Palacete Anjos / Centro de Arte Manuel de Brito

IPA.00022114
Portugal, Lisboa, Oeiras, União das freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo
 
Palacete romântico, de dois pisos, integrável na tipologia do chalet, tão característica das edificações do final do século XIX, e aqui assinalada pelo tipo de planta irregular, composta pela articulação de corpos com diferentes implantações e morfologias - recurso a torre destacada em planta e alçado com cobertura diferenciada e de acentuado declive em contraposição à cobertura dos outros corpos, superiormente rematados por telhado de abas. No contexto do aglomerado urbano de Algés, constitui-se como o único exemplo deste tipo de arquitectura, que se demarca na respectiva malha, não só pela sua tipologia mas especialmente, pela implantação que exibe, de forma destacada e isolada - articula com uma das principais zonas arborizadas do centro de Algés - determinando a organização e disposição da zona envolvente.
Número IPA Antigo: PT031110090035
 
Registo visualizado 273 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta em L irregular, composta pela justaposição de corpos de planta rectangular, quadrada e poligonal, volumetria escalonada e a cobertura efectuada por telhados diferenciados a 2 e 4 águas, perfurado por janelas trapeiras nos alçados E. e O., e em coruchéu piramidal.De 2 pisos, corpos com panos de muro em reboco pintado e cunhais de cantaria e abertura de vãos de verga recta com emolduramento simples de cantaria, acentuado por filete destacado, ao nível do remate. Alçado principal a S. composto por 4 corpos, dos quais se demarcam os 2 centrais - o que se localiza a O., correspondente a torre de 3 pisos e destacado em planta, e o que se lhe adossa a E., pela organização da fachada. Na torre, regista-se abertura de porta principal encimada por janela de peito, sendo o conjunto sobrepujado, ao nível do 3º andar por tripla janela inscrita em arcos de volta perfeita e com guarda metálica. Corpo a E. com 2 pisos articulados e galerias definidas por arcaria abatida suportada por colunas de fuste liso, e interligados por meio de lanço recto de escada, contíguo ao corpo e directamente conducente ao 1º andar, rasgado por janelas de sacada. Esta galeria prolonga-se pelo corpo extremo O., sob a forma de varanda suportada por mísulas, com guarda em ferro fundido (serve janelas de sacada do andar nobre e sobreeleva-se relativamente a outra porta de acesso). Também no alçado lateral E. se reconhece outro acesso inscrito em vão de verga curva encimado por 2 janelas de sacada com varanda comum. No alçado oposto (a O.) sobressai a presença, ao nível do piso térreo, de uma bow window, correspondente, no andar superior, a uma varanda delimitada por guarda metálica. Os corpos do edifício são superiormente rematados por telhado de abas decorado com padrão - losangos - definido pela utilização de telhas policromas azuis e amarelas, excepto o torreão do alçado principal, não só diferenciado pelo tipo de cobertura em coruchéu piramidal rematado nos vértices por plintos com bola, como também pelo revestimento que ostenta, em azulejo policromo padronado, cujo módulo consiste no escudo português.No INTERIOR: porta principal, a vestíbulo rectangular, que articula, em ângulo recto, com corredor longitudinal, que se desenvolve a partir da entrada localizada no alçado lateral E. Contiguamente ao alçado posterior observa-se escadaria de madeira de lanços rectos com patamares intermédios, que articula com o corredor mencionado e com o do piso superior, a partir do qual se distribui a compartimentação interna. Dadas as suas funções actuais, ao piso térreo do corpo extremo a O., corresponde uma sala ampla para exposições, enquanto o piso superior, se encontra ocupado com espaços directamente relacionados com uma biblioteca - com acesso a partir das escada exterior das galerias - dos quais se destaca a sala de leitura, localizada sobre a sala de exposições. A edificação articula exteriormente e em todo o redor com zona arborizada e ajardinada (*1 correspondente a parte do antigo jardim da primitiva propriedade), que se encontra em parte, (extremo O.) transformada num centro de minigolfe.

Acessos

Alameda Hermano Patrone; Avenida Combatentes da Grande Guerra; Rua de Olivença; Rua Parque Anjos. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,699667; long.: -9,230316

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, na zona baixa de Algés, isolado por jardim, o denominado Parque Anjos, onde se integram algumas infraestruturas de carácter cultural e de laser, como anfiteatro e mini-golfe.

Descrição Complementar

O jardim, delineado segundo a concepção romântica da época, apresenta ainda espécies de interesse, algumas exóticas, destacando-se a presença de palmeiras e pimenteiros

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1866 - construção do palácio pelo comendador Policarpo Anjos, comerciante e capitalista de Lisboa, investidor do Monte Estoril; 1930 - a capela do palácio, implantada no seu parque, passa a funcionar como filial da igreja paroquial de São Romão de Carnaxide; séc. 20, década de 60 - a pressão urbanística determina a destruíção da capela da casa e o desaparecimento de parte dos jardins; década de 70 - o palácio e terrenos anexos são adquiridos pela Câmara Municipal de Oeiras que procede à recuperação do conjunto; 1978, Setembro - a Câmara Municipal de Oeiras delibera que se execute o arranjo paisagístico do Parque Anjos; 1980 - instala-se no palácio a Biblioteca Municipal de Oeiras; 1984 - decorre a primeira fase de recuperação do parque, procedendo-se à plantação de novas espécies vegetais, relvado e mobiliário de jardim; 2005 - abandonam o edifício o Centro Cultural de Algés e a Universidade Internacional de Lisboa e Algés, sendo o local ocupado por parte da colecção do galerista Manuel de Brito; para tal, construção de um novo corpo adossado à fachada N., dando origem a quatro salas de exposição, zona de arrecadação de obras de arte, recepção e cafetaria; no exterior, alteração do mobiliário e da iluminação e deslocação do campo de mini-golge para o Parque Urbano de Miraflores.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira.

Bibliografia

Ocidente, 11.12.1889; ALVES, Maria Paula Picciochi, Algés. Metodologia para uma Planificação Arquitectónico-Urbanística do Núcleo Urbano, Lisboa, 1979; DIAS, Rodrigo, Parque Anjos - Uma Ilha Verde na Malha Urbana de Algés, in Revista Municipal, n.º9, Janeiro - Abril, 1985; CRISPIM, M. N., LOBO, P. V., (coord. de), Retratos de Oeiras, Oeiras, 1994; FERNANDES, José Manuel, Imagens de Oeiras, Oeiras, 1996; Plano Director Municipal, Oeiras, 1996; ROCHA, Filomena Isabel L. C., Oeiras - O Património, A História, Oeiras, 1996; Um novo capítulo na vida do Palácio Anjos, in Diário de Notícias, 16 Janeiro 2005.

Documentação Gráfica

CMO: Departamento de Infraestruturas Municipais (Divisão de Estudos e Projecto)

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1984 - obras de recuperação do parque e do antigo gradeamento da propriedade; 2004 - obras de adaptação aos novos usos, incluindo um anexo contemporâneo, orçadas em 3,2 milhões.

Observações

Autor e Data

Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2001

Actualização

 
 
 
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