Estação Ferroviária de Mondim de Basto

IPA.00021784
Portugal, Braga, Celorico de Basto, União das freguesias de Veade, Gagos e Molares
 
Estação ferroviária da Linha do Tâmega, construída na década de 40 do séc. 20, pelos Caminhos de Ferro do Estado, conservando o edifício de passageiros, cais coberto servido por cais descoberto, com implantação lateral, paralela às linhas férreas, e casa de habitação. O edifício de passageiros, de tipologia igual ao da Estação de Duas Igrejas, da Linha do Sabor (v. IPA.00026755), ainda que de esquema invertido ao nível dos panos da frontaria, revela cuidado arquitetónico e linguagem clássica, conciliada com a de caráter regionalista, sendo valorizado pelo recurso a cantaria, no remate das fachadas, molduras dos vãos, varanda e pelo silhar de azulejos. Apresenta planta retangular e fachadas de dois pisos, o térreo destinado à área pública, e o superior à área de habitação, tendo adossado numa das laterais pequeno corpo quadrangular e escadas para o segundo piso, aproveitando a zona inferior para os cubículos sanitários e urinóis públicos. A fachada principal e a posterior possuem dois panos, um deles com remate central contracurvo e alteado, sob o qual foi colocado painel de azulejos com as armas de Portugal e inscrição alusiva ao promotor da obra. As fachadas são rasgadas por vãos em arco, com as molduras terminadas em cornija, as do segundo piso ladeadas por vaseiras, ou retilíneos, encimadas por alpendres telhados, destacando-se na frontaria a janela de sacada geminada. Na fachada posterior, possui varanda, acedida pela escada, sobre zona de espera, com arco, integrada no piso térreo. As fachadas apresentam silhar de azulejos com painéis figurativos, tipo "bilhetes postais", com cenas campestres, ou apenas com motivos vegetalistas, e a toponímia surge apenas nas fachadas laterais, em painéis de azulejos recortados. Interiormente, organizavam-se, no piso térreo, os vários serviços e a área pública, e no segundo, a habitação tinha dois quartos, uma cozinha, uma casa de jantar e as instalações sanitárias separadas e junto à escada. O cais coberto tem as fachadas de cantaria e as coberturas terminadas em longas abas corridas.
Número IPA Antigo: PT010305220148
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Apeadeiro / Estação  Estação ferroviária  

Descrição

Conjunto composto por edifício de passageiros (EP), instalações sanitárias públicas (WC), o cais coberto (CC), servido por cais descoberto, a noroeste, dispostos paralelamente à linha férrea, apresentando ainda outros vestígios ferroviários, como a plataforma e uma casa de habitação. EDIFÍCIO DE PASSAGEIROS de planta retangular tendo saliente, na fachada lateral direita, pequeno corpo quadrangular com as instalações sanitárias masculinas e um outro retangular das escadas, albergando inferiormente os urinóis e os sanitários femininos. Volumes escalonados, com coberturas em telhados de quatro águas, de três nas instalações sanitárias e de duas na varanda, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois pisos, separados por friso, percorridas por soco de cantaria e silhar de azulejos policromos, de composição figurativa, e rematadas em cornija. A fachada principal surge virada a nascente e tem dois panos, ainda que apenas marcados pelo remate, que no pano esquerdo tem a cornija de perfil curvo e alteada ao centro, encimando painel de azulejos com as armas nacionais e inscrição. À esquerda rasga-se, em cada um dos pisos, janela de peitoril, de arco abatido, no térreo de moldura terminada em cornija contracurva e, no segundo, em cornija reta, sendo essa ladeada por vaseiras. À direita, abre-se porta, de arco abatido e moldura com cornija contracurva e uma janela de sacada geminada, de verga reta, com guarda plena de alvenaria e ângulos de cantaria, sobre mísulas, protegida por alpendre telhado, com estrutura de madeira apoiada em mísulas. Na fachada lateral esquerda rasga-se apenas porta central, de verga reta, a qual era encimada por alpendre telhado apoiado, em mísulas, ainda existentes. Na fachada lateral direita o corpo das instalações sanitárias, existente em ambos os pisos, o inferior público, tem acesso por porta de verga reta e o superior, privativo da habitação, acedido pela escada e rasgado por vão, estreito e em arco. Encostado a este corpo, desenvolve-se o das escadas, de dois lanços opostos e guarda plena, definida por frisos de cantaria e contendo toponímia, de acesso ao segundo piso, onde se rasga porta de verga reta. No piso térreo, alberga os urinóis, ao centro, iluminados por duas janelas jacentes retilíneas, e o cubículo sanitário feminino, à direita. A fachada posterior possui dois panos, o da direita igual ao da fachada principal, e o esquerdo, sensivelmente mais recuado, apresenta amplo vão, em arco de volta perfeita, formando abrigo antecedendo a sala de espera, e vão estreito, em arco, de iluminação do cubículo sanitário feminino. No segundo piso corre varanda alpendrada, acedida pela escada, e sustentada por quatro pilares assentes na guarda, plena, de alvenaria, definida por frisos, sob a qual se abrem três portas para as divisões do interior. No INTERIOR, a zona pública conserva silhar de azulejos policromos, de padrão vegetalista, pavimento cerâmico, azul e verde, formando espinha, e, num recanto do vestíbulo e sala de espera, o guiché da bilheteira, em arco de volta perfeita, com moldura de cantaria. CAIS COBERTO de planta retangular e cobertura em telhados de duas águas, terminadas em longas abas corridas, sobre estrutura de madeira, apoiada em mísulas de cantaria. As fachadas são em cantaria, as viradas a sudeste e a noroeste terminadas em empena, a primeira rasgada por porta de verga reta e a segunda por janela jacente, de perfil curvo, num plano elevado. Nas fachadas laterais, viradas à rua e à linha, abrem-se largos vãos retilíneos.

Acessos

Veade, Lugar de Águas Férreas; EN 304; Linha do Tâmega - Ponto quilométrico 40,158 (PK). WGS84 (graus decimais) lat.: 41,411696, long.: -7,968495

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado, implanta-se numa encosta sobranceira da margem direita do rio Tâmega, que corre a nascente e que faz a divisão entre os concelhos de Celorico de Basto e o de Mondim de Basto, que devia prioritariamente servir. A estação é delimitada por gradeamento metálico, sobre murete, ritmado por pilaretes de cantaria, dispondo-se na antiga plataforma vários bancos; o espaço canal da antiga linha encontra-se adaptada a ecopista. A cerca de 350 m para norte, ergue-se numa cota inferior, a Ponte de Mondim de Basto (v. IPA.00006947), que estabelece a ligação entre os dois concelhos.

Descrição Complementar

Na fachada principal e posterior, no pano de remate curvo, surge painel de azulejos recortado, com as armas nacionais, sobre esfera armilar, e a inscrição "Cmos de FERRO do ESTADO" e, nas fachadas laterais, painel de azulejos monocromos azul, recortado, com a toponímia "MONDIM DE BASTO".

Utilização Inicial

Transportes: estação ferroviária

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Infraestruturas de Portugal (conforme do artigo 6º, nº 2 e 5, e artigo 11º, n.º 1, ambos do DL 91/2015, e com a regras definidas pelo regime jurídico do Domínio Público Ferroviário que constam do DL 276/2003)

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 20, anos 40 - início da construção da estação de Mondim de Basto; 1949, 15 janeiro - inauguração do troço entre Celorico de Basto e Arco de Baúlhe, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, onde se integra a estação de Mondim de Basto; novembro - diagrama da estação, composta por edifício de passageiros, cais coberto, servido por cais descoberto, jardim e uma casa de habitação; 1990, 01 janeiro - encerramento da linha do Tâmega entre Amarante e Arco de Baúlhe; 2005, julho - um incêndio florestal provoca alguns danos nas paredes do edifício de passageiros; 2013, 19 maio - inauguração da Ecopista do Tâmega

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada ou em cantaria aparente, no cais coberto; socos, cornijas, falsas mísulas, vaseiras, molduras dos vãos e pilares em cantaria de granito; painéis e silhares de azulejos policromos e monocromos; portas e caixilharia de madeira; cobertura em telha.

Bibliografia

ALVES, Rui Manuel Vaz - Arquitectura, Cidade e Caminho de Ferro. As transformações urbanas planeadas sob a influência do caminho de ferro. Tese de doutoramento apresentada no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Coimbra: texto policopiado, julho 2015, vol. 1; CALADO, Rafael Salinas, ALMEIDA, Pedro Vieira de - Aspectos Azulejares na Arquitectura Ferroviária Portuguesa. [Lisboa]: Caminhos de Ferro Portugueses, EP, 2001; «Novos Melhoramentos Ferroviários». In Gazeta dos Caminhos de Ferro. Lisboa: ano 61, n.º 1467, 01 fevereiro 1949, pp. 123-129; REIS, Francisco, GOMES, Rosa, GOMES, Gilberto - Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal, Público-Comunicação Social S. A., 2006.

Documentação Gráfica

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA; Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Documentação Administrativa

Arquivo Técnico da IP-Infraestruturas de Portugal (solicitação através do site www.infraestruturasdeportugal.pt)

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2020 (no âmbito do Protocolo de colaboração DGPC / Infraestruturas de Portugal)

Actualização

 
 
 
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