Cruzeiro da Sé

IPA.00021537
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Arquitectura religiosa, barroca. Cruzeiro de adro, composto por plataforma quadrangular escalonada, plinto paralelepipédico, com dado decorado por cartelas relevadas, a da face frontal com data da construção, fuste circular torso com o terço inferior liso ornado com grotescos, capitel coríntio e cruz latina de secção quadrangular.
Número IPA Antigo: PT010402450051
 
Registo visualizado 65 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Religioso  Cruzeiro  Cruzeiro conventual  Tipo coluna e cruz

Descrição

Sobre plataforma de planta quadrangular, constituída por três degraus, assenta o plinto paralelepipédico, composto por base, dado monolítico e remate em friso e cornija; o dado tem a face frontal decorado com cartela oval contendo a inscrição IHS 1689, e as restantes faces com cartela relevada recortada. Sobre o plinto surge a base e a coluna do cruzeiro, de fuste alto, monolítico, de secção circular, tendo o terço inferior marcado, decorado com grotescos relevados e o restante torsa, com vides envolvendo a espira e com pâmpanos. Capitel coríntio coroado por pequena base e globo achatado, onde assenta a cruz latina, com braços de secção quadrangular, percorridos por filete e terminados em ponta de diamante.

Acessos

Praça da Sé. VWGS84 (graus decimais): lat.: 41,805963; long.: -6,756648

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no centro da cidade desenvolvida no exterior da vila medieval, na chamada Praça do Colégio, o centro de recepção dos forasteiros que demandavam o burgo. Insere-se em praça rectangular irregular, com os seus topos menores, dispostos no sentido NO. - SE., abertos à circulação automóvel, enquanto os lados maiores são definidos pelo edifício do antigo Colégio Jesuíta (v. PT010402450031) e por edifícios residenciais, nomeadamente o Solar dos Calaínhos (v. PT010402450048). A praça é pavimentada a lajes de cantaria e delimitada por bolas metálicas e, na face N., por floreiras tipo taças.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: cruzeiro

Utilização Actual

Religiosa: cruzeiro

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 17, início - a praça ainda servia de toural, juntamente com as Eiras do Arcebispo; 1618 - a Câmara decidiu que as vendas de animais se efectuassem em zonas ainda nada ou pouco arborizadas, proibindo que nenhuma pessoa vendesse bens senão por cima do mosteiro das freiras de Santa Clara, sob pena de 1$000; 1688 - porque o cruzeiro estava muito arruinado e em perigo, a Câmara, constituída pelo Dr. Ferreira de Fraga, Juiz de Fora, João Ferreira Sarmento Pimentel e José de Morais Madureira, Vereadores, e ainda pelo Procurador Manuel de Maris Sarmento, convocou os cidadãos da cidade e os homens de segunda condição, com o objectivo de obter a sua anuência para o lançamento de uma finta de 40$000, já autorizada pelo Provedor da comarca, destinada à fábrica de um novo cruzeiro, e cuja construção tinha sido levada à praça pública para arrematação; o contrato foi de 47 cruzados; 1689 - data inscrita no plinto assinalando a construção do cruzeiro, por ordem da Companhia de Jesus, possivelmente durante o triénio do Pe. Francisco de Sousa; 1759, 4 Outubro - carta régia expulsando a Companhia de Jesus; 1768, 2 Setembro - carta de D. José I concedendo o cruzeiro ao Cabido de Bragança; 1867, 6 Julho - Câmara de Bragança solicita ao Cabido autorização para compor as escadas do cruzeiro; 1875, 16 Junho - o presidente da Câmara, José Carlos Ledesma Pereira de Castro, mandou derrubar o cruzeiro, sob a indignação do povo; realizou-se o seu desmembramento, apesar do cabido ter requerido anteriormente a sua conservação, por ter sido propriedade dos Jesuítas e, depois, do Cabido; 2 Julho - protestos do Cabido, acompanhado pelo povo; 1875 / 1931, entre - o povo guardou os elementos que o compunham e manteve-os em bocados no cemitério público, com agrado dos liberais, que substituíram o cruzeiro por um coreto; 1914 / 1917, entre - substituição das árvores arrancadas na Praça da Sé; 1925 - data de um desenho existente nas reservas do Museu Abade Baçal, da autoria de Abílio Queiroz, com a legenda "Projecto de Restauro do Cruzeiro da Praça da Sé, demolido em 1874 e que terá servido para a sua reconstrução"; 28 Fevereiro - estabelecimento do "Grupo dos Amigos dos Monumentos e Obras de Arte, de Bragança" com a finalidade de proteger, conservar e restaurar todos os monumentos e obras de arte, e zelar por todos os objectos que constituíam o recheio de museus regional e municipal, e de modo especial pela Domus Municipalis; 1929 / 1932, entre - demolição do coreto da praça da Sé; 1930, 22 Setembro - carta do Dr. Raul Manuel Teixeira à Câmara Municipal de Bragança com representação de 38 assinaturas solicitando a colocação na Praça da Sé do lindo cruzeiro que fora apeado; informa que o custo das obras de restauro e reinserção do cruzeiro na praça seriam pagas por subscrição pública que havia ocorrido há anos em Bragança; a Câmara Municipal deferiu o pedido; 1931, Março - inauguração oficial do cruzeiro restaurado na praça, com base num desenho de 1925, da autoria de Abílio Queirós e com despesa custeada por subscrição pública.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 154; FERNANDES, José Augusto de Pêra, O Sumo das Pedras de Bragança, Bragança, Freguesia de Santa Maria de Bragança, 2008; JACOB, João, Bragança, Lisboa, 1997, pp. 88-89; CASTRO, P. José, Bragança e Miranda (Bispado), vol. 2, Porto, 1947; RODRIGUES, Luís Alexandre, Bragança no Século XVIII. Urbanismo. Arquitectura, Bragança, 1997; RUIVO, Luís José Afonso, Cidade de Bragança e freguesia da Sé, Bragança, 1995.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

CMB: 1963 - arranjo do largo da Sé, com projecto do Arquitecto Viana de Lima.

Observações

Autor e Data

Alexandra Lima e Paulo Amaral 2000 / Paula Noé 2010

Actualização

 
 
 
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