Igreja Paroquial de São Paio

IPA.00002186
Portugal, Viana do Castelo, Arcos de Valdevez, União das freguesias de Arcos de Valdevez (São Paio) e Giela
 
Arquitectura religiosa, neoclássica. Igreja de estilo neoclássico, de planta longitudinal com nave única, com torre ao centro da fachada principal, formando fachada-torre. Interior de linhas muito sóbrias. A escadaria dinamiza o conjunto exterior. O frontespício coroado com torre sineira central parece ter recebido algumas influências das construções da zona do Porto. A estrutura de cantaria aparelhada que no interior envolve o pórtico e o janelão, reforçando a zona sobrepujada pela torre sineira e conferindo uma certa verticalidade, constitui um aspecto curioso. Os azulejos exteriores são de 2ª década do séc. 20.
Número IPA Antigo: PT011601410020
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Igreja de planta composta, com nave única longitudinal, capela-mor rectangular, sacristia e outras dependências adossadas de ambos os lados. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas. Frontespício revestido a azulejos de padrão, rítmado por pilastras com urnas nos cunhais, e coroado por torre sineira central, quadrangular, seguindo o mesmo esquema, de cobertura piramidal, e à frente da qual encosta frontão interrompido. Pórtico de verga recta e frontão curvo com armas de Portugal no tímpano, liga-se directamente ao janelão que o encima; lateralmente, pequenas janelas de avental, encimadas por outras maiores que são sobrepujadas por óculos ovais. Fachadas laterais sem revestimento azulejar. Interior da nave com lambril de azulejos de padrão, 3 capelas colaterais com altares de talha, 2 púlpitos com mísulas quadrangulares de pedra e coro-alto. A capela do lado da Epístola é profunda, tendo 2 imagens sobre mísulas de talha ladeando o altar, de talha polícroma; cobertura em abóbada de berço com alguns elementos vegetalistas pintados, 2 medalhões e lanternim. A iluminação da nave é feita por 6 janelas com frontaleiras muito simples e a cobertura é em abóbada de berço pintada com composição geométrica e flores, assente em cornija saliente. Arco triunfal a pleno centro com sanefa de talha. Capela-mor também bem iluminada, com lambril de lajes de granito, retábulo de talha polícroma com tela central e cobertura em abóbada de berço pintada.

Acessos

São Paio, Rua Dr. Teixeira de Queiróz

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto nº 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 *1

Enquadramento

Urbano, isolado, implantação harmónica. Ergue-se na margem esquerda do rio Vez, para onde se vira o frontespício, tendo fronteiro e de ambos os lados do adro construções. O adro, murado, é precedido por 1 outro, num plano inferior, tendo este acesso por 4 portões gradeados, e no interior do qual se desenvolve escada de 3 lanços com fogaréus nos vários cunhais. Exteriormente tem alminha de frontão curvo, com pequeno painel representando Cristo na Cruz e 2 imagens.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1719 - obras na capela de Santa Úrsula das Onze Mil Virgens, feita pelos morgados de Andorinha e integrada na igreja; a capela possuía arco pintado, com grades, pintadas e douradas, com a inscrição "ANO de 1719", e as armas dos Pereiras e Castros, sendo o arco encimado por brasão de família em talha; no interior tinha fresta e porta para o adro da igreja e pia de água benta; retábulo dourado com imagem de Cristo em vulto e ao meio, numa peanha, a imagem de Santa Úrsula em vulto, pintada e estofada, ladeada pelas imagens de São Francisco e de Santo Amaro; o altar tinha frontal de madeira pintada; 1769 - data do Tombo da Igreja; 1780, cerca - pede-se ao governo que mandasse construir uma nova e mais ampla igreja em substituição da primitiva igreja de São Paio, então arruinada; 1781 - iniciam-se as obras num local mais perto do rio; 1782 - já se haviam gasto 3:316$990 nas obras; 1789 - estava pronto o corpo da igreja e coberto o tecto; 26 Fevereiro - vistoria às obras; 1793, 26 Abril - D. Maria I ordenou que o povo fosse sobrecarregado com mais um real no imposto destinado às obras da igreja, imposto que durou 10 anos; 1812 - conclusão do adro; 1817 - conclusão do corpo da igreja; 1831 - conclusão das obras da igreja; 1897 - novo assoalhamento com madeira de castanho a expensas dos fregueses e por iniciativa do Padre Manuel Anselmo Gonçalves; 1929, Junho - azulejamento do frontespício oferecido por José Nunes Gomes; 1946, Maio - Sr. José Martins da Cunha oferece relógio da torre.

Dados Técnicos

Estrutura de paredes autoportantes em alvenaria rebocada e cantaria

Materiais

Granito, azulejo, talha, pinturas e tela. Pavimento de madeira e cobertura de telha.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987; GOMES, José Cândido, Terras de Valdevez, Arcos, 1899; SILVA, Armando Barreiros Malheiro da, DAMÁSIO, Luís Pimenta de Castro, SILVA, Guilherme Rego da - Casa da Andorinha in Casas Armoriadas do Concelho de Arcos de Valdevez. Subsídios para o Estudo da Nobreza Acoense - Terra de Val de Vez. Arcos: vol. 2, 1992, pp. 85-156; SMITH, Robert C., A Talha em Portugal, Lisboa, 1963.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - DOF: "Igreja Paroquial de São Paio e escadaria". *2 - A primitiva igreja de São Paio erguia-se na encosta do monte, no local conhecido por igreja velha; era espaçosa, com altares de talha e 2 capelas particulares na nave; a de Stª Ursula foi fundada por D. Susana Cerqueira, viúva de Tomás de Brito Soares, da Casa de Faquelo e benzida em 7 Junho de 1630; a 6 de Dezembro recebeu indulgência plenária concedida por Bula de Urbano VIII e em 1719 Afonso Pereira de Castro, da Casa d'Andorinha, herdou-a, fazendo-lhe depois importantes obras e colocando-lhe as armas dos Pereiras e Castros.

Autor e Data

Paula Noé 1992

Actualização

 
 
 
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