dispostos, o central de dois pisos e os laterais de um. Fachadas rebocadas e pintadas e com silhar de azulejos de padrão fitomórfico, terminadas em friso, cornija e platibanda plena de cantaria; são rasgadas regularmente por vãos abatidos, correspondendo a portas no piso térreo e a janelas de peitoril no superior, possuindo na fachada virada ao cais de embarque pala metálica apoiada em falsas mísulas metálicas fixas à fachada. No piso térreo dispõe-se ao centro zona de expedição de bilhetes e no segundo piso a antiga residência do chefe da estação.
Número IPA Antigo: PT011708010047
 
Registo visualizado 108 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

A estação inclui o edifício de passageiros, área da via férrea e algumas construções de apoio técnico, como as instalações sanitárias e armazém coberto. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS de planta rectangular composta por três corpos, dispostos paralela e regularmente à linha, o central sensivelmente mais avançado e de dois pisos e os laterais de apenas um. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas no corpo central e de três nos laterais, tendo no corpo central chaminé elevada. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria, sobreposto por azulejos de padrão fitomórfico, azuis e brancos, formando silhar, com cunhais apilastrados e remates em friso, cornija e platibanda plena de cantaria, encobrindo o início dos telhados. As fachadas são rasgadas regularmente por vãos de verga levemente abatida, com molduras superiormente recortadas no exterior, tendo as janelas os ângulos inferiores recortados. Fachada principal virada a SE., ao rio, rasgado no piso térreo por três portas e, no segundo por três janelas de peitoril, altas, com caixilharia de duas folhas e bandeira; nos corpos laterais rasga-se apenas uma porta. Fachadas laterais semelhantes, rasgadas no piso térreo por uma bífora e possuindo ao nível do segundo piso registo de azulejos com friso azul envolvendo a inscrição "COVELINHAS". Fachada NO. virada à linha férrea, rasgada no piso térreo por portas, uma nos corpos laterais e por três no central, sendo a do meio encimada por registo de azulejos, igualmente com friso azul envolvendo a inscrição "COVELINHAS"; ao longo deste corpo corre pala metálica avançada, levemente inclinada, assente em quatro amplas mísulas de ferro, decoradas com círculos e flor no ângulo. No segundo piso abrem-se três janelas iguais às da fachada principal. Junto à fachada SO.. dispõe-se o corpo das INSTALAÇÕES SANITÁRIAS, de planta rectangular, corpo único e cobertura em telhado de duas águas, terminadas em abas corridas muito avançadas. Apresenta as fachadas rebocadas e pintadas de branco, igualmente percorridas por embasamento de cantaria e silhar de azulejos, e superiormente terminadas em grelha de madeira de malha larga; num dos topos possui dois vãos de verga recta e moldura simples de acesso à zona das senhoras e no lado oposto de acesso à zona dos homens, devidamente identificadas por registo de azulejos; na fachada lateral virada à linha possui a inscrição RETRETES. A NE. ergue-se o ARMAZÉM COBERTO de planta rectangular e volume único, construído sobre soco de alvenaria e com cobertura em telhado de duas águas. Fachadas em ripado de madeira, as dos topos terminadas em empena e rasgadas por portal, acedido por rampa, e as laterais com o ripado até cerca de 3 m, apresentando a parte superior aberta, protegida por longa aba corrida assente em traves de madeira. As fachadas laterais, uma confinando directamente com uma linha do caminho de ferro e a outra com a estrada possuem larga porta.

Acessos

Covelinhas

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, no exterior da povoação, na margem N. do rio Douro e acedido por estrada. Entre o edifício de passageiros e o armazém possui pequeno espaço ajardinado. Em frente, numa plataforma alteada, dispõe-se a Quinta dos Murcas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Transportes: estação ferroviária

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1867, 2 Julho - Carta de Lei de D. Luís informando que as Cortes Gerais decretaram que o Governo estava autorizado a construir e explorar por conta do Estado duas linhas férreas, a partir da cidade do Porto, uma para Braga e Viana do Castelo até à fronteira da Galiza e outra pelo Vale do Sousa e proximidades de Penafiel até ao Pinhão; entre as várias condições técnicas estipuladas para a construção das linhas, a do Douro deveria ser de uma só via e com a largura de 1,67 m. e com o peso de carris de 25 Kg; estipulou-se que as estações deveriam ser de grande simplicidade, construindo-se apenas o que era indispensável para resguardar as pessoas e mercadorias; o Governo foi autorizado a despender até 30.000$000 / km na construção das duas linhas, onde ficava incluído as expropriações, material fixo e circulante, oficinas, estações, obras acessórias e dependências; 1871 - tendo conhecimento da apresentação de uma proposta para a construção de uma linha para o Minho, vários municípios da Região do Douro dirigiram ao rei sucessivas representações inquirindo sobre a linha do Douro; nos anos seguintes, foram apresentadas ao Ministro das Obras Públicas várias propostas e projectos para a Linha do Douro; 1872, Abril - apresentação de proposta para a linha entre o Porto e a Régua, pelo empresário inglês Mrº Charles E. Austed, em que solicitava ao Governo a concessão de determinada subvenção por Km. e a exploração pelo prazo de 99 anos; 1872, 14 Junho - Decreto mandando proceder à construção do Caminho de ferro do Porto à Galiza por Braga e Viana do Castelo, Linha do Minho, e os estudos do Vale de Sousa por Penafiel até ao Pinhão, Linha do Douro, por conta do Estado, as quais decorreram demoradamente; 1873, 31 Maio - Decreto aprovando a emissão de obrigações para construção do Caminho de Ferro do Minho e Douro na importância de 2.034.000$000; 8 Julho - inauguração dos trabalhos da Linha do Douro; 1875, 30 Julho - cerimónia de inauguração da Linha do Douro, até então compreendida entre as estações do Pinheiro e de Novelas (Penafiel); 7 Outubro - num artigo publicado no jornal O Comércio do Porto, previa-se a conclusão da linha, com chegada ao Pinhão no prazo de 3 anos; 1878, 14 Fevereiro - Portaria do Ministro Lourenço de Carvalho, que, por não se ter seguido os regulamentos existentes para as estradas ordinárias, encarrega João Crisóstomo de Abreu e Sousa, de inspeccionar os caminhos de ferro do Minho e Douro e Sul e Sueste; 1879 - o caminho de Ferro chega a Pêso da Régua, estando bastante adiantado o troço entre a Régua e o Pinhão; 30 Novembro - relatório informando que as despesas até à data feitas com a linha do Douro eram de 6.689:049$033 e as ainda por despender seriam de 495:662$105; séc. 20, início - provável construção do edifício de passageiros da estação de caminho de ferro; 1927 - arrendamento da concessão da linha do Douro à CP; 1928 - Relatório sobre as Linhas do Minho & Douro e Sul & Sueste, refere que é sobretudo na do Douro onde se localizavam as estações mais "defeituosas", devido à insuficiência de espaço disponível, visto se encaixarem entre as encostas das serras ao N. do Douro e o leito do rio, má implantação dos edifícios, cais e armazéns, pequena extensão das linhas de resguardo e falta de apetrechamento adequado; 1930, década - época provável da colocação dos silhares de azulejos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; silhares de azulejos; molduras dos vãos, pilastras, frisos, cornijas e platibanda em cantaria de granito; portas, caixilharias e outras estruturas de madeira; pala metálica; janelas e portas com vidros simples; cobertura de telha; armazém de madeira.

Bibliografia

AA.VV, O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996, s.l., 1996; FERREIRA, Tiago A. M., O Caminho de Ferro na Região do Douro e o Turismo, s.l., 1999; FONSECA, A. Corregedor, No 1º Centenário das Linhas do Caminho de Ferro a N. do Rio Douro, s.l., 1975; MÓNICA, Maria Filomena, PINHEIRO, Magda de Avelar, ALEGRIA, Maria Fernanda, BARRETO, José, Para a História do Caminho de Ferro em Portugal, s.l., 1999; NUNES, Júlio Cesar D'Abreu, Guia do Viajante nos Caminhos de Ferro ao Norte do Douro, Porto, 1879; Relatório e Programa dos Trabalhos a Executar nas linhas do Minho & Douro e Sul & Sueste para as colocar em boas condições de exploração, Lisboa, 1930; VIEIRA, Boaventura José, A Questão do Caminho de Ferro do Douro, Porto, 1880.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - A linha do Douro, com a extensão de 191,7 km., possuindo 33 estações e 21 apeadeiros, foi construída com bitola (distância entre as faces internas dos carris) de via larga, ou seja, 1.668 m., e a sua cota ou altura de implantação ao longo do rio foi condicionada pelo nível das cheias. Aliás, a escolha do traçado ferroviário junto ao rio, mais fácil e menos dispendioso, impediu a passagem do caminho de ferro pelas principais cidades e vilas da região, as quais, normalmente, se implantam em pontos altos. No início do séc. 20, o trajecto na linha durava 4H15.

Autor e Data

Paula Noé 2011

Actualização

 
 
 
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