Santuário de Nossa Senhora da Boa Morte
| IPA.00002174 |
Portugal, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Correlhã |
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Arquitectura religiosa, barroca. Igreja de peregrinação construída na transição do século 17 para o 18. Na sua planimetria, linhas gerais do frontespício e estrutura da capela-mor, coberta com caixotões, segue a tendência geral do Maneirismo, mas a decoração, feita posteriormente, é já tipicamente Barroca. O escadório construído recentemente é de módulo deficiente, uma vez que corta parte da altura do frontespício, tornando-o atarracado. Os altares laterais do entalhador bracarense Jacinto da Silva são Joaninos e o retábulo do altar-mor é do estilo Nacional. As estátuas dos Apóstolos, em madeira polícroma e estofada como as demais, apresentam grande expressionismo nas suas atitudes dramáticas e foram esculpidas em volumes largos e rígidos, por vezes vincadamente geométricos. A Virgem é já de modelação mais suave. O dossel que encima o leito de morte da Virgem é Rococó. A estrutura do retábulo de talha do altar-mor, organizado em 2 pisos, preenchidos com grandes conjuntos escultóricos revela uma concepção impressionante e completamente distinta dos habituais retábulos portugueses, e que Flávio Gonçalves (1974) considera serem recordações de soluções do Barroco espanhol. A representação do Inferno / Céu / Purgatório nas pinturas do sub-coro, com carácter nitidamente escatológico, não é muito frequente surgir nestes termos. |
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Número IPA Antigo: PT011607160032 |
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Registo visualizado 637 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Santuário
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Descrição
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Igreja de planta longitudinal, 3 naves a diferente altura, marcadas exteriormente, e de 3 tramos, com capela-mor profunda e facetada, tendo adossada no lado esquerdo sacristia mais baixa. Volumes articulados com coberturas diferenciadas a 2 águas e facetadas na capela-mor. Frontespício dividido por pilastras, apoiando no corpo central frontão triangular, portal de verga recta entre pilastras suportando cornija, encimada por grupo escultórico com armas em campo quadrado floreado, entre pilastras; volutas e pináculos; encima-o pequena janela e ladeia-o 2 outras, emolduradas. Naves laterais, de empena, recuam sensivelmente deste alinhamento. Os cunhais nas várias fachadas são coroados por pináculos. No interior, as naves, com cobertura de madeira formando cruzaria com as nervuras pintadas, são separadas por arcos plenos sobre pilares de secção quadrangular. Coro-alto sobre pilastras, com balaústres de madeira e sub-coro pintado com representação do Inferno, corte celestial e outros. Naves laterais tendo nas testeiras altar de talha dourada emoldurado por arcos pintados e, nos últimos pilares da central, púlpitos quadrados de talha sobre mísula de pedra. Capela-mor com abóbada de berço em caixotões e 2 janelas laterais. Grande retábulo com arco de volta perfeita sobre colunas pseudo-salomónicas, organizado em 2 níveis, ambos com o fundo decorado com painéis de talha com elementos vegetais e anjos pintados. |
Acessos
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Correlhã. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,737793; long.: -8,602487 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 *1 |
Enquadramento
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Rural, isolado. Implanta-se a meia encosta de um monte de suave declive, sendo precedida por escadório de vários lanços, e envolvida por frondoso arvoredo, com mesas e bancos de pedra, lagos, 2 coretos (inaugurado em 1963) e forno. Por detrás da capela-mor fonte de espaldar semicircular, com pequeno tanque de paredes abauladas, 1 bica de carranca e coroamento em espécie de frontão com vaso. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: santuário |
Utilização Actual
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Religiosa: santuário |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENTALHADOR: Francisco Pereira de Castro (1719). PINTOR: Alexandre Coelho João Coelho de Araújo (1723). PINTOR-DOURADOR: Alexandre Coelho (1730); Vitorio Soares (1730). |
Cronologia
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Séc. 17, finais - Luís de Meireles de Lima Pacheco, Senhor da Casa e Quinta do Anquião, em Fornelos, com outros devotos da Virgem naquela invocação, propôs fazer um templozinho no vizinho couto e freguesia da Correlhã; 1695, 18 Julho - escritura pela qual deu e doou para a fábrica e para uma missa em honra da Virgem, 2 propriedades de Fornelos, que rendiam anualmente 6 alqueires de pão; séc. 16, finais / 18, início - fundação por meio de esmolas levantadas nas povoações; 1706 - já possuia algum fundo em títulos hipotecários; 1719, 19 Abril - obra do retábulo da capela-mor do Santuário, pelo entalhador Francisco Pereira de Castro, de Braga, por 540$000; 1723, 25 Janeiro / 3 Fevereiro, entre - estofo e douramento de nove Apóstolos pelo pintor João Coelho de Araújo, de Ponte de Lima, por 45$000; 1730, 20 Novembro - douramento do retábulo, frontal e camarim do Santuário, pelos pintores douradores Alexandre Coelho, e Vitorio Soares, ambos da vila de Ponte de Lima, por 279$600; 1740 - construção do coro e acabamento do corpo da igreja; 1741 - imagens dos altares laterais (São Joaquim e São José); abertura de anteparos de frontal de talha e os púlpitos, tudo custando 220$000 rs; 1742 - concluídas as obras; data gravada no coro; 1871, 29 Julho - elege-se o Príncipe Real para Juiz honorário perpétuo da Confraria, aprovado por D. Luís, por decreto de 1 Setembro do mesmo ano, que prometeu e satisfaz, logo que seja requerida pela Mesa, a prestação anual de 60$000 rs pelo cofre da Casa de Bragança, aplicáveis para o culto e conservação; 1988 - construção do escadório de acesso com denotivos dos devotos. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; pilastras, frisos, cornijas, molduras dos vãos e outros elemetnos em cantaria de granito; retábulos de talha; pavimento em lajes de granito; cobertura de telha. |
Bibliografia
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AURORA, Conde d', Roteiro da Ribeira Lima, Porto, 1959; CARDONA, Paula Cristina Machado, A actividade mecenática das confrarias nas Matrizes do Vale do Lima nos séc. XVII a XIX, vol. 3, Porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Ciências e Técnicas do Património), 2004; GONÇALVES, Flávio, O Retábulo da Capela-mor do Santuário da Senhora da Boa-Morte na Correlhã in O Comércio do Porto, Porto, 10 set. 1974; LEMOS, Miguel Roque dos Reys, Anais Municipais de Ponte de Lima, Braga, 1977; REIS, António P. de Matos dos, Itenerários de Ponte de Lima, Ponte de Lima, 1973. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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Confraria: Recentemente procedeu a obras de levantamento do contraplacado e pinturas que cobriam o tecto de madeira, em falsa abóbada. |
Observações
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*1 - DOF: Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, incluindo todos os elementos que fazem parte integrante do conjunto do Santuário e o Sítio. |
Autor e Data
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Paula Noé 1992 |
Actualização
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