Capela de São Jorge

IPA.00002172
Portugal, Leiria, Porto de Mós, Calvaria de Cima
 
Arquitectura religiosa, rural. Capela de planta longitudinal, de nave com cobertura em madeira e capela-mor abobadada.
Número IPA Antigo: PT021016050001
 
Registo visualizado 851 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Nave rectangular a que se adossa a E. o corpo quadrangular de menores dimensões e mais elevado da capela-mor. Volumes articulados com coberturas diferenciadas de 2 águas sobrea nave, em terraço sobre a capela-mor. Fachada principal revelando a nave única, de empena triangular rasgada por porta de frontão triangular, ladeada por 2 vãos de verga de arco redondo, um vazado, outro transformado em nicho; um óculo de vão abocinado e um escudo nacional rematam a empena. Nas fachadas laterais rasgam-se frestas e na fachada N. abre-se uma porta em arco quebrado. A capela-mor contrafortada nos vértices por 2 esbarros de 3 andares, ornados com gárgulas animalistas, é coroada por merlões chanfrados. INTERIOR: a nave de paredes nuas é coberta por tecto de madeira de 3 planos. Um arco triunfal de volta perfeita, assente em colunelos de capitéis lisos e ábaco oitavado, abre a capela-mor coberta por abóbada de cruzaria de ogivas, de um tramo, estribada em colunelos de capitéis fitomórficos; no fecho o pelicano, emblema de D. João II.

Acessos

Desvio da EN 1, a 3 km da Batalha

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 1.ª série, n.º 170 de 21 Julho 1954, Portaria, DR, 1.ª série, n.º 266 de 17 novembro 1977

Enquadramento

Rural. Implantada num adro, numa zona ajardinada, no local onde se desenrolou a Batalha de Aljubarrota.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCCentro, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 14 / 15 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Francisco Manuel Caldeira Cabral, filho (projecto de arquitectura paisagista)

Cronologia

1393 - Início da obra segundo inscrição em lápide existente na fachada - a capela é mandada fazer pelo condestável, D. Nuno Álvares Pereira, no local onde esteve o seu pendão, antes da batalha; 1960 - projecto de arquitectura paisagista, de Ribeiro Telles, de arranjo exterior da capela não chegando a ser realizado; Só mais tarde foi realizado e executado novo projecto pela mão de Francisco Manuel da Fonseca Caldeira Cabral; 1961, 10 maio - portaria publicada em DG, 1.ª série, n.º 111, fixa Zona Especial de Proteção; 1977, 17 novembro - portaria substitui a anterior Zona Especial de Proteção; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003 - o IPPAR procedeu a uma inspecção e diagnóstico do avançado estado de degradação da capela e, na sequência desta a obras de reparação e beneficiação;

Dados Técnicos

Paredes autoportantes na nave, estrutura autónoma de abobadamento na capela-mor.

Materiais

Alvenaria e cantaria calcárias, telha cerâmica.

Bibliografia

LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. VII, Lisboa, 1877; Guia de Portugal, vol. II, Lisboa, 1927; CALADO, Rafael, artigo em A União Nacional, nºs 135/136, 20.03.31; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, Vol. V, Lisboa, 1955; DGEMN, A Capela de S. Jorge, Boletim nº 120, 1965; PAÇO, Afonso do, Alguns problemas da capela de Nª Sª da Vitória, in Anais da Academia Portuguesa de História, XVI, Lisboa, 1967; CARAPINHA, Aurora e TEIXEIRA , J. Monterroso, A Utopia com os Pés na Terra. Gonçalo Ribeiro Telles, Lisboa, 2003, pág. 263

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN; CML:Arquivo Distrital de Leiria, cx. 2, Dep. VI, 20-A-2

Intervenção Realizada

1872 / 1899 - Alteração da porta principal: é criado o tímpano triangular (mudanças verificadas em estampas); 1928 - construído alpendre adossado à fachada principal (Ernesto Korrodi). Obras no interior: guarnecimento das paredes, imitando silharia; construção de nicho para abrigar a estátua do Condestável, altar em pedra. Prevista a transferência da sacristia para a retaguarda da capela-mor, que não chega a realizar-se; 1931 - assentamento de 6 colunas, nicho na frente da capela, 4 capitéis e fustes respectivos, 2 bases, fustes e capitéis, cantarias para o alpendre; 1940 - apeamento do alpendre construído em 1928 e do coro-alto existente dentro da capela; reparação de lajedo da entrada, telhados e madeiramentos; demolição dos anexos adossados do lado S. e N. da capela; desentaipamento da porta ogival do lado N.; 1959 - obras no interior, destinadas a repôr a "inicial austeridade da época a que pertence": remoção de púlpito em madeira, da mesa de venda de objectos aos turistas; execução e assentamento de mísulas em pedra na parede S.; construção de banquetas para os altares laterais, de tocheiros em ferro para os altares; 1972 - substituição da porta principal e consolidação da lateral; reparação da cobertura e paramentos interiores da capela-mor; nivelamento de lajes da plataforma envolvente; 1980 - previstas obras de beneficiação dos telhados; IPPAR - 2003 - obras de reparação e beneficiação: picagem da ageológica do material pétreobóbada rebocada com argamassa à base de cimento; trabalhos de prospecção electromagnética e eléctrica; estudo de de caracterização; picagem das paredes e intradorso da abóbada com remoção dos cimementos existentes voltando a ser rebocadas com por argamassa de cal aérea.

Observações

1. O cântaro de barro no nicho ao lado da porta principal conserva água fresca para matar a sede aos passantes, numa tradição que se mantem desde a construção da capela. 2. Todos os anos no dia de São Jorge se realizava uma procissão até à capela, na qual participavam membros das Câmaras, párocos, beneficiados e a cleresia de Porto de Mós, Aljubarrota e Batalha, bem como os religiosos do mosteiro dominicano.

Autor e Data

Isabel Mendonça 1991

Actualização

2010
 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login