Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Penha / Catedral do Crato

IPA.00021708
Brasil, Ceará, Ceará, Crato
 
Arquitectura religiosa, tardo-maneirista. Igreja paroquial de planta em cruz latina composta por três naves de quatro tramos, transepto para onde abrem quatro capelas colaterais, capela-mor de perfil poligonal e sacristia adossada à fachada posterior, com coberturas interiores diferenciadas, em madeira, a da nave central em masseira e as demais em tectos planos, iluminadas uniformemente por janelas e óculos rasgados nas fachadas laterais e posterior. Fachada principal harmónica, com duas torres sineiras a flanquear o corpo central, rasgado por vãos rectilíneos, três portas no registo inferior, a que correspondem três janelas no superior, seguindo o esquema típico das igrejas construídas neste período em território brasileiro. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, rematadas por duplo friso e cornija, as laterais com platibanda e rasgadas por quatro portas travessas. Interior com baptistério sob a torre sineira, no lado do Evangelho e vários altares novecentistas, dois em estilo neogótico e os demais em estilo modernista, de estrutura simples, em geometria escalonada.
Número IPA Antigo: BR920700500004
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta em cruz latina, composta por três naves de quatro tramos, transepto saliente, com remates poligonais, para o qual abrem quatro capelas colaterais, capela-mor mais baixa e estreita de perfil poligonal e sacristia rectangular adossada à fachada posterior, de volumes articulados e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor, três águas nas capelas do transepto e cinco águas no transepto. Fachadas rebocadas e pintadas de bege, percorridas por embasamento saliente e pintado de cinza, flanqueadas por pilastras toscanas em aparelho rústico, rematadas em duplo friso e cornija, que, nas fachadas laterais, são sobrepujados por platibanda. A fachada principal, virada a SE., é harmónica, com corpo central de dois registos divididos por cornija, levemente alteada na zona central, e três panos definidos por duas ordens de colunas toscanas assentes em altos plintos paralelepipédicos, rematada em frontão triangular com cruz latina no vértice e possuindo falsa rosácea em estuque no tímpano; é rasgada por vãos rectilíneos, sobrepujados por tímpanos semicirculares com dupla moldura na zona superior, que se interrompem formando falsa imposta, apresentando, na moldura exterior, pequenos elementos decorativos geométricos; no registo inferior, rasgam-se três portais de verga recta, o central mais alto, a que correspondem, no superior, três janelões, sendo todos os vãos protegidos por portadas de duas folhas em madeira pintada de cinzento, os inferiores com almofadados decorados com concheados e acantos. As torres sineiras dividem-se em três registos, o primeiro dividido por duplo friso e cornija e o segundo por friso, rematando em cornija e platibanda plena, com aplicações de estuque criando um falso rendilhado, com pináculos em pirâmide nos ângulos, com decoração fitomórfica, e cobertura em coruchéu piramidal, percorrido por friso vegetalista. O primeiro registo é rasgado por pequeno óculo circular, sob o qual surge, inserida em placa de estuque, na torre do lado esquerdo, a data "1852" e, na oposta, "1910"; o segundo apresenta, na fachada principal, o vão da sineira, actualmente entaipado, em arco de volta perfeita assente em colunas toscanas, com pedra de fecho saliente encimada por elemento fitomórfico estilizado, contendo relógio, sobre falso plinto paralelepipédico, em estuque, na base do qual surge a data "1863" na torre esquerda e "1911" na oposta; na base da sineira, avental recortado a imitar passamenaria; nas restantes faces das torres, surgem ventanas em arco de volta perfeita, albergando sinos; o registo superior é cego, decorado por ornato circular envolvido por folhas estilizadas, em estuque. As fachadas laterais são semelhantes, com as molduras e cunhais pintados de amarelo, apresentando as portas com perfil semelhante às da fachada principal; cada uma delas é rasgada, no corpo da nave, por duas portas travessas e duas janelas geminadas em arco de volta perfeita intercaladas com óculos circulares, estes com moldura saliente de perfil toreado; os braços do transepto, de perfil poligonal, apresentam porta de acesso, encimada por óculo circular e janelas geminadas em dois dos lados do polígono; as capelas laterais, a que se adossam anexos incaracterísticos com vãos de acesso rectilíneos, são iluminadas por óculos circulares. Fachada posterior marcada pelos anexos das capelas e sacristia, sendo visível, sobre estas, a capela-mor, tendo dois dos lados do polígono rasgados por janelas geminadas em arco de volta perfeita. INTERIOR rebocado e pintado de branco com alguns elementos estruturais e decorativos pintados de rosa, percorrido por azulejo monócromo, branco, formando silhar, com pavimento em ladrilho cerâmico e cobertura de madeira em masseira na nave central, assente em falsa estrutura arquitectónica de estuque decorativo, formando duplo friso, o inferior com triglifos, e platibanda de balaústres, tudo pintado de rosa; as naves laterais apresentam tectos planos do mesmo material; os tramos das naves são definidos por arcos de volta perfeita, o primeiro de menores dimensões para permitir o desenvolvimento do coro-alto, assentes em pilares quadrangulares, com colunas toscanas sobre altos plintos paralelepipédicos embebidas nas faces da nave central; em váriso pilares surgem lápides metálicas ou de cantaria com inscrições. Os vãos são protegidos por vitrais com a figura de santos e cenas bíblicas. Coro-alto de madeira, com guarda torneada do mesmo material, pintada de rosa, com acesso por portas de verga recta de ambos os lados, através das torres sineiras; na cimalha da parede fundeira, surgem pintados três festões a envolver uma custódia, na zona central. No sub-coro, ao nível das naves laterais, o baptistério no lado do Evangelho, com acesso por vão em arco de volta perfeita protegido por portadas de madeira, onde surgem as iniciais "P B", tendo cobertura em abóbada de berço e pavimento cerâmico, sendo percorrido por azulejos monócromos, de cor rosa, formando silhar; a pia baptismal apresenta perfil campaniforme, tendo decoração fitomórfica pintada de rosa; no lado oposto, um vão semelhante ao anterior acede às escadas da torre sineira e ao coro-alto. Nas naves laterais erguem-se, confrontantes, os altares dedicados a Nossa Senhora do Rosário e Santa Teresinha, no lado do Evangelho, e de Santo António de Pádua e Santa Ana no lado oposto. A nave encontra-se separada do transepto por um arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, ladeado por duas colunas semelhantes às dos pilares e encimado por três festões pintados, o central com uma custódia. O cruzeiro do transepto, de planta quadrangular, encontra-se protegido por teia de madeira em todo o seu perímetro e possui tecto plano, com a representação pictórica de um Crucificado, sobre fundo azul. Os braços do transepto têm tectos de madeira, formando elementos geométricos, decorados com as representações pictóricas de uma estrela de quatro portas com quadrifólio inscrito e, no lado do Evangelho, a "Assunção da Virgem", surgindo, no oposto, a "Ressurreição de Cristo", tendo, nos topos, os altares de Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e o de São José (Epístola), ambos em mármore branco e preto, encimado por nicho com o orago e sacrário embutido decorado com cálice; para cada um dos braços, abrem duas capelas de planta quadrangular, as primeiras através de porta em verga recta, a do Evangelho desactivada e servindo de sala de arrumos, com tecto plano de estuque e pavimento em ladrilho formando espinha de peixe, tendo, no lado direito, porta de acesso à sacristia, e a da Epístola dedicada ao Senhor dos Passos; as interiores, elevam-se por dois degraus e têm acesso por arco de volta perfeita assente em impostas salientes e meias colunas, protegidas por teia de madeira com pequenos querubins dourados, a do Evangelho dedicada a Nossa Senhora das Graças, tendo cobertura pintada formando apainelados, no centro com as iniciais "AM" e, nos ângulos, a representação da "Anunciação", "Visitação", "Natividade" e "Enterro de Cristo", com pavimento em ladrilho cerâmico de decoração geométrica, onde se integra a sepultura de D. Vicente Paulo Araújo Matos; por detrás do altar, uma porta de verga recta de acesso à sacristia; no braço do lado da Epístola, a Capela do Sagrado Coração de Jesus ou do Santíssimo, com tecto de madeira apainelado, tendo, ao centro, a representação pictórica da "Última Ceia", surgindo, nos demais, acantos relevados pintados de verde. O arco triunfal, de volta perfeita assente em impostas salientes, acede à capela-mor com cobertura em tecto plano de estuque pintado e relevado, com a representação do firmamento pontuado por anjos e querubins, tendo, ao centro, filactera com a inscrição "AVE MARIA" e as iniciais "AM", e, no topo, a pomba do Espírito Santo; o tecto assenta em friso percorrido por motivos fitomórficos, pelas iniciais "AM" e "PN" e por corações inflamados. As ilhargas abrem para as capelas colaterais através de vãos rectilíneos; na parede testeira, um nicho de madeira trilobado assente em colunas de fuste liso e capitéis coríntios assentes em mísulas e remate em cornija angular com cruz latina e pináculos; altar paralelepipédico em cantaria de várias cores assente em quatro colunas de fuste liso e capitéis coríntios, formando três panos decorados com o Agnus Dei no centro, e símbolos eucarísticos nos laterais, com uma seara de trigo no lado esquerdo e vide no direito; sobre este, o sacrário em forma de templete, ladeado por duas figuras femininas sustentando lâmpadas e encimado por estrutura em estuque, formando um dossel com cortinas a abrir em boca de cena, sustentadas por dois anjos de vulto. No centro, a mesa de altar e uma cadeira episcopal de talha em branco, com espaldar em ângulo, decorado por mitra episcopal, flanqueada por duas cadeiras simples.

Acessos

Praça da Sé; Rua Coronel Sequeira José Carvalho (fachada posterior)

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado à Casa Paroquial e aos corpos destinados aos serviços administrativos e a pequeno museu, abrindo para um amplo largo ajardinado separado do imóvel por uma das principais vias públicas da cidade. O Jardim forma uma ampla quadra, onde se implantam várias árvores de grande e médio porte, vários bancos em cantaria, canteiros com flores, uma pequena fonte e uma estrutura em arco de volta perfeita, ladeado por duas alas côncavas, formando pérgula, onde surgem três bustos assentes em plintos; assim, sobre o arco, surge a imagem de Nossa Senhora da Assunção, em bronze, com pedestal em alvenaria; os bustos, também sobre alvenaria, são os de D. Vicente de Paulo Araújo Matos, D. Francisco de Assis Pires e D. Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva. No lado direito do imóvel, surge um pequeno pátio fechado por portão metálico, denominado Jardim de Nossa Senhora de Fátima, onde se implanta um nicho de mármore, em arco apontado, executado por Vicente Marques, com a imagem de gesso da Virgem, com a seguinte inscrição: "DIOCESE DO CRATO / PARÓQUIA DE N. S. DA PENHA / MONUMENTO DE N. S. DE FÁTIMA / INAUGURADO COM A PRESENÇA / DA PEREGRINA MUNDIAL / EM 14/11/1953 / PÁROCO MONS. RUBENS GONDIM LÓSSIO / BISPO DIOCESANO / DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES / PAPA PIO XII / HOMENAGEM DOS MOTORISTAS DO CRATO / REINAUGURADO EM 31/10/2003 / ANO DO ROSÁRIO / CINQUENTENÁRIO DA VISITA DA / PEREGRINA MUNDIAL AO CRATO / PÁROCO / PADRE FRANCISCO EDMILSON NEVES FERREIRA / BISPO DIOCESANO / DOM FERNANDO PANICO / PAPA JOÃO PAULO II / JUBILEU DE PRATA PONTIFICAL". A praça é rodeada por algumas casas de um ou dois pisos com algum interesse arquitectónico, alvo de estudo na ficha do Centro Histórico do Crato (v. 9301030023).

Descrição Complementar

Retábulo lateral de Nossa Senhora do Rosário é de talha em branco, de planta recta e um eixo, composto por nicho trilobado protegido por vidraça, assente em colunas de fuste liso e capitéis de interpretação jónica, com remate em pináculo vazado e rendilhado; altar paralelepipédico assente em quatro colunas semelhantes às do nicho, que se prolonga em duas alas côncavas, suportando imaginária. O retábulo oposto, dedicado a Santo António, é de talha em branco, de planta recta e três eixos, o central com nicho trilobado assente em pilares e protegido por vidraça, surgindo plintos com imaginária nos eixos laterais, estes rematados por platibanda vazada e o central por pináculo vazado com cruzes inscritas; altar paralelepipédico com frontal tripartido dividido por pilastras coríntias. Os altares de Santa Teresinha e Santa Ana são confrontantes e semelhantes, encontrando-se inseridos em pequenos vãos nas paredes das naves colaterais, em arco de volta perfeita assente em pilastras, com o fundo pintado de azul celeste a imitar o firmamento, onde se integra o altar propriamente dito, em cantaria e de forma paralelepipédica, sustentado por quatro pilares, tendo, no apainelado central, o símbolo dos carmelitas, no do lado do Evangelho, e cálice, cruz e coroa no altar oposto, surgindo, sobre a banqueta, estrutura escalonada, onde assenta a imaginária, tendo sacrário embutido na zona central, com a porta decorada por cálice. Na Capela de Nossa Senhora das Graças, altar em cantaria, de forma paralelepipédica assente em quatro colunas de fuste liso e capitéis coríntios, com a zona central avançada, onde surgem dois medalhões alusivos ao orago, o da esquerda com a representação da Virgem e o da direita com dois corações, um deles trespassado por uma seta, com a letra "M" encimada por cruz latina e oito estrelas; sobre a banqueta evoluem três degraus com imaginária e assenta um sacrário protegido por baldaquino em arco de volta perfeita, sublinhado por elemento trilobado e assente em duas colunas torsas, com a porta formada por estrutura arquitectónica em arco de volta perfeita sustentado por pilastras, com florões nos seguintes e anjo no tímpano; na porta, surge um cálice. A Capela do Senhor dos Passos é rebocada e pintada de amarelo, com a parede testeira forrada a madeira, tecto plano de estuque e pavimento em ladrilho cerâmico com padrão geométrico; sensivelmente a meio, encontra-se seccionada por grade metálica com decoração geométrica e portadas centrais. A Capela do Sagrado Coração de Jesus ou do Santíssimo possui retábulo em cantaria, composto por altar paralelepipédico assente em quatro colunas, com Agnus Dei no pano central e atributos eucarísticos nos laterais, encimado por degraus onde se dispõem o sacrário, sobrepujado por baldaquino em arco de volta perfeita do mesmo material, dois anjos tocheiros e um nicho de madeira em arco de volta perfeita sustentado por colunas de fuste liso e capitéis coríntios, encimado por cruz latina e pelos símbolos alfa, ómega e as iniciais "XP". Dois confessionários de madeira surgem nas paredes fundeiras das naves laterais, outros dois adossados aos segundos pilares e, no primeiro pilar da Epístola, uma cruz latina metálica. INSCRIÇÕES: no primeiro pilar do lado do Evangelho, surge uma lápide metálica com a inscrição "Jesus Cristo: Ontem, Hoje e Sempre / Celebrando o Jubileu dos dois mil anos / da Encarnação do Verbo de Deus. / 1999 2000 2001 / DIOCESE DE CRATO - CE 1914 - 85 anos - 1999 / Nossa Senhora da Penha / Crato / Com Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, / Rumo ao Novo Milénio". No segundo pilar, uma lápide calcária, assinalando a sepultura de D. Francisco de Assis Pires, com as armas do bispo gravadas e a inscrição: "RESTOS MORTAIS / DO EXMO. E REVMO. SR. / DOM FRANCISCO DE ASSIS PIRES / SRGUNDO BISPO DA DIOCESE DO CRATO / E / ARCEBISPO TITULAR DE ANTIOQUIA DA PISIDIA / NASCIDO A 4-X-1880 / ORDENADO A 14-IV-1909 / ELEITO A 11-VIII-1931 / RESIGNATARIO A 24-X-1959 / ARCEBISPO TITULAR A 24-X-1959 / FALECIDO A 10-XI". No terceiro pilar, lápide metálica a assinalar a sepultura de D. Quintino, com as armas do bispo e a inscrição: "RESTOS MORTAIS / DO / EXMO. E REVMO. SR. D. QUINTINO / ROIZ DE OLIVEIRA E SILVA. / PRIMEIRO BISPO DESTA DIOCESE / NASCIDO - 31-X-1863 / ELEITO - 10-III-1913 / FALECIDO 20-XII-1929", seguindo-se pequena inscrição latina. Na Capela de Nossa Senhora das Graças, a sepultura do bispo D. Vicente de Paulo Araújo Matos, com as armas do mesmo e a inscrição: "Restos mortais do Exmo. e Revmo. / Dom Vicente de Paulo Araújo Matos / Terceiro Bispo do Crato / NASCIMENTO: 11.06.1918 / ORDENAÇÃO: 29.11.1942 / SAGRAÇÃO: 11.06.1955 / BISPO AUXILIAR: 15.08.1955 / BISPO DIOCESANO: 19.03.1961 / BISPO EMÉRITO: 11.06-1992 / FALECIMENTO: 06.12.1998 / SEPULTAMENTO: 08.12.1998 / Non Omnis Moriar". Na parede da Epístola, a inscrição: "PARA PERPÉTUA MEMÓRIA / 1914 - 20 DE OUTUBRO - 1989 / JUBILEU DE DIAMANTE / DIOCESE DO CRATO / CRIADA POR S. S. O PAPA BENTO V / 1.º BISPO: D. QUINTINO RODRIGUES DE O. E SILVA / 2.º BISPO: D. FRANCISCO DE ASSIS PIRES / 3.º BISPO: D. VICENTE DE PAULO ARAUJO MATOS / AUXILIAR: D. NEWTON HOLANDA GURGEL / SOLI DEO OMNIS HONOR ET GLORIA". No primeiro pilar da Epístola, lápide metálica com a inscrição: "VENERANDOS RESTOS MORTAIS DE / ANTONIO LUIZ ALVES PEQUENO / FALECIDO A 14 de FEVEREIRO DE 72 / E DO DR. / ANTONIO PINTO BARBOZA CORDEIRO / ESTE FALECIDO NA CIDADE DO ICÓ / EM 29 DE JUNHO DE 74". No vitral que representa São João Baptista, surge a seguinte inscrição: "VITRAIS DOADOS POR / JOSÉ ULYSSES PEIXOTO NETO / E IN MEMORIAM DE / ZULEIDE TELES CARTAXO".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: catedral

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Crato)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ESCULTOR: José Ferreira Tedim (Braga).

Cronologia

1742 - início da construção da primitiva capela dedicada a Nossa Senhora da Penha de França, por iniciativa de Frei Carlos Maria de Ferrara e do seu companheiro Frei Fidélis de Sigmaringa, os quais eram responsáveis por uma missão com 80 casais de índios; o imóvel tinha paredes de taipa, pavimento em terra batida e cobertura de palhas, tendo ainda os caibros e ripas em trançados de cipós; 29 Agosto - registo do primeiro matrimónio realizado na igreja; 1745 - os franciscanos inauguraram uma igreja de pedra e cal, com a invocação de Santíssima Trindade, Nossa Senhora da Penha e São Frei Fidelis de Sigmaringa, em volta da qual se começou a desenvolver uma povoação; 1762, Março - a paróquia é criada por Provisão régia, sendo dedicada a Nossa Senhora da Penha; 1762, 28 Novembro - primeiro vigário foi Manuel Teixeira de Morais, falecido em 1785; 1768, 4 Janeiro - inauguração da paróquia; séc. 18, 2.ª metade - o padre António Lopes de Macedo Júnior, pároco da freguesia de Nossa Senhora da Penha, pede à Corte os fundos necessários para a construção de nova Igreja, iniciando-se os trabalhos; 1779, 8 Julho - provisão nomeando coadjutor da vila do Crato o Padre António Teixeira de Araújo; 1779, 14 Setembro - provisão do bispo D. Tomás nomeando o Padre Manuel Teixeira de Morais, vigário interino da freguesia de Nossa Senhora da Penha, sucedendo-se nova nomeação do mesmo em 27 Novembro 1781; 1788 - por motivo de obras, o culto da Matriz encontrava-se na Capela de São Vicente; feitura do primitivo retábulo de talha policromada e dourada, de que resta o sacrário rococó, arrecadado no Museu Histórico do Crato; 1817, 3 Maio - inauguração da igreja; o diácono José Martiniano de Alencar, Tristão Gonçalves, Frei Francisco de Santa Ana Pessoa e Inácio Tavares Gondim sublevam a vila do Crato e proclamam a República; 1852 - data na torre sineira do lado esquerdo, indiciando qualquer intervenção no imóvel; 1860, 13 Março - numa aguarela existente no Museu do Crato e datada deste período, surge a representação da Sé, vendo-se a fachada principal em empena, com três registos de três vãos em arco abatido, possuindo, no lado esquerdo, uma torre sineira coroada por coruchéu, rasgada por porta e janela, também em arco abatido, e ventana de volta perfeita na zona superior, surgindo, na fachada lateral direita, escada adossada, de acesso ao coro-alto, e porta travessa de verga recta; à frente da Igreja, erguia-se um cruzeiro; 1863 - obras no imóvel, conforme data inscrita na torre esquerda; 1897 - o imóvel recebe a sua primeira reforma, a mais ampla; 1908 - a criação da diocese foi pensada e desejada pelo Padre Cícero Romão Batista; 1910 - 1911 - construção da segunda torre, tomando a sua forma definitiva, conforme datas inscritas na mesma; 1914, 20 Outubro - criação da Diocese do Crato, conforme Bula do Papa Bento XV "Catholicae Ecclesiae", desmembrada da Diocese de Fortaleza, passando a estar subdividia em cinco regiões, compreendendo vinte e uma paróquias - Crato, Barbalha, Missão Velha, Jardim, Brejo Santo, Milagres, Aurora, Lavras, Umari, Icó, Iguatu, São Mateus (Jucás), Saboeiro, São João dos Inhamuns, Flores, Cococi, Arneiroz, Araripe, Assaré, Várzea Alegre e São Pedro do Cariri (Cariaçu); Dom Manoel da Silva Gomes, Bispo Diocesano de Fortaleza, foi nomeado Administrador Apostólico da Diocese de Crato; o primeiro Bispo D. Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, foi eleito em 10 Março 1915 e sagrado em 31 de Outubro, na Baía, empossado a 10 de Março de 1916; 1921 - D. Quintino ofereceu uma nova imagem do orago, trazida da Europa; 1934 - um fotografia mostra a fachada lateral direita em obras, procedendo-se ao arranjo dos vãos, com o entaipamento das sucessivas janelas e portas, sendo visível a construção dos óculos na zona superior; 1935, 12 Setembro - colocação do busto de D. Quintino, da autoria do escultor italiano Agostinho Balmes Odísio *1; 1938 - construção dos altares em madeira das naves colaterais; séc. 20, meados - aberturas das janelas geminadas nas fachadas laterais e posterior, com a colocação dos vitrais, doados por José Ulisse Peixoto Neto, e execução dos retábulos em cantaria dos topos do transepto e das naves colaterais; 1953 - execução da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelo escultor bracarense, José Ferreira Tedim, à semelhança da Imagem Peregrina, que visitara o Crato nesta data, colocada num nicho da Praça da Sé no dia 14 de Novembro do mesmo ano; construção da actual Praça da Sé, para a comemoração do centenário da cidade do Crato, na administração de Dr. Décio Teles Cartaxo; 1990 - encontrava-se em formação o Museu de Arte Sacra, que reunia as primitivas imagens do orago e vários relicários; 1992 - arranjo da praça, com a colocação dos bustos dos dois primeiros bispos do Crato, por ordem do prefeito José Aldegundes Muniz Gomes de Mattos.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Alvenaria calcária na estrutura, rebocada e pintada; cantaria de calcário nos altares; estuque decorativo e de revestimento no exterior e interior; madeira nos retábulos, portas, portadas, coberturas, teias; ferro nas grades das capelas; metal nas lápides; ladrilho cerâmico nos pavimentos; vitral; vidro simples em alguns retábulos.

Bibliografia

STUDART, Dr. Guilherme, Datas e factos para a História do Ceará, Fortaleza, 1896; FILHO, António Martins e GIRÃO, Raimundo, O Ceará, 3.ª ed., Fortaleza, 1966; ARAÚJO, António Gomes de, A cidade de Frei Carlos, Crato, 1971; CASTRO, Orlando, Crato Antigo, Crato, s.d.; Guia Turístico Sul do Ceará, Crato, Janeiro 1990.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 2004 - arranjo dos rebocos e pinturas exteriores; arranjo e pintura das portas.

Observações

*1 - este busto terá sido retirado e substituído pelo actualmente existente.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2004

Actualização

 
 
 
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