Coliseu Figueirense / Praça de Touros da Figueira da Foz

IPA.00021761
Portugal, Coimbra, Figueira da Foz, Buarcos
 
Praça de touros oitocentista, de primeira categoria, em planta circular com interior distribuido por galerias circulares e cobertura em pala. São elementos constitutivos da praça de touros a arena, estribos, a trincheira, a teia, os burladeros e o curro - local onde se prepara o animal para a lide. Construção de expressão plástica tendencialmente geométrica, de acentuada verticalidade. Capacidade para 6611 espectadores. Alguns dos portões existentes têm bandeiras abertas por óculo onde se inscreve uma flor em ferro forjado tendo os olhais vazados por palavras indicadoras das diferentes entradas: - CAMAROTE / SOMBRA (duas entradas).
Número IPA Antigo: PT020605110064
 
Registo visualizado 749 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Praça de touros    

Descrição

Planta circular centrada por arena e composta por dois corpos adossados, um rectangular a N. e do lado oposto, outro surgindo saliente mas acompanhando o perfil do principal. Massas dispostas verticalmente com cobertura diferenciada em pala no corpo circular da praça que se prolonga em aba corrida no corpo rectangular. Fachadas rebocadas e pintadas a amarelo ocre; remates em friso e beiral no corpo rectangular, com o propIongamento da pala no corpo circular e em merlões no corpo adossado a S.. Fachada principal voltada a SE. rasgada por portão de arco conopial encimado por duas janelões rectangulares e entre os quais está inscrito "1895 - Coliseu Figueirense" sob a imagem imponente de um touro; contornando a fachada para a esquerda um corpo saliente que acompanha o perfil do principal, dividido a nível do segundo piso em três corpos formando uma varanda com guarda em ferro e integrando ao centro um corpo rectangular das instalações sanitárias; a nível do primeiro piso abrem-se neste corpo quatro portas com moldura em cantaria em arco apontado e dois vão em arco pleno para as bilheteiras; no piso superior seis janelões, três em cada corpo, dois de arco quebrado e um em arco de volta perfeita. As restantes fenestrações que se distribuem pelas paredes apresentam diferentes modinaturas. Na fachada posterior, o corpo rectangular adossado abre-se no primeiro piso por dois portões opostos, um dando acesso a pátio e outro a um corredor por onde entram os animais que são conduzidos ao curro; o segundo piso aberto por janelas rectangulares funcionava como residência do zelador da praça. INTERIOR: o acesso é feito pelas entradas descritas directamente para as galerias inferiores, de espaço diferenciado com pavimento em calçada portuguesa, formadas por aneis concêntricos ligados por arcos radiais com cobertura em falsa abóbada de meio berço e acesso aos diversos serviços: capela, gabinete da direcção, museu, bares, WC e enfermaria. Do lado SE. com pavimento em terra batiada situa-se a zona dos cavaleiros e os estábulos. Os acessos aos diferentes sectores da praça são feitos por onze entradas diferenciadas, em escadas de alvenaria, distribuídas pelas galerias e os dos camarotes por dois lances de escadas simétricas adossadas interiormente à parede da fachada principal, junto à entrada. Sobre estas galerias ergue-se o anfiteatro do primeiro piso que se desenvolve em torno da arena vedada por uma trincheira de madeira com estribo, aberturas protegidas por burladeros, separada das bancadas pela teia. As bancadas circundam a praça a nível dos dois pisos, sendo intercaladas pelas plataformas para o director da corrida, médico, corneteiro, direcção do Coliseu e convidados. Os músicos situam-se a NE.. Sobre as bancadas dispõem-se a galeria superior e os camarotes. O piso da galeria superior assenta em vigas de betão armado. As coberturas estão assentes em colunas lisas de ferro fundido, formando no segundo piso uma arcaria protegida por guarda em ferro. Os animais acedem ao interior da praça através do touril, situado na fachada posterior, com passagem directa, através de uma manga, à zona de pesagem e ao embolador para corte das pontas dos chifres e colocação de protecção.

Acessos

Largo do Coliseu; Rua do Actor Dias; Rua Joaquim Sotto-Maior; Rua Bermardo Lopes, Travessa da Rua do Viso

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Edital n.º 40/05, da Câmara Municipal da Figueira da Foz de 13 janeiro 2005

Enquadramento

Urbano, isolado, destacado. Implantado numa cota superior em relação à via pública, do lado da fachada principal, com desnível vencido por duas rampas laterais, é rodeado por muro de suporte de terras formando um largo com pavimento alcatroado que circunda todo o perímetro exterior da Praça. As fachadas N., S. e O. estão envolvidas por casario e a fachada principal, voltada para ampla rua, tem à frente um parque de estacionamento *1.

Descrição Complementar

No corpo ameado situam-se as aberturas das bilheteiras e as entradas para as galerias, sector 4, camarotes, galerias sombra e sol; outra entrada - sector 5; à volta da praça abrem-se entradas várias de acesso aos diferentes sectores e serviços; à direita da entrada principal situa-se o acesso ao sector 6 e a porta dos cavaleiros, tendo entre elas duas aberturas circulares. O pátio do curro funciona também como picadeiro. A praça compõe-se dos seguintes elementos - arena, estribos, trincheira (tapume em volta da praça), teia ( corredor entre a trincheira e a parede, que separa as bancadas) e os burladeros (total de 8). Os primeiros lugares são chamados de barreira e contra-barreira. Há 12 camarotes; 7 sectores divididos em Sol e Sombra. Frente à zona do director, direcção e autoridades fica a porta dos cavaleiros e o curro, de onde saiem os touros, fica à esquerda.

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: praça de touros

Utilização Actual

Cultural e recreativa: praça de touros

Propriedade

Privada: Pessoa colectiva

Afectação

Inexistente

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Arquitecto: Sangalho (atrib.); Desenhador: João Maria da Assunção Costa (responsável da planta do Coliseu); Mestre de Obras: João Martins Hespanhol; Guilherme Mesquita.

Cronologia

1839 - Data de um documento em que João Fernandes Gaspar solicita à Câmara Municipal da Figueira da Foz a cedência de um terreno no pinhal para formar uma praça de touros; 1895 - criação da Sociedade Companhia do Coliseu Figueirense, S.A., inscrita na Conservatória do Registo Comercial da Figueira da Foz sob o nº 16; Março - início da construção da praça de touros em terreno do Sr. Carlos Pestano, tendo a família direito a um camarote; 19 Agosto - foi solicitada à Câmara Municipal da Figueira da Foz , pelo presidente da Companhia do Coliseu, José Jacinto da Silva Pinto, a vistoria aos trabalhos, com vista à inauguração da nova Praça de Touros; 25 Agosto - inauguração do Coliseu Figueirense; 1902, 15 Março - a Companhia do Coliseu adquire os terrenos onde este se implantava; 1903 - iniciaram-se nesta praça as garraiadas dos estudantes de Coimbra, tradição que se mantém actualmente; 1936 - delimitação da área envolvente e demarcação dos terrenos do coliseu; 2003 - peritagem à estrutura da Praça de Touros.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes / Estrutura autónoma / Estrutura autoportante

Materiais

Alvenaria de tijolo e pedra; pedra; madeira; mosaico cerâmico; azulejo industrial; ferro; betão armado; betão simples; cortiça.

Bibliografia

Coliseu Figueirense - centenário - 1895 - 1995, s.l., 1994; OLIVEIRA, J. Nunes, Praça de Touros em Portugal, 1997, s.l.; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/9994135 [consultado em 23 agosto 2016].

Documentação Gráfica

CMFF; Companhia do Coliseu, S.A.; IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

CMFF; Arquivo Fotográfico da CMFF; Companhia do Coliseu, S.A.; IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMFF; AHMFF: Cx. ASS/DIV 1; ICIST, relatório nº 37/03-Peritagem à Estrutura da Praça de Touros da Figueira da Foz; Companhia do Coliseu, S.A.; IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

1899 - Obras de melhoramentos: construção de novas cocheiras camarins, bares, enfermaria, novo muro de suporte e reparações na arena; 1914 - obras gerais de manutenção com a introdução de cimento armado a nível estrutural; 1957 - inicia-se a instalação eléctrica; 1962 / 1963 - obras de beneficiação e substituição das galerias e camarotes de madeira por outros de betão armado; substituição da decoração existente nas enjuntas da arcada por preenchimento liso; construção de instalações sanitárias no espaço da varanda; substituição da cobertura em telhas por laje em elementos pré-esforçados; substituição das colunas de madeira por colunas de ferro com substituição dos elementos decorativos; 1968 - construção da capela; renovação da instalação eléctrica; 1995, 18 Outubro - substituição do pavimento no interior das galerias em calçada portuguesa; anualmente são feitas obras gerais de conservação a nível das pinturas de madeiramentos na arena, galerias e camarotes.

Observações

*1 - Situa-se a Garagem Auto Touril que ocupa todo o espaço exterior, junto ao touril, com viaturas, tornando-o um local pouco aprazível. No relatório da CMFF relativo ao projecto apresentado para a intervenção na Praça de Touros escreve-se: "Todas as dependências a criar deverão possuir pé direito regulamentar de acordo com o disposto na al.) c), artº 4, secção, cap. II do Dec.-Lei 243/86.

Autor e Data

Cecília Matias 2004

Actualização

 
 
 
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