Palácio Sousa Alte e Espargosa / Palácio do Marquês de Sá da Bandeira

IPA.00022152
Portugal, Lisboa, Lisboa, Avenidas Novas
 
Arquitectura residencial barroca, pombalina e romântica. Palácio de planta longitudinal composta pela justaposição de 4 corpos rectangulares, com fachadas caracterizadas por organização e recurso a vocabulário arquitectónico característico de diferentes momentos estilísticos, dos quais se destaca o corpos axial, pela maior imponência e remate em frontão triangular.
Número IPA Antigo: PT031106500575
 
Registo visualizado 691 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta retangular

Descrição

Planta longitudinal, composta pela justaposição de 4 corpos rectangulares, volumetria escalonada, e a cobertura efectuada por telhados a 2, 3 e 5 águas, rasgado por clarabóia. Soco em cantaria e superfície murária em reboco pintado e abertura de vãos com emolduramento de cantaria, a ritmo regular. Alçado principal a E., composto por 5 corpos separados por pilastras e cunhais de cantaria, dos quais se destaca o axial, de tratamento diferenciado e coincidente com o acesso principal. Piso térreo integralmente revestido a cantaria e rasgado por portal inscrito em arco abatido que, ladeado por 2 janelas de peito de verga recta, é emoldurado por pilastras encimadas por mísulas que servem de apoio a varanda (de base contracurvada e guarda em ferro forjado) que guarnece as 3 janelas de verga curva e ática destacada no andar nobre. O conjunto é superiormente rematado por frontão triangular com tímpano com composição escultórica. Nos 2 corpos colaterais (de menor pé-direito a S. e com piso parcialmente enterrado no respectivo alçado posterior), piso térreo vazado por janelas de peito com emolduramento simples de cantaria encimadas, ao nível do andar nobre, por janelas de sacada individualmente servidas por varandins com guarda em ferro forjado - de verga recta destacada e guarda de varas com anel a meia altura no lado S., e de verga recta sobrepujada por ática triangular no lado oposto. O corpo do extremo S., limitado ao piso térreo e a definir o gaveto da propriedade em ângulo boleado, apresenta remate em platibanda de balaústres ritmados por plintos com vasos, o qual circunscreve terraço ajardinado. INTERIOR: vestíbulo de planta rectangular e tecto de masseira em estuque animado por 2 lanços de escadas divergentes guarnecidos por balaustrada em cantaria - com muro de topo animado por nicho com figuração escultórica de Camões - conducentes a 2 vãos de volta perfeita em cantaria, a partir dos quais se processa a circulação e distribuição da compartimentação interna, directamente comunciante entre si e organizada em diferentes zonas habitacionais (*1). Pelo lado N., acede-se ao andar nobre através de uma 2ª escadaria de lanços opostos, cujo patamar intermédio se articula com um jardim de Inverno em corpo de planta quadrada adossado ao alçado posterior.

Acessos

Largo de São Sebastião da Pedreira, n.º 44 - 45; Rua Dr. António Cândido, n.º 1. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,733665, long.: -9,151854

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Edifício-Sede e Parque da Fundação Caloustre Gulbenkian (v. IPA.00006995 e IPA.00007810)

Enquadramento

Urbano, em zona de ligeiro declive, integrando a frente E. do Largo de São Sebastião da Pedreira, isolado, articulado no lado posterior e em redor, com jardim delimitado por muro. Em posição quase fronteira ao palacete José Maria Eugénio (v. PT031106500563) e na proximidade da igreja de São Sebastião da Pedreira (v. PT031106500066).

Descrição Complementar

AZULEJO: corpo a S. (o mais antigo), silhares compostos por azulejos monócromos avulsos, datáveis do século 17, do período pombalino e com esponjados nos tons azul e amarelo e verde azeitona e manganês do final do século 18. Na ala oposta identificou-se a presença na sala de jantar do piso térreo de azulejos de figura avulsa; ESTUQUE: é de assinalar o conjunto de tectos em estuque pouco relevados que animam as salas do corpo a S. e do andar nobre do corpo axial, bem como o tecto de masseira no vestíbulo do edifício; PINTURA: no jardim de Inverno ao nível dos paramentos e do tecto, pintados com motivos vegetalistas e animais, de carácter naturalista.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 18 - construção do palácio; 1879 - era proprietário do palácio Ayres de Sá Nogueira d'Abreu Vasconcelos (1835 - 1901), 2º visconde de Sá da Bandeira, casado desde 1867 com D. Maria Francisca de Melo de Sousa de Freire da Silva de Alte (1836 - 1918), o qual empreende uma campanha de obras de transformação, responsável designadamente pelo rebaixamento da estrutura de madeira de suporte do telhado de parte da construção, de molde a uniformizar a composição da fachada principal; 1925 - a propriedade encontrava-se na posse dos irmãos Luís, Francisco e Isabel Maria de Mello Sá Nogueira; 1929 - os proprietários cedem 5.205,75 m2 da sua propriedade à CML, com vista ao alargamento da Rua Marquês de Sá da Bandeira e prolongamento da Rua Pinheiro Chagas; 1936 - era proprietário do palácio Francisco de Mello Sá Nogueira (1868 - 1954), 3º visconde de Sá da Bandeira, que aí residia com sua esposa D. Maria Teresa de Abranches Costa e Albuquerque, filha dos 1ºs viscondes de Ervedal da Beira; 1954 - por falecimento do 3º visconde, o palácio passou para a posse de seus filhos, sendo o primogénito o 4º visconde de Sá da Bandeira, Francisco de Albuquerque Sá Nogueira (1896 - ?), casado com sua prima coirmã D. Maria Francisca de Albuquerque da Câmara (casa dos condes da Ribeira Grande); 1964 - o palácio encontrava-se na posse de Maria do Carmo Mello Sá Nogueira Vilar Leite de Castro, João Simões Ferreira Leite de Castro, Maria do Patrocínio de Mello Sá Nogueira Vilar e Maria Luisa de Mello Sá Nogueira Vilar Pereira Coutinho.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos

Bibliografia

CONSIGLIERI, Carlos, VARGAS, José Manuel, ABEL, Marília, Pelas Freguesias de Lisboa. Campolide - Avenidas Novas. São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Nossa Senhora de Fátima, Lisboa, 2000

Documentação Gráfica

CML: Arquivo de Obras, Procº nº 15.741

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras, Procº nº 15.741

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1879 - rebaixamento da estrutura de madeira de suporte do telhado de parte da construção, de molde a uniformizar a composição da fachada principal; 1936 - obras de conservação e beneficiação geral, pinturas interiores e exteriores; 1937 - construção de cozinha e casa de banho no 1º andar, bem como escada de serviço exterior de acesso à cozinha; 1941 - reparação do tellhado; 1949 - obras de conservação e beneficiação geral; 1954 - pintura do muro que delimitava a propriedade; 1958 - limpeza geral das fachadas; 1965 - demolição de um barracão (com cerca de 100 m2), correspondente ao antigo lagar, e construção de um outro no extremo NE da propriedade; 1966 - obras de ampliação e construção de um anexo; 1979 - obras de conservação e beneficiação geral; 1999 - obras de beneficiação geral (exterior); 2002 - obras de conservação e beneficiação interior (pintura de paramentos, canalizações, instalação eléctrica).

Observações

*1 - o edifício encontra-se compartimentado em diferentes zonas.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 2002

Actualização

 
 
 
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