Mercado Municipal de Bragança

IPA.00022036
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Mercado construído pelo Município no início do séc. 20, com recinto delimitado por muros com gradeamentos de ferro forjado e constituído por edifícios para talhos na parte posterior, cujas frontarias se voltam para o seu interior. Atualmente só apresenta parte da fachada principal dos talhos, bastante mutilada, onde se destaca a manutenção dos vãos ultrapassados do pano central.
Número IPA Antigo: PT010402450082
 
Registo visualizado 53 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comercial  Mercado    

Descrição

Pano de muro rebocado e pintado de branco, com cunhais e modinaturas em cantaria de granito, disposto de forma simétrica com pano central mais elevado, flanqueado por duas alas rectilíneas. Pano central de dois registos definidos por friso de cantaria, interrompido por quatro vãos em arco ultrapassado, flanqueado por duas ordens de pilastras toscanas, encimado por friso cornija, que sustentam o remate escalonado, mais alto na zona central, flanqueada por pequenos pilares galbados, prolongados inferiormente em pequeno pingente, e encimada por cornija contracurvada, tendo, nos extremos, pináculos assentes em plintos cúbicos. O remate inscreve escudo português. Cada uma das alas é rasgada por cinco arcos abatidos. Na zona posterior, são visíveis os arranques dos muros, que dividiam as anteriores dependências, com silhares de cantaria granítica, parcialmente rebocados e pintados de branco *1.

Acessos

Largo da Praça. VWGS84 (graus decimais): lat.: 41.804977º, long.: -6.756135º (2010)

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, enquadrado por arruamentos. A NO., desenvolve-se o corpo do edifício da antiga Sé (v. PT010402420031) e nos restantes estruturam-se contínuos de fachadas bastante interessantes, embora com algumas dissonâncias. Ruas pavimentadas com cubo de granito, tendo, nos passeios, lajeado de granito, onde surgem candeeiros de pé e bancos. Insere-se numa Praça quadrangular, tendo plataforma central pavimentada e placas de granito, com bancos do mesmo material e onde se inscreve o acesso ao parque de estacionamento, no lado E.. Na praça existe ainda elemento escultórico alusivo ao comércio, da autoria de Teixeira de Sousa, e executado em 2004.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comercial: mercado

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Carlos Alberto Malhão Afonso.

Cronologia

1903, 29 Maio - início das obras nas Eiras do Arcebispo, para construção do mercado; 1906 - data registada no remate do portão principal, correspondendo à inauguração do mercado; 1933 / 1936, entre - construção de novos talhos no mercado; 1938 / 1942, entre - conclusão da cobertura do mercado municipal; séc. 20, 1.ª metade da década de 80 - construção do conjunto de seis pavilhões com pontos de venda no interior do recinto, segundo projecto de Carlos Alberto Malhão Afonso; 2002 - 2004 - ao abrigo do programa POLIS, o mercado foi demolido para a construção de praça com estacionamento subterrâneo, mantendo parte da fachada principal dos corpos dos talhos, que foram recuados para um dos extremos da Praça; 2004, 10 Junho - inauguração da praça, aquando da realização da sessão solene das Comemorações Nacionais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Paredes de alvenaria de granito rebocada; guarnição de vãos, cornijas e cunhais em cantaria de granito granito.

Bibliografia

BERENGUEL, Alda, FREIXO, Fernando, RODRIGUES, Luís Alexandre, Presidentes da Câmara de Bragança. Da República aos nossos dias, Bragança, Câmara Municipal de Bragança, 2004; JACOB, João Manuel Neto, Bragança, Lisboa, 1997; Bragança Boletim Municipal Especial, nº 22, Bragança, Fevereiro 2009.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Câmara Municipal de Bragança: séc. 20, 1ª metade da década de 80 - construção no interior do recinto dos seis pavilhões com pontos de venda; 1910 / 1911 - conservação das barracas da Praça Camões e talhos municipais; 1912 / 1913 - calcetamento da Praça Camões; reparação e conservação das barracas do mercado; 1914 / 1917, entre - obras de conservação nas barracas da Praça Camões e nos talhos municipais; década de 90 - o espaço público envolvente recebeu tratamento urbanístico, que passou pela repavimentação das ruas com cubo de granito, pela aplicação de lajeado de granito nos passeios e instalação de mobiliário urbano, nomeadamente de candeeiros de pé, de bancos e de um ecoponto no lado N.; 2004 - conclusão da pavimentação e arranjo do largo.

Observações

*1 - O antigo mercado tinha planta quadrangular, com o recinto definido por muro com gradeamento em três das suas faces e pelo alinhamento de corpos na posterior. Fachada principal, voltada a N., e laterais definidas por muros baixos de alvenaria rebocada, capeados por lajes de granito, suportando gradeamento de ferro forjado, com acesso por portões centrais, flanqueados por pilares de granito, encimados por pináculos de bola, com aletas volutadas sobre pequeno muro de cantaria, protegidos por portões de ferro forjado, tendo o principal remate fixo com composição de volutas, também em ferro forjado, com inscrição em letras de ferro pintadas de prateado: "CMB / 1906". Fachada posterior correspondente aos alçados posteriores dos talhos, marcado por parede rematada por dois conjuntos de cinco empenas sucessivas unidas a pano central mais elevado, correspondente ao corpo central, com cobertura em telhado de quatro águas, tendo, nos laterais, telhado em tesoura; os corpos são rasgados por doze pequenos vãos quadrangulares gradeados. No INTERIOR, com pavimento em ladrilho cerâmico cinzento, branco e amarelo, dispõem-se seis pavilhões com pontos de venda, de planta rectangular, dispondo-se quatro deles na metade anterior do recinto, perpendicularmente ao muro N., e dois outros, menos compridos, seguindo o eixo dos dois mais extremos, e os talhos, também de planta rectangular. Os talhos constituem vários corpos articulados e adossados uns aos outros, organizados a partir de um corpo maior e central que se interpõe a dois braços de cinco volumes mais modestos e repetitivos, com a fachada principal definida por cunhais apilastrados encimados por urnas, de dois registos separados por friso cortado por quatro vãos de acesso, esguios e em arco de ferradura, cujos pés-direitos marcam todo o registo inferior e os intradorsos, preenchidos por vitrais, sendo o superior, também rematado por cornija sobrepujada por empena escalonada, rematada centralmente por cornija em arco abatido; no centro, a inscrição "TALHO / MUNICIPAL"; os volumes laterais são simples, marcados por sucessão de corpos em empena, rasgados por porta axial em arco abatido abaulada, encimado por óculo circular moldurado. Os pavilhões são marcados pela estrutura porticada de betão armado (pilar/viga) na qual se instalam bancadas de venda e vãos de acesso ao interior. Anteriormente, os talhos estavam localizados no exterior do recinto, em frente do acesso O., e eram apelidados de "cabanal".

Autor e Data

Armando Redentor e Miguel Rodrigues 2001

Actualização

 
 
 
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