Capela de São Sebastião
| IPA.00022234 |
| Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril |
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| Arquitectura religiosa, quinhentista e seiscentista. Ermida de planta rectangular irregular, composta por nave antecedida por alpendre aberto e capela-mor, a que foram adossados sacristia e anexo, com coberturas interiores diferenciadas, de madeira em masseira na nave e em abóbada de berço na capela-mor. A iluminação interior é escassa, de iluminação unilateral, feita através de duas janelas, uma na nave e outra na capela-mor, rasgadas na fachada lateral direita. Fachada principal em empena, com os vãos rasgados em eixo composto por portal de verga recta e moldura simples e óculo circular. Este eixo é interrompido por alpendre aberto, sustentado por muro revestido a azulejo de padronagem seiscentista e colunas toscanas. Fachadas rematadas em beirada, a lateral direita rasgada por duas janelas e porta travessa, todas rectilíneas e com moldura simples. Interior com coro-alto de madeira e guarda em falsos balaústres, com acesso pelo lado do Evangelho, onde surge um púlpito quadrangular, com bacia em cantaria e guarda torneada com acesso através do anexo. Arco triunfal de volta perfeita acede à capela-mor com retábulo de talha policroma rococó, a que se adapta altar paralelepipédico com frontal de azulejo seiscentista. No lado do Evangelho, sacristia com arcaz simples em madeira. Ermida de fundação bastante antiga, instalada fora da povoação, em local ermo, destacando-se o facto de possuir amplos contrafortes laterais, de perfil recortado, revelando uma feitura tardia, talvez resultante das obras seiscentistas, tendo a ver com a estabilidade da estrutura interior, reforçada por tirantes internos. Na decoração, muito simples, distingue-se a existência de vários painéis de azulejo seiscentista e oitocentista, estes dizendo respeito aos painéis da nave, de carácter figurativo, a maioria resultante de uma aplicação mais tardia, datável do séc. 20, resultando da aplicação de peças adquiridas pelo proprietário. Esta aplicação está documentada no próprio frontal, cujos sebastos não jogam com o registo central, onde figura o martírio do orago. Destacam-se, pela qualidade, os azulejos de padrão que revestem a cobertura da capela-mor, semelhantes aos da Igreja de Marvila de Santarém (v. PT031416120016), constituindo o maior padrão que se conhece, cada um deles composto por 12x12 azulejos. |
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| Número IPA Antigo: PT031105030095 |
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| Registo visualizado 853 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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| Planta rectangular irregular, composta por nave, antecedida por pequeno alpendre, e capela-mor, sacristia e anexos adossados ao lado esquerdo, de volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma (anexos), duas (nave e capela-mor) e três águas (alpendre). Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com remates em beirada simples. Fachada principal virada a SO., em empena simples, com cruz latina sobre pequeno plinto paralelepipédico no verso, truncada no lado esquerdo por sineira em arco de volta perfeita e com cruz latina no remate. É rasgada por alpendre aberto, sustentado por muretes revestidos a azulejo de composição seriada, em monocromia azul sobre fundo branco, com padronagem de albarradas, sobre o qual assentam oito colunas toscanas, que sustentam um friso rebocado e pintado de branco e a cobertura. Sobre o alpendre, óculo circular com moldura de cantaria e protegido por grades metálicas. O interior do alpendre, elevado por um degrau, tem cobertura de madeira e pavimento lajeado. Possui bailéus, revestidos a azulejo com padronagem vegetalista e séries de açafates. Fachadas laterais reforçadas por quatro contrafortes de perfis recortados, com a face frontal pintada de amarela. A lateral esquerda, virada a NO., possui porta em arco de volta perfeita na nave e porta de verga recta e moldura simples no corpo anexo, pontuado por mísulas de cantaria. Fachada lateral direita virada a SE., com porta travessa de verga recta e moldura simples, protegida por uma folha de madeira, ladeada por duas janelas rectilíneas com molduras simples e protegidas por grades de ferro. Fachada posterior em empena cega, ladeada pelo corpo da sacristia, também em empena, rasgado por vão jacente com moldura de cantaria e protegido por grades de ferro. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com a nave percorrida por silhar de azulejo de padrão policromo, sobre rodapé monocromo, encimado por pequeno friso, com cobertura de madeira em masseira, em ripado, e pavimento em ladrilho cerâmico. As paredes, reforçadas por dois tirantes metálicos, possuem quatro painéis de azulejo de composição figurativa, em monocromia, azul sobre fundo branco, envolvidos por barras de acanto. Representam, no lado do Evangelho, São Sebastião atado à árvore e Martírio de São Sebastião, surgindo, no lado da Epístola, Julgamento de São Sebastião e São Sebastião na prisão. Coro-alto de madeira, sustentado por quatro pilares do mesmo material, com guarda em falsos balaústres vazados e acesso por escada de dois lanços em madeira e guarda semelhante à anterior. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular com bacia de cantaria e guarda de madeira balaustrada com acesso por porta de verga recta e moldura simples, a partir do anexo. No lado oposto, a porta travessa é ladeada por pia de água-benta em calcário, de perfil lobulado. Sobre esta, registo de azulejo, monocromo, azul sobre fundo branco, contendo cartela recortada que integra os atributos do Santo (setas do martírio), rodeado por friso denteado policromo. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, protegido por teia de madeira de pau-santo, com suportes torneados. Capela-mor elevada por um degrau de cantaria, com paredes e pavimento semelhantes aos da nave e cobertura em abóbada de berço, integralmente revestida a azulejo de padrão policromo 12x12, envolvido por cercadura. Sobre supedâneo de um degrau, o retábulo-mor de talha pintada de branco, com os elementos decorativos a dourado, de planta recta e três eixos definidos por quatro estípides decoradas por rosetões e querubins, que se prolongam em rocalhas e enrolamentos que decoram o espaldar semicircular do remate. Ao centro, falso nicho, sustentado por quatro pilastras ornadas por acantos e coberto por semicúpula, profusamente ornada por acantos e com pelicano no remate. Os eixos laterais formam apainelados com molduras salientes dourado, ligadas por rosetão, elementos que se repetem no banco. Tem altar paralelepipédico com frontal tripartido, com folhagens laterais, interrompidas por representação do Martírio de São Sebastião, envolvidas por sanefa e sebastos de acantos. No lado do Evangelho, porta de verga recta de acesso à sacristia e anexo, esta revestida a azulejo enxaquetado azul e branco, com rodapé de reaproveitamentos vários, onde se integra arcaz em madeira com dois gavetões. Vão rectilíneo acede ao anexo, de onde partem três degraus para o púlpito. |
Acessos
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| Cascais, Avenida Rei Humberto II de Itália, no Parque Marechal Carmona. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,692504, long.: -9,421224 |
Protecção
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| Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993 *1 |
Enquadramento
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| Rural, isolado, situado em zona plana, no extremo S. do Parque Marechal Carmona (v. PT031105030283), nas imediações do Palácio dos Condes de Castro Guimarães, abrindo para um amplo terreiro em terra batida que dão acesso à porta principal e fachada lateral direita do mesmo. Está envolvido por densa vegetação, que compõe o Parque Marechal Carmona e por um canteiro arborizado, mais amplo na zona frontal, com acesso em laje, onde se ergue um cruzeiro. Este é composto por dupla plataforma paralelepipédica, a inferior revestida a azulejo, sendo a superior em cantaria, sobre a qual repousa o plinto, também paralelepipédico, da cruz latina. A fachada posterior está junto ao muro que fecha o perímetro do Parque, junto à Estrada do Guincho, fronteiro à zona de acesso à Marina e à Casa de São Bernardo (v. PT031105030146). |
Descrição Complementar
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| Na fachada, painel eucarístico de final do séc. 17, em policromia, tendo, na base, inscrição incisa e avivada a preto: "LOVVADO SEIA O SANTISSIMO SACRAMENTO E A IMMACVLADA CONCEIÇAM DA VIRGEM MARIA NOSSA SENHORA CONCEBIDA SEM PECADO ORIGINAL". No lado direito, um Calvário, tendo na base a inscrição: "CRISTO CRUCIFICADO HEINE SEMKE SÉC. XX 1899". |
Utilização Inicial
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| Religiosa: ermida |
Utilização Actual
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| Religiosa: capela |
Propriedade
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| Pública: municipal |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 16 / 17 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| PINTOR DE AZULEJO: Leopoldo Battistini (1932). |
Cronologia
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| Séc. 16 - provável construção do edifício; 2.ª metade - pintura dos volantes do retábulo, por pintor flamengo, inspirado em Peiter Coeck van Alost; 1572 - gravura de castelo de Georgius Branius na obra "Civitates Urbius Terrarum" mostra a Capela, composta por nave e capela-mor; 1594 - planta da vila de Cascais, existente no Arquivo Geral de Simancas, mostrando a Capela, composta por nave e capela-mor; séc. 17 - provável construção do alpendre; aplicação de molduras de azulejo à porta, arco triunfal e cobertura da capela-mor; feitura dos silhares de azulejo para o interior e exterior; terceiro quartel - feitura do painel da fachada principal; séc. 18, meados - pintura dos azulejos da nave; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo reitor Manuel Marçal da Silveira, a capela é referida como tendo três altares e estando preparada para celebrações litúrgicas; tinha um ermitão nomeado pelo pároco; séc. 18, final - execução do retábulo-mor; 1873 - tem festa anual a 20 Janeiro; séc. 20, início - aquisição de duas tábuas pintadas pelos Condes de Castro Guimarães; provável execução do coro-alto; 1932 - provável colocação dos azulejos figurativos na nave, provenientes de outro local e um deles restaurado por Leopoldo Battistini; 2011, 24 maio - proposta de fixação de Zona Especial de Proteção Conjunta da Casa de Santa Maria, Palácio dos Condes de Castro Guimarães, do Forte de Santa Marta, da Cidadela de Cascais e respectivos imóveis e o Marégrafo; 10 outubro - parecer da Comissão Nacional de Cultura a propor que sejam fixadas Zonas Especiais de Proteção para cada um dos imóveis. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Estrutura em alvenaria de calcário, rebocada e pintada; colunas, degraus e modinaturas em cantaria de calcário; coro-alto, guarda do púlpito, caixilharias, arcaz, teia em madeira; pavimento em ladrilho cerâmico; tirantes metálicos; painéis em azulejo tradicional; cobertura em telha. |
Bibliografia
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| BARRUNCHO, Pedro Lourenço de Seixas Borges, Apontamentos para a história da Villa e Concelho de Cascais,Lisboa, Typographia Universal, 1873; Cascais em 1755 - do terramoto à reconstrução, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2005; COSTA, António José Pereira da, Cidadela de Cascais (pedras, homens e armas), Lisboa, Estado-Maior do Exército Direcção de documentação e História Militar, 2003; Exposição Patrimónios de Cascais, Cascais, Câmara Municipal de Cascais, 2003; MECO, José, Azulejaria de Cascais com temática ou utilização religiosa, in Um olhar sobre Cascais através do seu património, vol. II, Cascais, Câmara Municipal de Cascais / Associação Cultural de Cascais, 1989, pp. 87-117; MECO, José, Da "Casa dos Azulejos" aos azulejos de Cascais, in Monumentos, n.º 31, Lisboa, Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, 2011, pp. 46-57; SERRÃO, Vítor, Notas sobre a pintura quinhentista no Concelho de Cascais, in Um olhar sobre Cascais através do seu património, vol. II, Cascais, Câmara Municipal de Cascais / Associação Cultural de Cascais, 1989, pp. 69-83. |
Documentação Gráfica
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| Geral de Simancas; CMC |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: SIPA; CMC |
Documentação Administrativa
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| CMC |
Intervenção Realizada
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| PROPRIETÁRIO: séc. 20 - tratamento de rebocos e pinturas; tratamento das coberturas e pavimentos. |
Observações
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| *1 - DOF: Palácio do Conde de Castro Guimarães, também denominado «Torre de São Sebastião», incluindo a Capela de São Sebastião, Cruzeiro fronteiro à Capela, painés de azulejo (dois) e parque envolvente. |
Autor e Data
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| Helena Rodrigues 2004 / Paula Figueiredo 2010 |
Actualização
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